PT e os progressistas não devem repetir a Frente Ampla (1966) que ajudou a ditadura
*Markus Sokol (foto) é economista, membro do Comitê
Nacional do DAP e da Executiva Nacional do PT.
-Fonte: Diálogo e Ação Petista - DAP
https://militante.petista.org.br
Por Markus Sokol*
Um ato no Tuca, em SP, no último
dia 2, criou uma frente: FHC, os ex-governadores Anastasia e Alckmin (PSDB) que
enviaram mensagens, com os partidos Podemos e Cidadania, a Força Sindical, a
UGT, um grupo do PSDB, segundo o site Congresso em Foco, junto com Ciro Gomes e
o PDT, o governador Flavio Dino e o PCdoB, a UNE e Noam Chomsky. Presentes o
arcebispo emérito d. Cláudio Hummes e o vereador Suplicy (o PT não foi
convidado, nem se fez representar).
Isso se chama Direitos Já – Fórum
pela Democracia. “Democracia” cujo manifesto não pede liberdade nem um
julgamento justo para Lula.
Para que é, então?
“A narrativa que nos une no
passado nos une quanto ao projeto de nação”, disse o governador Dino (PCdoB).
“Une”? Não uniu contra o
impeachment de Dilma, nem contra a eleição de Bolsonaro, pois metade dessa
turma foi golpista há 3 anos e bolsonarista há 11 meses! Luciana Santos, presidente
do PCdoB, explica que foi “na luta para derrotar a ditadura militar no Colégio
Eleitoral e a conquista de uma Constituição avançada”.
Mas o PT nada tem a ver com esta
estória: o PT boicotou o Colégio Eleitoral da ditadura em 1984, onde o
PMDB-PCdoB traíram a campanha unitária dos milhões pelas Diretas-Já, “elegendo”
Tancredo-Sarney. A bancada do PT, liderada por Lula, votou contra a
Constituição de 1988, que não contemplava a maior parte das aspirações
populares e preservava boa parte das instituições do regime militar.
O que foi determinante para o PT
crescer depois e se tornar o principal partido operário e popular da história
do Brasil.
O PCdoB, de origem stalinista,
não aprendeu nada. E parece que depois de se fechar a porta para governar com o
PT, o PCdoB involui para a desastrosa política da Frente Ampla do velho PCB,
com o deposto presidente Jango (PTB), atrás de parte da direita golpista
(Lacerda) e do ex-presidente Kubistchek (PSD, centro-direita), patronal e
pro-imperialista, valentemente denunciados por Brizola (PTB). O que
desmoralizou a resistência, sem liderança nem programa, com uma aliança
oportunista para eleições que nunca vieram.
E hoje?
No manifesto “Direitos Já”,
sequer Bolsonaro é mencionado, apenas “a ascensão política de um discurso
ultranacionalista, religiosamente fundamentalista, de ataque a instituições”.
Como se Bolsonaro-Mourão pudessem mudar o discurso. “O momento”, conclui,
“exige união e vigilância constante. É preciso que as forças democráticas do
país superem suas diferenças programáticas e estejam conectadas e engajadas em
torno de uma pauta comum: a defesa irrevogável dos direitos conquistados”.
O que quer dizer superar as
divergências com Ciro, FHC, Podemos e Cidadania? É não falar da Previdência,
nem da reforma agrária, nem do aumento do salário mínimo, nem das estatais nem
da soberania nacional! Nem, é claro, de Lula Livre. É um manifesto
contrarrevolucionário de colaboração de classes.
-Fonte: Diálogo e Ação Petista - DAP
https://militante.petista.org.br
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