26 março 2024

BEBÊS DECAPITADOS, ESTUPRO EM MASSA E CIVIS QUEIMADOS: AS MAIORES MENTIRAS DE ISRAEL SOBRE O 7 DE OUTUBRO REVELADAS EM DOCUMENTÁRIO

Filme da Al Jazeera reconstrói o ataque do Hamas com detalhe inigualável. Assista à versão em português produzida em parceria com o Intercept Brasil.

Por Andrew Fishman*


MENTIRAM PARA VOCÊ sobre o que aconteceu em 7 de outubro de 2023. O Hamas invadiu Israel e matou centenas de civis e soldados — isso é verdade — mas as alegações mais incendiárias usadas para justificar o bombardeio maciço de Gaza por Israel não são comprovadas ou são histórias fabricadas,  refutadas pelas provas.

Além disso, uma inspeção mais minuciosa mostra que alguns dos piores crimes atribuídos ao Hamas podem ter sido cometidos pelos próprios militares israelenses, como resultado do uso de armamento pesado contra civis e reféns.

Essas são algumas das conclusões importantes do documentário inédito “7 de outubro”, do núcleo investigativo da Al Jazeera, fruto de meses de minuciosa investigação forense. 

O filme, adaptado para o português em parceria com o Intercept Brasil, é a investigação mais abrangente e detalhada já publicada sobre o episódio – e uma resposta contundente à boa parte da cobertura da grande mídia desde então. Ele desnuda a propaganda israelense ao mostrar o que realmente se passou no 7 de outubro em Israel e na Palestina, minuto por minuto. 

equipe de documentaristas da Al Jazeera vasculhou os registros governamentais e os depoimentos de centenas de sobreviventes para compilar uma lista detalhada de vítimas. Também examinou sete horas de filmagens — grande parte delas obtidas em câmeras de combatentes do Hamas mortos — e conduziu várias entrevistas com especialistas.

*Charge do Lattuf - Edição final deste Blog. Com https://www.intercept.com.br/

Se você for assistir a apenas uma reportagem sobre o tema, escolha essa.

ASSISTA A “7 DE OUTUBRO”, O DOCUMENTÁRIO DA AL JAZEERA

Play: Video


*

25 março 2024

Lewandowski considera caso Marielle elucidado e Moraes levanta sigilo das investigações

Em coletiva, ministro da Justiça diz caso está pronto para que o MPF ofereça denúncia contra os investigados


Alexandre de Moraes, ministro do STF - Jamille Ferraris/MJSP


Por Cristiane Sampaio*

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou em coletiva na tarde deste domingo (24) que a prisão de Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio encerra a investigação do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, por parte da Polícia Federal (PF). "Temos bem claro os executores deste crime hediondo. Um crime de natureza política. Essa etapa já está concluída. A PF já tem informações para oferecimento de denúncia ao Ministério Público Federal. Não há um prazo para o oferecimento da denúncia, mas existem elementos suficientes nos autos para o oferecimento da denúncia", explicou.

Para o ministro, a chegada à identidade dos mandantes do crime é uma “vitória”. "É extremamente significativo, é uma vitória do Estado brasileiro, das nossas forças de segurança do país em relação ao combate ao crime organizado. Temos bem claro os executores desse crime odioso, hediondo, de natureza claramente política. A polícia, em suas investigações, investigou os mandantes e os demais envolvidos nessa questão. Claro que poderão surgir novos elementos”, disse, deixando em aberto que outras investigações podem ser abertas, se surgirem novos indícios.

Questionado pela imprensa sobre as revelações trazidas pelas apurações até o momento e a relação disso com o desenvolvimento das milícias no estado do Rio de Janeiro, Lewandowski disse que o caso pode desencadear a descoberta de outras histórias. “O que este relatório policial e as longas investigações revelam, antes de mais anda, é o modus operandi das milícias no Rio de Janeiro, que é bastante sofisticado, complexo, que se espalha por todos os estados e por várias atividades. Tenho a impressão de que, talvez, a partir desse caso, podemos desvendar outros casos ou pelo menos seguir o fio de um novelo cuja dimensão ainda não temos clara", disse. 

“Mas [essa elucidação dos mandantes] é uma espécie de radiografia de como operam as milícias e o crime organizado no Rio e de como há um entrelaçamento inclusive com alguns órgãos políticos e órgãos públicos, o que é algo muito preocupante”, continuou o ministro.  

O diretor-geral da PF, Andrei Passos, destacou a importância de se observar o contexto da época em que o crime ocorreu, ao buscar entender a motivação. "A gente não pode dizer, e isso estava nos relatórios, que houve um único e exclusivo fato. O que há são várias situações que envolvem a vereadora Marielle Franco, que levaram a esse grupo de oposição, envolve também a questão das milícias, disputas de territórios. Precisamos fazer essa análise olhando há seis anos. Havia um cenário e havia uma disputa", afirmou. 

Para Passos, no entanto, a atuação da ex-vereadora em defesa da habitação social e do direito à moradia, no contexto das discussões do Projeto de Lei 174, de 2016, que facilitaria o uso comercial de territórios, interesse do grupo dos irmãos Brazão, foi um estopim que levou à sua execução. “A vereadora faz parte de um grupo político antagônico ao que identificamos com os mandantes. Na vida pública como um todo. Se a pauta imobiliária não era central na atuação da vereadora, era parte de sua atuação, entre outros campos que iam de encontro ao grupo dos mandantes", afirmou o diretor-geral da PF.

Investigações

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo das decisões judiciais que autorizaram a prisão preventiva dos mandantes do assassinato de Marielle Franco, atentado que também vitimou o motorista Anderson Gomes e resultou em tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves, que estava no mesmo carro que a vereadora do PSOL e sobreviveu à ação. O documento pode ser acessado no link abaixo.

Moraes também retirou o sigilo do parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) e do relatório final da Polícia Federal (PF) sobre o caso. O material tem centenas de páginas.

Ainda segundo a Corte, a decisão será submetida à avaliação da Primeira Turma do STF em uma sessão virtual que ocorrerá entre 0h e 23 horas e 59 minutos desta segunda (25).

Os mandados resultaram na prisão do conselheiro do Tribunal de Contas do Rio (TCE-RJ) Domingos Brazão, do deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ) e do delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Estado do Rio. Em nota divulgada à imprensa, o STF divulgou que os três passaram por audiência de custódia conduzida pelo desembargador Airton Veira, que atua como magistrado instrutor do gabinete de Moraes, na Superintendência da Polícia Federal no Rio.

As prisões foram mantidas após as audiências e foi informado que os três presos seriam transferidos para outros estados. O destino são Brasília (DF), Campo Grande (MT) e Porto Velho (RO). “Além das três prisões preventivas, foram determinadas outras diligências: busca e apreensão domiciliar e pessoal; bloqueio de bens; afastamento das funções públicas; e outras cautelares diversas da prisão (tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, entrega de passaporte, suspensão de porte de armas), além de apresentação perante o juízo da execução no RJ”, informa a nota do STF.

Decisão Caso Marielle - Relatório PF Caso Marielle

*Edição: Rodrigo Gomes - Via: https://www.brasildefato.com.br/

24 março 2024

Além de Chiquinho Brazão, PF prende Domingos Brazão como mandante da morte de Marielle

Ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa foi preso pela suspeita de acobertar o crime

Ex-vereadora Marielle Franco (PSOL) e Domingos Brazão (MDB), ex-deputado estadual no Rio (Foto: ABR | Reprodução)

A Polícia Federal está realizando uma operação nesta domingo (24) no âmbito das investigações que apuram o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018, no Rio de Janeiro. O deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil - RJ) foi preso durante a operação, juntamente com Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Eles são suspeitos de serem os mandantes do assassinato. O ex-chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa foi preso pela suspeita de acobertar o crime.

Os agentes cumpriram três mandados de prisão e estão cumprindo outros 12 de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram expedidos mandados de busca e apreensão na sede da Polícia Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estado (TCE).

A ação está sendo desenvolvida de forma conjunta pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e pela Polícia Federal. A operação ocorre na esteira da delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, réu confesso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco.

Os investigadores ainda trabalham para descobrir a motivação do crime, mas ligam o caso a expansão imobiliária e territorial das milícias fluminenses.

A operação foi deflagrada no início da manhã deste domingo como forma de surpreender os suspeitos, uma vez que a PF suspeitava que eles estariam em alerta após o STF homologar a delação premiada de Ronnie Lessa.

*Via https://www.brasil247.com/

22 março 2024

Vazamento de áudios de Mauro Cid visa atrapalhar investigações, avaliam PF e ministros do STF

Investigadores também querem saber se houve combinação dos áudios vazados com advogados de outros investigados, o que configuraria crime de obstrução de Justiça

  Mauro Cid | Fachada do STF (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado | STF)

247*Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e integrantes da Polícia Federal avaliam que os áudios vazados em que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), faz ataques à Corte e à corporação, fazem parte de uma estratégia para tumultuar as investigações das quais ele e o ex-mandatário são alvos, diz a jornalista Andréia Sadi em sua coluna no G1. 

Cid, que foi preso em maio de 2023 durante uma operação que investigava a emissão fraudulenta de cartões de vacina para Bolsonaro, seus familiares e aliados, firmou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. Desde então, sua colaboração tem sido utilizada em diversas frentes de investigação, incluindo aquelas que apuram possíveis desvios de joias da União pelo ex-mandatário e uma suposta tentativa de golpe de Estado para se manter no poder após a derrota nas urnas em 2022.

Os áudios, divulgados pela revista Veja, atribuem a Cid declarações de que os investigadores da PF "não queriam saber a verdade" e que Moraes "está com a sentença pronta" para condenar os investigados. A divulgação dos áudios coloca em risco o acordo de delação de Cid, uma vez que a discussão sobre a colaboração está sob sigilo e ele não pode discuti-la com ninguém além de seus advogados e os investigadores. “Uma dúvida também a ser apurada é se houve combinação desses áudios com advogados de outros investigados, o que poderia configurar obstrução de Justiça”, destaca a reportagem.

Integrantes da PF, porém, avaliam que uma eventual anulação da delação não invalidaria as investigações, pois apenas confirma outras provas já obtidas. "[Cid] só tem a perder. A delação apenas corrobora as demais provas que temos... pouco traz de novo", afirmou uma fonte da PF.

*Fonte: https://www.brasil247.com/

20 março 2024

Lula, a voz forte do antifascismo

Naquela sexta-feira de democracia em Porto Alegre, por ironia na casa dos empresários mais bolsonaristas do nosso Estado, Lula venceu e comoveu.

  Foto: Ricardo Stuckert/SECOM

Por Tarso Genro (*)

Para situar onde penso que nos encontramos nos dias que correm, lembro textos de José Luís Fióri (“Desajuste Global e Modernização Conservadora”, com Maria Conceição Tavares, Paz e Terra, 1993, pg. 128, 129) nos quais ele vê “uma crise histórica de dimensões não conjunturais: um longo processo de transição entre uma forma de organização e desenvolvimento capitalista já esgotada e um novo ciclo que (ainda) está em construção”; (…) processos conflitantes que “obedecem a lógicas autônomas, embora interconectadas (…) “das mutações macro e microeconômicas e da transformação das instituições políticas.”

Agora, já busco o reflexo da situação histórica narrada por Fiori, no presente, lembrando Marcio Pochmann (” A grande desistência histórica” – Ed. Ideias e Letras, pg. 33-34): em 2003, a partir do golpe contra Dilma, “a barreira do avanço da desregulação, constituída a partir de 2003, se desmanchou rapidamente, permitindo retomar as reformas neoliberais destruidoras de direito sociais trabalhistas e privatizadoras do Estado.” O tênue espaço para o Estado Social se recriar cedeu ao reformismo insano da direita radical, cujo sentido era destruir e matar.

A crise histórica de “dimensões não conjunturais”, então buscou uma saída estrutural. Por ela as classes dominantes brasileiras, já desistentes de um projeto nacional. se jogaram nas mãos do batismo global definitivo e assim promoveram a simbiose dos anões morais: os “ceos,” sem pátria e sem fascínio, geraram uma dinâmica política que foi interrompida pela difícil vitória de Lula, contra todo o esquema de poder global, político e midiático, do rentismo insaciável.

Numa recente entrevista dada ao jornal “El País” (03.10.2024) o Presidente do Chile Gabriel Boric disse que “os princípios do nosso Governo se mantêm totalmente firmes”. E segue: “a profundidade das mudanças que imaginamos em um certo momento foi na contramão do que queria a maioria da população. Isso é inegável. E isso implica em ajustar-se, mas sem- por isso – desviarmos dos nossos princípios: mudaram as prioridades e a velocidade, mas não o sentido dos nossos princípios.”

Boric, jovem e grande governante, reconheceu na entrevista a mudança das prioridades e da velocidade destas, sem manifestar-se, todavia, sobre a debilidade programática da sua “coalizão”, para enfrentar a crise, o que – aliás – não é uma debilidade dele, mas parece ser do conjunto da esquerda em termos planetário, todos “órfãos da utopia” e meio perdidos numa noite suja onde cadela fascista – como dizia Brecht – não sai do seu cio.

No espaço político europeu a BBC News (11.03. 2024) anunciou recentemente a derrota do Governo do Partido Socialista em Portugal, nas recentes eleições parlamentares. E noticiou a nova estratégia socialista: “nunca deixar a liderança da oposição para a extrema direita”, salientando – ainda – que o PS não será uma “chave” para a centro-direita montar um Governo, cuja vitória reduziu a pó a estrondosa vitória socialista de janeiro de 22, momento em que o Primeiro-Ministro António Costa conquistou mais de 116 assentos no Parlamento. Mas, atenção: foi também o momento em que a extrema direita se tornou a terceira força política do país. Parecia – foi verdadeiro – que a tormenta fascista rebatia, novamente, nas janelas coloniais de Lisboa, espalhava-se pelo Rocio e chegava nos camponeses do norte, nas barrancas verdes do Douro e no Arco de São Jorge. vigilante sobre as águas douradas do Tejo.

Os exemplos de Portugal e go Chile servem para mostrar o desconforto de amplos setores da sociedade, independentemente da sua extração de classe, com a democracia liberal-representativa, sensação somada à frustração das promessas sociais engendradas no Século passado, que não conseguiram implementar coerência ao Estado Social e, ao mesmo tempo, carecem de imaginação criadora para renovar o pacto democrático moderno pela via do socialismo.

De um lado, não resgataram algo do espírito utópico-democrático que empolgou vastos setores do mundo do trabalho, da juventude e da classe operária industrial, vindos da Revolução dos Cravos e, de outro, não conseguiram programar no Chile uma síntese identitária, para a qual sobram propósitos, mas faltam estratégias de universalização das suas lutas fragmentárias.

O ato do Governo Federal na FIERGS, na sexta-feira (15.03) no auditório lotado de petistas e por boa parte dos melhores quadros e dirigentes da esquerda e centro-esquerda do Estado, foi um evento significativo para o Rio Grande. E para o país. A fala presidencial, feita numa casa empresarial de onde partiram – antes da crise de 8 janeiro – encabulados acenos ao golpismo contra a posse do Presidente Lula, situou de forma dinâmica o espaço político novo, possível no Rio Grande, no concerto da Federação. Parecia que ali que o Rio Grande poderia começar a conversar consigo mesmo.

Na Federação mutilada, primeiro pelo apoio calhorda que a maior parte da mídia tradicional deu ao golpe contra Dilma, depois pelo personalismo, autoritarismo e fascismo, latente em todas as atitudes do bolsonarismo patético que assolou a nação, o evento não só mostrou o republicanismo vivo e com princípios que marca o Governo Lula, como também a sua capacidade de diálogo e persuasão política.

Sua fala, feita depois de uma cansativa exposição de números e dados – seguida da inteligente transição feita pelo Ministro Paulo Pimenta – para preparar o terreno do discurso presidencial, mostrou a que veio. Sem desdenhar da importância dos números e dos “feitos”, Lula calcou o seu discurso numa avaliação da situação latino-americana e mundial, face ao ascenso da extrema-direita, em todos os continentes.

Destacou que só a força da democracia, expressa nas instituições formais da República e o reforço do pensamento democrático na sociedade civil, pode afastar o perigo fascista. Lula deu uma aula de institucionalidade democrática e centrou a sua fala no perigo que significa a hidra do fascismo, que tem mil cabeças de fogo e milhões de lâminas mortais escondidas nas suas unhas traiçoeiras.

Foi o espaço ecumênico em que estavam também alguns empresários, o Governador Leite, personagem da centro-direita que aceitou e reforçou o convite de Lula ao diálogo republicano – bem como o Prefeito de Porto Alegre – notório bolsonarista e negacionista, tratado pelo protocolo e pelos Ministros de Lula com o respeito institucional que lhe é devido. A reunião fluiu como um vento de reconciliação com a democracia política, que o nosso Estado tanto precisa, acuado entre o Uruguai neoliberal e Santa Catarina meio-nazista, entre o Paraguai e a nova Argentina de Milei: Lula Brilhou como poucos.

Em 16 de março, um dia após este evento, “o Poder 360″ divulgou uma pesquisa informando que o Governador de São Paulo Tarcísio de Freitas subiu o seu apoio popular em quase 10 pontos – de dezembro\23 a março\24 – na região santista, quando a operação policial desencadeada pelo Governo paulista já deixara na cidade de Santos 47 mortos!

Entre os mortos e desaparecidos na Faixa de Gaza, hoje, já são contados mais de 30 mil vítimas (entre estas mais de 6 mil crianças e 7 mil mulheres) por ações militares israelitas que são suportadas – com o custo direto somente no Orçamento do Estado de Israel – que soma nada menos do que 14 bilhões de dólares, nos dois primeiros meses de 2024. A Humanidade arde e sofre com os esgares rançosos da ideologia do terror nazifascista.

Lula já lamentara, no encerramento da 46ª Cúpula de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe, que o mundo gaste 2,2 trilhões de dólares em armas por ano, dados que apenas ilustram as grandes políticas de Estado. de caráter necrófilo, que colecionam consciências de sociopatas em todo o mundo, inclinadas para o fascismo e o neonazismo.

Lula, depois de Mandela, é o último grande quadro político contemporâneo, cuja voz tem amplitude mundial em defesa da doutrina da paz, que só poderá vingar de forma universal com a derrota do etos fascista que assola o Planeta e já tomou conta do Governo de Israel. Como nada é integralmente perfeito pode ser dito que aquela sexta-feira de democracia em Porto Alegre , por ironia na casa dos empresários mais bolsonaristas do nosso Estado, Lula venceu e comoveu. Nem tudo está perdido, pois foi “um dia quase perfeito”.

(*) Tarso Genro foi governador do Estado do Rio Grande do Sul, prefeito de Porto Alegre, ministro da Justiça, ministro da Educação e ministro das Relações Institucionais do Brasil.

-Fonte: Sul21

18 março 2024

Lava Jato, 10 anos – entre o espetáculo midiático e a criminalização da política

 


Por Eliara Santana*

Hoje, 17 de março [domingo], a primeira fase da Operação Lava Jato completa 10 anos.

Ao longo desses anos, todas as noites, eu me encontrava com o Jornal Nacional e com a famigerada imagem do fundo vermelho com um duto enferrujado de petróleo por onde escorria muito dinheiro.

Era uma experiência angustiante porque eu via ali se desenhar uma grande armação contra o país, contra a democracia, contra um grupo político.

E com o precioso apoio da mídia corporativa. No imaginário simbólico da população brasileira, aquela imagem simbolizava a corrupção.

Midiaticamente, a corrupção tinha cor e partido político, e isso justificava todos os abusos e as arbitrariedades jurídicas, todo o punitivismo, as condenações sem provas, a produção de delações forçadas, o espetáculo na condução das investigações, a ausência de contraditório.

Em linhas gerais, este pode ser um resumo do legado da Lava Jato:

— procuradores e juízes que se tornavam, midiaticamente, heróis;

— a Petrobras, patrimônio nacional e galinha dos ovos de ouro, sendo destruída pelas sucessivas denúncias e ataques;

— corrupção vinculada a grupos políticos específicos;

— perseguição a políticos de esquerda em nome de um pretenso combate á corrupção;

— um juiz de primeira instância que prende um ex-presidente, libera trechos de delações às vésperas da eleição, grampeia e ex-presidente e divulga áudios com conversas da presidenta atual e se torna o ministro da Justiça do opositor;

— a criminalização da política no Brasil;

— derrocada do sistema político e jurídico do país; a eleição de Jair Bolsonaro, um candidato racista, machista, homofónico e representante da milícia, o prior presidente do país.

Na verdade, uma arquitetura político-ideológica que se fantasiou de operação judicial para convencer a população e criminalizar a esquerda e a política de modo geral.

Construção que teve, na mídia corporativa tradicional a grande e maravilhosa parceira, aliada, companheira para apontar inimigos, persegui-los, condena-los sem qualquer contraditório. A Lava jato era a lei.

E nessa encenação, o trabalho conjunto e afinado com a mídia corporativa, Jornal Nacional à frente, mas não sozinho, foi fundamental.

Repeti à época, repito agora: sem o apoio inquestionável da mídia, a Lava Jato não seria o que foi, não teria causado o estrago que causou ao funcionamento institucional do país.

Muito além da simples divulgação massiva de informações relativas a processos em andamento, a ação conjunta e coordenada da mídia com a Lava Jato foi decisiva para direcionar os rumos políticos do Brasil.

Havia um modus operandi muito específico que envolvia um timing perfeito na divulgação de investigações, nas ações espetaculares da Força Tarefa e nas delações direcionadas, e a encenação das reportagens relativas a essas investigações, o que garantia uma percepção dominante de que havia ali “heróis” que tinham a “missão” de acabar com a grande corrupção. Nada mais falso.

Os tais heróis da Lava Jato eram juízes e promotores oportunistas, manipuladores, com um viés ideológico fortíssimo e deslumbrados com os auspícios da mídia, com a imensa exposição que estavam tendo.

A primeira fase da Operação Lava Jato foi deflagrada num ano eleitoral muito importante, quando Dilma Rousseff era presidenta, e a Petrobras era a esperança brasileira com o pré-sal.

Dilma e o PT haviam enfrentado as tais jornadas de 2013 e saíram fortalecidos, pois a economia ia de vento em popa, os brasileiros consumiam, viajavam e faziam churrasco. A Lava Jato veio a calhar para quebrar esse ritmo.

Na primeira fase, deflagrada exatamente em 17 de março, foram presos o doleiro Alberto Youssef e o diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. O espetáculo midiático estava garantido.

Em agosto de 2014, com as campanhas para eleição presidencial já em campo, Paulo Roberto Costa assina o primeiro acordo de delação premiada e cita em depoimento lideranças do PT. Segue o espetáculo.

Para relembrar o significado da ação conjunta entre mídia corporativa e Lava Jato, quero trazer aqui alguns momentos e composições muito reveladores do que foi esse conluio jurídico-midiático que tanto mal fez ao país e à democracia brasileira.

A primeira lembrança é a da imagem potente que simbolizou a o redesenho da corrupção feita pela Lava Jato e a mídia – um fundo vermelho, com um duto enferrujado de petróleo por onde escorria muito dinheiro.

Era a imagem que ilustrava, noite após noite, as reportagens do Jornal Nacional sobre a corrupção ligada a um único grupo político.

A segunda é a capa do Jornal Folha de S. Paulo, de 5 de abril de 2015, que mostra os procuradores da lava jato, Deltan Dallagnol à frente, como “intocáveis”. Eles eram, portanto, os heróis contra os quais não cabia qualquer questionamento em relação às ações.

A terceira é o papel do principal repórter da Rede Globo envolvido com a cobertura da Lava Jato à época, Vladimir Netto.

Em 21 de junho de 2016, o jornalista global Vladimir Netto, que desde sempre fazia as reportagens sobre a Lava Jato, lançou um livro contando os “bastidores” da operação. O primeiro evento de lançamento foi em Curitiba.

Segundo reportagem divulgada no jornal O Globo à época, o jornalista “descreve de forma eletrizante cada operação policial”.

Em fevereiro de 2021, vazamentos da Operação Spoofing divulgados pelo The Intercept mostraram o tamanho dessa proximidade: há conversas frequentes do coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, com Vladimir Netto, que “aconselhou” o procurador a não emitir nota após a condução coercitiva de Lula.

Outra lembrança é de 4 de março de 2016, quando – o então juiz Sergio Moro autoriza a condução coercitiva do ex-presidente Lula para depor para a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

O então ex-presidente não havia sido intimado a depor e, portanto, não havia negativa da parte dele – não havia, portanto, qualquer motivação legal para a condução coercitiva.

Quando os policiais chegaram para buscar Lula, a reportagem da Globo já estava a postos. O assunto, claro, dominou toda a edição do JN naquela noite, com a manchete anunciando: “PF leva Lula para depor a investigadores da Lava Jato em SP”.

Não havia contraditório na notícia, nada de dimensionar o significado de uma condução coercitiva em que o réu não havia oferecido resistência. Interessava o espetáculo exaltando a Lava jato.

E em 16 de março de 2016, o juiz Sergio Moro liberou áudios contendo conversas do ex-presidente Lula com várias pessoas, incluindo a presidenta Dilma Rousseff. Havia também conversas particulares de dona Marisa com um dos filhos. Tudo foi divulgado com grande estardalhaço na mídia.

A investigação envolvendo Lula estava em andamento, e Moro justificou a liberação dizendo que era assunto de interesse público.

Conversas particulares de dona Marisa Letícia com um dos filhos ganhou destaque em todos os jornais, o que comprometeu a saúde da ex-primeira-dama, que morreria um ano depois com um AVC.

Avançamos para outra lembrança, de como a parceria contribuiu para eleger Jair Bolsonaro. Era 1º de outubro de 2018, às vésperas do primeiro turno da eleição para presidente.

Sergio Moro liberou a divulgação de trechos de delação do ex-ministro Antônio Pallocci que continham acusações contra o ex-presidente Lula. Os trechos foram liberados com exclusividade para o JN, que se encarregou de produzir um grande espetáculo.

Em novembro, com a eleição de Jair Bolsonaro, Sergio Moro assume como ministro da Justiça. Era o prêmio que aguardava pelos serviços prestados.

Mas como o mar da história é agitado, a Operação Lava Jato tem um fim melancólico em 2021. Sem alarde, sem destaque nos jornais, apenas com as sucessivas denúncias de violação à imparcialidade por parte do ex-juiz Sergio Moro.

A imprensa, como sempre, tenta se esquivar do papel fundamental que teve ao garantir a projeção de Moro, Dallagnol e da Operação como um todo. Ela foi cúmplice, parceira, igualmente culpada. Nunca vamos nos esquecer.

Para fechar, quero fazer aqui um agradecimento público à querida Conceição Lemes, editora do Viomundo e parceira fidedigna, fiel e maravilhosa. Honro muito as parcerias e as pessoas que sempre me deram ouvidos, me deixaram falar e me deram espaço quando tudo estava em direção contrária. Conceição foi essa pessoa, e eu só agradeço.

Ao fechar este ciclo de 10 anos da Lava Jato, minha sensação é de alegria e dever cumprido. Mas sigamos sempre atentos, porque os lobos estão sempre à espreita.

*Fonte: Viomundo

Leia também

Ângela Carrato: Mídia tenta na maior cara de pau reeditar a Operação Lava Jato 

16 março 2024

E.d.n.a.r.d.o - Pavão Mysteriozo ... e muito e mais ...

EXCLUSIVO - Gilmar Mauro, do MST: “É o Brasil que carrega o agronegócio nas costas, não o contrário”

Em entrevista à Fórum, o histórico dirigente explica as causas da alta dos preços dos alimentos e projeta colapso do agronegócio diante das crises climática e social; "Bolha especulativa do agro começa a se formar e reforma agrária ainda é urgente"

A pesquisa Genial/Quaest divulgada no último dia 6 de março mostrou queda na popularidade do presidente Lula (PT), que saiu de 54% de aprovação em dezembro para 51%. Entre as razões que o instituto elencou para explicar os dados está a percepção de que a economia piorou. E mesmo que a economia tenha de fato melhorado, é preciso entender essa percepção: 73% dos entrevistados afirmaram que os preços dos alimentos explodiram no último mês.

Uma semana depois, na última terça-feira (12), foram divulgados os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A média de aumento nos preços dos alimentos foi de 1,12%. O problema é que os maiores aumentos foram registrados em itens populares e de amplo consumo. A cebola aumentou 7,37%, a batata subiu 6,79% e os preços do leite e do arroz registraram altas de 3,5% e 3,7%. E os valores já estão acrescidos da alta registrada em fevereiro. Na ocasião, a batata tinha subido mais de 22%, a cenoura 36% e o feijão carioca 7,2%. (...)

*CLIQUE AQUI para continuar lendo (via Revista Fórum).

Matança lá e cá

 


*Via Brasil de Fato

15 março 2024

“Podem encerrar as investigações. Já há provas contra Bolsonaro”, diz Lênio Streck*

Jurista comentou a divulgação de depoimentos na investigação da tentativa de golpe


Jurista Lenio Streck (Foto: Jacson Miguel Stülp/Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul)

Após o Supremo Tribunal Federal decidir levantar o sigilo sobre os depoimentos dos investigados pela tentativa de golpe de Estado, o jurista Lênio Streck afirmou que não restam dúvidas sobre o envolvimento de Jair Bolsonaro na trama golpista. 

Segundo Streck, as investigações já podem ser encerradas, tendo alcançado claramente Bolsonaro. Nesta sexta-feira (15), ele citou trechos do depoimento do tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, ex-comandante da Aeronáutica, que complicou Bolsonaro.

 >>> SAIBA MAIS: Bolsonaro pediu a ex-AGU atos contra resultado eleitoral, diz ex-comandante da Aeronáutica

"Podem encerrar as investigações! Há provas suficientes para processar Bolsonaro (e não só ele) por tentativa de golpe", escreveu o jurista. 

Ele citava um trecho do depoimento de Baptista Junior em que o ex-comandante diz que o golpe de Estado planejado pelo entorno de Jair Bolsonaro para mantê-lo na Presidência apesar da vitória incontestável de Lula poderia ter sido consumado caso o general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, tivesse aderido ao plano.

*Via https://www.brasil247.com/

14 março 2024

Há seis anos, Marielle Franco era assassinada; saiba as últimas atualizações das investigações

 O brutal assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista Anderson Gomes completou 6 anos nesta quinta-feira


247* - O brutal assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista Anderson Gomes completou 6 anos nesta quinta-feira (14), ainda sem solução. Até agora, 4 suspeitos estão presos:

Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, apontado como o responsável por desmanchar o Cobalt prata usado no 14 de março de 2018.

Ronnie Lessa foi preso em março de 2019. Na delação de Élcio de Queiroz, é apontado como autor dos disparos. 

Élcio de Queiroz, ex-sargento da Polícia Militar, expulso da corporação em 2015. Após 4 anos preso, ele fez uma delação premiada e admitiu que dirigia o carro que perseguiu o veículo onde estavam a vereadora e seu motorista.

Suel também está preso e já havia tentado matar a vereadora em 2017. Ele é ex-sargento do Corpo de Bombeiros, acusado de ter cedido um carro para a quadrilha, esconder as armas após o crime e auxiliar no descarte delas.

Últimas atualizações do caso- A Força-tarefa Marielle Franco e Anderson Gomes do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentou as alegações finais na ação penal movida contra o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, e pede que ele seja julgado pelo Tribunal do Júri pelas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018.

De acordo com o MPRJ, nas conclusões do parecer, além do julgamento, os promotores Eduardo Morais Martins e Mario Jessen Lavareda pedem que o réu seja pronunciado por homicídio duplamente qualificado contra Marielle e Anderson, além de uma tentativa de homicídio duplamente qualificado contra Fernanda Chaves, assessora da vereadora, que estava no mesmo carro no dia do crime.

Os promotores pedem ainda que Suel seja julgado por receptação referente ao veículo Cobalt, usado no crime, e a manutenção da prisão preventiva do réu em presídio federal de segurança máxima.

No dia 24 de julho do ano passado, Suel foi preso na Operação Élpis, deflagrada pela Polícia Federal e o MPRJ, na primeira operação realizada desde que a PF assumiu as investigações no início de 2023.

Possível mandante- Deputado estadual pelo MDB durante cinco mandatos no estado do Rio de Janeiro, Domingos Brazão, 58 anos, é conselheiro do Tribunal de Contas (TCE-RJ) foi apontado em janeiro de 2024 pelo ex-policial militar Ronnie Lessa como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes.

O ex-deputado é líder de um poderoso grupo político da zona oeste do Rio, berço das milícias da capital. Ele enfrentou acusações de improbidade administrativa, fraude, máfia dos combustíveis e o envolvimento com milícias para a compra de votos e formação de curral eleitoral, de acordo com informação publicada pela Carta Capital

Ele nega as acusações.

A expectativa é que a conclusão do caso ocorrerá no mês de abril, trazendo a possibilidade de finalmente encerrar um dos crimes que mais indignou o Brasil.

Quem foi Marielle Franco - Marielle Franco foi uma ativista política, socióloga e vereadora brasileira. Ela nasceu em 27 de julho de 1979. Franco foi uma defensora dos direitos humanos, especialmente dos direitos das mulheres, negros e LGBTQ+. Ela cresceu na favela da Maré, no Rio de Janeiro, e enfrentou muitos desafios em sua vida, incluindo a pobreza e a violência policial.

Marielle Franco tornou-se uma figura proeminente na política brasileira por sua luta contra a brutalidade policial, a corrupção e os abusos de direitos humanos. Ela foi eleita vereadora do Rio de Janeiro pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em 2016, com uma plataforma centrada na defesa dos direitos das minorias e na segurança pública.

*Com o site https://www.brasil247.com/

13 março 2024

MÍDIA - Globo agride Lula e distorce a realidade para tentar manter dividendos abusivos na Petrobras

Jornal afirma que "Lula mina a confiança no Brasil", quando ocorre justamente o contrário


Lula e Jean Paul Prates na refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE) 18/01/2024 (Foto: Ricardo Stuckert)

247* O jornal O Globo, que apoiou o golpe de estado de 2016, contra a ex-presidente Dilma Rousseff, e a prisão política do presidente Lula, fenômenos que permitiram a ascensão de Michel Temer para que ele transferisse a renda do petróleo brasileiro para acionistas minoritários da Petrobras, publica editorial nesta quarta-feira, que agride Lula e distorce a realidade. Intitulado "Lula mina a confiança no Brasil", o jornal afirma que, "ao intervir na Petrobras, presidente corrói credibilidade do mercado e prejudica desenvolvimento".

O texto agride a história porque, quando presidiu o Brasil entre 2003 e 2010, Lula resgatou a confiança no Brasil, acumulou mais de US$ 300 bilhões em reservas internacionais e fez com que o País alcançasse o grau de investimento. Neste terceiro mandato, Lula também resgatou a credibilidade no Brasil, destruída nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, que haviam transformado o país em pária internacional.

O objetivo do Globo, com este editorial, é pressionar a Petrobras a retomar a política de dividendos abusivos. "Desde 2021, a Petrobras distribui entre os acionistas uma fatia extra dos lucros quando obtém bons resultados, os dividendos extraordinários. A expectativa de que voltassem a ser distribuídos neste ano alavancou as ações. O presidente da petroleira, Jean Paul Prates, defendia a distribuição de 50% do resultado extraordinário em dividendos, mas tal visão não prevaleceu no Conselho. Na semana passada, a Petrobras comunicou que pagaria apenas dividendos ordinários, mas nada de dividendo extraordinário", escreve o editorialista.

"São nítidas as digitais de Lula na decisão. Ele encara a petroleira estatal como instrumento de política pública", prossegue, quando, na verdade, a Petrobras é uma empresa pública e que, portanto, tem diversas funções públicas, como a de garantir o abastecimento de derivados no mercado brasileiro a um preço justo e competitivo.

No editorial, o Globo também se posiciona contra a retomada de investimentos em refino pela Petrobras e, na prática, defende um modelo predatório de exploração das riquezas nacionais. "Cada movimento desses não só destrói valor, mas também corrói a credibilidade do capitalismo brasileiro, essencial para promover o desenvolvimento que Lula afirma defender", escreve o editorialista do Globo, que, na realidade, defende um Brasil espoliado e subdesenvolvido.

*Fonte: https://www.brasil247.com/