27 março 2012

Demóstenes, Cachoeira e a revista Veja

Polícia Federal investiga ligações de Carlinhos Cachoeira com Veja e o senador Demóstenes Torres


Brasília/DF - Um dos aspectos mais intrigantes das investigações da Policia Federal sobre as atividades criminosas em Goiás e Distrito Federal do contraventor Carlinhos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, é sua ligação com a revista Veja, que, desde o primeiro dia em que o ex-presidente Lula assumiu o cargo de Presidente da República, publica matérias mentirosas contra o PT, forças progressistas, movimentos sociais e qualquer política de inclusão social. Tudo indica que a revista manteve um esquema intimo com o contraventor, que envolvia grampos e filmagens clandestinas para tentar criar situações embaraçosas para o PT.

O jornalista Luis Nassif afirma em seu site que não há mais como impedir a abertura das comportas: a Operação Monte Carlo da Polícia Federal, sobre as atividades do bicheiro Carlinhos Cachoeira, chegou até a revista Veja. Diz ele: "As gravações efetuadas mostram sinais incontestes de associação criminosa da revista com o bicheiro. São mais de 200 telefonemas trocados entre ele e o diretor da sucursal de Brasília Policarpo Jr. Cada publicação costuma ter alguns repórteres incumbidos do trabalho sujo. Policarpo é mais que isso. Depois da associação com Cachoeira, tornou-se diretor da sucursal da revista e, mais recentemente, passou a integrar a cúpula da publicação, indicado pelo diretor Eurípedes Alcântara. Foi um dos participantes da entrevista feita com a presidente Dilma Rousseff. Nos telefonemas, Policarpo informa Cachoeira sobre as matérias publicadas, trocam informações, recebe elogios. Há indícios de que Cachoeira foi sócio da revista na maioria dos escândalos dos últimos anos".

A revista Veja é a mesma que deu uma matéria de capa no primeiro mandato de Lula com o titulo "A República do Grampo", contendo a transcrição de uma suposta conversa entre Demóstenes e o então presidente do STF, Gilmar Mendes. Nunca ninguém viu nem ouviu a tal gravação, mas o estrago foi feito, num momento delicado da politica nacional, resultando na queda de Paulo Lacerda, o diretor geral da ABIN. No fim de 2010, quando ninguém prestava atenção nos jornais, a Polícia Federal divulgou o resultado de um inquérito dizendo textualmente que não encontrara um fiapo de prova sequer sobre a realização do grampo. Ninguém pediu desculpas nem maiores esclarecimentos. Numa reação que parecia o prenúncio de uma crise institucional, no auge da denúncia Gilmar Mendes prometeu chamar o presidente Lula "às falas." Não se pediu desculpas pelo não grampo, e agora, com tantas evidências de envolvimento com a contravenção, o senador do DEM não pediu também desculpas pelas gravações - agora autorizadas e bem reais - em que aparece dialogando com Cachoeira pedindo dinheiro e revelando o conteúdo de reuniões sigilosas.

DEMÓSTENES TORRES - A cada dia, mais provas e indícios de envolvimento do líder do DEM no Senado, Demóstenes Torres (GO), com a rede criminosa do contraventor Carlinhos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, colocam o senador goiano no centro dos escândalos nacionais. Agora, o próprio procurador-geral da República, Roberto Gurgel, diz que tem farta documentação sobre inquérito da Polícia Federal que expõe o relacionamento entre parlamentares e o bicheiro, indicando que, doravante, as investigações, paradas há dois anos na Procuradoria, terão finalmente o devido encaminhamento.

Há um movimento de parlamentares cobrando celeridade da PGR na apuração das diferentes denúncias da imprensa que envolvem, sobretudo, o líder do DEM. Na semana passada, os líderes do PT na Câmara, Jilmar Tatto, e no Senado, Walter Pinheiro, juntamente com a líder do PSB no Senado, Lídice da Mata, protocolaram na Procuradoria Geral da República representação pedindo "investigação para averiguar se há indícios de conduta ilícita de membros do Congresso Nacional, que, em tese, poderiam configurar delito sujeito a investigação no âmbito da competência originária do Supremo Tribunal Federal".

A expectativa é de que o inquérito seja aberto no Supremo para rigorosa apuração das graves acusações dos últimos dias. O próprio Gurgel admitiu, em entrevista semana passada, que detém farto material que liga Cachoeira a parlamentares. Ele afirmou que as gravações de conversas telefônicas, feitas pela Polícia Federal com autorização da Justiça, revelam contatos frequentes do bicheiro com Demóstenes, além de outros parlamentares. Na entrevista, Gurgel disse: "Eu não vi nada e é muita coisa. Vou examinar". Reportagem publicada pelo jornal O Globo na última sexta-feira revela que Gurgel recebeu, em 2009, documentação de outra investigação, precedente à atual operação Monte Carlo, que aponta a proximidade de Cachoeira com Demóstenes Torres e os deputados federais goianos. Os novos dados sobre as ligações entre Carlinhos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e outros políticos com foro privilegiado foram enviados à Procuradoria Geral da República há duas semanas. Caberá ao procurador Roberto Gurgel decidir se pede ao STF abertura de inquérito contra Demóstenes e outros parlamentares federais supostamente vinculados a Cachoeira.

Em nota, a PGR confirmou que recebeu os autos sobre o caso da Justiça Federal de Anápolis, mas alegou que o processo ficou parado por uma "questão de estratégia". "Como titular da ação penal, cabe ao Ministério Publico Federal definir os rumos da investigação", diz a nota.

Em outra ação, o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) protocolou na última terça-feira um requerimento com pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara para investigar o envolvimento do empresário com integrantes do Congresso. Segundo Protógenes Queiroz, 208 deputados assinaram o documento - 37 a mais do que o número necessário para abertura das investigações. Após a verificação dos apoiamentos, caberá ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), avaliar se o colegiado deve ser criado. Caso ele seja instalado, os integrantes da comissão terão 180 dias para concluírem as investigações.

As provas e indícios de envolvimento do senador do DEM são cada vez mais claras e consistentes, conforme tem mostrado a imprensa. O autodenominado arauto da moralidade, que um dia foi eleito por jornalistas que cobrem o Congresso como o parlamentar mais "combativo" contra a corrupção, aparece em interceptações feitas pela Polícia Federal pedindo a Cachoeira que pague uma despesa dele com táxi-aéreo no valor de R$3 mil. Em outra gravação, segundo informações dos investigadores da PF, o senador fez "confidências" ao bicheiro Cachoeira sobre o resultado de reuniões reservadas que teve com autoridades do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.

O site da revista Carta Capital divulgou que, mais do que isto, o senador seria um dos sócios dos negócios de Cachoeira. Citando inquérito da Polícia Federal, a revista afirma que Demóstenes receberia 30% do faturamento do esquema de jogos de azar de Cachoeira, o que resultaria num montante de R$ 50 milhões nos últimos seis anos. O relatório da PF revela ainda que, desde 2009, Demóstenes usava um rádio Nextel (tipo de telefone) habilitado nos Estados Unidos para manter conversas secretas com Cachoeira. Segundo a polícia, os contatos entre os dois eram "frequentes". A informação reapareceu nas investigações da Monte Carlo.

Cachoeira é acusado de subornar autoridades para explorar casas de jogos e, ao mesmo tempo, destruir os negócios dos concorrentes. Há três anos, em um inquérito aberto em Anápolis, a Polícia Federal já tinha detectado supostos vínculos de Demóstenes. Cachoeira já foi condenado pela Justiça Federal no Rio de Janeiro a oito anos de prisão e está detido no presídio federal de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

*Texto produzido pela Assessoria da Liderança do PT na Câmara, com informações coletadas em sites do PT, do governo federal, do Congresso e em blogs de esquerda. Via www.pauloferreira.net.br  - Grifos deste blog

26 março 2012

Literatura



CCMQ recebe a pré-estreia da 5ª edição da Festipoa Literária

Porto Alegre/RS - A 5ª edição da Festipoa Literária, realizada pelo jornal Vaia, terá pré-estreia sábado, (31), na Casa de Cultura Mario Quintana, com a presença da poetisa e ficcionista Marina Colasanti. Ela estará ao lado de Martha Medeiros e Maria Rezende lendo poemas e conversando sobre poesia.

A pré-estreia contará com uma homenagem a Tânia Rösing, Sérgio Vaz e Marcelino Freire, com o lançamento das obras Amar é crime, livro de contos de Marcelino Freire; a plaquete do Livro leve livre com o conto Vale das Tílias, de Ivo Bender; e uma edição especial do jornal Vaia. Na ocasião, será divulgada a programação completa do evento.

5ª edição da Festipoa Literária

A 5ª edição da FestiPoa ocorrerá de 18 a 28 de abril e terá o dramaturgo, tradutor e ficcionista Ivo Bender como escritor homenageado. FestiPoa Literária é a festa da literatura em Porto Alegre. Debates, leituras, lançamentos, oficinas, exposições, shows, espetáculos de teatro, filmes, saraus, performances: tudo realizado para festejar e brindar a literatura.

Um dos principais eventos culturais da cidade, a FestiPoa reunirá mais de uma centena de convidados em uma programação artística variada - com a presença de autores que acabaram de estrear até nomes consagrados e premiados, nacional e internacionalmente - para debater e refletir sobre a produção literária contemporânea.

Entre os autores convidados, figuram nesta edição nomes como Antonio Carlos Secchin, Armindo Trevisan, César Aira, Heloísa Buarque de Holanda, Ivan Izquierdo, Joca Reiners Terron, Luiz Tatit, Marcelino Freire, Márcia Denser, Marina Colasanti, Mário Prata, Martha Medeiros, Miguel Sanches Neto, Paulo Lins, Paulo Scott, Rafael Coutinho, Regina Zilberman, Santiago, Sérgio Sant´Anna e Sérgio Vaz.

Leituras, lançamentos, oficinas, exposições, debates, shows, espetáculos de teatro, filmes, recitais, performances: tudo realizado para festejar e brindar a literatura, com a participação de dezenas de escritores e artistas convidados. As atividades acontecerão em vários pontos da cidade e toda programação será gratuita. (por Lúcia Karan, via Portal do Governo do RS)

23 março 2012

A estratégia da Presidenta

O carimbo de Dilma Rousseff nas negociações políticas

Há uma aposta clara em que, ao escolher seus próprios interlocutores na base aliada, a presidenta conterá os movimentos de chantagem que têm sucedido de forma permanente a troca dos ministros vitimados por denúncias. E que existe espaço na agenda para correr esse risco.

Carta Maior - Não parece aleatória a estratégia política assumida pela presidenta Dilma Rousseff (PT), desde que iniciou uma reforma ministerial em capítulos. A leitura que deve ser feita da ação de Dilma junto à base aliada (aí incluídas as escolhas ministeriais e de lideranças no Congresso politicamente mais afinadas com o perfil que quer dar às relações entre Executivo e Legislativo) é a de que ela bancou o risco de desarranjar uma coalizão montada pelo governo anterior, que também deu sustentação à sua candidatura, para fugir ao permanente impasse de demitir auxiliares indicados pelos partidos a cada denúncia de corrupção, e em seguida ser obrigada a se submeter à chantagem dos mesmos partidos para manter as pastas nas mãos dos grupos hegemônicos nas legendas. E, se correu o risco, é porque o governo avaliou que há espaço para tentar arranjos na base partidária, já que não existem questões urgentes a serem decididas pelo Congresso – a única, o Código Florestal, prescinde de uma enorme base de apoio, já que as posições individuais dos parlamentares estão muito consolidadas e a bancada ruralista é muito forte. Mantendo ou não os instrumentos tradicionais de negociação com a base aliada, o Executivo não teria nenhuma garantia de lealdade nessa questão.

Daqui para o final do ano, a gestão do Orçamento, com toda a flexibilidade que a lei dá ao governo, e as medidas para neutralizar os efeitos da crise financeira internacional sobre a economia têm mais relevância do que as matérias que tramitam no Congresso. O que é importante de fato esbarra em questões que transcendem acordos partidários – caso não apenas do Código Florestal, mas também da Reforma Política, onde uma decisão partidária não consegue se sobrepor aos interesses individuais dos parlamentares. Apenas o PT consegue fechar questão sobre o assunto. (...)
*CLIQUE AQUI  para ler na íntegra.

22 março 2012

Convite

Companheiras e Companheiros,

convidamos para a comemoração do aniversário do deputado federal Paulo Ferreira (PT/RS), amanhã, sexta-feira, 23 de março. Os convites estão disponíveis pelos telefones (51) 3085-5313, 3085-4313 e 9677-7400, com Beth ou Natália. 




*Clique  no Convite para ampliar.

Dia Mundial da Água


Deputado  Valdeci  Oliveira reafirma luta em defesa da água pública


No Dia Mundial, Valdeci reafirma luta em defesa da água pública

Porto Alegre/RS - Por ocasião do Dia Mundial da Água, comemorado nesta quinta-feira (22), o deputado estadual Valdeci Oliveira (PT) reafirmou a importância da luta e da mobilização em defesa da água como bem público e universal. Valdeci é signatário na Assembleia Legislativa da Proposta de Emenda Constitucional 206/2011, conhecida como PEC da Água e proposta pelo deputado Luís Fernando Schmidt (PT). A PEC determina que os serviços de abastecimentos de água e tratamento de esgoto sejam prestados por empresas públicas ou de economia mista, sob o controle do poder público estadual ou municipal. A proposta foi reapresentada em 2011, após tramitar, sem êxito, na Assembleia, por quatro anos. Deve ir a votação em plenário em breve. “Água e saneamento são direitos humanos essencias e básicos e devem ser garantidos sem discriminação. A venda desse bem, que é de todos, não é, nem nunca foi o melhor caminho.Na prática, se aprovada na votação plenária, a PEC impedirá a privatização da água no Estado", destaca.


História do Dia Mundial da Água


O Dia Mundial da Água foi criado Organização das Nações Unidas (ONU) no dia 22 de março de 1992. Anualmente a data é destinada para  a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural. Também foi nessa data que a ONU divulgou a Declaração Universal dos Direitos da  Àgua, que apresenta uma série de medidas, sugestões e informações sobre a questão.

Fonte: http://blogdovaldeci13.blogspot.com.br/
  
Foto: Marcos Eifler - Ag. AL

21 março 2012

Debate

 

Ditadores e torturadores não podem ser nomes de ruas 

 


Uma Comissão da Verdade de verdade poderia começar seus trabalhos propondo ao Congresso Nacional uma lei simples: proibir em todo o território nacional que logradouros públicos sejam batizados com nomes de pessoas que enxovalharam a democracia e os bons costumes. E alterar as denominações existentes.

Em São Paulo, a situação é vergonhosa. A principal rodovia do estado chama-se Castello Branco. De tão naturalizada está a questão, que poucos param para pensar no seguinte: aquele foi o chefe da conspiração que acabou com a democracia no Brasil, em 1964. A homenagem foi feita por Roberto de Abreu Sodré, governador biônico, que inaugurou a via em 1967. Estávamos em plena ditadura e seria natural que um serviçal do regime quisesse adular seus superiores.

A via não representa uma exceção. A cidade comporta ainda o elevado (?) Costa e Silva, em homenagem ao segundo governante da ditadura. O idealizador foi outro funcionário do regime, Paulo Salim Maluf, nos idos de 1969. O mesmo Maluf mimoseou, em 1982, quando governador, o famigerado Caveirinha, alcunha que imortalizou o general Milton Tavares de Souza, falecido no ano anterior. Caveirinha foi chefe do Centro de Informação do Exército (CIE) e suas grandes obras foram a implantação dos DOI-CODI e da Operação Bandeirantes (Oban), órgãos responsáveis pelo assassinato de inúmeros oponentes do regime. Foi também um dos planejadores da repressão à guerrilha do Araguaia (1972-76).

Ernesto Geisel, ditador entre 1974 e 1979, é o nome de um conjunto habitacional em Bauru. Emilio Garrastazu Médici, o comandante da fase mais repressiva da ditadura, nomeia dezenas de ruas, escolas e praças pelo Brasil. Presidente Figueiredo é uma cidade no Amazonas. Diadema abriga uma Escola Estadual Filinto Muller, temido chefe da Polícia Política do Rio de Janeiro entre 1933 e 1942. Imortalizou-se por ter comandado a operação que resultou na deportação de Olga Benario à Alemanha, em 1936.

Mas nada supera a inacreditável rua Dr. Sergio Fleury, na Vila Leopoldina, na capital.

Os nomes dos funcionários mais ou menos graduados da ditadura podem ser localizados com uma rápida olhada no Google. Castello, Costa e Silva, Médici e Figueiredo emprestam seus nomes a centenas de ruas, avenidas, estradas, escolas e edifícios públicos espalhados pelo Brasil.

Propostas de mudança

Em 2006, o então prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB) enviou mensagem à Câmara dos Vereadores de São Paulo, propondo alteração do nome do viaduto que enaltece Caveirinha. Aprovado em primeira instância, o projeto aguarda até hoje sanção de Gilberto Kassab.

O vereador Pedro Ruas e a vereadora Fernanda Melchiona, do PSOL de Porto Alegre, apresentaram em dezembro último um projeto de lei visando mudar o nome da Avenida Presidente Castello Branco para Avenida da Legalidade. A intenção é não apenas banir a memória do líder golpista, mas homenagear o movimento liderado por Leonel Brizola, em 1961, que deteve as articulações visando impedir a posse do presidente João Goulart, após a renúncia de Janio Quadros.

Manter tais denominações significa conservar viva a memória de gente que deve ser colocada em seu justo lugar na História: o daqueles que perpetraram crimes contra a democracia e a cidadania, prejudicaram o país e contribuíram para o atraso em vários campos de atividade.

Na Itália não existe rua, monumento ou edifício público com o nome de Benito Mussolini ou de outro funcionário graduado do regime fascista. A decisão faz parte de uma luta ideológica que visa extirpar as marcas da intolerância, da brutalidade e da xenofobia que marcaram a vida do país entre 1924 e 1944.

Tampouco há na Alemanha uma avenida Adolf Hitler, um aeroporto Herman Göering (que foi ás da aviação na I Guerra Mundial), um viaduto Joseph Goebbels ou coisas que o valham. Aliás, evitou-se durante décadas batizar crianças com o nome Adolf, por motivos mais ou menos óbvios.

Argentina, Chile e Uruguai também não fazem rapapés à memória de responsáveis pelos anos de terror institucionalizado. A cidade de Puerto Stroessner, no Paraguai, teve seu nome mudado para Ciudad Del Este, assim que o ditador foi deposto, em 1989.

No Brasil, como os zumbis da ditadura não apenas assombram, mas aparentemente intimidam o poder democrático, as mudanças não acontecem. Estão aí, fagueiros e lampeiros na vida nacional, figuras como José Sarney, Marco Maciel, Paulo Maluf e outras, crias da ditadura e cheios de autoridade na vida pública. E os pijamas do Clube Militar volta e meia fazem ordem unida para enaltecer os anos de chumbo.

Banir os nomes de gente dessa laia dos logradouros públicos é um bom passo para se consolidar a democracia.



*Gilberto Maringoni, jornalista e cartunista, é doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de “A Venezuela que se inventa – poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez” (Editora Fundação Perseu Abramo). - Fonte deste post:  sítio da Agência  Carta Maior.

20 março 2012

Deputado Ferreira - II



Deputado Ferreira é indicado para membro titular da Comissão de Desenvolvimento Urbano 

Brasília/DF - Foram divulgadas na tarde de hoje as indicações do deputado federal Paulo Ferreira (PT/RS) para as comissões de Desenvolvimento Urbano e de Relações Exteriores e Segurança Nacional da Câmara dos Deputados. Ferreira será membro titular do PT na Comissão de Desenvolvimento Urbano, juntamente com os deputados Fernando Marroni (RS) e Iriny Lopes (ES). Na Comissão de Relações Exteriores e Força Nacional, o deputado será membro suplente.

Para Ferreira, a participação na Comissão de Desenvolvimento Urbano às vesperas da Rio+20 se constitui como uma oportunidade extraordinária para refletir sobre os problemas dos municípios brasileiros. "É o momento, sobretudo, para trabalharmos alternativas para melhorar o espaço urbano, qualificar a mobilidade e a habitação e criar mais centros culturais. É uma comissão voltada para a discussão do futuro de nossas cidades", explicou o deputado.

*Texto Natália Alles - Fonte: http://pauloferreira.net.br/

Foto: Paulo Ferreira fazendo o juramento por ocasião de sua posse como Deputado Federal pelo PT/RS.

18 março 2012

'Minha filha Magda disse que é o Apocalipse'


Essas lésbicas são terríveis! (uma breve crônica sobre o Apocalipse)

Marco Weissheimer* escreve:

É notável a quantidade de falácias e preconceitos que vêm sendo esgrimidos em público contra a decisão de retirar os crucifixos das salas do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Olhando para alguns dos artigos publicados recentemente, especialmente no jornal Zero Hora, fica difícil saber o que está incomodando mais o conservadorismo católico gaúcho e seus porta-vozes mais ou menos envergonhados: se a decisão pela retirada dos crucifixos ou o fato dela ter resultado de uma iniciativa da Liga Brasileira das Lésbicas e de outras entidades de defesa dos direitos de homossexuais.

O ex-senador Paulo Brossard não escondeu seu, digamos, desconforto. Em artigo intitulado Tempos Apocalípticos (ZH – 12/03/2012), Brossard critica a decisão “atendendo postulação de ONG representante de opção sexual minoritária”. No artigo, isso é dito logo após o ex-senador revelar que a filha, Magda, advertiu-o de que “estamos a viver tempos do Apocalipse sem nos darmos conta”. A única associação feita no artigo ao Apocalipse é com a iniciativa desta “opção sexual minoritária”. No final, Brossard “confessa” surpresa com “a circunstância de ter sido uma ONG de lésbicas que tenha obtido a escarninha medida em causa” e pergunta se a mesma entidade vai propor “a demolição do Cristo que domina os céus do Rio de Janeiro”.

Como jurista, Brossard deveria saber que o princípio da separação entre Estado e Igreja não implica, absolutamente, “a demolição do Cristo que domina os céus do Rio de Janeiro”. Aqui, o preconceito e a falácia andam de mãos dadas (como aliás, costuma acontecer). O que mais essas lésbicas vão querer agora? Demolir o Cristo Redentor? Acabar com o Natal?

A mesma dobradinha entre falácia e preconceito é exibida no artigo O crucificado, do jornalista Flávio Tavares (ZH – 18/03/2012), que também questiona a motivação das lésbicas e mesmo a legitimidade de sua organização, advertindo para perigos futuros. Tavares sugere que pode ser tudo ressentimento: “Desejarão as lésbicas repetir a intolerância de que foram vítimas?” – escreve, questionando se a liga que as representa não “é mero papel timbrado, como tantas no Brasil?” E adverte para os riscos de acabarem com o Natal e os feriados religiosos.

“Dizer que somos um Estado laico que não admite símbolos religiosos é falso e inadmissível. A ser assim, teríamos de terminar com o Natal e os feriados religiosos que pululam pelo calendário”.

Ao contrário de Brossard, o jornalista ainda poderia merecer o desconto de seu evidente desconhecimento a respeito do teor do princípio de separação entre Estado e Igreja, que não proíbe o uso de símbolos religiosos ou a prática de manifestações religiosas pelas pessoas.

Ao contrário do que o jornalista e o jurista dizem, a proibição de símbolos religiosos em repartições públicas não é uma medida intolerante que desrespeita a liberdade de culto. É exatamente o contrário. No caso brasileiro, como a Igreja católica não é a religião oficial do Estado (como nenhuma outra o é, aliás), como existem outras religiões no país, e como vale aqui o princípio da liberdade de culto, o Estado e suas instituições, como o Judiciário, deve se manter equidistante das preferências religiosas particulares de seus cidadãos e cidadãs.

O Estado laico ou secular foi inventado, entre outras coisas, para garantir e proteger a liberdade religiosa de cada cidadão, inclusive a liberdade de não ter religião. A ideia é evitar que alguma religião em particular exerça controle ou interfira em questões políticas.

Todos os doutos juristas que vêm se manifestando a respeito do tema sabem disso, obviamente, ou deveriam saber, ao menos. A invenção do Estado laico foi regada com muito sangue e injustiça. Muito sangue, aliás, derramado pela própria Igreja Católica, que torturou e queimou milhares de pessoas na fogueira. Se há juristas interessados em ostentar em suas salas um símbolo de injustiça, poderiam, por exemplo, colocar na parede um retrato de Giordano Bruno, submetido a um “julgamento ultrajante”, brutalmente torturado e mutilado antes de ser queimado na fogueira.

A religião do Estado republicano é a Constituição. É para isso, entre outras coisas, que foi criada essa coisa chamada República. Nem sempre foi assim. Chegou-se a isso após muito sangue, injustiça e intolerância. A República é tolerante e generosa com a diferença. Ela não exige, por exemplo, que os templos religiosos coloquem uma Constituição na parede.

Mas tem gente com medo do iminente apocalipse que se aproxima. Esses dias terríveis onde as lésbicas – essa “opção sexual minoritária”, como diz Brossard – têm o poder de influir no que ocorre no interior dos tribunais. Como bom católico que é, Brossard foi pedir ajuda ao guardião da fé Dom Dadeus Grings, ferrenho crítico dos direitos dos homossexuais e um revisionista do Holocausto. O diálogo pode ter sido mais ou menos assim: “Antigamente não se falava em homossexual”, reclamou, saudoso, Dom Dadeus a Brossard. “Minha filha Magda disse que é o Apocalipse”, respondeu o ex-ministro do STF…Pausa para um sinal da cruz.

Essas lésbicas são terríveis. Só falta elas pedirem agora o fim da isenção de impostos para as igrejas. É o fim dos tempos…

*Jornalista, Editor do Blog RS Urgente (fonte deste post) e da Carta Maior.

**Leia mais sobre esse tema clicando Aqui

ULD-Canoas/RS



Nova tendência petista elege Coordenação Executiva em Canoas

Canoas/RS - Na última quarta-feira, 14, a nova tendência interna do Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul elegeu a Coordenação Executiva da Unidade e Luta Democrática (ULD) em Canoas. O evento ocorreu na Associação Castro Alves, no bairro Nossa Senhora das Graças.

Os integrantes eleitos são: Joana Rodrigues, Júlio Garcia, Gerônimo Fernandes, Janaina Torres e Marcelo da Rosa.

A nova tendência foi oficializada no dia 17 de dezembro passado, em evento no Ritter Hotel, em Porto Alegre, como resultado da fusão entre a corrente petista Unidade na Luta (UL) com setores oriundos da extinta Ação Democrática (AD).

Em Canoas, município dirigido pelo PT e aliados - sob o comando do prefeito Jairo Jorge - a ULD tem nos seus quadros o subprefeito da Região Sudeste, Paulo Accinelli, pré-candidato à vereador pelo PT, assim como Carla Marques, também pré-candidata com forte liderança comunitária no município. No Estado, nomes como os dos secretários João Motta e Ivar Pavan, do pré-candidato do PT ao Paço Municipal de Porto Alegre, deputado Adão Villaverde, dos deputados estaduais Marisa Formolo, Valdeci Oliveira e do deputado federal Paulo Ferreira compõem os quadros da nova tendência petista.

Por: Silvana Barletta, da Assessoria de Imprensa ULD/Canoas

Foto: Cássio Brustolin (Da esquerda para a direita: Marcelo da Rosa, Júlo Garcia, Paulo Accinelli, Janaína Torres, Joana Rodrigues e Gerônimo Fernandes).

*Com o Blog do Accinelli

15 março 2012

Enquanto isso, em Porto Alegre...



*Charge do Kayser (culinária)

Deputado Paulo Ferreira



Tomou posse na tarde  desta quarta-feira, em Brasília/DF, na Câmara dos Deputados (na vaga deixada pelo deputado Pepe Vargas, novo Ministro do MDA), o 1º suplente da bancada federal petista gaúcha, companheiro Paulo Ferreira (PT/RS, foto acima). Ele  obteve 77.302 votos nas últimas eleições.

Ferreira, natural de Santiago/RS,  foi um dos fundadores do PT e exerceu cargos de relevância na direção da sigla,  sendo atualmente membro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores. É casado com a economista Tereza Campelo, Ministra do Desenvolvimento Social do Governo Dilma.

Ao companheiro, conterrâneo e amigo Paulo Ferreira, nossos parabéns e os votos de pleno sucesso nessa nova e importantíssima empreitada!

13 março 2012

Bradley Manning



ONU acusa EUA de 'tratamento cruel e desumano' a soldado que colaborou com WikiLeaks

O relator especial da ONU sobre tortura, Juan Mendez, acusou formalmente o governo dos EUA de destinar tratamento “cruel, desumano e degradante” a Bradley Manning, soldado que vazou informações do Exército para o grupo WikiLeaks. 

O relatório, concluído após 14 meses de investigação, critica os EUA por manter Manning em confinamento solitário por 23 horas por dia, em um período de 11 meses. Além disso, diz que as condições apuradas dão a entender que Manning sofreu torturas no cárcere. “O relator especial concluiu que a imposição de condições punitivas de detenção em alguém que não tenha sido considerado culpado de qualquer crime é uma violação ao seu direito à integridade física e psicológica, bem como de sua presunção de inocência”, escreveu Mendez, acrescentando que o soldado é “presumidamente inocente” e que não faz sentido submetê-lo a esse tipo de tratamento. 

Bradley Manning (foto), de 24 anos, é acusado de passar para o Wikileaks, entre novembro de 2009 e maio de 2010, documentos militares norte-americanos sobre as guerras no Iraque e no Afeganistão, além de 260 mil despachos do Departamento de Estado. Indiciado por uma corte marcial por “cumplicidade com o inimigo” e por “roubo de propriedade e arquivos públicos”, pode ser condenado à prisão perpétua. (via Sul 21)

10 março 2012

Paulo Ferreira Deputado Federal



Paulo Ferreira discursando durante Ato Político da campanha de 2010, em Santiago/RS, sua terra natal.

Em Santiago/RS, campanha  de 2010, com Ruben Finamor e este blogueiro.
     

Paulo Accinelli, Ferreira, Marcelo da Rosa e Júlio Garcia (em Porto Alegre, durante lançamento do livro 'Tempos de Planície', do ex-ministro  José Dirceu).


Paulo Ferreira, Deputado Federal pelo Rio Grande

Pois o meu camarada, amigo e conterrâneo Paulo Ferreira - justa e merecidamente, e para nossa satisfação -  vai, enfim,  assumir sua cadeira como Deputado Federal pelo Partido dos Trabalhadores, na vaga deixada pelo companheiro Pepe Vargas (PT/RS), novo Ministro do Desenvolvimento Agrário do Governo Dilma (veja post abaixo).

A posse de ambos ocorrerá na próxima semana. Mas amanhã, domingo, já tem festa em Porto Alegre: amigos, companheiros e apoiadores do Ferreira têm encontro marcado a partir das 17 h na quadra da Império da Zona Norte (Av. Sertório, 1021), oportunidade em que  irão abraçar  e comemorar a ida do companheiro para a Câmara dos Deputados (cujo mandato, sem sombra de dúvidas, contribuirá sobremaneira  para o crescimento do Rio Grande e do Brasil  - e será motivo de orgulho para todos nós).

09 março 2012

Pepe Vargas assumirá no MDA


Deputado Pepe Vargas vai assumir o Ministério do Desenvolvimento Agrário

Paulo Ferreira assumirá a vaga  na Câmara Federal

O deputado Pepe Vargas (PT/RS)  será o novo ministro do Desenvolvimento Agrário, informou hoje (9), em nota, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República. Ele substituirá Afonso Florence, que voltará à Câmara dos Deputados. Segundo a nota, Florence conduziu “com dedicação e eficiência ações que fortaleceram a agricultura familiar e contribuíram para a redução da pobreza e da inclusão social”.

“A presidenta deseja boa sorte ao deputado Pepe Vargas, certa de que ele exercerá as novas funções com o mesmo empenho e compromisso que têm caracterizado sua vida pública.”

A data da cerimônia de posse ainda não foi marcada. Deverá assumir na Câmara dos Deputados a vaga deixada pelo Deputado Pepe o  atual 1º suplente, Paulo Ferreira, do PT/RS.  (com o Blog do Planalto).

08 março 2012

Viva o 8 de março!


Mulher, luta e coragem de ser feliz


Por Rosane Bertotti*

Nasci do sexo feminino, mas me tornei de fato mulher quando percebi que meu desejo por um mundo melhor me fez descobrir o valor de reconhecer-se mulher em uma sociedade capitalista e gerada pelas regras do patriarcado. É preciso coragem para isso; para lutar contra valores subjetivos impostos em nossa sociedade; coragem para organizar a luta e ainda continuar com coragem para dizer em alto e bom som: sem medo de ser mulher, sem medo de ser feliz!

Ao longo da história da humanidade a sociedade tem se submetido aos princípios hegemônicos do capitalismo e do patriarcado. Em nossa luta por liberdade e igualdade, temos em nosso caminho uma inimiga atroz, a velha mídia, comandada por um pequeno grupo de pessoas que, na defesa dos interesses capitalistas das elites conservadoras continua a impor à sociedade seus valores discriminatórios, condicionando-a a perpetuar preconceitos arraigados durante séculos, de forma exponencial.

As produções da velha mídia se utilizam de todos os artifícios possíveis para fazer com que seus interesses comerciais e políticos prevaleçam: manipulação, mentiras, violência, desrespeito aos direitos humanos e reiteradas vezes, o desrespeito ao direito de ser mulher e de ser feliz.

Cotidianamente somos submetidas a inúmeros tipos de violência que nos perseguem desde os tempos mais remotos. Aristóteles, por exemplo, nos definia como um macho mutilado; Kant descrevia a mulher como pouco dotada intelectualmente e moralmente fraca.

Nos dias de hoje, a combinação sociedade de consumo e televisão é a principal responsável em tentar nos aniquilar, utilizando-se de um poderoso artifício: a sedução. A propaganda publicitária desde o seu surgimento mostra a mulher como produto de consumo, como parte integrante de um produto à venda, ou ainda, mostra o que a mulher deve fazer para transformar-se em um produto de consumo. No maravilhoso mundo da propaganda, a mulher é refletida a partir de estereótipos – como fúteis, submissas, pouco inteligentes, objeto sexual etc. Por isso na maioria das vezes aparece nos meios de forma voluptuosa, semi-nua (ou nua), ou então limpando a casa e cuidando dos filhos sozinha.

A televisão, que ainda detém a maior influência na população, nos impõe diariamente um único “padrão” de mulher - o idealizado no imaginário criado pela subjetividade, ignorando a diversidade racial e cultural de nosso país. Utilizando-se do erotismo e da violência, as grades de programação estão repletas de conteúdos que banalizam e culpabilizam a mulher, que mostram a fragilidade e a submissão como coisas naturais. Onde estão as mulheres de verdade na televisão?

É por isso e muito mais que a democratização dos meios de comunicação é urgente e nossa participação na construção de políticas públicas para o setor é fundamental.  Reafirmamos o direito à comunicação como princípio e por isso lutamos pela construção de um novo marco regulatório para as comunicações, que respeite a pluralidade, a diversidade e que tenha controle social. Esse será apenas o início do processo de conquista da verdadeira democracia e liberdade de expressão.

No meu sonho por um mundo melhor figura o respeito, com mulheres e homens convivendo em igualdade de gêneros – na vida, no trabalho, nos espaços de poder e em todo o lugar. Mas, para poder cantar alto e em bom som o direito de ser mulher e de ser feliz, durante a vigília também é preciso lutar por novo marco regulatório. Nesta luta temos que ter o entendimento de que a comunicação é uma política pública e que as concessões de rádio e TV são um bem público e, portanto, é preciso ter mecanismos de controle social para sua garantia – para que a imagem da mulher e de outros atores sociais não seja mais deturpada, caluniada, desrespeitada, explorada, violentada, descaracterizada e até mesmo caricaturada.

Na vida real eu sonho e canto alto, porque ser mulher me deu coragem de não ter medo de ser feliz. E é por isso que continuo a lutar. 

Viva o 8 de março, viva a luta das mulheres de todo o mundo!

*Rosani Bertotti é Secretária de Comunicação da CUT Nacional. http://www.cut.org.br

07 março 2012

A retórica de algumas vozes dissonantes...


Do que falam os peemedebistas?

Por José Dirceu*

Os jornais trazem, hoje, matérias que afirmam que o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), teria aderido ao manifesto dos que encenam insatisfação nas fileiras do PMDB e que protestam contra um suposto projeto do PT de usar uma "ampla estrutura governamental" para – alegam - ultrapassar os peemedebistas em número de prefeituras. O documento ontem, já contaria com as assinaturas de 53 dos 76 deputados da legenda.

Temer teria reconhecido o que chamou de “pressão do PT sobre o PMDB” e citado São Paulo: "O Gabriel Chalita (candidato do PMDB a prefeito da capital) vai até o fim".

O vice-presidente da República também teria afirmado ser defensor da “liberdade das coligações" nas disputas municipais. De acordo com os relatos divulgados, durante a reunião, o deputado Danilo Fortes (PMDB-CE), um dos líderes do movimento dos insatisfeitos, disparou: "A partir de hoje rompemos a opção cega que existia de ser PT 24 horas por dia".

"Sem ministérios operacionais"

Afirmam os analistas da mídia que "faltaria prestígio a Temer". Esta seria uma das principais reclamações da bancada de deputados. A tese é de que, indicado o vice-presidente na chapa de Dilma Rousseff, o PMDB esperava fazer um "up grade" em relação ao peso que dispunha no governo Lula. Mas a medida teria, como resultado, deixado o partido sem "ministérios operacionais", como seriam, por exemplo, o da Integração Nacional e o da Saúde. Hoje estas pastas estão com o PSB e o PT.

Essa e outras notícias sobre o mesmo tema não têm pé e nem cabeça. É tudo encenação. Facções dentro do PMDB querem mais espaço no governo e, como não podem e não querem enfrentá-lo, colocam sua insatisfação na conta do PT.

As matérias omitem, ainda, alguns dados importantes sobre o vice-presidente Michel Temer. Ele apoiou Serra-Kassab, em 2008, junto com Orestes Quércia. E o PMDB de São Paulo apoiou Geraldo Alckmin em 2010. O partido está nos dois governos: é base de apoio a Kassab e a vice-prefeita, Alda Marco Antônio é deles; e estão, também, com Alckmin na esfera estadual.

Do que falam os peemedebistas?

Ninguém está pressionando pela saída de Gabriel Chalita da disputa por São Paulo e, muito menos, pelo fim das candidaturas de Netinho de Paula (PCdoB) e Celso Russomano (PRB). Quem disse que interessa ao PT uma disputa mano a mano no primeiro turno?

Já, Danilo Fontes esquece-se que o PT foi decisivo na vitória do senador Eunício Oliveira, no Ceará. Isso, sem falar em sua própria eleição. Não se lembra, tampouco, que o ex-presidente Lula foi o grande eleitor do PMDB em 2010, como o foi em 2008, e que a presidenta Dilma Rousseff será a grande eleitora do PMDB, além de Temer, em 2012, mesmo que não participe diretamente da campanha. Vale o prestígio e a popularidade dela e a foto de Temer como vice. Vale, também, a imagem do PMDB como parceiro do governo federal.

Assim, toda essa retórica de algumas vozes mais dissonantes esconde disputas internas de facções no PMDB por espaço no governo federal, assim como na liderança da Câmara, na presidência do partido e no governo.

E não se trata, aqui, dos ministérios da Saúde ou da Integração, ou o das Comunicações que não foi citado.

Vão abrir mão da vice-presidência em 2014?

Ou será que os peemedebistas não consideram importante a vice-presidência do Brasil e vão abrir mão dela em 2014? Ou estão insatisfeitos com Michel Temer? É claro que não.

Insisto. A questão, aqui, é outra: estamos falando de rearranjo de poder dentro do PMDB, dentro das suas bancadas e do PMDB no governo federal.  A propósito, vale acrescentar que algumas lideranças, quando ocupavam cargos no governo, eram bem governistas e mais realistas que o rei.


*Via Blog do Zé Dirceu - http://www.zedirceu.com.br/

Na Alemanha


Governador Tarso Genro confirma incentivos a empresas gaúchas

Hannover/Alemanha - Com o objetivo de consolidar a imagem de Estado pujante no mercado global, o Governo do Rio Grande do Sul vai ampliar a concessão de incentivos fiscais para empresas participarem de eventos internacionais. A informação foi confirmada pelo governador Tarso Genro, durante café da manhã em Hannover (Alemanha), nesta segunda-feira (05), com 40 empresários gaúchos que vão participar da feira de tecnologia, a Cebit 2012. O chefe do Executivo gaúcho integra a comitiva da presidente Dilma Rousseff na viagem oficial à Alemanha.

O encontro da delegação gaúcha foi organizado pela Secretaria Estadual do Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI) e contou, também, com a presença do presidente da Fiergs, Heitor Müller, do presidente do Sebrae-RS e da FCDL, Vitor Koch, além de representantes de universidades gaúchas.

De acordo com o governador, o benefício fará parte da nova política industrial do Rio Grande do Sul, que será lançada nas próximas semanas. "As empresas pequenas e médias do Estado têm uma incrível capacidade de adaptação para disputar no mercado mundial e estabelecer parcerias. Temos uma rica rede com vocação tecnológica e para inovação e vamos fortalecê-la", afirmou. Na Cebit, a SDPI está apoiando a participação de 16 empresas e três parques tecnológicos com subsídio de 80% do valor de cada estande. Tarso Genro também solicitou aos empresários gaúchos, presentes no café da manhã, que mapeassem as feiras e os eventos de interesse, pois o Estado estará junto nessas iniciativas.

Exemplo
Um dos exemplos citados pelo presidente do Badesul, Marcelo Lopes, que integra a comitiva do Governo, é o da empresa alemã de software SAP. Instalada no Tecnosinos, em São Leopoldo, a SAP conta com 500 funcionários e está dobrando sua capacidade de produção. "O Sistema de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul está altamente preparado para dar o suporte para novos investimentos que cheguem ao RS e se agreguem à nossa base produtiva já instalada", destacou Lopes. O café da manhã da delegação gaúcha ocorreu antes mesmo da abertura da Cebit, nesta segunda-feira.

Parceria
Após encontro com empresários gaúchos, o governador Tarso Genro participou de uma reunião (foto)  com a presidenta Dilma Rousseff, com ministros e empresários brasileiros. Dilma pediu aos participantes sugestões de temas que devem ser abordados durante a Cebit. "A Alemanha tem uma característica que, para nós, é essencial numa parceria estratégica. É um país com uma grande capacidade de inovação e de criação de produtos na área de máquinas e equipamentos de alta precisão, com características que introduzem melhorias de produtividade", afirmou a presidenta.

Texto: Guilherme Gomes - Foto: Roberto Stuckert Filho/PR - http://www.estado.rs.gov.br/

06 março 2012

Concurso de Miss


 

Miss: rainha de quê?


*Por Marília Arraes

 Sinto-me especialmente feliz por conseguir me indignar frente a coisas simples e relativamente bem aceitas pela sociedade. Um exemplo são os tradicionais concursos de miss.

Quantas mulheres, ao longo da história, dedicaram suas vidas a combater o machismo, a conquistar o espaço que temos hoje. Mulheres que viveram e enxergaram além do seu tempo e, por isso, foram estigmatizadas, hostilizadas e sofreram todas as "sanções sociais" possíveis.

Hoje, procuramos nos qualificar profissional e intelectualmente. Aprendemos idiomas estrangeiros para alcançar novas culturas e novas oportunidades - não, apenas, por ser obrigação de uma moça fina. Batalhamos, todos os dias, no mercado de trabalho, para receber, no mínimo, o mesmo salário que os homens, ao executar o mesmo trabalho. Brigamos em casa para que nossos companheiros dividam as tarefas domésticas e, consequentemente, compatilhem conosco o "terceiro expediente". No trabalho, elogios e assédio ainda se confundem e as dúvidas sempre pairam sobre quem não se submete. Afinal, é mais fácil encontrar uma subalterna vadia, do que um chefe tarado.

Nosso corpo é só nosso e, por isso, temos que brigar, ainda, com a Igreja e com o Estado, para que compreendam isso e nos permitam cuidar dele como nos convenha. Por falar em corpo, temos mesmo que cuidar dele muito bem, porque há grandes chances de sermos discriminadas, caso estejamos muito distante dos padrões de beleza. Quantas são admiradas por serem chefes de família, por criarem seus filhos e serem mães e pais ao mesmo tempo? Tenho a certeza, também, de que hoje as mães sonham que suas filhas ocupem, em igual quantidade e qualidade, cargos de chefia, diretorias, presidências. Poucas décadas atrás, o principal anseio das mães para felicidade de suas filhas era mais difícil de alcançar: que fizessem um bom casamento (seja lá o que isso significasse), tivessem muitos filhos e fossem felizes para sempre.

Em meio a todo esse contexto, vemos concursos de beleza de todo tipo. Miss disso ou daquilo, musa, garota, rainha, princesa. Desfilam, dançam, respondem abobrinhas, coisas ridículas e medíocres ou, no mínimo, memorizadas e falsamente vomitadas ao microfone. São ridicularizadas, servem de chacota, seja por serem bonitas e terem falado absurdos, seja por não cumprirem com os padrões - locais ou "universais" - de beleza imposto nos concursos. No final, a vencedora ganha uma faixa, um cetro e uma coroa. Acena doce e passivamente à multidão, chora de emoção, agradece, vai embora. Em resumo, representa tudo o que sempre nos tentaram impor e que esbravejamos para não permitir. Aceitam pacificamente discriminação social e racismo evidentes em TODOS esses concursos, e assumem, tacitamente, que a beleza é o que uma mulher pode oferecer de melhor. Afinal, o que mais elas oferecem nesse concurso? Habilidades? Conhecimentos? Cultura?

Esse ano, o Miss Universo acontecerá no Brasil. Para quê? Não precisamos de uma rainha, temos uma presidenta eleita pelo voto direto. Já colocamos a faixa no peito de uma mulher que não é bonita, não é jovem, nem loira, alta e magra. Tem o corpo castigado por lutar pela democracia e pelo povo do seu país. Por não ser doce, dócil, passiva, submissa, tem fama de ser dura, fria, grossa. E, no Brasil governado por esta mulher, tantas outras morrem assassinadas por seus companheiros; morrem de parto ou de complicações por aborto inseguro; são violentadas e exploradas sexualmente; trabalham no campo e na cidade, em casas de família, na informalidade e não têm seus direitos trabalhistas respeitados. Para que uma rainha da beleza, se temos mais de 22 milhões de mulheres chefes de família. Em nossa História, recente e remota, temos tantas mulheres que nos orgulham e nos fazem acreditar que vale à pena lutar por um mundo melhor. Não, definitivamente não precisamos de títulos como esses.

Por tudo isso e em respeito às mulheres do Mundo, eu não assisto ao concurso de Miss. E você?

*Marília Arraes (foto) é vereadora do Recife/PE,  pelo PSB.
Fonte: http://www.mariliaarraes.com.br/blog.php

05 março 2012

'O que eles querem deter?'



O que temem os oficiais da reserva do Clube Militar?

Subiu - de 98, na semana passada - para 647 o total de assinaturas do manifesto de militares da reserva com críticas à presidenta Dilma Rousseff e ao ministro Celso Amorim (Defesa). Questionaram uma presumida anuência da presidenta sobre as posições relativas ao período da ditadura militar e à importância da Comissão da Verdade explicitadas por duas ministras suas, Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Eleonora Menicucci (Proteção à Mulher). E, ainda que a presidenta – chefe em comando das Forças Armadas - tenha determinado a retirada do manifesto dos militares da página do Clube Militar na internet e a punição dos autores do documento, eles não se intimidaram. Engrossaram suas fileiras.

Sabemos que os militares da reserva têm o direito de se manifestar. Ironicamente, esses militares invocam, hoje, as mesmas garantias individuais que a ditadura suprimiu. E, a propósito da ditadura, o país vai, sim, descobrir seu passado e os crimes cometidos naquele período. Esse é o papel tanto da Comissão da Verdade, quanto da Justiça. A cada dia, vêm à tona revelações de testemunhas e a localização de provas e documentos oficiais.

Foi bom que o episódio das críticas dos oficiais da reserva ocorresse. O nível desse grupo de reservistas foi tornado público com a insólita entrevista de seu líder, o general Luiz Eduardo Rocha Paiva. Entre suas pérolas (leia mais neste blog), o general declarou que a violenta repressão ocorrida na Argentina e Chile se deu pelo caráter “hispânico” desses povos.

Quem os está estimulando a falar?

“São países com a veia espanhola muito radical e muito açodada e são condições diferentes do país”, afirmou. Daí, raciocinou o militar, a razão da intensidade da repressão naquele país. A afirmação foi feita apesar de todos sabermos que o presidente Salvador Allende, à época, liderava um governo democrático e pacífico.

Mas o que temem esses militares e quem os está estimulando a se manifestar desta forma? Os torturadores e os que participaram dos crimes da ditadura, ou certa direita, saudosa dos tempos passados, quando golpes eram dados com o apoio dos Estados Unidos em toda América Latina?

O que eles querem deter? As investigações, ou a roda da história no Brasil e na América Latina? Nós e a sociedade democrática, todos partidos, não devemos nos intimidar com essas manifestações. Ao contrário.

Com a palavra, o Congresso Nacional

Devemos apoiar a presidenta Dilma Rousseff e a sua autoridade, como comandante supremo das Forças Armadas. Com a palavra os partidos e o Congresso Nacional, as entidades e os movimentos sociais, os empresários e os trabalhadores, seus sindicatos e centrais. (por José Dirceu) 

Fonte: http://www.zedirceu.com.br

02 março 2012

Denúncia!


Israel invade e fecha duas estações de TV na Palestina

Ataque aconteceu de madrugada e incluiu destruição e confisco de computadores, transmissores e outros equipamentos

Ramala/Palestina - Brasil de Fato - Às duas da manhã de quarta-feira, 29 de fevereiro, sob uma temperatura abaixo de zero, soldados do exército israelense entraram na cidade de Ramala, onde fica a sede da Autoridade Nacional Palestina, e invadiram duas estações de televisão, Al-Watan, canal privado, e Al-Quds Educacional, operada pela Universidade de Al-Quds (nome árabe de Jerusalém).

Além de prender quatro funcionários da Watan, incluindo jornalistas – liberados mais tarde –, os soldados levaram computadores, arquivos financeiros, todos os equipamentos de transmissão, arrasaram escritórios e redação e finalmente fecharam as estações de TV. De acordo com a jornalista palestina radicada em Viena Kawther Salam, a incursão foi aprovada pelos ministros israelenses da Defesa, Ehud Barak, das Comunicações, Moshe Kahlon e pelos generais Avi Mizrahi e Motti Almoz.

“Fomos surpreendidos pelos soldados”, disse um dos funcionários da Watan à agência palestina de notícias Ma’an. “Eles nos prenderam e promoveram uma enorme bagunça nos escritórios. Ficaram particularmente furiosos quando viram a foto de Khader Adnan (prisioneiro político que fez greve de fome durante 66 dias, até a Suprema Corte de Israel decidir por sua libertação, em 20 de fevereiro) na parede da nossa sala.”

Lideranças palestinas criticaram com veemência a ação israelense. Mustafá Barghouti, secretário-geral do partido político Iniciativa Nacional Palestina, emitiu uma declaração condenando o ato, que “não é apenas uma violação de direitos humanos e da lei humanitária mas também uma quebra do acordo que proíbe às forças militares israelenses a entrada ou a realização de operações na área A”. A área A, segundo os acordos de Oslo, compreende as cidades palestinas e está sob a responsabilidade administrativa e policial da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Abdel Nasser Al-Najjar, presidente do Sindicato dos Jornalistas Palestinos em Ramala, denunciou a ação israelense como “crime contra a mídia palestina, para impedir que a verdade chegue ao mundo”. O primeiro ministro Salam Fayyad, além de condenar a incursão nas estações de TV, esteve na Watan assim que soube do ataque. Mahmoud Abbas, presidente da ANP, condenou a ação do exército israelense como “um assalto flagrante contra a liberdade de expressão e da mídia”. Apesar do discurso, fontes palestinas denunciaram à jornalista Kawther Salam que o exército de Israel avisou a ANP sobre a ação antes que ela fosse realizada. “Segundo essas fontes, o comando militar da ANP em Ramala ordenou a suas tropas que não ficassem no caminho do exército israelense, para não interferir, de modo nenhum, no ataque às estações de TV”, disse ela. “Isso mostra de que lado a lealdade da ANP está”, completou.

O governo israelense alegou que a ação se deveu ao fato de a frequência de ambos os canais interferir nas comunicações do aeroporto de Tel Aviv e da rede sem fio do país, o que foi desmentido por Mashoor Abu Dakka, ministro palestino das Telecomunicações e da Tecnologia da Informação. “As frequências das emissões de TV não são as mesmas do aeroporto ou da rede sem fio de Israel”, afirmou ele em entrevista coletiva na quinta-feira, 1º. de março. “O Ministério das Comunicações israelense jamais se queixou desse tipo de interferência por parte da Watan e da Al-Quds Educacional”, disse Dakka, o que, de acordo com ele, levanta dúvidas sobre os verdadeiros objetivos do ataque.

“O governo de Israel quer controlar as frequências UHF das TVs palestinas para usá-las em telefones de quarta geração, que utilizam as ondas [eletromagnéticas] das televisões e precisam delas para funcionar”, denunciou o ministro. “Acreditamos que Israel quer construir um sistema digital baseado nessas frequências”, acrescentou, e manifestou a preocupação de que a ação israelense possa expandir-se para outras estações de TV e rádio palestinas.

Ainda na quinta-feira (01), jornalistas, sociedade civil e o primeiro-ministro Salam Fayyad participaram de uma manifestação em frente à Watan, em protesto contra a invasão e o fechamento das duas emissoras.

Esse não foi o primeiro ataque de Israel às duas estações de TV. Em 2002 o exército invadiu ambas e confiscou seus transmissores. Em 2008, soldados do exército e da polícia, bem como funcionários da Administração Civil e do Ministério das Comunicações israelense, destruíram e vasculharam as rádios Wan FM, BBC e Freedom Radio Al-Huryyah, e a TV Al-Majed, de Hebron. (por Baby Siqueira Abrão, Correspondente no Oriente Médio).

Foto acima: instalações do canal Watan, em Ramala           


http://www.brasildefato.com.br/node/8934