14 março 2015

CUT: "Agora é hora da Dilma governar ouvindo o povo"


Em defesa de democracia, mais de 100 mil ocuparam a Paulista

São Paulo/SP - Choveu muito durante a maior parte do ato que movimentos sociais promoveram nesta sexta-feira (13), na Avenida Paulista. Mas o destaque mesmo foi o mar de gente que partiu do coração financeiro da cidade até a Praça da República, no centro.

Para a organização do ato eram 100 mil pessoas. Segundo a PM, apenas 12 mil. Nada melhor, portanto, do que você ver esse vídeo e tirar suas próprias conclusões. Certo mesmo é que entre o início e o fim da manifestação, a marcha demorava exatas 1h20 para passar e trazer bandeiras de várias cores: vermelhas, brancas, negras, multicoloridas do movimento LGBT e, claro, a bandeira do Brasil.

Afinal, uma manifestação que prega a democracia não pode escolher com qual roupa as pessoas devem ir.

Por volta das 18h, com a República cheia de gente e de água, algumas das lideranças dos movimentos fizeram um balanço de uma manifestação que terminou com a execução do Hino Nacional brasileiro e mostrou que o país não tem um único dono, muito menos nossos símbolos.

Vagner Freitas, presidente da CUT

Para a CUT, a mobilização cumpriu o papel. Por um lado, deixou claro à presidenta Dilma que governar ouvindo o povo, e não apenas o Congresso, não é opcional. Por outro, que a democracia é um valor inestimável para os movimentos sociais.


“Os movimentos e, em especial, a CUT, demonstraram a capacidade de mobilização, de intervenção na conjuntura e de trazer pessoas para defender os seus direitos. A Central deu o recado de que agora precisa acabar o processo de terceiro turno para que a presidenta Dilma possa governar. Mas que governe ouvindo o povo, colocando em prática a agenda que ganhou as eleições. Temos que ter a valorização da negociação e do diálogo no país e o entendimento que o desenvolvimento só virá com melhores condições de vida e emprego para o trabalhador”, afirmou o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas. (...)

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12 março 2015

‘Não aceitaremos um golpe’, diz Stédile na praça que sediou Campanha da Legalidade (em Porto Alegre)

João Pedro Stédile: Não aceitaremos um golpe. Então se preparem, engraxem as chuteiras que o jogo está só começando. A luta de classes está se agudizando no Brasil”.  Foto: (Robinson Estrásulas)
João Pedro Stédile, no ato em Porto Alegre: Não aceitaremos um golpe. Então se preparem, engraxem as chuteiras que o jogo está só começando. A luta de classes está se agudizando no Brasil”. Foto: (Robinson Estrásulas)
“Eles perderam nas urnas e não se deram por vencidos. Controlam o Congresso, o Judiciário e a mídia. Perderam na democracia e agora, insuflados por uma mídia hipócrita e vendida, querem dar um golpe na democracia”.
Por Marco Weissheimer, no Sul21*
“Esse ato de hoje tem um simbolismo muito importante, pois essa praça é histórica para o povo gaúcho e brasileiro. Nesta praça já se decidiram os rumos deste país. Em 1961, a burguesia brasileira quis dar um golpe e, nesta praça, Brizola iniciou a Campanha da Legalidade e garantiu a posse de Jango. Depois, em 64 eles conseguiram dar o golpe. Não aceitaremos um golpe. Então se preparem, engraxem as chuteiras que o jogo está só começando. A luta de classes está se agudizando no Brasil”. A fala de João Pedro Stédile, em tom de advertência e convocação, encerrou o ato em defesa da Petrobras, da democracia e dos direitos, realizado nesta quinta-feira (12), em Porto Alegre. O dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) falou para um público de mais de 6 mil pessoas, em frente ao Palácio Piratini, na Praça da Matriz, lugar de onde o ex-governador Leonel Brizola liderou a resistência contra as primeiras tentativas de um golpe militar, na década de 1960.
“Se a burguesia quiser dar um golpe de novo, nós vamos ocupar e acampar nesta praça, e preparar uma marcha para enfrentar os golpistas em Brasília”, acrescentou Stédile, que diagnosticou uma radicalização da luta política no país, que exigirá, segundo ele, que os trabalhadores do campo e da cidade se mobilizem em todo o país. “Se preparem, pois essa jornada está só começando. Nós vamos voltar às ruas, pois esse campeonato está só no início”. O líder do MST criticou os setores que perderam as eleições presidenciais em 2014 e que agora estão defendendo o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. “Eles perderam nas urnas e não se deram por vencidos. Controlam o Congresso, o Judiciário e a mídia. Perderam na democracia e agora, insuflados por uma mídia hipócrita e vendida, querem dar um golpe na democracia”.
A manifestação ocorreu em clima pacífico no centro da capital. Após a concentração no Largo Glênio Peres, que iniciou por volta das 10 horas, os militantes fizeram uma marcha até a Praça da Matriz. (Foto: Robinson Estrásulas)
A manifestação ocorreu em clima pacífico no centro da capital. Após a concentração no Largo Glênio Peres, que iniciou por volta das 10 horas, os militantes fizeram uma marcha até a Praça da Matriz. (Foto: Robinson Estrásulas)
“Quem planta pepino, não colhe melancia, só colhe pepino”
Ao falar sobre o papel desempenhado pela mídia hoje na vida política do país, Stédile criticou a atuação dos governos petistas neste tema. “Os governos Lula e Dilma encheram os cofres da Globo e da Veja de dinheiro e hoje colhem o que plantaram. Quem planta pepino, não colhe melancia, só colhe pepino. Nós aprendemos isso lá na roça”. Ele também dirigiu críticas ao início do segundo governo de Dilma Rousseff e cobrou o cumprimento dos compromissos assumidos na campanha eleitoral de 2014. “Dilma precisa retomar o programa de outubro. O governo foi eleito para dar garantia ao trabalho, não aos bancos. Espero que a companheira Dilma tenha a coragem do velho Brizola. Os problemas da democracia brasileira não se resolverão retirando direitos dos trabalhadores”, afirmou.
Stédile defendeu a punição de todos os envolvidos em corrupção e assinalou que esse é um problema com o qual o Brasil convive “desde que o primeiro capitalista europeu colocou os pés aqui”. “A corrupção é um elemento endêmico do governo das elites brasileiras há 500 anos. A democracia no Brasil foi sequestrada pelo capital e a solução para esse problema é uma Reforma Política que mude o atual sistema político”. Para ele, essa reforma só é possível com uma grande mobilização nas ruas que garanta a realização de um plebiscito para aprovar uma Assembleia Constituinte. “Essa é a única saída democrática e sustentável para o nosso povo” (...)
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*Milhares de manifestantes hoje em Porto Alegre no Ato pela Democracia, em defesa da Petrobrás, pelos Direitos e pela Constituinte da Reforma Política!







-Mais de 10 mil pessoas manifestaram-se hoje em Porto Alegre em defesa da Petrobrás, pela Constituinte da Reforma Política, Reforma Agrária, pela Democracia, em defesa dos Direitos dos Trabalhadores e pelo respeito ao resultado das urnas que elegeu a Presidenta Dilma, contra qualquer tipo de golpismo.  'O povo não é bobo: abaixo a Rede Globo' e 'Pátria Grande! Venceremos!' foram algumas das palavras de ordem gritadas pelos manifestantes.

- Isso a Globo (e o conjunto do PiG*) não vai mostrar!

*Partido da Imprensa Golpista  - Fotos 'pescadas' do face.

10 março 2015

Dia 13: Tod@s no Ato pela Democracia, em defesa da Petrobrás, pelos Direitos e pela Constituinte da Reforma Política!




Os atos convocados pela CUT e outras centrais sindicais, Movimentos Populares e Estudantis, Federação Única dos Petroleiros e inúmeros sindicatos no próximo dia 13 significam a resposta unificada dos trabalhadores contra os planos de ajuste exigidos pelo mercado {e contra qualquer tipo de golpismo que ameace sabotar a vontade democrática e soberana dos eleitores brasileiros manifestada através da eleição da Presidenta Dilma no último pleito}*.
Neste início de ano, os trabalhadores já mostraram com suas lutas que não aceitam pagar a conta de uma crise que não provocaram. Metalúrgicos do ABC impuseram, com sua paralisação, que 800 companheiros demitidos pela Volks fossem reintegrados; a cidade de Rio Grande parou em defesa da Petrobras; e os educadores do Paraná obrigaram o governo tucano a recuar em seus planos de atacar os direitos dos trabalhadores.
Em defesa da Petrobras, contra as MPs 664 e 665, que retiram direitos, e pela reforma política, que só pode ser feita por uma Constituinte Exclusiva e Soberana, os trabalhadores irão às ruas exigir mudanças. Avanços e não retrocesso!
O Diálogo e Ação Petista tem tido um papel de destaque neste processo. Em São Paulo, a coordenação do DAP da capital reuniu-se com a presença de representantes de nove núcleos de base (Butantã, Centro, Guaianazes, Paulista, Perus, Sapopemba, São Mateus, Sindsep e Vila Maria) para preparar a participação no Ato de 13 de março. O DAP estará no ato com faixas próprias (“Não às MPs 664 e 665! Abaixo o Plano Levy!” e “Contra a corrupção, reforma política! Constituinte!”), panfleto e pirulitos. O Diretório Municipal do PT disponibilizará ônibus para trazer delegações dos bairros.
Em Pernambuco, o ato começa com uma concentração no Parque 13 de Maio, a partir das 7 horas, e prossegue com uma passeata pelas ruas centrais do Recife. O Diretório Estadual do PT aprovou por unanimidade a proposta apresentada pelo DAP de convocar toda a militância petista. O DAP participará com duas faixas e panfleto próprios.
Em Porto Alegre {o ato ocorrerá dia 12} o DAP também estará presente  com faixas (“Não às MPs” e “Com esse Congresso não dá, Constituinte já!” e panfletoNa sequência do ato, o DAP deverá reunião aberta a todos os interessados. 
No Paraná, o DAP também marcará presença com banner próprio e panfleto. Os petroleiros retardarão a entrada dos trabalhadores na Refinaria de Araucária para convocá-los para o ato, que será na Praça Santos Andrade, às 17 horas. Participam da organização a CUT, vários sindicatos, a Operativa do Plebiscito, entre outras entidades. MST e o Movimento dos Atingidos pelas Barragens estão mobilizando. Os educadores, que vêm de uma greve vitoriosa contra os planos de ajuste do governo tucano, devem jogar peso no ato.
É dessa forma, com os trabalhadores e a juventude nas ruas, que se derrota o ajuste defendido pelo mercado, {que se combate e desnuda a parcialidade da mídia golpista}, que se afirmam os direitos e conquistas e que se defende a democracia. Para o PT, está mais do que na hora de voltar a agir como antes. É este o papel do Diálogo e Ação Petista: abrir canais para a participação da base social do PT, que já mostrou estar disposta a lutar.
-'Ousar Lutar, Ousar Vencer!'
*Com o  Blog do Diálogo e Ação Petista - DAP (adendos, negritos  e edição final de responsabilidade do Editor deste Blog)
 http://petista.org.br/

09 março 2015

Inezita Barroso




* Roda Carreta - de Paulo Ruschel - com Inezita Barroso

(Neste vídeo - gravado em 2008 na TV Cultura, com acompanhamento de artistas gaúchos -, a singela homenagem do Editor do Blog à grande Inezita, que partiu ontem...).

08 março 2015

Quem é o “Exército Islâmico” do Chico Caruso?


caruso
A charges de Chico Caruso deram um passo para frente, de ontem para hoje.
A de ontem, parece que trocas as bolas e põe como cozinheiros os dois principais ingredientes do “Caldeirão do Janot”, onde Cunha e Renan não estão sendo cozinhados propriamente em fogo brando.
Na de hoje, a qual muitos vão criticar pelo mau-gosto da cena de decapitação, justo no Dia Internacional da Mulher, eu prefiro ver outra coisa.
Quem é o “Exército Islâmico” do cartunista?
A midia, inclusive seus patrões, os Marinho?
O “mercado financeiro”?
O PSDB e seu arquivado neolíder, Aécio Neves?
A Justiça não é, porque Chico sabe que nem sequer pedido de arquivamento há em relação a Dilma.
Mas a gente poderia citar outros ou imaginar ali, atrás do capuz preto o velho Fernando Henrique Cardoso, aquele que diz que Dilma “não deve ser salva”, talvez porque tenha sido eleita, coisa que os tucanos já não conseguem faz quase 20 anos, desde 1988 e mereça morrer.
São tantos e tão graúdos os que querem passar o facão na goela de Dilma que Chico poderia inaugurar ali o turbante árabe padrão “camisa do Botafogo”, com seus patrocínios tipo “classificados”.
Baita ato falho, hein, Caruso?
Você acabou de mostrar  que os pretendentes a algozes de Dilma são fundamentalistas, intolerantes, violentos, sanguinários.
Retratou-os como quem quer se impor no poder abaixo de ameaças, facadas, terrorismo.
Acabou dando concretude àquilo que seu muito mais talentoso parceiro de humor e de rodas de jazz, o iluminado Luís Fernando Veríssimo, escreveu hoje, no mesmo O Globo:
Às vezes, as melhores definições de onde nós estamos e do que está nos acontecendo vem de onde menos se espera.
Você mostrou quem é mesmo que quer degolar a Presidenta eleita pelo voto.
Parabéns, Chico, você foi verdadeiro na sua morbidez.
-Por Fernando Brito no blog 'Tijolaço' http://tijolaco.com.br/

Impeachment, golpe de Estado e ditadura de 'mercado'



Aqueles que defendem hoje o impeachment são os mesmos golpistas de ontem: as classes privilegiadas que temem o progresso e os resultados da democracia

Por Samuel Pinheiro Guimarães*

O impeachment é a tentativa de anular, por via legislativa, pelo voto de 513 deputados e 81 senadores, os resultados das eleições de novembro de 2014 que refletiram a vontade da maioria do povo brasileiro ao eleger a Presidenta Dilma Rousseff, por 53 milhões de votos.
 
Desde 2003, as televisões, em especial a TV Globo; os maiores jornais, como o Estado de São Paulo, a Folha de São Paulo e o Globo; e as principais revistas, quais sejam a Veja, Isto É e Época, se empenham em uma campanha sistemática para desmoralizar o Partido dos Trabalhadores e os partidos progressistas e para tentar “provar” a ineficiência, o descalabro e a corrupção dos Governos do PT, inclusive de seus programas sociais, que retiraram 40 milhões de brasileiros da miséria e da pobreza.
 
Agora, com a ajuda providencial de membros do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal, os meios de comunicação, tendo seu candidato perdido as eleições, tentam criar um clima político e de opinião que venha a derrubar ou imobilizar a Presidenta e, assim, anular a vontade da maioria do povo brasileiro. 
 
Fazem isto divulgando dia a dia as declarações de delatores, criminosos confessos, e de procuradores, policiais e juízes que as “vazam”, seletivamente, para os meios de comunicação, cometendo notória ilegalidade, e publicando notícias sobre o extraordinário descalabro e corrupção em que viveria o país.
 
Diante da instabilidade política gerada por esta campanha, a Presidenta Dilma, com o objetivo de conter as manobras golpistas (recontagem de votos, acusações de fraude, ameaças diversas, etc.) e de apaziguar o “mercado”, anunciou um programa de austeridade, de equilíbrio orçamentário, de contração de gastos do Estado, de redução de investimentos, na esperança de conquistar a “confiança dos investidores”, seu principal objetivo, e de “acalmar” seus opositores políticos.
 
É preciso notar que o “mercado” não é uma entidade da sociedade civil, mas sim, na realidade, um ínfimo grupo de multimilionários, investidores, especuladores e rentistas, e seus “funcionários”, quais sejam os chamados economistas-chefe de bancos e fundos, os jornalistas e articulistas de economia, e seus associados no exterior.
 
Há economistas e jornalistas que são notável exceção a esta afirmação, mas são eles pequena minoria. 
 
Quando foi apresentado o Plano Levy, declarou-se, com ênfase, que ele não iria afetar as conquistas dos trabalhadores (a legislação sobre horário de trabalho, férias, aposentadoria, seguro desemprego etc.), mas que iria ele equilibrar o orçamento através do contingenciamento, da contenção de despesas e do aumento de impostos, com o objetivo de fazer um superávit primário que permitisse pagar os juros da dívida pública e conquistar a “confiança do mercado, a confiança dos investidores”.  
 
Conquistar a “confiança dos investidores” significa fazer com que tomem a decisão de realizar investimentos (para obter lucros) e assim ampliar a capacidade instalada, gerar empregos, condição essencial para a retomada do desenvolvimento.
 
A “confiança dos investidores”, todavia, tem a ver com a expansão da demanda, pois só com essa expansão (sustentada) podem surgir oportunidades de investimentos lucrativos.
 
A construção de “confiança” e a realização de investimentos são improváveis em uma conjuntura em que se elevam os juros dos títulos públicos e das aplicações financeiras para torná-los os mais altos do mundo, o que atrai os capitais para o setor financeiro, especulativo ou rentista, e os afasta do setor produtivo e, portanto, dos investimentos.
 
Outros fatores que afetam negativamente a “confiança” dos investidores são a competição predatória e destrutiva das importações; taxas cambiais inadequadas; a redução dos investimentos públicos em infraestrutura; o aumento das taxas de juros dos financiamentos de longo prazo do BNDES; a redução da demanda e o eventual aumento do desemprego (que alguns saúdam como a oportunidade para criar um clima favorável ao impeachment) devido à redução da atividade econômica. 
 
Há um mantra, repetido sem cessar, sobre competitividade e produtividade, entoado por autoridades públicas, acadêmicos, jornalistas “especializados”, economistas-chefe de consultoras, de empresas, de bancos, que são, na realidade, empregados do “mercado”. 
 
Segundo esses “especialistas”, a solução dos problemas internos, isto é a retomada do crescimento, e o afastamento para diante da crise externa latente e cada vez mais ameaçadora, dependeriam do aumento da produtividade (isto é, da produção por trabalhador) e do aumento da competitividade das empresas brasileiras diante das chinesas, americanas e europeias, e da redução do “Custo Brasil”.
 
No caso da produtividade, alguns afirmam que seu aumento resultaria de um grande investimento sustentado em educação, como teriam feito os países desenvolvidos, tais como os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a Coréia e que teria sido, segundo eles, uma razão importante, e talvez a principal, para explicar o seu desenvolvimento.
 
Os paladinos da educação defendem a educação primária geral, a atenção especial à primeira infância, a inclusão de todas as crianças e jovens (e os adultos?) no sistema. Não se fala muito na preparação de professores nem no horário integral nem nos efeitos, negativos, da televisão e da internet sobre o sistema de ensino em seu cerne, que é o tempo dedicado aos estudos pelos jovens. Pode-se perguntar quando estes brasileiros, hoje infantes e jovens, entrariam no mercado de trabalho para tornar a mão de obra mais produtiva e o Brasil mais competitivo: daqui a 10 anos? Daqui a 15? E até lá?
 
Outros argumentam que os “custos do trabalho” no Brasil seriam muito elevados (em comparação com os “custos” em que países? Na China? Nos Estados Unidos? Na Alemanha?) e que, portanto, seria necessário reduzir esses “custos”, impedindo aumentos “artificiais” do salário mínimo (já que não haveria escassez de mão de obra), reduzindo os benefícios da legislação trabalhista, estimulando a rotatividade da mão de obra, etc.
 
Quanto ao “Custo Brasil”, argumentam com os altos custos de transporte e de energia, com a carga tributária elevada, com a multiplicidade de impostos, com a burocracia “infernal”.
 
Reclamam, também, da intervenção “excessiva” do Estado (empresas estatais e regulamentação) e pedem, ainda que até agora apenas  insinuem, a privatização dessas empresas e a “desburocratização”, isto é, menos lei e mais liberdade para o capital.
 
Segundo os defensores do programa de austeridade, em decorrência do aumento da produtividade interna, a competitividade internacional seria alcançada, com todas as suas vantagens, tais como um superávit comercial estável, a diversificação dos mercados e o aumento das exportações de manufaturados.
 
Assim, a crise atual seria superada. Todavia, a verdade é outra.
 
Toda a crise atual, em parte verdadeira e em parte fabricada, decorre da revolta conservadora devido ao fato de a Presidenta Dilma ter cometido dois “pecados mortais” à luz dos interesses do “mercado”, isto é, daqueles indivíduos beneficiários da concentração de riqueza, de renda e de poder político no Brasil, que são os grandes multimilionários, os latifundiários rurais e urbanos, os rentistas, os banqueiros e os grandes industriais, e seus representantes na mídia, no Congresso, no Judiciário.
 
O primeiro “pecado” foi a redução, ainda que temporária, das taxas de juros; o segundo “pecado” foi o apoio, ainda que tímido, à democratização dos meios de comunicação.
 
O sistema financeiro e bancário é o principal instrumento de concentração de riqueza no Brasil. Ao reduzir as taxas de juros dos bancos públicos e ao forçar a redução dos juros dos bancos privados (que foi logo compensada pelo aumento das “taxas” de administração) a Presidenta diminuiu a transferência de riqueza da sociedade e do Estado para os bancos privados, seus acionistas e os detentores de títulos públicos e, assim, a Presidenta atingiu o cerne do mecanismo de concentração do sistema econômico e provocou a ira dos setores conservadores que hoje pedem a privatização dos bancos públicos.
 
O sistema de comunicações no Brasil é o instrumento das classes dominantes para construir o imaginário do povo, para manipular as informações e para justificar o sistema econômico e social vigente e desmoralizar aqueles que lutam por mais igualdade, mais liberdade, mais fraternidade e pelos direitos das minorias, em um contexto de desenvolvimento.
 
A concentração do poder midiático “condena” os que ele acusa ao difundir e repetir incansavelmente “informações” antes do julgamento e transformou o mensalão em julgamento prévio contra o qual  não soube resistir o STF ao aceitar a conduta imprópria de seu Presidente e a campanha de imprensa.
 
O mesmo ocorre com a operação Lava Jato. Não há nenhuma iniciativa do Poder Judiciário para impedir a formação de uma opinião pública contra os acusados, gerada pelas denúncias sem provas feitas por criminosos confessos que denunciam a torto e a direito quando, no caso dos procedimentos de delação premiada, as investigações deveriam ser feitas sob o maior sigilo, já que se trata de denúncias feitas por criminosos em busca de vantagens pessoais.
 
Ao ameaçar esses dois fundamentos da ordem conservadora, o sistema financeiro e a mídia, a Presidenta Dilma se tornou “culpada” e a oposição insiste em que deve ser punida pela destituição do cargo por um processo de impeachment.
 
Seria importante que o Governo compreendesse que o que está de fato ocorrendo é uma manobra política cujos objetivos são pela ordem:
 
- fazer o Governo adotar o programa econômico e social do “mercado”, isto é, da minoria multimilionária e de seus “associados” externos;
 
- ocupar os cargos da administração pública (Ministérios, Secretarias executivas, agências reguladoras) com representantes do “mercado”;
 
- enfraquecer política e economicamente o Governo;
- enfraquecer o PT e os partidos progressistas;
- aprovar leis de interesse do “mercado”; 
- e, se nada disso ocorrer, fazer o Governo “sangrar” e aí, então, se necessário e possível, exigir o impeachment da Presidenta.
 
Contra esta enorme e múltipla ofensiva econômica, midiática e política do “mercado”, de seus “funcionários” e representantes somente há uma estratégia possível: a ação política intensa junto aos movimentos populares, junto às organizações da sociedade civil, junto ao Congresso, junto à Administração Pública e aos Governadores, enfim, a mobilização da sociedade pelo seu esclarecimento para a defesa da democracia em toda sua integridade.
 
É indispensável que, na distribuição de suas verbas de publicidade, o  Governo leve em consideração a existência de televisões comunitárias, universitárias, educativas, de rádios comunitárias, de blogs e sites, e dos  pequenos e médios jornais e emissoras regionais e deixe de concentrar a distribuição de verbas e anúncios na grande mídia, o que fortalece os oligolipólios que atuam de forma ostensivamente partidária e contra a enorme  maioria do povo, estimulando inclusive antagonismos violentos. 
 
O impeachment é o golpe de Estado do “mercado”. Aqueles que defendem hoje o impeachment e criam o clima de instabilidade e de radicalização são os mesmos golpistas históricos de 1954 e de 1964: as classes privilegiadas que temem o progresso e os resultados da democracia e não os aceitam, apesar de ter o Brasil uma concentração de renda que se encontra entre as dez piores do mundo, enquanto seu PIB é um dos dez maiores do mundo, e de ser urgente deter o processo de concentração de renda (que a crise acentua) para que seja possível construir uma sociedade mais justa, mais democrática, mais próspera, mais estável.
 
Para que este objetivo possa ser alcançado, é preciso que a sociedade brasileira não se submeta à ditadura do “mercado”, cujos integrantes tem sido os grandes beneficiários da crise, que se iniciou em 2008 e não apresenta sinais de fim.

*Fonte - Carta Maior  http://cartamaior.com.br/

06 março 2015

A LISTA DE JANOT




-Além do Presidente do Senado (Renan Calheiros, do PMDB) e da Câmara dos Deputados (Eduardo Cunha, também do PMDB), deputados e senadores do PTB, PP, PT, PSDB e do PMDB, estão na lista os deputados gaúchos Luis Carlos Heinze (PP), José Otávio Germano (PP), Jeronimo Goergen (PP), Vilson Luis Covatti (ex-dep. do PP), Afonso Hann (PP) e Renato Molling (PP).

-Todos do 'Partido Progressista', o PP. Interessante, não é mesmo?!!

CLIQUE AQUI para ler mais (via Estadão) e AQUI (Viomundo).

05 março 2015

A LIBERDADE DE JOSÉ GENOÍNO



Condenado sem provas, extinção da pena de ex-deputado possui um aspecto absurdo: ele recuperou aquilo que nunca poderia ter perdido -- a condição de homem livre

Por Paulo Moreira Leite*



Dois anos e quatro meses depois do julgamento da AP 470, o Supremo Tribunal Federal decidiu, por unanimidade, extinguir a pena de José Genoíno, condenado a quatro anos e oito meses de prisão pelo crime de corrupção ativa.

A decisão é correta mas possui o seguinte componente absurdo: devolve-se a Genoino aquilo que ele nunca poderia ter perdido — a condição de homem livre. (Livre, sim, mas não inteiramente. Ele teve seus direitos políticos cassados e pode ser obrigado a travar uma batalha jurídica suplementar para poder votar e ser votado antes de 2023).
Para se acreditar que Genoíno pudesse ser condenado por corrupção, seria preciso imaginar que o então presidente do Partido dos Trabalhadores, cujo maior patrimônio é um sobrado no Butantã, em São Paulo, comprado a prestações na Caixa Econômica, tivesse passado os primeiros anos do primeiro mandato de Lula no trabalho de subornar deputados e senadores para que votassem do governo no Congresso.
É uma hipótese tão absurda que os mesmos ministros que o condenaram não deixaram de recordar, com palavras sentimentais, na mesma sessão, suas virtudes como cidadão e lider político, numa biografia que inclui os protestos contra a ditadura nos anos 1960, a guerrilha no Araguaia, em 1970, e todas as campanhas democráticas nos anos posteriores.
Genoíno foi julgado e condenado por ter assinado empréstimos para o PT junto ao Banco Rural. Nunca se provou que os empréstimos serviram para pagar propinas ou qualquer ilegalidade. Os empréstimos foram renegociados e pagos pelo partido.
Se não bastasse uma pena errada, elevada artificialmente, como demonstrou um estudo do ministro revisor, Ricardo Lewandovski, Genoíno ainda enfrentou um tratamento persecutório depois da prisão.

Como se a gravidade de sua doença cardíaca — que incluía uma prótese de PVC na região do torax para subsituir a artéria aorta — fosse puro fingimento, ele encarou uma guerra de laudos médicos que, atendendo a vontade do ministro Joaquim Barbosa, procuravam manter Genoíno na prisão de qualquer maneira. Não era uma questão médica, na verdade.

O que se pretendia era destruir a imagem pública de José Genoíno, parlamentar respeitado por aliados e adversários pelo comportamento correto e pela credibilidade.

O mesmo Ministério Público que acusou Genoíno costumava confiar em sua palavra e em suas análises, a tal ponto que ele era frequentemente chamado a organizar cursos e eventos para a instituição.
O Brasil de 2012, em que Genoíno recebeu a pena de quatro anos e 8 meses de prisão, era um país que tinha problemas imensos e graves — mas não eram tão grandes nem tão graves como aqueles que marcam o país de 2015, na Operação Lava Jato. O julgamento da AP 470 teve um inquérito secreto, de número 2474, com provas que poderiam ser úteis aos réus e até permitir que provassem sua inocência, mas que nunca puderam ser examinadas no momento adequado.

A Lava Jato busca, expressamente, apoio dos meios de comunicação para obter a deslegitimação da classe política, ação que só pode levar ao enfraquecimento da democracia.

A partir de prolongadas prisões provisórias, procura-se forçar delações premiadas, numa sucessão de denúncias que já ameaçam a economia e várias conquistas acumuladas ao longo dos anos.

Incapazes de aceitar uma quarta derrota eleitoral consecutiva, os mesmos adversários que estimularam as denúncias da AP 470 na esperança de quebrar o governo Lula, apostam abertamente no agravamento da crise.

José Genoíno recupera a liberdade num país onde há muito tempo ela não enfrentava tantos perigos.

*Via http://paulomoreiraleite.com/

04 março 2015

Aécio Neves é citado nas delações da Lava Jato, mas - estranhamente! - Janot manda arquivar indícios que envolvem o tucano



Janot manda arquivar indício sobre Aécio. Imagine essa capa da Veja, a imparcial


Por Fernando Brito, no 'Tijolaço'*
Então ficamos sabendo, pela Folha, que o senador Aécio Neves foi citado por uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato.
Diz o jornal que ainda, por força do sigilo dos processos, não é possível “entender qual teria sido a citação ao senador que ensejou o pedido” (de inquérito?) ,mas que “ao longo das investigações da Lava Jato, transpareceu que uma construtora citou Aécio, candidato derrotado à Presidência em outubro, como alvo de pressões por parte de empresários”.
Ninguém pode dizer, sem saber, se foi correta a decisão de pedir o arquivamento do indício surgido sobre Aécio, que não se sabe qual foi e sobre o qual ele, como qualquer pessoa, tem a presunção da inocência, embora isto ande em falta no Brasil.
Mas é curioso como esta “bomba” não vazou da “sigilosa” vara do Dr. Sérgio Moro.
Também imagino o empenho com que os delegados da Polícia Federal, os promotores e o Dr. Moro devem ter agido para aprofundar esta informação.
É capaz de ter prendido uns quantos e deixado mofar na cadeia até que confessassem as alegadas diabruras do senador.
Experimente imaginar o que aconteceria se houvesse menção a Dilma e Lula e o Dr. Janot mandasse arquivar, pelos mesmos motivos que está (ou estaria) arquivando a de Aécio.
Pizza! Corrupto! Dr. Janot é a vergonha do Brasil!
E acho que minha imaginação está sendo modesta, modestíssima.
Embora ela ainda me permita imaginar se a Veja, na semana das eleições, distribuiria pelas bancas uma edição com a capa acima.
Sei que o prezado leitor e a bem-humorada leitora têm certeza de que os “imparcialíssimos” editores do “florão da liberdade de imprensa” não deixariam de agir assim, não é?
http://tijolaco.com.br/

Por que não o contrário?

03 março 2015

Muda OAB! - Convite



"A democratização da OAB é urgente e o “Movimento Muda OAB!” – a cada dia – constitui uma referência maior para mais e mais colegas no Rio Grande do Sul e no Brasil, pois a força programática de nossa identidade, construída de baixo para cima na dura realidade forense, nos credencia para trabalharmos pela mudança e a UNIDADE DAS OPOSIÇÕES na OAB. 

VAMOS DEMOCRATIZAR A OAB EM 2015!!!" - Paulo Torelly


-CLIQUE AQUI  para ler a msg/convite do 'Movimento Muda OAB!' na íntegra.

01 março 2015

Uruguai



Ao tomar posse, Tabaré Vázquez diz que Mujica é ‘ponto de referência’ para segundo mandato

Ópera Mundi - O médico Tabaré Vázquez, de 75 anos, assumiu neste domingo (01/03) o segundo mandato de cinco anos como presidente do Uruguai. Ele garantiu que o seu antecessor, José “Pepe” Mujica, será "um ponto de referência"  para o  novo governo.

A primeira etapa da cerimônia aconteceu no Palácio Legislativo, onde ele e o vice, Raúl Sendic, juraram os respectivos cargos e foram ovacionado pelos parlamentares.

Em seguida, o evento continuou na Praça da Independência de Montevidéu, onde Mujica entregou a faixa presidencial ao novo chefe de Estado e a população celebrou o ato.

Ao entregar a faixa simbólica, “Pepe” afirmou que se lembrou do dia em que recebeu a faixa do sucessor há cinco anos, recordando que dissera a Vázquez: "Vou cuidar dela e é capaz que te devolva”.

Líder pioneiro da esquerda uruguaia quando assumiu mandato entre 2005 e 2010, Vázquez disse hoje que conhece Mujica "há muitos anos" e que têm "um tratamento fraterno que seguirá o mesmo”. Em resposta, Mujica ainda pediu ao povo uruguaio "que faça todo o possível" para apoiar o governo de seu sucessor, que também é integrante da Frente Ampla, o mesmo partido do ex-guerrilheiro tupamaro. (...)

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Assentamento - Chico Buarque





*Assentamento - Chico Buarque

"Quando eu morrer, que me enterrem na
beira do chapadão
-- contente com minha terra
cansado de tanta guerra
crescido de coração"