Só a Líbia sofrerá sanções? E os outros países?
José Dirceu* escreve:
A utilização - e manipulação - dos direitos humanos por parte do governo dos Estados Unidos para atender seus interesses políticos, econômicos e sociais é um fato comprovado e não pode ser simplesmente desconhecido no caso libio. Até porque o que assistimos na Líbia é a uma guerra civil, com as Forças Armadas divididas.
Lá e em qualquer parte do mundo, a não ser para fazer luta política, os EUA são indiferentes aos direitos humanos. Na Líbia só lhes interessa um governo amigo e pró-ocidente, de preferência anti-palestino.
Lá e em qualquer parte do mundo, a não ser para fazer luta política, os EUA são indiferentes aos direitos humanos. Na Líbia só lhes interessa um governo amigo e pró-ocidente, de preferência anti-palestino.
No nosso caso (Brasil), o que se coloca é: além da condenação de toda e qualquer repressão e violação dos direitos humanos qual é o nosso interesse nesta história? Já que não vamos intervir nos assuntos internos da Líbia, só nos restam os organismos internacionais, fechar com algumas de suas posições.
Eles agora estão obrigados a tratar de todos os outros Estados árabes em crise - em muitos aspectos, muito parecida - com rebeliões deflagradas há mais tempo, começando pelo Bahrein e Iêmen, depois Argélia, Jordânia e Marrocos.
Ou será que somente a Líbia vai merecer o tratamento defendido pelos EUA?
Posição da mídia só serve para luta política
Ao vincular meus comentários sobre a crise na Líbia às posições do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e do ex-premiê de Cuba, Fidel Castro, sem fazer as devidas distinções, o jornal O Estado de S.Paulo desinforma seus leitores. Nós três coincidimos apenas na avaliação sobre a cobertura da mídia internacional num 1º momento da crise e nas intenções dos Estados Unidos de comandar o seu desfecho.
Nunca manifestei apoio ao regime do ditador Muamar Khaddafi ou me omiti sobre a repressão. Basta ler em meu blog o que escrevi todos os dias sobre a questão. Apenas disse o óbvio: que a situação na Líbia não era como as agências internacionais estavam divulgando num 1º momento. Isto a própria rede norte-americana de TV CNN reconheceu, ao repercutir matérias do correspondente da TV Telesur em Trípoli.
Reiteradas vezes encareci a necessidade de que fossem tomadas medidas cabíveis contra a repressão desencadeada pelo regime do ditador Khaddafi. Defendi o que agora acaba de acontecer no Conselho de Segurança (CS) da ONU por decisão unânime dos 15 países que o integram - Brasil, inclusive.
Reiteradas vezes encareci a necessidade de que fossem tomadas medidas cabíveis contra a repressão desencadeada pelo regime do ditador Khaddafi. Defendi o que agora acaba de acontecer no Conselho de Segurança (CS) da ONU por decisão unânime dos 15 países que o integram - Brasil, inclusive.
Pela ONU, friso, não pelos Estados Unidos de forma unilateral, como eles fizeram na 6ª feira - logo eles que sustentaram as ditaduras do Egito e da Tunísia e sustentam todas as monarquias árabes (a maioria ainda absolutistas), começando pela da Arábia Saudita.
*Fonte: http://www.zedirceu.com.br/
Ao fazer esta ponderação, insisto: este maniqueísmo de uma parte da imprensa (no caso em que me manifestei, de grande parte) pode servir para fazer luta política, mas não serve ao jornalismo e aos fatos históricos, que estão aí para provar quais são os objetivos da diplomacia norte-americana. Este comportamento da mídia serve aos interesses deles norte-americanos e não aos do Brasil.
*Fonte: http://www.zedirceu.com.br/
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