Ex-ministro desmentiu Bolsonaro
Crédito: Folha de S.Paulo |
O ex-juiz Sérgio Moro anunciou na manhã desta sexta-feira (24/IV) a sua saída do comando do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A decisão veio após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) exonerar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, que é homem de confiança de Moro.
"Foi conversado com o presidente que teríamos compromisso com o combate à corrupção. Ele falou publicamente que me daria carta branca e nós conseguimos resultados expressivos", disse Moro.
"A partir do segundo semestre de 2019, passou a ter uma insistência do presidente pela troca do comando da Polícia Federal. Eu sempre diss que não tinha nenhum problema em trocar, mas eu precisaria de uma causa, já que o trabalho era positivo", prosseguiu Moro.
"O problema é que não é só a troca do diretor, mas também superintendentes, sem que fosse me apresentada uma razão ou uma causa. É uma interferência política", comentou.
Moro desmentiu o Diário Oficial sobre a exoneração do diretor da PF. "O Mauricio Valeixo não queria sair". O documento dizia que a saída foi por vontade de Valeixo.
"Eu fiquei sabendo da exoneração pelo Diário Oficial", confessou Moro. "Achei ofensivo", completou. "Foi a sinalização de que o presidente me quer fora do cargo".
O agora ex-ministro, em seu discurso, elogiou a autonomia da Polícia Federal nos governos do PT. "Isso permitiu que os resultados fossem alcançados", admitiu.
Para a vaga de Valeixo, o governo estuda dois nomes: o atual secretário de segurança pública do Distrito Federal, Anderson Gomes, ligado ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, próximo ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Já o substituto de Moro no Ministério, segundo a revista Veja, deve ser Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral. O G1 também aponta André Mendonça, da AGU (Advocacia Geral da União).
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