31 outubro 2012

O RS em CUBA



Em busca de acordos de cooperação, governo gaúcho inicia missão a Cuba nesta quinta-feira

Atento ao processo de reforma econômica em Cuba, o Rio Grande do Sul quer aumentar as exportações ao país caribenho - principalmente no setor de alimentos e de máquinas e implementos agrícolas. Em busca de novos parceiros comerciais, uma comitiva do Governo do Estado desembarca, nesta quinta-feira (1º), em Havana, para uma missão empresarial.

Liderada pelo governador Tarso Genro, um grupo com secretários de Estado, empresários e representantes de instituições de ensino e pesquisa participa, de 2 a 5 de novembro, de uma série de encontros com autoridades daquele país. O objetivo é consolidar acordos de cooperação técnica nas áreas de medicamentos, biofertilizantes, agricultura familiar e cultura.

Nesta quarta-feira (31), às 14h, no Salão dos Banquetes, no Palácio Piratini, haverá coletiva de imprensa com a presença de Tarso Genro. Acompanhado de secretários de Estado, o chefe do Executivo vai explicar os principais objetivos da missão. Mais do que oferecer máquinas e implementos agrícolas do RS, com financiamento de US$ 200 milhões por meio do Programa Mais Alimentos, do Governo Federal, o Executivo gaúcho quer auxiliar na automação e mecanização da agricultura cubana.

Coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o programa prevê a liberação dos recursos em até três parcelas até 2014. As negociações entre o país caribenho e o Estado envolvem a produção de tratores em território cubano. Para atingir o mercado caribenho, as empresas gaúchas estudam associar-se a companhias locais. 

Com uma balança comercial favorável em relação àquele país - o Estado exportou US$ 188 milhões e importou US$ 84 mil -, o RS quer reforçar as exportações de alimentos para Cuba, que compra 80% dos produtos consumidos localmente. Os principais produtos enviados à ilha foram derivados de soja, arroz, móveis e construções pré-fabricadas. 

A ideia é conquistar espaço para itens de cooperativas gaúchas de suínos, frango e leite. O RS poderá aproveitar a criação de uma linha de crédito de US$ 350 milhões, por meio do Programa de Financiamento às Exportações (Proex), para fortalecer as vendas de produtos de cooperativas gaúchas para Cuba. Em 2011, a ilha ocupou a 30ª colocação entre os países compradores de produtos gaúchos, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). 

Os espumantes feitos em solo gaúcho também devem ser incluídos na pauta de negociações, além de parcerias envolvendo cooperativismo e extensão rural. As iniciativas preveem capacitação técnica de manejo de solo e de animais e na organização social de cooperativas. A comitiva gaúcha contará, ainda, com representantes de setores de fármacos, calçados e cutelaria. O RS quer aproveitar o alto desenvolvimento cubano nas áreas da educação e saúde, principalmente no setor de fármacos - que envolvem as áreas de biotecnologia e medicamentos. 

Microcrédito e reciclagem de resíduos sólidos
A Secretaria da Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sesampe) apresentará os projetos desenvolvidos no Estado, como o Programa Gaúcho de Microcrédito, a Cadeia Solidária Binacional do PET e Reciclagem de Resíduos Sólidos. Em um ano, o Programa Gaúcho de Microcrédito já financiou R$ 100 milhões, totalizando 11.254 operações. Implantado em agosto de 2011, o programa oferece créditos de R$ 100 a R$ 15 mil com juros de 0,64% ao mês e pagamento em até 24 vezes. O microcrédito gaúcho representa uma oportunidade para empreendedores informais e reúne 14 instituições de microcrédito e 34 cooperativas, além de contabilizar 154 prefeituras credenciadas. 

O Governo gaúcho também vai mostrar a experiência da Cadeia Solidária Binacional do PET às autoridades cubanas. O projeto integra a cadeia produtiva no setor de reciclagem da garrafa PET no RS. A ideia é desenvolver um projeto de intercâmbio entre o RS e Cuba - por meio da Secretaria de Economia Solidária e Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sesampe) e um grupo de empresas de recuperação de matérias primas do país caribenho. 

Cultura
Na área cultural será assinado um protocolo que prevê ações conjuntas de cooperação e fortalecimento de parcerias institucionais na área cultural. A ideia é promover o intercâmbio entre as regiões. Entre os temas que serão discutidos na missão estão a retomada da participação cubana no Festival de Cinema de Gramado, a publicação de edição bilíngue com autores gaúchos e cubanos e o estabelecimento de programas de formação cinematográfica a partir da experiência da Escuela Internacional de Cine y Television San Antonio de los Baños (EICTV). No sábado (03), o governador Tarso Genro visitará a EICTV, considerada umas das principais escolas de cinema do mundo. 

Comitiva
A nova missão dará continuidade às tratativas iniciadas na primeira viagem oficial do Governo a Cuba, em março deste ano. Pelo grupo dos empresários, participarão das atividades a Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Stara, Agritech Lavrare, Fitarelli, Vence Tudo, Di Solle, Marcopolo, Martinazzo, Perfilline, além da Odebrecth, Dimed Panvel e cooperativas de agricultores familiares. Também compõem a comitiva empresarial entidades representativas, como Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no RS (Simers), Federação do Comércio do RS (Fecomércio), Federação das Indústrias do RS (Fiergs) e Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). 

Representando o Governo do Estado, participam integrantes das secretarias de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR); Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa); Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI); Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT); Cultura (Sedac) e Economia Solidária (Sesampe), além da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI). 

Fihav
Considerada o principal evento multissetorial da ilha, a 30ª Feira Internacional de Havana (Fihav) deve movimentar US$ 500 milhões. O governador participa da cerimônia de abertura, no dia 4. O restante da comitiva permanece em Havana até o encerramento da Fihav, no dia 9. 

Texto: Felipe Bornes Samuel 
Edição: Redação Secom Fonte: Portal do Governo do RS 
http://www.estado.rs.gov.br - Edição final e grifos deste Blog.

'Derrota do PT': Análises mervalísticas, elianas, mirilianas leitoísticas etc.

PTrem ruim

  

'Análise séria da derrota do PT'


Em que pese a análise (quase) unânime  (até pela maior parte da velha mídia)  de que estas últimas eleições municipais representaram uma inconstestável vitória do PT e, em particular, do ex-presidente Lula, o inefável professor Hariovaldo Almeida Prado (autodenominado 'cruzado no combate ao comunismo ateu, ao PT e em defesa da familia cristã') reluta em aceitar a realidade dos fatos (e dos números).  Nenhuma surpresa, conhecendo como conhecemos o famoso 'professor' que, sem outros 'argumentos',  nos 'brinda'  em seu 'prestigiado blog' com as pérolas  constituídas dos sacrossantos juridiquês enrolation   (rsrsrs!!!)  que abaixo  transcrevemos. Apreciem!:

"Referenciando o partido bolchevista no que tange à lisura das ações proferidas no pleno condenativo do egrégio juízo inapelável a que foram submetidos submersos elementares condicionados asseclas da camarilha usurpadora subversiva danosa repelida enfaticamente há tempos tal qual varejões insolentes rejeitados na seara dos bons hominídeos servis, em sentido lato, constata-se fragorosa decaída no âmbito geral relacionado anteriormente de modo inequívoco apresentando-os vencidos em todos os cenários.

Mervalísticamente dissecados restaram condenados pela massa eleitoral recebendo viés de baixa frutificado erroneamente pelo druida sacerdotal perdedor maior acelerando o próprio ocaso cabalísticamente observado nos anais registrados dos colunistas selecionados isentos e ilibados incontestável prova falimentar do status terminal reconhecido unanimemente. 

Destarte, o laboral representativo ignaro constituído pelos mensalóides apresenta estágio finalístico no espectro eleitoral vitimado pelas corretas e insuspeitas análises elianas, mirilianas leitoísticas doras kramelianas renatas lopretísticas cristianas lupus, não tendo resisitido à vinte minutos de JN.

Condenados e exemplificados para a patuleia insubmissa coagidos uniforme juridicionados pelos tribunos excelsos altivos representantes mediáticos seguidores-mor semanalmente alimentados enformados formais dos desígnios proto-eleitorais superiores espargidos energicamente pelos homens de bem, decretado está desde há muito, embora não o bastante, a morte deletéria diletante temporal casuístico finalizador atribuindo ao PT ponto final.

Alvíssaras!"

Fonte: www.hariovaldo.com.br

30 outubro 2012

El Amor Brujo




El Amor Brujo - Danza Ritual del Fuego; Canción del Fuego Fatuo

(Trecho do filme El Amor Brujo, uma bela apresentação de flamenco dos bailarinos Antonio Gades e Cristina Hoyos).

Eleições 2012: PT conquista 635 prefeituras em todo o País


Partido aumentou 14% o número de cidades governadas em relação à eleição de 2008
A Secretaria Nacional de Organização divulgou o balanço dos resultados do PT nas eleições municipais de 2012.
O PT conquistou 635 prefeituras nos dois turnos da votação e manteve o seu crescimento constante. De acordo com o levantamento, em comparação às eleições de 2008 o Partido ampliou em 14% o número de prefeituras.
(gráfico 1)








O PT recebeu 17.264.643 votos para prefeito, que é a maior votação de um partido nas eleições deste ano.
Entre as cidades com mais de 150 mil eleitores, o PT venceu em 21 cidades, sendo quatro capitais (São Paulo, Goiânia, João Pessoa e Rio Branco). Nestas 21 cidades estão hoje 16,1 milhões de eleitores.
De acordo com a SORG, o Partido manteve a sua força nos grandes centros e aumenta a sua capacidade ao eleger mais prefeitos e prefeitas nos pequenos e médios municípios. Foram eleitos 264 prefeituras em cidades de 10 a 50 mil eleitores e 298 em cidades de até 10 mil eleitores.
(gráfico 2)







*Via Portal do PT/RS  http://portal.ptrs.org.br

28 outubro 2012

Fernando Haddad é o novo prefeito de São Paulo

São Paulo/SP - CartaCapital - Após 12 anos e duas derrotas seguidas, o PT voltou a vencer uma eleição na maior cidade do País. Neste domingo 28 o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, de 49 anos, foi eleito prefeito de São Paulo com 55,94% dos votos contra 44,06% do tucano José Serra. Cerca de 93% das urnas estavam apuradas quando o resultado foi anunciado oficialmente. O ex-governador, ex-prefeito e ex-presidenciável protagoniza assim uma das mais duras derrotas do PSDB em seu principal reduto eleitoral.

O novo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Foto: Divulgação
Haddad, ungido candidato pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será o terceiro petista a governar a metrópole. Repete em 2012 os feitos de Luiza Erundina, em 1988, e Marta Suplicy, em 2000. Nos três casos o partido triunfou nas urnas após o eleitor demonstrar cansaço com a força política até então vigente. Erundina foi eleita depois do insosso governo Jânio Quadros e Marta, após oito anos da dobradinha Maluf-Pitta. 
A vitória de Haddad acontece num momento de má avaliação do atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD), pupilo e sucessor de José Serra. Um dos principais nomes do PSDB, Serra chegou à segunda derrota em dois anos (em 2010, perdeu a disputa pela Presidência para Dilma Rousseff) e atingiu em 2012 um índice de rejeição superior a 50% dos eleitores, o que indica o esgotamento de sua força política em sua própria base.
Haddad liderou as pesquisas de intenção de voto durante todo o segundo turno. Ele começou a campanha com 3% das preferências e desbancou na reta final da primeira fase o então líder Celso Russomanno (PRB). Serra, que encerrou o primeiro turno à frente, teve dificuldade em convencer o eleitor de que, desta vez, cumpriria o mandato até o fim – em 2006, ele deixou o posto após dois anos para se candidatar ao governo do estado.
Em desvantagem nas pesquisas, Serra, que lançou seu programa de governo a poucos dias da votação, elevou na reta final o tom contra o adversário petista ao tentar associá-lo com o escândalo do “mensalão”, julgado hoje pelo Supremo Tribunal Federal e que funcionou em meados de 2003, quando Haddad era professor de Teoria Política da Universidade de São Paulo. A estratégia tucana soou “falsa e oportunista”, nas palavras até mesmo de Roberto Jefferson, o delator do “mensalão”.
O tucano se desgastou ainda ao se aliar ao pastor Silas Malafaia, líder religioso que ganhou notoriedade por incitar a violência contra gays. Ele levou ao centro do debate a mal sucedida tentativa do Ministério da Educação de distribuir uma cartilha anti-homofobia nas escolas, chamada preconceituosamente como “kit gay”. Para Serra, o material incentivava a prática do “bissexualismo” entre os alunos. A ideia era espalhar a ideia de que, caso eleito, o “kit” seria ressuscitado em São Paulo. A tentativa, mostraram as urnas, também não funcionou.
Haddad foi escolhido candidato pelo ex-presidente Lula após sua passagem pelo Ministério da Educação, quando ampliou o Enem, consolidou o Prouni e bancou o Plano Nacional da Educação, antiga demanda da sociedade civil que, entre outros pontos, prevê metas específicas de investimentos no setor. A exemplo do que havia feito com a então ex-ministra Dilma Rousseff dois anos atrás, Lula projetou em Haddad a “novidade” para rejuvenescer o quadro petista na maior cidade do País. Para isso, barrou os planos da então senadora Marta Suplicy, favorita durante a pré-campanha nas pesquisas eleitorais. Contrariada, a ex-prefeita, bem avaliada sobretudo na periferia paulistana, só se engajou na campanha de Haddad após ser nomeada ministra da Cultura.
Idealizador do projeto Haddad, Lula também costurou o acordo com o Partido Progressista de Paulo Maluf, que garantiu mais tempo de tevê ao seu candidato mas criou uma saia-justa que acompanharia Haddad até o fim da campanha. A imagem do abraço na casa do ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, preso e investigado por evasão de divisas e símbolo de tudo o que o PT combateu em seus primórdios, até hoje não foi bem digerida por parte da militância histórica.
Azarão durante boa parte da disputa, Haddad só se tornou favorito na virada do segundo turno. Ele contou com o apoio de Gabriel Chalita (PMDB), quarto colocado na disputa, e foi beneficiado pela neutralidade anunciada por Russomanno. Herdou naturalmente os votos dos ex-rivais sem precisar posar em fotos ao lado do ex-candidato do PRB, a quem combateu durante o primeiro turno.
Desde então, não deixou mais a liderança da corrida. Com o resultado, Serra terá agora de digerir a sua maior derrota política e tende a se isolar no PSDB. Em 2014, tudo indica que o partido não dará a ele uma terceira chance na disputa pela Presidência. Como o governador Geraldo Alckmin (PSDB) é o candidato natural para a reeleição, Serra só teria chance de disputar um cargo majoritário em 2016, quando terá 74 anos.
O clamor por renovação das lideranças tucanas foi ensaiado antes mesmo da abertura das urnas. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi um deles. Dentro do QG da campanha tucana, no centro de São Paulo, o vice-governador paulista, Guilherme Afif Domingos (PSD), afirmou que a vitória de Haddad é um “recado” dos eleitores. “A vitória do Haddad mostra a preferência do eleitorado de SP pela renovação política. Sem dúvida o Serra era um candidato com mais experiência e mais história, mas há no Brasil uma tendência de renovação. Fica aqui o recado desse processo”.
Os rivais também não o perdoaram. Ao votar pela manhã, Marta Suplicy, derrotada por Serra em 2004, afirmou que “desta vez (José Serra) se enforcou com a própria corda”. “Ficaram evidentes as armadilhas que fazia, a pessoa que ele é. Foi bom ver que os paulistanos perceberam e deram o troco”.
Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, batido em 2006 para Serra na disputa pelo governo paulista, esta é a maior derrota da história do PSDB em eleições municipais.
Como previsível, no entanto, o “enterro” de Serra não foi anunciado oficialmente. Kassab, por exemplo, manifestou apoio ao padrinho político pouco após o resultado das urnas. Para ele, o tucano é “uma das pessoas mais preparadas e que mais ocupou cargos de destaque no Brasil”. “Ele vai continuar contribuindo para o País”, disse o prefeito. Se o prognóstico tem base lógica, só a história dirá.
 *Com reportagem de Gabriel Bonis e Piero Locatelli  

Há 10 anos, um operário era eleito Presidente do Brasil



Por Rachel Duarte*
Às 17 horas do dia 27 de outubro de 2002 encerrava a votação e a pesquisa boca-de-urna apontava: Lula era eleito presidente do Brasil. A confirmação veio em seguida e o nordestino e metalúrgico do ABC paulista entrava para a história como o primeiro presidente de esquerda a governar o país. Ao lado da esposa Marisa e dos companheiros mais próximos no Partido dos Trabalhadores, entre eles José Dirceu, Antonio Palocci e Aloizio Mercadante, Luiz Inácio Lula da Silva atendia telefonemas e abraçava amigos e familiares. Estava sendo um grande presente: na mesma data, Lula fazia aniversário.(...)
-Leia mais clicando AQUI (via Sul21*)

27 outubro 2012

DATAFALHA se rende e admite vitória de HADDAD (PT) neste domingo





Haddad será eleito prefeito de SP neste domingo, mostra Datafolha


O candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, deve vencer a eleição neste domingo (28). Pesquisa Datafolha concluída hoje, véspera da votação, mostra o petista 16 pontos à frente, com 58% dos votos válidos, ante 42% do tucano.

No cálculo dos votos válidos são excluídas as respostas de quem diz que votará em branco, nulo e eleitores indecisos. Esta é a forma que a Justiça Eleitoral divulga o resultado final da eleição.

A pesquisa de hoje mostra uma pequena variação em relação ao levantamento anterior, divulgado na quarta-feira (24) --Haddad tinha 60% dos votos válidos e Serra aparecia com 40%.

No total de votos --considerando brancos, nulos e indecisos--, Haddad tem 48% e Serra tem 34%.

No primeiro turno, Serra terminou à frente com 30,75% dos votos válidos. Haddad seguiu ao segundo turno após obter 28,98% dos votos.

INDECISOS
O levantamento do Datafolha mostra que 7% dos eleitores ainda não decidiram em quem vão votar amanhã. Os votos em brancos ou nulos somam 11%.

A pesquisa realizada ontem e hoje ouviu 3.992 eleitores e foi feito em parceria com a TV Globo. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos

O registro no Tribunal Regional Eleitoral é o SP-01928 / 2012.

São Paulo: Sangue quente e coração tranquilo, porque eles são os mortos vivos




A eleição se aproxima do seu ato final em São Paulo. Num primeiro momento, parecia que seria  um espetáculo teatral com estrutura clássica de três atos: apresentação, climax e desenlace. O climax seria a definição de quem iria para o segundo turno contra Russomanno. Ou Serra ou Haddad. E o desenlace, como sempre nessa estrutura, óbvio. Quem fosse, seria o vitorioso.

Mas isso que parecia o óbvio nunca convenceu este blogueiro. E não ocorreu. Não haveriam só três atos nesta campanha. Russomanno não foi para o segundo turno. E Serra  no segundo turno não conseguiu ameaçar Haddad.

Mas isso não significa que a eleição esteja decidida.

Se o candidato de sempre do tucanato tem uma qualidade ele é a da insistência. Ele parece um daqueles seres que ressuscitam sempre no final do filme para te assustar. Quando já lhe haviam enterrado num caixão de aço, eis que surge do nada e transformam o final da história em algo quase imprevisível.

Serra ainda pode querer dar este susto final na campanha de Haddad. E conta pra isso com toda a aliança midiática tradicional.

Suas chances, sem dúvida, são quase desprezíveis. O voto tem história e os sinais que a história do voto dão em São Paulo é de que o desejo de mudança é maior do que qualquer preconceito, incluindo o anti-petismo.

Além disso, a diferença entre Haddad e Serra no debate SBT-UOL foi tão grande que qualquer eleitor mais consciente passou a ter vergonha de votar no tucano.

Enfim, Serra ainda está a rondar a vitória tão aguardada por tanta gente emSão Paulo. A vitória de uma cidade que deseja ser feliz e não se entrega covardemente a um projeto que se orgulha de resgatar símbolos fascistas, como a dimensão lombrosiana na definição do caráter.

O momento é de quase vitória do melhor projeto para São Paulo, mas isso não é o suficiente para comemorações. O tempo não é o de comemorações.

Haddad tem tudo para ganhar as eleições. E se vencer, teremos tudo para cobrar dele um bom governo. Mas poucas vezes tanta boataria e baixaria foram plantadas no submundo de uma campanha como nesta reta final da eleição paulistana.

Os capangas de Serra na rede inventaram até o cancelamento do ENEM.

Por isso, olho vivo. Eles ainda não desistiram desta eleição. E vão fazer qualquer coisa pra empastelá-la. Eles são os mortos vivos. (por Renato Rovai).

*Via Blog do Rovai  - http://revistaforum.com.br/blogdorovai/  - Edição final deste Blog

26 outubro 2012

Grande Milton Nascimento!




*Encontros e Despedidas - Milton Nascimento

(Singela homenagem do Blog ao grande artista que, hoje,  aniversaria: 70 anos!)

PELOTAS COM MARRONI '13 - É PARA VENCER!



O segundo turno em Pelotas

Fernando Marroni disputa o segundo turno em Pelotas pelo Partido dos Trabalhadores. Terceiro maior colégio eleitoral do Estado, os pelotenses conduziram o PT para a disputa que se encerra no próximo domingo (28/10), com a votação do segundo turno.
Esta conquista de Fernando Marroni, do partido e de sua militância está mudando a cara da campanha no Sul do Estado. O debate de ideias, de projetos, provocado pelo PT e seus aliados, se intensificou e a cidade viu surgir lideranças de todos os  recantos do Rio Grande do Sul para apoiar  Marroni 13. A mobilização da militância colocou a candidatura nas ruas, com bandeiras, caminhadas e uma agenda de campanha que está mostrando a força petista no município e este compromisso deve ser assumido pelos militantes da região até o dia da eleição.
A coligação FUTURO, TRABALHO, COMPROMISSO que uniu os partidos PT, PMDB, PSDC, PPL, quer reconduzir Fernando Marroni à prefeitura.  Marroni já administrou Pelotas entre os anos de 2001 e 2004, com um mandato baseado na melhoria da qualidade de vida da população, na organização das contas municipais, saldando débitos da Prefeitura com os servidores municipais e são estes compromissos que embalam a campanha, junto com projetos novos para o desenvolvimento harmonioso e sustentável do município, área rural e urbana.
MARÉ VERMELHA
Nas últimas semanas, Marroni teve o apoio do Senador Paulo Paim, do Presidente da Câmara Federal Marco Maia, do presidente de Honra do PT/RS Olívio Dutra, do presidente do PT/RS Raul Pont e de vários deputados federais e estaduais em caminhadas, em visitas, no corpo a corpo com os eleitores, aprofundando o diálogo com os moradores.  Comícios relâmpagos em bairros e vilas da cidade reforçaram a campanha do segundo turno.  Jairo Jorge, prefeito eleito no primeiro turno em Canoas com mais de 70% dos votos, também levou seu apoio a Marroni.
MINISTRO
Nesta sexta-feira (26/10), o Ministro do Desenvolvimento Agrário Pepe Vargas estará na cidade para acompanhar Marroni e militantes em agenda de mobilização, demonstrando o apoio do governo Dilma a candidatura do PT.
JUNTOS PARA CRESCER
Uma agenda com grande simbolismo marcou o segundo turno em Pelotas. O prefeito eleito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer e Fernando Marroni encontraram-se na Ponte sobre o Rio São Gonçalo que liga os dois municípios. Militantes, o candidato e o prefeito eleito de Rio Grande Alexandre Lindenmeyer selaram o compromisso de empreender o desenvolvimento regional entre os dois municípios integrando investimentos e projetos.
MOBILIZAÇÃO
Para dar continuidade a Maré Vermelha que vem tomando conta da cidade, o PT convida os militantes de toda a região para demonstrar seu apoio a candidatura de Marroni 13 e a se engajarem nas agendas da reta final.
É importante ligar para o comitê e se informar das agendas de mobilização.
Contatos para se integrar as agendas:

Coordenador de Mobilização – Marcola (53) 8431 8668
Coordenador da agenda – Ronaldo (53) 9162 7425
Secretário Estadual de Mobilização – Wilson Costa (51) 9233 0775


Por que votar nos candidatos do PT e coligados neste 2º turno

Image

Estamos às portas do segundo turno nas eleições municipais. É um momento importante em que se confrontam projetos distintos para o presente e o futuro dos brasileiros.

Em muitas das capitais e cidades o confronto é direto entre os projetos dos demotucanos, que sacrificam o país, a saúde e a educação do povo no altar do ‘mercado’, dos juros elevados que engordam as contas bancárias dos ‘investidores’, e, do outro lado, as políticas de crescimento com distribuição de renda, fim da miséria, combate à pobreza.

São conquistas que só podem ser obtidas com o fortalecimento do Estado, sem pagar tributo ao “estado mínimo” do demotucanato, que tantos prejuízos causou ao Brasil e ao povo brasileiro.

Para quem está sem travas nos olhos, é olhar e ver o governo da presidenta Dilma Rousseff, que não baixa a guarda. Continua estimulando a economia (redução do IPI para carros, FGTS para construção) e assumindo seu papel de orientar os investimentos para infraestrutura.

Estado forte e governo atento para com o presente e o futuro do país e a vida dos brasileiros, como atestam todas as iniciativas voltadas para melhorar a distribuição de renda, a inclusão com o fim da pobreza e da miséria e a questão do planejamento e da articulação das políticas.

Este é o Brasil do PT e é o país que nós queremos também para os municípios nos quais nossos prefeitos e vereadores – diretamente ou em coligações – estão sendo eleitos.

Essa orientação geral da política do PT para o país aparece a todo momento, nas decisões e políticas setoriais anunciadas (leia as notas ‘Governo não baixa a guarda’ de 1 a 3, aqui no blog de hoje).

E os resultados também. Como a taxa de desemprego divulgada hoje mesmo pelo IBGE (5,4%, a menor para o mês de setembro desde 2002), a renda do trabalhador (aumento de 0,9% na massa de rendimento real habitual em relação a agosto e 6,5% em relação a setembro de 2011).

Os efeitos desse baixo nível de desemprego e do aumento da renda influenciam diretamente a atividade econômica brasileira que dá sinais de aquecimento, em plena crise internacional que, por sinal, não dá sinal de melhora.

...
Cuidado com as provocações e boatos tucanos nestas horas finais que antecedem o 2º turno 

É da maior gravidade a denúncia do ministro da Secretária-Geral da Presidência da República, GilbertoCarvalho, de que o candidato tucano a prefeito, José Serra (PSDB-DEM-PSD-PV-PTB-PDT), está usando agentes de saúde da família para espalhar boatos contra o candidato do PT e aliados, Fernando Haddad.

"Nós estamos recebendo várias informações de agentes de saúde visitando as famílias, se despedindo, dizendo que o Haddad não vai mais manter o programa de saúde da família", denunciou o ministro Gilberto Carvalho. Inacreditável, não partisse a denúncia do ministro que seguramente a fez com base em fundamentadas informações e razões.

"Nós temos que fazer uma campanha de esclarecimento forte. O pessoal está tomando providência para amanhã (hoje, 6ª feira) fazer uma contrainformação pesada, para evitar esse tipo de jogo baixo", adiantou o ministro, lamentando que o candidato da oposição ao PT, em seu desespero ante a iminência da derrota domingo tenha "apelado de maneira lamentável" para esse tipo de baixaria na reta final da campanha.

Só a mais reacionária direita usou esse expediente antes

Esse tipo de atitude, na minha avaliação é de uma gravidade tão grande que talvez só seja comparável à tentativa anterior, de duas a três semanas atrás, de transformar a campanha numa cruzada de homofobia. O que é isto? E a mídia, que espaço deu à denúncia do ministro? Nenhum.

E vindo do partido dos tucanos, que ao ser fundado 20 e poucos anos atrás era apresentado por seus integrantes - José Serra, inclusive - com um verniz de modernidade, como a social democracia brasileira, como algo que transplantava para o Brasil princípios da social democracia europeia!

Embora José Serra tenha partido para esse tipo de apelação e baixaria em todas as suas campanhas - e ele disputou praticamente todas as eleições desde 1986 - e consiga descer o nível ainda mais a cada campanha, nós da oposição a eles achávamos que já tínhamos visto de tudo e que era impossível afundar mais nesse esgoto.

Até onde vai a baixaria tucana nestas horas finais da campanha?

As últimas vezes que tínhamos visto isto foi na campanha presidencial de 1989, quando agentes da extrema direita aliados à campanha de Collor iam de casa em casa espalhando o boato de que se o candidato a presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva ganhasse a eleição ele confiscaria a poupança, casa, bens e patrimônio dos brasileiros.

Viu-se, também, boatos e práticas parecidos, na mesma linha, nas campanhas seguintes, mas sempre partindo da extrema direita mais reacionária...E agora esssa... Até onde vai a baixaria do Serra e o uso da maquina pública encarregando os agentes de saúde da família de espalharem esse tipo de boato na campanha?

-Fonte: Blog do Zé Dirceu  www.zedirceu.com.br

Deprê


*Charge do Kayser

25 outubro 2012

Boa Noite!




*Ainda Bem - de Marisa Monte e Arnaldo Antunes. Canta: Marisa Monte

(Clipe Oficial, com a  participação de Anderson Silva e Marisa Monte)

Ditadura gostava de criminalizar a política


Por Paulo Moreira Leite*

Eu estava nos EUA, em 2000, quando George W. Bush tornou-se presidente por decisão da Suprema Corte. Havia ocorrido uma fraude na Flórida, que necessitava recontar seus votos. A Suprema Corte, de folgada maioria republicana, decidiu interromper o processo e deu posse a Bush. Nós sabemos as consequências.

Em 2009, quando Manoel Zelaya foi deposto em Honduras, a Corte Suprema local deu respaldo ao golpe.

O mesmo ocorreu no Paraguai, quando Fernando Lugo foi afastado do cargo sem direito de defesa, por uma acusação que, está demonstrado agora, não tinha fundamento em provas – mas em denúncias que, conforme a oposição não teve medo de anunciar, envolviam fatos que “todo mundo sabe.”

Para quem só enxerga uma face da Operação Mãos Limpas, não custa recordar que a Justiça italiana  colocou muitos corruptos fora de combate na Itália e transformou o bunga-bunga Silvio Berlusconi no grande protagonista da política atual italiana. Os partidos foram destruídos e, em seu lugar, ficou uma rede de TV. Quem é o dono? O bunga-bunga. É tão bunga que, quando os mercados quiseram afastá-lo do cargo, foi preciso convencer Berlusconi a renunciar. Não havia quem desse a bungada de misericórdia.

Lembra da guilhotina da revolução francesa? Após dois anos de terror, de condenados em processos sumários, o saldo foi o esvaziamento da democracia e a lenta recuperação da aristocracia. Depois de guerras e ditaduras, proclamou-se o Império.

É claro que esses fatos servem de advertência e angustia diante do julgamento do mensalão.
O Supremo está diante de crimes graves, que devem ser investigados e punidos.  O inquérito da Polícia Federal aponta para vários crimes bem demonstrados.

Mas não dá para aceitar longas condenações sem que as acusações não estejam provadas nem demonstradas de forma clara e consistente. O  mesmo inquérito não oferece base para denúncias contra vários condenados. O confronto de depoimentos e as mudanças de versões da principal testemunha, Roberto Jefferson, mostra a fragilidade da acusação.

Vamos reconhecer o seguinte. Não tenho condições de afirmar, entre 38 réus, quantos foram condenados com provas e quantos não foram. Não conheço cada caso em cada detalhe. As confusões das votações e debates sobre as penas mostram que os próprios ministros têm dificuldade para armazenar tantas informações, o que não diminui a responsabilidade de cada um deles pelo destino de todos.

Embora tivesse até uma conta em paraíso secreto, o publicitário Duda Mendonça saiu são e salvo do processo. Me explicam que seu advogado fez uma defesa técnica e nada se provou que pudesse demonstrar seu envolvimento no caso.

Me parece impecável.

E justo, porque embora se possa falar em domínio do fato, é preciso mostrar quem tinha o domínio em cada fato.

José Dirceu e José Genoíno estão sendo condenados porque “não se acredita” que não tivessem participado  de nada…Não é possível, dizem.

Dirceu era o chefe…Genoíno assinou um pedido de empréstimo e várias renovações.

O problema é que a denuncia é de 2005 e até hoje não surgiu uma prova consistente para condená-los.

Eu posso até “imaginar” uma coisa. Mas o fato de poder imaginar, admitir que faz muita lógica, não quer dizer que tenha acontecido.

O risco é alvejar pessoas sem prova, em nome da indignação popular, estimulada por uma visão unilateral. Nem todos os meios de comunicação cobrem o caso da mesma maneira. 

Mas é fácil perceber o tom da maioria, certo?

Assim se cria um ambiente de linchamento, que pode ocorrer até em situações que ninguém acompanha. A justiça brasileira está cheia de cidadãos – anônimos e pobres, de preferencia – que são julgados e condenados a penas longas e duríssimas até que, anos e até décadas depois, descobre-se que foram vítimas de um erro e de uma injustiça.

De vez em quando, um deles consegue uma reparação. As vezes, a vítima já morreu e seus parentes recebem alguns trocados. Às vezes, fica tudo por isso mesmo.

O cidadão tem medo de ser vítima de uma nova injustiça e não faz nada.

Nesta semana, o ministro Celso Mello comparou o mensalão ao PCC e o Comando Vermelho.

Num raciocínio semelhante, Gilmar Mendes sugeriu  que, embora não tenha cometido atos de violência, a “quadrilha”, essencialmente, agia como uma organização de criminosos comuns.

Os dois ministros têm uma erudição jurídica reconhecida. Expressaram suas convicções com competência e lógica. Não é só por educação que admito minha ignorância para falar de seus votos.

Mas essas comparações não fazem justiça à  cultura que possuem.

Nos piores momentos do regime militar, os brasileiros que enfrentavam a ditadura de armas na mão eram descritos como “assaltantes de banco”, “ladrões”, “assassinos” ou “terroristas.” 

Até menores de idade foram presos – sem julgamento – com essa acusação.

As organizações armadas cometeram assaltos e sequestros. Também cometeram ações que resultaram em mortes, algumas na forma de justiçamento.

Seria correto comparar Carlos Marighella ao Bandido da Luz Vermelha? Ou Lamarca ao Cara de Cavalo? Ou então, como fez um promotor  louco para puxar o saco de militares, dizer que Dilma Rousseff, da Var Palmares, era a papisa da subversão?

Deu-se o golpe de 64 com a alegação de que se deveria eliminar a subversão e a corrupção. Uma coisa leva à outra, dizia-se. E era por isso que era preciso ligar uma coisa à outra. O PCB estimulava a corrupção como forma de desagregar o país, escreveu um dos editores da Tribuna da Imprensa, um dos principais envolvidos no golpe, logo depois da vitória dos militares. Vamos ler:

–Na maioria das vezes (os comunistas) são traidores. Outras, são mercenários; outras ainda, carreiristas; outras mais negocistas satisfeitos, que recebem todo o apoio do partido, pois uma das coisas que mais preocupa os agitadores é a corrupção, e assim eles a estimulam de todas as formas, pois sabem que não há melhor forma de estimular a desagregação de um país. (Prefácio do livro  Brasil – 1 de abril, de Araken Távora)

A comparação entre o esquema financeiro político  – com todos os crimes apontados – com 
quadrilhas criminosas é tão absurda que eu pergunto se essa visão  estará de pé, no Supremo, quando (e se) o mensalão PSDB-MG for a julgamento. Duvido por boas e más razões que você sabe muito bem quais são.

É fantasia falar em quadrilha que opera nos subterrâneos do poder.

Por mais que muitas pessoas não enxerguem – e outras não queiram enxergar – diferenças entre os partidos políticos e organizações criminosas, eles tem projetos diferentes, visões diferentes e assim por diante.

Por mais que se queira criminalizar a atividade política – é isso o que acontece hoje – é pura miopia confundir políticos e bandidos comuns. Não é uma questão de classe social, nem de status ou coisa semelhante.

É uma questão de atividade profissional, digamos assim.

Eu acho diferente controlar o território numa favela para vender cocaína e colher contribuições financeiras para disputar uma eleição. Mesmo que se deva considerar um desvio de verbas públicas como um crime gravíssimo, eu acho que é diferente quando se comete um assalto a mão armada, um assassinato, o justiçamento,  como método de trabalho.

E eu acho que um crime com homicídio é diferente daquele que não usa violência.

Mesmo frequentando uma zona de cinzenta da política brasileira que é o mundo das finanças partidárias – quem cunhou a expressão foi o filósofo tucano José Arthur Gianotti – José Genoíno tem o direito de assegurar que só fez o que era “legítimo e necessário.”

Da mesma forma, José Dirceu tem toda razão em sustentar: “nunca fiz parte de uma quadrilha.” Quem discorda, prove.

Não vale ganhar no grito, na dedução, no discurso. A gente sabe como se tentava demonstrar – sem provas — que Marighella, Lamarca, Cara de Cavalo e o Bandido da Luz Vermelha eram as mesmas pessoas.

O mundo real das finanças de campanha, organizadas e estruturadas para permitir o acesso do poder privado ao Estado, impõe uma realidade material aos partidos que, em todo lugar, precisam de recursos para buscar votos, montar estruturas, contratar funcionários e assim por diante.

Não custa lembrar: o PCC persegue e mata policiais, planeja o assassinato de juízes. Controla o sistema carcerário em São Paulo e impõe a paz de sua conveniência em várias regiões miseráveis do Estado.

O Comando Vermelho tem ligações conhecidas com o narcotráfico colombiano e controla parte do território do Rio de Janeiro. Está intregrado à rede de tráfico de armas.

De uma forma ou de outra, estamos falando de bandidos comuns e essa distinção é necessária. São pessoas que  cometem  crimes com a finalidade de praticar mais  crimes.

A ministra Rosa Weber estabeleceu muitas distinções em seu voto.

Observadores que tentam   nivelar uma coisa e outra praticam é  uma demagogia baixa, de quem investe na ignorância e desinformação do eleitor. Achar que o julgamento mostra que  os poderosos vão para a cadeia é vender uma visão ridícula.

Primeiro, porque se houvesse mesmo essa disposição, a turma do mensalão PSDB-MG estaria sentada no mesmo banco dos réus petistas, já que respondem pelos mesmos crimes. São os mensaleiros originais.

Segundo, porque é preciso ser tolo, maldoso, para sugerir que José Genoíno pode ser chamado de rico e poderoso.

Terceiro:  se  você acha que, ah… mas há algo de errado com José Dirceu, precisa não só admitir que Genoíno não pode pagar por aquilo que se imputa a Dirceu – mas também deve lembrar que o ex-ministro da Casa Civil teve o sigilo bancário e fiscal quebrado e nada se encontrou de comprometedor.

Alvo de um linchamento de caráter político no passado, o ex-ministro Alceni Guerra já comparou seu drama pessoal ao de Dirceu e disse que eram casos semelhantes.

As duas únicas historinhas que pareciam  comprometedoras contra o ex-ministro da Casa Civil não resistiram ao confronto de provas e versões.

Quarto: embora se diga que o mensalão está provado, até agora não surgiu um caso, sequer um, de político que tenha vendido seus votos. Nenhum. (E não vou falar da emenda da reeleição em 1998, compra assumida, confessada e gravada. Nem de denuncias de troca de favores e cargos na administração pública pelo mesmo motivo…)

A base desse argumento é a visão criminalizada de que toda aliança é um ato de suborno e todo acordo político é uma negociata. Quem fala que partidos que mudam de posição depois da eleição está cometendo um crime precisa me explicar como ficam os Verdes
alemães, que ora são social-democratas, ora estão com a conservadora Angela Merkel.

Também poderia fazer isso com o PPS que mudou de lado depois de 2002, com políticos que trocam de partidos, com quem funda partidos novos. Tudo é pilantragem remunerada?
Ninguém presta. São todos “mercenários”, são “negocistas” e “traidores”, como se dizia em 64.

A melhor descrição do funcionamento das alianças políticas –e seus reflexos financeiros – foi feita por Eliane Cantanhede na biografia do vice presidente José Alencar. É tão desfavorável à  acusação que vários parágrafos da obra foram incorporados ao processo pela defesa de Delúbio Soares – como argumento de sua inocência!

Embora a denuncia tenha  suposições falsas e conclusões imaginativas demais,  estou  convencido de que, como sempre acontece em sistema de arrecadação financeira, ocorreram desvios — mas nem tudo é criminoso. Há fatos verdadeiros e é importante que sejam punidos. Mas é preciso, como se diz, separar uma coisa da outra.

É lamentável que erros do passado não tenham sido investigados e punidos. Mas concordo que erros do passado não justificam erros do presente. Mas pelo menos deveriam servir de lição para quem diz que “agora”a justiça ficou igual para todos.

Querem punir os ricos e poderosos com o mensalão?

Marcos Valério não terminou o curso de engenharia.

Os banqueiros que podem parar na prisão não tem o lastro financeiro nem político de empresários que até agora ficaram de fora.

Convém pelo menos calibrar a demagogia.

Com todas as distorções, arrecadações financeiras fazem parte da política, essa atividade criada pelo homem para resolver diferenças e defender interesses com métodos mais ou menos civilizados. Ela que torna possível,  nos regimes democráticos, que a maioria possa defender seus direitos. E também permite que a minoria possa expressar-se.

O objetivo era levantar  recursos financeiros para as campanhas eleitorais de um governo que – eu acho que nem a oposição mais cega discute isso – que reorientou o Estado no sentido de favorecer a população mais humilde.

Um fato fica para você resolver. Tudo pode ser uma coincidência histórica. Mais uma vez.
Ou pode ser que muitas pessoas estejam felizes com o STF porque essa “turma do PT está “tomando uma lição”.

Nós sabemos os vários significados de “turma do PT”—os bairros onde seus eleitores moram, o salário que recebem, escolas e hospitais que frequentam, e assim por diante.

O governo Lula tomou medidas notáveis e muito eficazes para defender a Lei, a Ordem e a Justiça.

A saber:

a)   financiou as UPPs que emanciparam os moradores das favelas do Rio de Janeiro do controle do tráfico e só não fez o mesmo, em  São Paulo, porque as autoridades  se consideram mais capazes para dar conta do PCC;

b)   protegeu a autonomia do Ministério Público, nomeando para seu comando os procuradores mais votados, embora o governo avaliasse que eles tivessem uma postura oposicionista, motivo que já levou governadores da oposição a descartar reitores e procuradores gerais que eram preferidos de suas corporações;

c)   respeitou o Supremo a ponto de nomear juízes com independência, que hoje asseguram uma maioria de votos contra o ponto de vista do PT e seus aliados;

Estamos  falando de fatos de domínio público. Não são segredos imaginados, sugeridos, deduzidos. E é um fato de domínio público que a política, sob qualquer partido, para qualquer candidato, irá entrar na zona cinzenta de Gianotti.

É curioso notar que nenhuma mudança neste sistema pode ser realizada, até agora, porque aqueles políticos que se dedicam a denunciar  Lula e o PT não querem abrir mão de seus canais com o poder econômico privado e impedem que o país adote um sistema de financiamento público de campanhas.

Com essa mudança,  seria possível corrigir as principais distorções. As verbas seriam controladas pelo Estado, com uma contabilidade oficial, e  cada partido receberia recursos em função de seus votos. A oposição não aceita. Sabe por que?

Porque tem recebido tão poucos votos que ficaria em desvantagem. Embora tenha-se feito uma oferta para garantir um piso financeiro, ela não mudou a postura.

Prefere o dinheiro privado, particular. Mas anda tão ruim de voto que, para evitar o desperdício, tem sido até abandonada por seus financiadores tradicionais.

É mesmo de dar pena, não?

Prefiro uma democracia que funcione com defeitos – que podem ser corrigidos – do que qualquer solução  sem o respeito pelos direitos integrais dos acusados, mesmo que produzida em nome de princípios que muitos aplaudem sem medir suas consequências para o país.

*Paulo Moreira Leite (foto) é jornalista  desde os 17 anos, foi diretor de redação de ÉPOCA e do Diário de S. Paulo. Foi redator chefe da Veja, correspondente em Paris e em Washington. É autor do livro A mulher que era o general da casa -- Histórias da resistência civil à ditadura. 

Fonte: http://revistaepoca.globo.com/