31 janeiro 2016

Lula mostra os documentos e prova a armação do “triplex do Guarujá”


apto

Por Fernando Brito*
Lula acabou, com antecedência, com as gracinhas do tal promotor Cássio Conserino, que o havia intimado a depor, como investigado, no arranjado “caso” do apartamento no Guarujá.
Mandou divulgar, pelo Instituto Lula, todos os documentos relativos à compra, em nome de Mariza Letícia, sua mulher, da cota na cooperativa que fez o projeto e depois o transferiu para a OAS.
Até seu próprio sigilo fiscal o ex-presidente quebrou, espontânea e publicamente, publicando sua declaração de bens no Imposto de Renda do ano passado.
O patrimônio representado pela cota está declarado, tintim por tintim.
Não há ocultação do apartamento, pela simples razão que não houve compra do apartamento.
E porque não houve? Porque não interessou comprar o que lhe foi oferecido.
O “crime” de Lula? Só se for ter ido “ver” o apartamento. Certamente não faltará jornal disposto a publicar isso: “Lula admite ter ido ver o triplex”.
É assim que funciona a canalhice midiática, com suporte em “investigadores” que partem do princípio – quem sabe autorreferenciado – de que todas as pessoas são desonestas.
Não obstante, a armação está completamente desmontada.
Embora, para a mídia, isso “não venha ao caso” e Lula vá continuar sendo acusado de “ver apartamento”, “ir ao sítio” e “andar de barquinho de lata”.
Isso se não disserem que alguma figura deu um Autorama para seu neto.
A ditadura judicial-midiática pretende “interditar” eleitoralmente Lula e, para isso, não se envergonha sequer de armar uma interdição de seus outros direitos civis, o de comprar ou não comprar algo que esteja dentro de suas posses e com seu próprio dinheiro.
E se você, meu amigo, encontrar o Lula numa feira, nem se atreva a oferecer pagar um copo de água de coco a ele.
Pode virar “oferecimento de vantagem indevida”… (...)
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30 janeiro 2016

Isto não é jornalismo

Não é difícil entender que a casa-grande está apavorada
 com a possibilidade do retorno de Lula à Presidência

O comportamento da mídia nativa é o sintoma mais preciso da decadência do Brasil
Por Mino Carta*
Incomodavam-me, em outros tempos, os sorrisos do sambista e do futebolista. Edulcorados pela condescendência de quem se crê habilitado à arrogância. Superior, com um toque de irônica tolerância. Ou, por outra: um sorriso vaidoso e gabola.
Agora me pergunto se ainda existem sambistas e futebolistas capazes daquele sorriso. Foi, aos meus olhos, por muito tempo, o sinal de desforra em relação ao resto do mundo, a afirmação de uma vantagem tida como indiscutível. Incomodou-me, explico, considerar que a vantagem do Brasil, enorme, está nos favores recebidos da natureza e atirados ao lixo pela chamada elite, que desmandou impunemente.
Quanto ao sambista e ao futebolista, não estavam ali por acaso. Achavam-se os tais, e os senhores batiam palmas. Enxergavam neles os melhores intérpretes do País e no Carnaval uma festa para deslumbrar o mundo.
O Brasil tinha outros méritos. Escritores, artistas, pensadores, respeitabilíssimos. Até políticos. Ocorre-me recordar a programação do quarto centenário de São Paulo, em 1954, representativa de uma metrópole de pouco mais de 2 milhões de habitantes e equipada para realizar um evento que durou o ano inteiro sem perder o brilho.
Lembro momentos extraordinários, a partir da presença de telas de Caravaggio em uma exposição do barroco italiano apresentada no Ibirapuera recém-inaugurado, até um festival de cinema com a participação de delegações dos principais países produtores.
A passar pela visita de William Faulkner disposto a trocar ideias com a inteligência nativa. Não prejudicaram a importância da presença do grande escritor noitadas em companhia de Errol Flynn encerradas ao menos uma vez pelo desabamento do primeiro Robin Hood de Hollywood na calçada do Hotel Esplanada.
A imprensa servia à casa-grande, mas nela militavam profissionais de muita qualidade, nem sempre para relatar a verdade factual, habilitados, contudo, a lidar desenvoltos com o vernáculo. Outra São Paulo, outro Brasil.
Este dos dias de hoje está nos antípodas, é o oposto daquele. A despeito da irritação que então me causava o sorriso do futebolista e do sambista, agora lamento a sua falta, tratava-se de titulares de talentos que se perderam.
Vivemos tempos de incompetência desbordante, de irresponsabilidade, de irracionalidade. De decadência moral, de descalabro crescente. Falei em 1954: foi também o ano do suicídio de Getúlio Vargas, alvejado pelo ataque reacionário urdido contra quem dava os primeiros passos de uma industrialização capaz de gerar proletariado, ou seja, cidadãos conscientes de sua força, finalmente egressos da senzala.
Recortes
Segundo a Folha, Lula carrega o triplex nas costas, igual a mochila














Não cabe, porém, comparar Carlos Lacerda com os golpistas atuais, alojados na mídia, grilos falantes dos barões, a serviço do ódio de classe. Lacerda foi mestre na categoria vilão, excelente de fala e de escrita.
Os atuais tribunos de uma pretensa, grotesca aristocracia, são pobres-diabos a naufragar na mediocridade. Muitos deles, como Lacerda, começaram na vida adulta a se dizerem de esquerda, tal a única semelhança. Do meu lado, sempre temi quem parte da esquerda para acabar à direita.
Os sintomas do desvario reinante multiplicam-se, dia a dia. Alguns me chamam atenção. Leio, debaixo de títulos retumbantes de primeira página, que o ex-ministro Gilberto Carvalho admitiu ter recebido certo lobista.
Veicula-se a notícia como revelação estarrecedora, e só nas pregas do texto informa-se que Carvalho convidou o visitante a procurar outra freguesia. De todo modo, vale perguntar: quantos lobistas passam por gabinetes ministeriais ao praticar simplesmente seu mister? Mesmo porque, como diria aquela personagem de Chico Anysio, advogado advoga, médico medica, lobista faz lobby.
Outro indício, ainda mais grave, está na desesperada, obsessiva busca de envolver Lula em alguma mazela, qualquer uma serve. Tanto esforço é fenômeno único na história contemporânea de países civilizados e democráticos. Não é difícil entender que a casa-grande está apavorada com a possibilidade do retorno de Lula à Presidência em 2018, mesmo o mundo mineral percebe.
Mas até onde vai a prepotência insana, ao desenrolar o enredo de um apartamento triplex à beira-mar que Lula não comprou? A quem interessa a história de um imóvel anônimo? Que tal falarmos dos iates, dos jatinhos, das fazendas, dos Rolls-Royce que o ex-presidente não possui?
Este não é jornalismo. Falta o respeito à verdade factual e tudo é servido sob forma de acusação em falas e textos elaborados com transparente má-fé. Na forma e no conteúdo, a mídia nativa age como partido político
*Jornalista, Editor da Carta Capital.
Via http://www.cartacapital.com.br/

Lula acreditou na conciliação de classes. Filhos do Roberto Marinho, não



O suspeitíssimo iate do Lula: segundo a Folha, R$ 5 mil reais em valores “atualizados”. Rsrsrs
por Luiz Carlos Azenha*
De 15 para 16 de setembro de 2006. Uma equipe da Polícia Federal prende “aloprados” do PT com dinheiro vivo em um motel de São Paulo. Eles supostamente tentavam comprar um dossiê contra José Serra, candidato do PSDB ao governo de São Paulo.
O jornalista investigativo Amaury Ribeiro Jr. diz que foi uma ação de contra-inteligência. Algo comum nos bastidores de campanha. Você joga uma isca, a campanha adversária morde e, além de posar de vítima, você tem um argumento para tentar “virar” a eleição de última hora.
Estávamos, então, na reta final da campanha de 2006. Lula candidato à reeleição, Geraldo Alckmin encabeçando a chapa tucana. A TV Globo de São Paulo despachou uma equipe para cobrir a chegada dos “aloprados” presos à sede da PF em São Paulo.
Ao chegar, o repórter da Globo notou que tinha companhia: a primeira equipe de TV no local era da produtora a serviço de Alckmin. Curioso, não? Será que a campanha de Alckmin foi a primeira a saber das prisões, antes mesmo que a Globo?
O fato é que deu certo. Alckmin usou o episódio na reta final. Conseguiu levar a eleição para o segundo turno. A mídia explorou o episódio diuturnamente, colocando o PT na defensiva.
O delegado Edmilson Bruno, da PF, deu o toque derradeiro: vazou as fotos do dinheiro apreendido na antevéspera do primeiro turno.
A eleição foi disputada com o presidente da República retratado com um capuz na primeira página da Folha e doEstadão, logo abaixo das fotos do dinheiro dos aloprados. Uma forma pouco sutil dos Frias e Mesquita de dizer que Lula era bandido.
Eu já havia narrado anteriormente que, como repórter do Jornal Nacional, testemunhei pessoalmente o esquema pelo qual os barões da mídia fazem avançar seus interesses políticos e econômicos: a famosa repercussão da capa da Veja.
Ela sai na sexta, no sábado ganha espaço no Jornal Nacional com reprodução acrítica, ou seja, sem que as informações sejam checadas de forma independente. No domingo é publicada na Folha, no Estadão e em O Globo. E, assim, o assunto ganha pernas. (...)
CLIQUE AQUI para ler na íntegra (*via Viomundo)

29 janeiro 2016

Locutor de rádio da RBS, empresa suspeita de pagar propina, incitou ouvintes a cuspir em Lula “por corrupção”; ouça


nelson e eduardo sirotosky e alexandre fetter
Nelson Sirotsky, presidente do Conselho de Administração, e o sobrinho Eduardo Sirotsky Melzer, presidente do Grupo RBS, suspeito de mandar pagar propina, e Alexandre Fetter, o “humorista” da rádio Atlântida que incitou ao ódio. Vai mandar cuspir nos patrões?
CARTA ABERTA À RBS
LOCUTOR INCITA AGRESSÕES À LULA
Desde que o desejo da maioria do povo brasileiro foi vitorioso nas eleições presidenciais, de 2014, e frustrou os interesses dos grandes grupos de comunicação do país, com a reeleição da Presidenta Dilma Rousseff do Partido dos Trabalhadores, o Brasil vive um clima de hostilidade, de extremismo e de inúmeros ataques, por parte daqueles que até hoje estão inconformados com a derrota nas urnas contra agentes políticos e, especialmente, membros do Partido dos Trabalhadores.
Infelizmente, essa onda de ódio é, em grande parte, promovida e alimentada por parte da imprensa brasileira.
Foi o que puderam constatar os milhões de gaúchos e gaúchas ouvintes da Rádio Atlântida FM, do Grupo RBS , nessa semana.
Indignados, muitos me procuraram para que fossem tomadas providências e o caso fosse denunciado.
Em um dos programas de maior audiência dessa rádio do Grupo RBS, o locutor do “Pretinho Básico” incita os ouvintes a “cuspirem” na cara do ex-Presidente Lula.
Entre as inconformidades do locutor estão, segundo ele mesmo, a possibilidade de que [eles, o povo] “vão votar no PT de novo” e o teor das últimas declarações do ex-presidente.
“Ninguém cospe no Lula, velho? Que troço desesperador, isso é desesperador. Ninguém dá uma cuspida no Lula, um sujeito desses é digno de uma cusparada”.
A incitação ao crime, cometido pelo locutor, está prevista no Código Penal. (...)
CLIQUE AQUI para ler na íntegra (*via Viomundo).

28 janeiro 2016

'Ao contrário do que dizem os conservadores, não se conserta a roda da economia se a paramos. Quando ela gira, se apruma'


bici

Hoje é dia de começar o fio da paralisia diante da crise

Por Fernando Brito*
Enquanto a atenção do país está voltada para a ofensiva, agora, de tentar criminalizar Lula, pouca atenção se dá para a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, hoje, momento – espera-se – escolhido por Dilma Rousseff e Nélson Barbosa para anunciar as correções de rumo na política econômica francamente recessiva posta em prática por Joaquim Levy.
Que aprofundou as dificuldades vividas com a crise mundial – como se essa já fosse pouco – e afundou as expectativas econômicas com a ajuda de uma mídia que produz ” um fluxo noticioso destinado a estimular a percepção de que a vida no país está se tornando insustentável e insuportável”, como descreveu anteontem, em excelente artigo, o jornalista Carlos Castilho, no Observatório da Imprensa:
“O noticiário, em especial dos telejornais, tornou-se um show de desgraças, tragédias e pessimismo generalizado. A líder absoluta no marketing do negativismo é a TV Globo, que por incrível que pareça, historicamente sempre procurou distanciar-se das baixarias predominantes nas emissoras concorrentes. Os telejornais Bom Dia Brasil e Jornal Hoje preferem os dramas pessoais, os assassinatos envolvendo problemas familiares enquanto o Jornal Nacional e o Jornal da Globo preferem a baixaria política e o derrotismo econômico.”.
A nada disso se vai vencer com políticas – de comunicação ou de qualquer área – que miem desculpas, em lugar de usar o poder, ao menos o que remanesce de poder no Governo Federal um ano e algo mais desde sua eleição e quase imediata renúncia ao confronto.
Evidente que confronto não é, muito ao contrário, o exercício da “força  cega” ou da teimosia. Mas também não é com um vago “a coisa vai melhorar”.
Se alguém quer saber o que faria ao Brasil uma política ortodoxa de enfrentamento de um quadro recessivo, não precisa fazer estudos. É só olhar o que nos deixou o “ano Levy”: receita despencando, déficit subindo, dívida crescendo, investimentos paralisados, emprego em queda e renda, idem.
É fato que o Governo não reúne condições políticas para uma reviravolta total. Mas tem de apresentar já ações ousadas – dentro do que é possível – para fazer a roda da economia voltar a girar.
Há um imenso arsenal de medidas – e recursos para elas – que pode ser utilizado e precisa ser, em alguns setores.
Construção civil é o mais significativo deles. Mas há outros em que se pode destravar decisões de investimento e de consumo.
É de esperar que, seguindo a boa máxima, o Governo vá para a reunião com as principais decisões já tomadas. Porque reunião produtiva é aquela em que se ajusta e se amplia o que o bom-senso manda fazer.
Ao contrário do que dizem os conservadores, não se conserta a roda da economia se a paramos. Quando ela gira, se apruma.
*Editor do Tijolaço http://tijolaco.com.br/

27 janeiro 2016

Bancoop inocenta Lula: 'Quem decidiu foi o MP'

corrupção
Ilustração de Lisboa Elia no Facebook
Conversa Afiada* reproduz nota oficial do Bancoop:
A Bancoop, tendo em conta os recentes procedimentos relacionados a empreendimento imobiliário que esteve sob sua responsabilidade, vem prestar o seguinte esclarecimento:


Em decorrência de acordo judicial celebrado com o Ministério Público de São Paulo em 20 de maio de 2008 e homologado pelo Poder Judiciário (processo nº 583.00.2007.245877-1, 37ª. Vara Cível do Foro Central de São Paulo), a Bancoop procedeu a consulta aos cooperados de seus empreendimentos para deliberação sobre a continuidade das medidas das obras em construção. A consulta fez com que, por deliberação dos cooperados, alguns empreendimentos fossem transferidos para diferentes empresas construtoras ou condomínio de construções.

Esse foi o encaminhamento dado ao empreendimento Mar Cantábrico, localizado na cidade do Guarujá, no litoral paulista. Por deliberação coletiva dos respectivos cooperados, adotada em assembleia realizada em 27 de outubro de 2009 e confirmada pela adesão individual de cada cooperado, o empreendimento foi transferido à construtora OAS Empreendimentos. Esse acordo específico de transferência foi homologado pelo Poder Judiciário em 11 de novembro de 2009 (processo nº 1190/2009, do Setor de Conciliação do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo).

Assim, desde 2009 a Bancoop não tem qualquer relação com o empreendimento Mar Cantábrico, que, inclusive teve sua denominação alterada para Solaris.

Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo

25 janeiro 2016

Entrevista com a Ministra Tereza Campello (MDS)


 “Não estamos mais recolhendo casos de jovens pobres que passaram no vestibular, mas sim que passaram em primeiro lugar”. (Foto: Caroline Ferraz/Sul21)


“A nossa aposta tem que começar lá atrás, com as crianças de zero a seis anos”

Por Marco Weissheimer, no Sul21*
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, veio a Porto Alegre na semana passada para participar do Fórum Social Temático, em especial de um debate sobre o filme “Que horas ela volta?”, de Anna Muylaert. Um filme que, na visão da ministra, mostra um Brasil em transição com personagens que retratam o impacto que as políticas sociais de combate à fome e à pobreza tiveram no país na última década. Uma das coisas que mais chamou a atenção de Tereza Campello no filme é que as duas mulheres, mãe e filha, têm uma trajetória de deslocamento do Nordeste para São Paulo com objetivos bem diferentes. A mãe, Val, foi trabalhar de empregada doméstica. Já a filha, Jessica, foi fazer vestibular na USP. Histórias como a de Jessica, assinala a ministra em entrevista ao Sul21, não são mais casos isolados.
“Nós temos dezenas de histórias Jessicas por esse Brasil afora. Estamos recolhendo esses casos. Temos um menino que mora há 530 quilômetros de Teresina e que passou em Medicina no Piauí, e uma menina cotista de escola pública que passou em primeiro lugar em Medicina no Ceará. Não estamos mais recolhendo casos de jovens que passaram no vestibular, mas sim que passaram em primeiro lugar”, diz Tereza Campello. Na entrevista, ela fala sobre o impacto geracional que programas como o Bolsa Família já causou no Brasil:
“Em 2001, quando começou o Fórum Social Mundial, considerando os 20% mais pobres da população, tínhamos um pouco mais de 20% de jovens que terminavam o ensino fundamental até os 16 anos. Doze anos depois, esse índice subiu para quase 60%. Multiplicamos por três o número de jovens terminando o ensino fundamental até os 16 anos, nos setores mais pobres da população”. (...)
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24 janeiro 2016

Deputado Paulo Pimenta denuncia: PF mantém presa em condições precárias para forçar a delação premiada do marido

paulo pimenta e pf
Por Conceição Lemes, no Viomundo* 
Desde terça-feira passada, 18, a empresária Cristina Mautoni Marcondes Machado, 53 anos, está presa na Polícia Federal (PF), em Brasília.
Tudo indica que é o “o troco” dado ao seu marido, o lobista Mauro Marcondes Machado, 79, por ele não ter aceito fazer delação premiada.
Cristina e Mauro são sócios na empresa Mautoni&Machado.
Em 26 de outubro de 2015, os dois foram presos preventivamente em nova fase da Operação Zelotes – a que investiga a suposta venda de medidas provisórias (MPs) do governo federal.
Parênteses: a Zelotes original, que apurava sonegação de impostos de R$ 21 bilhões por grandes empresas, como Bradesco, Santander, Grupo Gerdau, Mitsubishi, e Grupo RBS, afiliado à TV Globo no Sul, foi abandonada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF), sem maiores explicações até agora. Fechado parênteses.
Mauro Marcondes é acusado de ter pago valores acima do mercado em contrato de consultoria à LFT Marketing Esportivo, do empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula.
Para os acusadores, os repasses teriam ligação com a venda de MPs. Luís Cláudio sustenta que os valores se referem a serviços de consultoria prestados em sua área de atuação, o esporte.
Cristina foi presa por “ameaça à ordem pública”. Na empresa, ela figurava como sócia do marido e cuidava da rotina administrativa.
“Não é segredo que, com sua prisão, o comando da Zelotes quer forçar seu marido a fechar um acordo de delação premiada”, observou em dezembro do ano passado, a jornalista Teresa Cruvinel
De fato, desde o início, as pressões sobre o casal para a delação premiada são constantes e só fazem aumentar.
Marcondes está preso em regime fechado na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Cristina foi autorizada, no final do ano passado, a cumprir prisão domiciliar, em São Paulo, para recuperar-se de cirurgia nas pernas. (...)
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Fórum Social repudia crimes do Walmart e Mc Donald’s

Para participantes, práticas antissindicais e ataques a direitos são aberração



Flávia LopesOficina defendeu a necessidade de mais pressão e maior fiscalização contra abusos das transnacionais
Palco dos primeiros passos do Fórum Social, auditório do Semapi-RS recebeu a oficinaPalco dos primeiros passos do Fórum Social, auditório do Semapi-RS recebeu a oficinaAs reiteradas e criminosas práticas antissindicais e os constantes ataques a direitos sociais e trabalhistas das redes Walmart e Mc Donald’s receberam o rechaço, nesta sexta-feira, dos participantes da oficina “Direito não se reduz, se amplia – A transnacionalização do trabalho precário das multinacionais”, realizada no Fórum Social Temático (FST), em Porto Alegre.
“Nosso enfrentamento com o Mc Donalds é porque ele é o carro-chefe do trabalho escravo no Brasil. Já o Walmart está puxando a demissão em massa, com o anúncio de fechamento de 60 lojas no Brasil”, sublinhou Antonio Almeida, secretário-geral da Contracs (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços), entidade promotora da oficina que aconteceu no auditório do Semapi (Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisa e de Fundações Estaduais do Rio Grande do Sul). Das 60 unidades a serem fechadas pelo Walmart, 12 seriam no Estado, 10 no Paraná e duas em Santa Catarina, concentrando o facão no Sul do país.
De acordo com a líder cutista Mara Feltes, coordenadora regional da Contracs, “quando estas grandes redes se estabelecem, pedem subsídio e desoneração, mas logo depois impõem sua voracidade e matam o comércio local, espalhando o desemprego entre os pais de família”. O Fórum Social Mundial nasceu neste espaço do Semapi, lembrou Mara, “sendo assim, nada mais justo do que fazermos esta reflexão e denúncia sobre práticas empresariais que atentam contra a justiça e o próprio trabalhador, sendo a negação do mundo que queremos e vamos construir”.









O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho do RS, Marcelo Fleischmann, ressaltou a importância da justiça se posicionar enfaticamente contra as jornadas móveis e variáveis, comumente adotadas por estas redes transnacionais e destacou a necessidade de maior parceria com o movimento sindical, “particularmente para que as fiscalizações aconteçam e não prevaleça a impunidade”. Embora a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) seja clara no seu artigo 4º ao estabelecer que o trabalhador seja remunerado enquanto aguarda ordem para entrar em serviço, é comum – por falta de fiscalização – que a legislação vire letra morta.
Muitas vezes, assinalou o procurador, o mau patrão se aproveita, “fazendo com que o trabalhador fique à disposição, para ser chamado na hora que a empresa bem entenda”. Em relação a redes como o Walmart e outras megaempresas, lembrou Fleischmann, “é importante assinalar que a imposição de metas também gera uma violência no local de trabalho, pois atenta contra a dignidade da pessoa humana”. Além disso, frisou, “há um impacto terrível sobre a saúde e a segurança, gerando adoecimentos e acidentes”.
Secretário de Relações Internacionais da Contracs, Eliezer Gomes condenou postura antissindical do WalmartSecretário de Relações Internacionais da Contracs, Eliezer Gomes condenou postura antissindical do Walmart



Na avaliação do secretário de Relações Internacionais da Contracs, Eliezer Gomes, “assim que chegam ao país, as empresas estrangeiras buscam de todas as formas jogar por água abaixo todas as conquistas inscritas na CLT, criada pelo presidente Getúlio Vargas”. “Querem fazer no Brasil o que fazem lá fora, onde deitam e rolam e onde o trabalhador não tem direito a nada, não tem jornada fixa, trabalha em pé”, denunciou. A realidade, enfatizou, “é que o nosso país é um dos poucos que não ocorreu a tal reforma trabalhista, onde não caiu a taxa de sindicalização, um dos poucos que teve distribuição de renda e a classe trabalhadora melhorou de vida. Agora temos de nos mobilizar para impedir o retrocesso”.
Para o jornalista Leonardo Wexell Severo, assessor da Secretaria de Relações Internacionais da CUT, há uma disputa que extrapola a questão sindical. “A globalização é o novo nome do imperialismo, uma forma dos países centrais ampliarem a sucção das nossas riquezas a partir dos tentáculos das suas transnacionais. Eles chegam, pedem todo tipo de subsídio e renúncia fiscal, sem qualquer contrapartida social, mas na hora que a crise aperta mandam os recursos para os seus países de origem, como fez recentemente a Telefonica”, disse. Conforme Severo, “há uma disputa política, econômica, ideológica e cultural onde temos de estimular os sindicalistas a pensarem com a própria cabeça e andarem com os próprios pés, tendo como prioridade o nosso mercado interno, a defesa intransigente do aumento real de salários e do avanço dos direitos”.
WALMART E SUAS BANDEIRAS
Com faturamento anual no país de R$ 29,6 bilhões (2014) e 540 lojas físicas, o Walmart tenta encobrir seu monopólio - e vender a sensação de uma hipotética “concorrência” - atuando encoberto com nove bandeiras. São elas: BIG (Hipermercado na região Centro-Sul); Bompreço (Supermercado na região Nordeste); Hiper Bompreço (Hipermercado na região Nordeste); Mercadorama (Supermercado no Paraná); Maxxi Atacado (Atacarejo em todo o Brasil); Nacional (Supermercado no Rio Grande do Sul e Santa Catarina); Sam's Club (Clube de compras em todo o Brasil);  Todo Dia (Supermercado de bairro em todo o Brasil) e Walmart Supercenter (Modelo intermediário entre o Hipermercado e o Atacarejo nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste). “Em sua divisão especial o Walmart também possui postos de gasolina, restaurantes, cafés, foto centers e farmácias com forte participação na modalidade e-Comercio atendendo todos os Estados brasileiros mais o Distrito Federal”, frisou Eliezer.
Para barrar os abusos e atropelos das empresas e negociar acordos em condições mais vantajosas aos trabalhadores, explicou Almeida, a Confederação cutista organizou oito Comitês Sindicais (Mc Donald’s, Walmart, Carrefour, C&A, Ceconsud, Casino, Accor e SHV-GÁS) que entrarão em campo neste ano com atuação redobrada.
Coordenador da rede de trabalhadores do Walmart, Olinto Teonácio Neto apontou que entre o festival de arbitrariedades e irregularidades praticado pela transnacional “estão o assédio moral, a prática antissindical, a alta rotatividade, as diferenças salariais na mesma função, as super jornadas, o desvio de função, o descumprimento de leis e convenções coletivas e o arrocho salarial”. Ao que se soma agora, condenou, este anúncio do fechamento de 60 lojas no Brasil, o que provocaria uma demissão em massa em um momento de contração da economia.
Para Antonio Carlos da Silva Filho, coordenador da rede de trabalhadores do Mc Donald’s, a unidade e a mobilização da categoria é essencial na solidariedade a companheiros a quem é vedada, na prática, a sindicalização. “A realidade é que muitos destes trabalhadores, extremamente jovens, sequer ganham o salário mínimo, são submetidos a uma jornada móvel variada, sofrem com o acúmulo de função sem a devida remuneração. Além disso, o Mc Donald’s não reconhece a insalubridade de várias funções, deixa de remunerar horas extras, retira intervalo de descanso e refeição, frauda holerites e ainda utiliza mão de obra de adolescentes em atividades insalubres”, concluiu.
*Fonte: http://cut.org.br/

23 janeiro 2016

Carta do Fórum Social Temático 2016


Assembleia dos movimentos sociais debateu, no auditório Araújo Vianna, Carta do Fórum Social Temático 2016. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Assembleia dos movimentos sociais propõe luta global contra retrocessos civilizatórios do capitalismo

Por Marco Weissheimer, no Sul21*
Um conjunto de dezenas de organizações aprovou na manhã deste sábado (23), em assembleia realizada no auditório Araújo Vianna, uma carta de compromissos dos movimentos sociais, no encerramento do Fórum Social Temático Porto Alegre. A Carta do Fórum Social Temático 2016 aponta que o atual momento político e econômico no mundo exige unidade e disposição de luta para evitar retrocessos civilizatórios. Para os movimentos signatários da carta, o capitalismo encontra-se em uma de suas piores crises e as medidas que vêm patrocinando para superar o cenário pode agravar ainda mais o quadro de desigualdade no mundo, ampliando também a supressão de direitos. Segundo estimativa da Oxfam, no ritmo atual, o 1% mais rico do mundo possuírá, até o final de 2016, mais capital que 99% da população do planeta.
No encontro da manhã deste sábado, representantes de movimentos sociais, sindicatos e organizações não-governamentais apresentaram propostas de acréscimos ao documento. Todas as propostas e moções foram encaminhadas para uma equipe de sistematização, que irá incluí-los na versão final. A Carta do Fórum Social Temático 2016 estará disponível a partir do dia 26 de janeiro na página do evento. Um dos pontos mais destacados nas intervenções foi o ataque ao mundo do trabalho e dos direitos que vem sendo promovido pelo grande capital como saída para a crise. As progressivas ameaças de precarização do trabalho e supressão de direitos, aponta a carta, devem se intensificar ao longo deste ano, exigindo máxima unidade e capacidade de mobilização por parte das organizações dos trabalhadores. (...)
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Minha grande ternura



Minha grande ternura
Pelos passarinhos mortos;
Pelas pequeninas aranhas.
Minha grande ternura
Pelas mulheres que foram meninas bonitas
E ficaram mulheres feias;
Pelas mulheres que foram desejáveis
E deixaram de o ser.
Pelas mulheres que me amaram
E que eu não pude amar.
Minha grande ternura
Pelos poemas que
Não consegui realizar.
Minha grande ternura
Pelas amadas que
Envelheceram sem maldade.
Minha grande ternura
Pelas gotas de orvalho que
São o único enfeite de um túmulo.
              
                   Manuel Bandeira

(Gravura: 'Nudez', de Modigliani - Paris/1920)

22 janeiro 2016

Janio de Freitas: Como a frase “nunca tratei de nenhum assunto desses com ele” foi transcrita em depoimento sobre Marcelo Odebrecht


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Umas palavras (e outras)
Ainda com a carta pública dos 104 advogados fervilhando entre apoiadores e discordantes, a também discutida retenção de Marcelo Odebrecht na prisão dá margem a mais um incidente processual do gênero criticado na Lava Jato. Em princípio, trata-se de estranha omissão ao ser transcrita, da gravação para o processo, da parte da delação premiada de Paulo Roberto Costa que inocenta Marcelo de participação nos subornos ali delatados. Mas o problema extrapolou a omissão.
Já como transcrição na Lava Jato do que disse e gravou o delator muito premiado, consta o seguinte: “Paulo Roberto Costa, quando de seu depoimento perante as autoridades policiais em 14.7.15, consignou que, a despeito de não ter tratado diretamente o pagamento de vantagens indevidas com Marcelo Odebrecht” –e segue no que respeitaria a outros.
As palavras de Paulo Roberto que os procuradores assim transcreveram foram, na verdade, as seguintes: “Então, assim, eu conheço ele, mas nunca tratei de nenhum assunto desses com ele, nem põe o nome dele aí porque ele, não, ele não participava disso”.
É chocante a diferença entre a transcrição e o original, entre “não ter tratado diretamente com Marcelo Odebrecht” e “nem põe o nome dele aí por que ele, não, ele não participava disso”. A reformulação da frase e do seu vigor afirmativo só pode ter sido deliberada. E é muito difícil imaginar que não o fosse com dose forte de má-fé. Do contrário, por que alterá-la?
Não é o caso de esperar por esclarecimento da adulteração, seu autor e seu propósito. Seria muita concessão aos direitos dos cidadãos de serem informados pelos que falam em transparência. No plano do possível, a defesa de Marcelo Odebrecht, constatada a adulteração, requereu a volta à instrução processual, do seu início e com a inclusão de todos os vídeos da delação, na íntegra e não só em alegadas transcrições.
O juiz Sergio Moro decidiu contra o requerido. Considerou os pedidos “intempestivos, já que a instrução há muito se encerrou, além das provas pretendidas serem manifestamente desnecessárias ou irrelevantes, tendo caráter meramente protelatório”. E, definitivo: “O processo é uma marcha para frente. Não se retornam às fases já superadas”.
Não é a resposta própria de um magistrado com as qualificações do juiz Sergio Moro. É só uma decisão. Baseada em vontade. Resposta, mesmo reconhecendo-se a situação delicada do juiz Sergio Moro, seriam as razões propriamente jurídicas (se existem) para negar o pedido.
“Intempestivos” os pedidos não são. Se apenas agora foi constatada a transcrição inverdadeira, não havia como pedir antes qualquer medida a partir dela. Logo, tempestivo este pedido é. Uma instrução está “encerrada” quando não há mais o que precise ou possa ser apurado, como complemento ou aperfeiçoamento. Se há uma transcrição infiel, ou qualquer outro elemento incorreto, as provas que o corrijam são “necessárias e relevantes” porque o erro prejudica a acusação ou a defesa, ou seja, compromete o próprio julgamento de valor entre culpa e inocência. Se está demonstrada a necessidade objetiva de correção, não há “caráter protelatório”, há o indispensável caráter corretivo.
“Processo” é, por definição, um movimento que implica todas as variações, de ritmo, de sentido, de direção, de avanço ou recuo, e mesmo de intervalos de paralisação. Processo não é só “marcha para a frente”. E, no caso dos processos judiciais, se o fossem, não haveria –talvez para alegria da Lava Jato– segunda e terceira instâncias de julgamento, que são diferentes retornos às entranhas dos processos.
Como se tem visto, o decidido, decidido está. Mas o provável é que não sobreviva à instância superior, se lá chegar e seja qual for a posição de Marcelo Odebrecht entre a inocência e a culpa.
PS do Viomundo: O messianismo pode tudo!
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Fonte: http://www.viomundo.com.br/