29 abril 2022

Com Lula, centrais sindicais promovem 1º de Maio histórico

Neste domingo, em São Paulo e em todo o Brasil, trabalhadores, movimentos sociais e lideranças políticas vão às ruas por desenvolvimento, emprego, salário e direitos



O presidente Lula participa do ato de 1º de Maio promovido pelas Centrais Sindicais, em São Paulo, neste domingo, na Praça Charles Miller, no bairro Pacaembu.  O ato é organizado pelas centrais sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Pública Central do Servidor. As manifestações também ocorrerão em todas as regiões do país (veja o mapa abaixo).

O evento também reunirá lideranças dos movimentos sociais, instituições, parlamentares, partidos políticos, sociedade civil e organizações internacionais. Haverá, ainda cinco shows com artistas e ativistas.  A TvPT e a Rádio PT transmitirão o evento.

A mobilização em São Paulo começa às 10h com atrações artísticas. Às 13h, está previsto o ato político e inter-religioso com lideranças da CUT e demais centrais e de movimentos sociais, além de personalidades do meio político, acadêmico e artístico.

Após às 15h, no palco estarão Daniela Mercury, Leci Brandão, Francisco El Hombre e Dj KL Jay com shows especiais. Durante todo o dia, tanto nas intervenções políticas como nas artísticas, a mensagem para o trabalhador será de conscientização.

Veja a programação em São Paulo

1º de Maio Unitário Nacional das Centrais Sindicais, em São Paulo

  • A partir das 10h
  • Praça Charles Miller, s/nº, Pacaembu | São Paulo-SP
  • Shows de Daniela Mercury, Francisco El Hombre, Leci Brandão, Dexter, DJ KL Jayj
  • Organização das Centrais Sindicas
  • Transmissão – Rede TVT (ao vivo na tv e no youtube) e redes sociais das centrais sindicais

Atos em todo o Brasil 

O povo brasileiro volta às ruas de todo o país em 2022, após dois anos de eventos online em virtude do isolamento social para conter o avanço da pandemia da covid-19, com o tema “Emprego, Direitos, Democracia e Vida”.

Os temas deste 1º de Maio dialogam diretamente com os problemas população brasileira que convive com altas taxas de desemprego, inflação, ataques aos direitos sociais e trabalhistas, à democracia e à vida.

Em entrevista ao Jornal PT Brasil, o senador Paulo Paim destacou a importância da mobilização deste domingo (assista abaixo). De acordo com Paim, “o aumento do custo de vida não está perdoando ninguém. A crise atinge a todos, de ponta a ponta, do campo à cidade”.

Participe das manifestações


Continue lendo e confira AQUI onde tem atos para celebrar o 1° de Maio no país,  via https://pt.org.br/

28 abril 2022

"É uma decisão histórica e uma vitória de todos que acreditam na democracia", dizem advogados de Lula após decisão da ONU

Os advogados de Lula reforçaram que o Brasil tem o dever de cumprir com as determinações da ONU, ou seja, de reparar todos os danos causados pela Lava Jato ao ex-presidente



Os advogados do ex-presidente Lula (PT), Valeska e Cristiano Zanin Martins, concederam entrevista coletiva nesta quinta-feira (28) na qual anunciaram formalmente a decisão do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) de concluir que Lula foi vítima de um julgamento parcial por parte do ex-juiz suspeito Sergio Moro (União Brasil-SP) na Lava Jato.

Cristiano Zanin explicou o conteúdo da decisão do Comitê: "[o órgão] reconheceu que hove violações aos artigos, 9, 14, 17 e 25 do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos da ONU, que é um pacto que foi chancelado pelo Brasil através do Decreto 592 de 1992. Portanto, também é lei interna no Brasil. O Comitê de Direitos Humanos é o órgão julgador das violações a este tratado, inclusive com a competência reconhecida pelo Estado brasileiro. O Brasil participou de todo o processo da ONU, se manifestou em sete oportunidades durante o processo e reconheceu a jurisdição do Comitê de Direitos Humanos para julgar as violações que nós apresentamos. Ao reconhecer que houve a violação grosseira a dispositivos do pacto, a ONU também emitiu uma determinação ao governo brasileiro, como consequência da sua decisão de reconhecer que o presidente Lula não teve direito a um julgamento justo e imparcial. Ele foi julgado por um juiz parcial, que era Sergio Moro, e que houve no seu julgamento uma atuação absolutamente indevida e incompatível com os padrões nacionais e internacionais. Ao reconhecer que isto ocorreu, e mais, que o presidente Lula foi privado indevidamente de participar das eleições de 2018, contrariando inclusive uma liminar que havia sido concedida pela própria ONU naquele ano, o Comitê concluiu que houve violação ao artigo 25 do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos. Ou seja, que o ex-presidente Lula foi privado indevidamente de participar das eleições presidenciais de 2018. 

Como consequência, o Comitê determinou que o governo brasileiro repare todos os danos causados ao ex-presidente Lula e ainda determinou a adoção de medidas de prevenção para evitar que situações similares venham a ocorrer em relação a qualquer cidadão brasileiro. Como consequência, para garantir o cumprimento dessa decisão, a ONU determinou ao governo brasileiro que no prazo de 180 dias preste informações sobre as medidas que serão adotadas para efetivar as posições do Comitê. Também determinou ao governo brasileiro que traduza, publique e divulgue amplamente o conteúdo da decisão que foi enviada a nós e ao governo. Essa é a conclusão do julgamento da ONU. Reconhecer todas as violações que nós apontamos na queixa apresentada em 2016 e como consequência determinou que o ex-presidente Lula tenha todos seus danos reparados. E para assegurar isso, o governo brasileiro terá que informar à ONU, no prazo de 180 dias, todas as medidas que deverão ser adotadas para dar cumprimento à decisão do Comitê, e mais: terá que traduzir e divulgar da forma mais ampla possível tudo aquilo que foi decidido pela ONU". (...)

CLIQUE AQUI para ler na íntegra (via site Brasil247)

ONU: governo terá que divulgar que Moro foi parcial contra Lula - Boletim 247

27 abril 2022

Deputada Federal Maria do Rosário (PT/RS) visitou Santiago/RS e Região







Maria do Rosário (PT/RS) participou de importante reunião em Santiago/RS

Na noite do último dia 22 de abril, sexta-feira, a Deputada Federal petista Maria do Rosário esteve visitando Santiago/RS tendo, na oportunidade,  participado de importante e concorrida reunião organizada pela Direção Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT)Coletivo Sobre Elas e pela Associação Brasileira de Mulheres (UBM). 

Ao final da reunião com os militantes, apoiadores  e simpatizantes de seu mandato (a maioria petistas, sindicalistas e feministas), a deputada Maria do Rosário assim manifestou-se em seu face: 

"Que encontro maravilhoso nessa sexta à noite em Santiago. Estive com companheiras e companheiros da luta da esquerda e feminista da cidade para uma conversa boa sobre a militância e as nossas lutas. Deixo meu agradecimento especial ao coletivo Sobre Elas, a UBM Santiago e o PT municipal por promover esse nosso convívio."

Acima, alguns registros fotográficos da atividade realizada pelo mandato da Deputada Maria do Rosário em Santiago/RS (via face).

25 abril 2022

A Revolução dos Cravos faz 48 anos

 



*Por LINCOLN SECCO*

A teoria revolucionária não é o deus ex machina de nenhuma revolução

No dia 25 de abril de 1974 uma operação militar articulada clandestinamente ganhou as ruas de Lisboa e derrubou a ditadura que vigorou por 48 anos em Portugal. Foi a participação popular no próprio 25 de abril e nas semanas seguintes que a tornou uma revolução.

Muitas empresas foram ocupadas e autogeridas pelos trabalhadores,[i] assim como moradias coletivas, creches e cursos universitários. Iniciou-se a reforma agrária. Em 1975 25% da superfície arável de Portugal eram geridos pelas unidades cooperativas de produção: fenômeno sem paralelo na Europa ocidental.[ii] Um forte movimento urbano também se instalou em Lisboa.

As Comissões de moradores foram radicais não devido à eventual participação de grupos de extrema esquerda, embora isso fosse provavelmente importante para vocalizar as demandas junto ao Estado. A radicalização provinha das conjunturas da Revolução e dos problemas objetivos que as comissões enfrentavam.[iii]

Mas a participação de minorias populares urbanas não era suficiente para se tornar alternativa de poder. Os partidos também não puderam e nem se propuseram tomar o poder de Estado e submetê-lo a uma lógica “soviética”. Por isso, a dinâmica das Forças Armadas foi o alfa e o ômega da explicação do insucesso revolucionário. Foi a força militar que abriu a brecha para que o movimento popular fosse além do que o Movimento das Forças Armadas (MFA) esperava. E foi também por causa dela que a revolução foi posteriormente bloqueada. Poderia o MFA ter se tornado o sucedâneo de partido dirigente revolucionário?

O êxito ou derrota se definem a partir das manobras táticas que poderiam mudar o rumo de certas políticas. Mas as manobras não podem tudo. Elas são constrangidas pelo campo de batalha estabelecido a priori. Este “campo” é posto pela situação internacional; pelas forças sociais e econômicas e pelas forças ideológicas que compreendem (ou não) a estrutura dentro do qual elas atuam.

A Revolução foi possível no quadro geral da luta anticolonial; do confronto indireto entre URSS e EUA; do recuo dos EUA diante da ascensão das lutas de classes desde os anos sessenta (mas especialmente pela sua derrota à vista no Vietnã). Mas foi limitada pelas estruturas seculares da economia portuguesa, pela sua distribuição demográfica, arranjo agrário, limites mentais de suas elites políticas, pelo pertencimento do país à OTAN e, sobretudo, pelo fato de ser dirigida por um Exército regular que não pode se transmutar num órgão decididamente revolucionário.

O Movimento das Forças Armadas (MFA) iniciou uma operação militar, à qual se seguiu uma insurreição urbana, num país ainda de grande influência rural e católica. Sua evolução ideológica rápida se deu em conjunto com a da população urbana (ou parte expressiva dela). Neste sentido, ele não foi uma vanguarda. Ao mesmo tempo, os partidos não tinham a legitimidade das armas e do dia 25 de abril para substituírem o MFA.

O MFA não representava mais do que 10% da oficialidade e não tinha existência formal no interior das Forças Armadas. Ele só podia transformar-se em dirigente de um processo radical se submetesse o restante da instituição, o que exigiria grandes expurgos. Ele teria que usar a violência (ou a ameaça dela) e opor entre si oficiais vinculados por laços de camaradagem forjados nas escolas e academias militares ou na guerra colonial; romper com sua própria formação estritamente militar; armar civis e arriscar-se a ser submergido numa guerra civil e a perder o controle do aparelho de Estado.

Na ausência de um partido, o MFA teria que cumprir um papel para o qual a sua rápida criação (no tempo curto) lhe permitia, mas a sua lenta formação (no tempo longo das Forças Armadas nacionais) lhe interditava.

A teoria revolucionária não é o deus ex machina de nenhuma revolução. Não são as ideais que a tornam possível e sim a existência objetiva de um movimento capaz de dirigir amplos grupos sociais numa situação revolucionária. Mas para que haja esse tipo de movimento, a teoria é indispensável.

*Lincoln Secco é professor do Departamento de História da USP. Autor, entre outros livros, de A Revolução dos Cravos e a crise do império colonial português: economias, espaços e tomadas de consciências (Alameda).

 

Notas


[i] Uma cisão dos Comités Comunistas Revolucionários (CCRs), editou o jornal O Combate, repleto de informações sobre o tema. Foi recentemente publicada uma bela edição facsimilar.

[ii] Baum, M. “Autogestão e Cultura Política: o impacto da Reforma Agrária no Alentejo 20 anos depois”, Análise Social, vol. XXXIII (148), 1998.

[iii] Downs, C. Revolution at the grassroots. Neww York Press, 1989, p.117.

*Fonte: A Terra é Redonda

21 abril 2022

Deputada Federal Maria do Rosário, do PT/RS, participará de reunião em Santiago nesta sexta-feira

 


*A Reunião está sendo articulada pelo Coletivo Sobre Elas, União Brasileira de Mulheres (UBM) e pelo Partido dos Trabalhadores - PT de Santiago/RS

Participe!!! Todos/as/es Convidados/as/es!!!!

CASO DANIEL SILVEIRA - Indulto de Bolsonaro: "Só no Nazismo Hitler se autodeclarou o guardião da Constituição", diz Pedro Serrano

“Nós estamos em uma democracia e o guardião da Constituição é o Supremo, portanto não cabe a Bolsonaro usar do indulto”, disse ainda o jurista


O jurista e professor de Direito Constitucional Pedro Serrano afirmou, com exclusividade à Fórum, nesta quinta-feira (21) que a atitude do presidente Jair Bolsonaro (PL) em conceder indulto ao deputado Daniel Silveira é comparável à Alemanha Nazista.

“Só no nazismo, o Hitler foi considerado o guardião da Constituição. Nós estamos em uma democracia e o guardião da Constituição é o Supremo, portanto não cabe a Bolsonaro usar do indulto pra impor a sua interpretação constitucional sobre e contra a do Supremo”, afirmou. Para o jurista, “trata-se de uma vulneração intensa contra a Constituição e o papel da Suprema Corte”.

Para Serrano, “o indulto poderia ser fundamentado na soberania do exercício estatal, mas não foi. Bolsonaro fundamentou o indulto numa intepretação que ele tem do que deve ser o direito de livre expressão do pensamento”.

“E essa intepretação dele conflita imediatamente com a interpretação do STF no caso, ou seja, a fundamentação que ele se utiliza pra determinar um indulto procura outorgar a ele o papel de guardião da Constituição, que deveria ser do Supremo”, reafirmou o jurista.

O professor disse que existem ainda aspectos formais, de natureza legal: “tudo o que eu falei até agora foi de natureza Constitucional – que não foram cumpridos”, ressalta. “A Lei de Execução Penal traz a necessidade de requerimento do indulto pelo Ministério Público ou pela defesa, de passar pelo Ministério da Justiça e outros órgãos antes de haver a deliberação do presidente. O mais relevante, no entanto, é o argumento de que é inconstitucional”, encerra.

A canetada de Bolsonaro

Bolsonaro deu uma canetada, nesta quinta-feira (21), e publicou um decreto de “graça constitucional” ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ). “Um decreto que vai ser cumprido”, disse Bolsonaro, em uma transmissão ao vivo nas redes sociais.

Na prática, o decreto de indulto perdoa os crimes cometidos pelo parlamentar.  O indulto deve ser publicado nos próximos minutos no Diário Oficial da União.

*Por Julinho Bittencourt - Fonte: Revista Fórum

14 abril 2022

Lula vence eleição no primeiro turno, aponta pesquisa Sensus/IstoÉ

Levantamento mostra que rejeição alta do presidente Jair Bolsonaro ainda facilitaria vitória de Lula no segundo turno

O ex-presidente Lula venceria eleição em primeiro turno, segundo pesquisa - Ricardo Stuckert

Por Lucas Rocha - Revista Forum*

Pesquisa do instituto Sensus divulgada nesta quarta-feira (13) pela revista IstoÉ mostra que o ex-presidente Lula (PT) venceria as eleições presidenciais de 2022 em primeiro turno se o pleito fosse hoje. O petista obteria mais de 50% dos votos válidos segundo levantamento feito pelo instituto. 

Lula aparece com 43,3% de intenções de voto, com uma ampla vantagem sobre os demais concorrentes. Nos votos válidos, descontados brancos e nulos, ele teria 50,8%, suficiente para uma vitória em primeiro turno. O presidente Jair Bolsonaro (PL) surge na segunda colocação com 28,8%.

Saiba mais: Governo Bolsonaro coloca sigilo em reuniões com pastores interessados em esquema no MEC

Mais atrás estão Ciro Gomes (PDT), com 6,3%, João Doria (PSDB), com 2,6%, e André Janones (Avante), com 2%. Na sequência aparecem Vera Lúcia (PSTU), com 1,1% e Simone Tebet (MDB), com 0,8%. Brancos e nulos chegam a 7,8% e 7,1% disseram não saber ou não responderam. O ex-juiz Sergio Moro (União) não foi incluído no questionário em razão de sua desistência.

Segundo o cientista político Ricardo Guedes, presidente do Instituto Sensus, o cenário aponta vitória em primeiro turno. “Com o atual quadro, Lula poderia ser eleito no primeiro turno se a eleição fosse hoje”, declarou à IstoÉ.

Leia: Acabou a corrupção? Escândalos, sigilo e interferência em investigações desmentem Bolsonaro

O cientista político também disse que a alta rejeição de Bolsonaro, de 53,9%, e a baixa aprovação de seu governo, com apenas 27,7% de bom/ótimo, tornam sua reeleição inviável.

No segundo turno, Lula venceria com 53,1% contra 34,1% de Bolsonaro, uma diferença de quase 20 pontos percentuais.

Foram ouvidos 2.000 eleitores no período de 8 a 11 de abril, de forma presencial. O levantamento está registrado no TSE sob número 01631/2022.

*Via Brasil de Fato

Demarcação já!

 

*Via Brasil de Fato

12 abril 2022

25ª vitória judicial de Lula: MPF pede arquivamento de mais uma investigação descabida

Nesta segunda (11), o Ministério Público Federal solicitou o arquivamento de mais uma investigação indevidamente aberta contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diante da inexistência de qualquer elemento que pudesse configurar a prática do ato ilícito. Esta é a vigésima quinta vitória judicial de Lula, que soma decisões favoráveis em absolutamente todos os processos que tramitavam contra ele.

Desta vez, a vitória se refere à investigação acerca de acusação por obstrução da Justiça contra Lula, a ex-presidenta Dilma Rousseff e o ex-ministro Aloízio Mercadante. A denúncia foi remetida à primeira instância e encerrada após seis anos de investigação, pela ausência de elementos que pudessem justificar acusação. Vale notar que a premissa da acusação baseava-se em farsa criada pela Lava Jato, já afastada pela Justiça por meio da absolvição de Lula no caso conhecido como Quadrilhão.

As vitórias acumuladas comprovam o intenso lawfare (perseguição jurídica com a utilização das leis como instrumento político) de que o ex-presidente foi vítima. (...)

*Leia a nota de Cristiano Zanin e Valeska Teixeira, advogados de Lula - e continue lendo a postagem - clicando AQUI:

11 abril 2022

São as entranhas brasileiras

 


        Por Janio de Freitas, na 
Folha de S.Paulo*

Nenhum presidente legítimo, desde o fim da ditadura de Getúlio em 1945 —e passando sem respirar sobre a ditadura militar— deu tantos motivos para ser investigado com rigor, exonerado por impeachment e processado, nem contou com tamanha proteção e tolerância a seus indícios criminais, quanto Jair Bolsonaro. Também na história entre o nascer da República e o da era getulista inexiste algo semelhante à atualidade. Não há polícia, não há Judiciário, não há Congresso, não há Ministério Público, não há lei que submeta Bolsonaro ao devido.

As demonstrações não cessam. Dão a medida da degradação que as instituições, o sistema operativo do país e a sociedade em geral, sem jamais terem chegado a padrões aceitáveis, sofrem nos últimos anos. E aceitam, apesar de muitos momentos dessa queda serem vergonhosos para tudo e todos no país.

Nessa devastação, Bolsonaro infiltrou dois guarda-costas no Supremo Tribunal Federal. Um deles, André Mendonça, que se passa por cristão, na pressa de sua tarefa não respeita nem a vida. Ainda ao início do julgamento, no STF, do pacotaço relativo aos indígenas, Mendonça já iniciou seu empenho em salvá-lo da necessária derrubada.

São projetos destinados a trazer a etapa definitiva ao histórico extermínio dos indígenas. O pedido de vista com que Mendonça interrompeu o julgamento inicial, “para estudar melhor” a questão, é a primeira parte da técnica que impede a decisão do tribunal. Como o STF deixou de exigir prazo para os seus alegados estudiosos, daí resultando paralisações de dezenas de anos, isso tem significado especial no caso anti-indígena: o governo argumentará, para as situações de exploração criminosa de terras indígenas, que a questão está subjudice. E milicianos do garimpo, desmatadores, contrabandistas e fazendeiros invasores continuarão a exterminar os povos originários desta terra.

Muito pouco se fala desse julgamento. Tanto faz, no país sem vitalidade e sem moral para defender-se, exangue e comatoso. Em outro exemplo de indecência vergonhosa, nada aconteceu à Advocacia-Geral da União por sua defesa a uma das mais comprometedoras omissões de Bolsonaro. Aquela em que, avisado por um deputado federal e um servidor público de canalhices financeiras com vacinas no Ministério da Saúde, nem ao menos avisou a polícia. “Denunciar atos ilegais à Polícia Federal não faz parte dos deveres do presidente da República”, é a defesa.

A folha corrida da AGU é imprópria para leitura. Mas, com toda certeza, não contém algo mais descarado e idiota do que a defesa da preservação criminosa de Bolsonaro a saqueadores dos cofres públicos. Era provável que a denúncia nada produzisse, sendo o bando integrado pela máfia de pastores, ex-PMs da milícia e outros marginais, todos do bolsonarismo. Nem por isso o descaso geral com esse assunto se justifica. Como também fora esquecido, não à toa, o fuzilamento de Adriano da Nóbrega, o capitão miliciano ligado a Bolsonaro e família, a Fabrício Queiroz, às “rachadinhas” e funcionários fantasmas de Flávio, de Carlos e do próprio Bolsonaro. E ligado a informações, inclusive, sobre a morte de Marielle Franco.

Silêncio até que o repórter Italo Nogueira trouxesse agora, na Folha, duas revelações: a irmã de Adriano disse, em telefonema gravado, que ele soube de uma conversa no Planalto para assassiná-lo. Trecho que a Polícia Civil do Rio escondeu do relatório de suas, vá lá, investigações. O Ministério Público e o Judiciário estaduais e o Superior Tribunal de Justiça não ficam em melhor posição, nesse caso, do que a polícia. São partes, no episódio de implicações gravíssimas, de uma cumplicidade que mereceria, ela mesma, inquérito e processo criminais. O STJ determinou até a anulação das provas no inquérito das “rachadinhas”, que, entre outros indícios, incluía Adriano da Nóbrega.

Desdobrados nas suas entranhas, os casos aí citados revelariam mais sobre o Brasil nestes tempos militares de Bolsonaro do que tudo o mais já dito a respeito. Mas não se vislumbra quem ou que instituição os estriparia.

*Janio de Freitas (foto) é jornalista. (Repostado do  Blog Tijolaço)

08 abril 2022

“Ninguém aguenta mais: povo volta às ruas para dizer Bolsonaro nunca mais”, dizem as centrais

 


CUT e outros movimentos sociais convocam mobilização contra o governo, que acontecerá em todo país no dia 9/4 

Assistimos a uma redução de quase tudo no Brasil. Diminuíram, especialmente nos últimos três anos, os postos de trabalho formal, os direitos trabalhistas, o número de pessoas contempladas com benefícios sociais, as políticas de distribuição de renda, o investimento nos serviços públicos, o poder de compra da população e o crescimento econômico. Só uma coisa aumenta desenfreadamente: a inflação, que corrói os salários da classe trabalhadora e acentua a fome e a desigualdade social no país. Em protesto contra a gestão desastrosa de Bolsonaro, o povo volta a ocupar praças e ruas de todo o país no dia 9/4. 

Em Brasília, a concentração será a partir das 16h, no Museu Nacional da República. Às 17h, os militantes saem em marcha pela Esplanada dos Ministérios, onde, munidos da esperança por justiça social, comida na mesa, emprego e renda, levarão para o Congresso Nacional o grito que é mote deste dia de luta: “Bolsonaro nunca mais!”. 

A mobilização, convocada pela CUT e outros movimentos sociais, tem como um dos eixos centrais, o protesto contra os aumentos aplicados pela Petrobrás em março, que chegaram a 18,8% na gasolina, 16,1% sobre o gás de cozinha e 24,9% no valor do Diesel. Além disso, o povo também se posiciona contra a fome e o desemprego, trazendo à tona a triste realidade da insegurança alimentar, que hoje assola, em algum grau, 116,8 milhões de brasileiras e brasileiros, sendo que 19 milhões estão passando fome, de acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa e Soberania Alimentar. 

“Nós sabemos de quem é a culpa por essa situação trágica que a nossa população enfrenta. Bolsonaro fez questão de negligenciar o povo brasileiro no momento em que o país mais precisava de uma gestão competente e preocupada com a classe trabalhadora, que foi e ainda é essa pandemia. Ao invés de garantir que a população pudesse se proteger do vírus e continuar tendo emprego e renda, o presidente se voltou contra os mais vulneráveis, congelando salários, permitindo redução dos rendimentos, recusando a compra de vacinas que poderiam ter salvado a vida de milhares, privilegiando rentistas e empresários. Por tudo isso, vamos deixar claro que Bolsonaro e todos aqueles que abandonaram a classe trabalhadora, nunca mais vão ocupar cargos de poder neste país”, afirma o presidente da CUT-DF, Rodrigo Rodrigues. 

A secretária de Mobilização e Relação com Movimentos Sociais da CUT-DF, Leilane Santos, explica a importância de continuar nas ruas contra o governo atual. “O ato Fora Bolsonaro deste dia 9 de abril, construído pelo movimento sindical, social, estudantil e por partidos políticos progressistas, terá como centro a carestia e o desemprego, pautas tão importantes para a classe trabalhadora. É importante que neste ano eleitoral os atos sejam ainda mais representativos que em 2021. Nós da CUT-DF e todos os sindicatos filiados sabemos da importância dessa mobilização para impedir mais retrocessos”, afirmou.

*Fonte: Jornal Brasil Popular

07 abril 2022

Quaest: sem Moro, 3ª via derrete e Lula vence no 1º turno

Reunião do Comitê Popular de Luta - Hoje, em Santiago/RS

 

Nesta quinta-feira, dia 07/04, às 19 horas, ocorrerá mais uma reunião do primeiro Comitê Popular de Luta  formado em Santiago/RS para fortalecer a campanha eleitoral - e as pré-candidaturas petistas, de esquerda e democráticas aliadas - em outubro próximo.

A reunião será realizada na Associação dos Inativos da Brigada Militar (Greminho).

Outros Comitês de Luta  estão sendo articulados e serão aqui divulgados (local, data e horário da reunião) nos próximos dias. 

Participe!!!

05 abril 2022

Serpentário


                (Foto: Reprodução | ABr)

Por Carol Proner*

“Seres humanos não precisam concordar entre si, mas comemorar o sofrimento alheio é perder de vez a humanidade”, disse o ex-Presidente Lula na manifestação de solidariedade à jornalista Míriam Leitão, que foi vítima de ataques fascistas por parte do deputado Eduardo Bolsonaro.

A jornalista agradeceu, dizendo que a manifestação de Lula reflete "valores fundamentais da democracia, o respeito entre pessoas, mesmo quando divergem, e a empatia que deve prevalecer entre seres humanos”.

O filho da jornalista, Matheus Leitão, também agradeceu com as seguintes palavras: "presidente, muito obrigado. Como filho, me emociono. Sua voz branda e firme é muito importante para o país neste momento".

De todo esse episódio repugnante de violência e desrespeito, eu quero chamar a atenção para este aspecto: o da reação convergente no sentido de repudiar o monstruoso gesto do filho do Presidente da República que simboliza os valores da família e do clã bolsonaristas: a defesa da tortura com perversidade qualificada.

Esta, sabemos, não é a primeira fala que remete à violência contra as mulheres. A misoginia e a perversidade sexual presentes na “cultura do estupro” fazem parte do manual político do fascismo bolsonaristas. Ninguém pode dizer que se surpreende, e as mulheres têm demonstrado sua rejeição nas sondagens eleitorais.

O que merece ser destacado é a reação de repúdio unânime entre forças políticas completamente divergentes. Os demais pré-candidatos também não hesitaram em se manifestar em apoio à jornalista  referência do capitalismo neoliberal, assim como também estrelas do Partido dos Trabalhadores, a ex-Presidenta Dilma Rousseff, que também foi vítima de tortura, e a Presidenta do PT, a deputada Gleisi Hoffmann.

Este é um episódio simbólico do que veremos daqui para a frente, nos meses que antecedem as eleições deste ano, a polarização entre política e antipolítica, ou a política adversarial versus a política do inimigo.

O Brasil precisa se contaminar desse gesto de solidariedade a Míriam Leitão e do respectivo acolhimento manifestado por ela, destacando o respeito e a empatia como valores altruístas e de unidade. Mas ainda há os que, na hipótese de um 2º turno polarizado entre a democracia ou o serpentário, defendam escalar o enorme muro da falsa neutralidade. 

*Doutora em Direito, professora da UFRJ, diretora do Instituo Joaquín Herrera Flores – IJHF - Via 247

01 abril 2022

"ESSA TERCEIRA VIA É UM CONGLOMERADO DA DIREITA"


*Via 247

Atrevimento das cúpulas militares com ordem do dia é consequência da impunidade

 


Por Jeferson Miola*                                      

A existência da ordem do dia cretina [31/03], alusiva ao golpe de 1964, é consequência direta da impunidade concedida pelo poder civil aos terroristas de Estado que depois de derrubarem por meio de um golpe armado o governo de João Goulart, perseguiram, torturaram e assassinaram os próprios brasileiros.

As cúpulas militares partidarizaram e milicianizaram as Forças Armadas. Os atuais comandantes são o subproduto dos porões mais fétidos da ditadura.

Usufruindo da impunidade que lhes foi erroneamente concedida pela sociedade civil, ao longo desses últimos 30 anos de débil rotina democrática eles agiram secretamente como cupins que devoram a madeira. Infestaram as instituições de Estado, corroeram a democracia para debilitá-la e, assim, conseguirem golpeá-la novamente – desta vez, porém, com a falsa aparência de legalidade.

Os comandantes militares que assinaram a ordem do dia alusiva ao golpe de 1964 representam a renovação geracional da tradição mais anti-profissional, mais conspirativa e golpista da história das Forças Armadas.

Eles são herdeiros da facção que não aceitava nem mesmo a “transição lenta, gradual e segura” do ditador Geisel.– aquele bando que queria a continuidade da ditadura; queria um projeto não só duradouro, mas permanente de poder militar no país.

Mesmo com o fim da ditadura estes conspiradores nunca deixaram de se organizar secretamente e nunca deixaram de atuar politicamente. Infestaram, parasitaram e apodreceram as instituições de Estado, como hoje se percebe de maneira cristalina.

Eles perderam totalmente a confiança e o respeito. As Forças Armadas, comandadas por esta gente, já não podem ser consideradas como instituições de Estado, porque agem como milícias oficiais fardadas que consideram como inimigo o próprio povo brasileiro. Mas, na realidade, são eles mesmos os maiores inimigos da sociedade brasileira e a grande ameaça ao pouco que ainda resta de democracia no Brasil.

A diferença entre essas milícias oficiais e as milícias paramilitares bolsonaristas é que as segundas [ainda] não ganham salários, mordomias e aposentadorias vitalícias pagas pelo Estado. Já as primeiras consomem todo ano mais de R$ 110 bilhões do orçamento público para bancar suas regalias e para financiar seu projeto de poder anti-soberania e anti-povo.

O atrevimento das cúpulas militares com a ordem do dia que considera o 31 de março de 1964 como um “movimento”; “um marco histórico da evolução política brasileira [que] refletiu os anseios e as aspirações da população da época” é o filho bastardo da impunidade.

O Brasil deveria seguir o caminho da Argentina, onde ditadores assassinos foram processados, condenados e alguns pagaram pelos seus crimes e pelo terror de Estado até o último dia da vida na prisão.

Basta de impunidade. Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça!

*Via Blog do Jeferson Miola