10 maio 2017
Milhares chegam a Curitiba para apoiar Lula. Jornal Nacional ignora, mas nós mostramos
Nós contamos para você como está mais essa grande festa da democracia em Curitiba, que a imprensa faz questão de esconder.
Uma multidão toma as ruas de Curitiba. Movimentos, sociais, caravanas de apoiadores e populares chegaram de todas as partes do país ao longo do dia. Apesar das provocações da Polícia Militar e dos outdoors espalhados pela cidade, manifestações pacíficas tomaram a cidade, em clima de luta e festa.
CLIQUE AQUI para ler - e ver-, na íntegra. (via Revista Fórum).
09 maio 2017
“Juizeco” que fechou Instituto Lula é acusado de atrapalhar a “Zelotes”
Há tempos, o site Jornalistas Livres reproduziu reportagem da Folha sobre o juiz Ricardo Leite, que acaba de impedir o funcionamento do Instituto Lula e que o ex-presidente da OAB-RJ, Wadih Damous chama de “juizeco”.
É auto-explicativa sobre o caráter deste cidadão:
Procuradoria quer afastar juiz
que apura corrupção em conselho
LEONARDO SOUZA
DO RIO
O Ministério Público Federal quer o afastamento do juiz Ricardo Augusto Soares Leite da 10ª Vara Federal de Brasília. Leite é o juiz da Operação Zelotes, que apura esquema de corrupção no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão responsável por julgar os autos de infração da Receita.
Segundo a polícia, multas contra empresas somando R$ 19 bilhões tiveram o julgamento alterado pela ação de uma quadrilha que atuava junto ao órgão.
O Ministério Público, no entanto, disse que não conseguirá anular a maioria dos casos, porque várias decisões judiciais dificultaram a obtenção de provas.
O juiz Ricardo Leite negou todos os pedidos de prisão dos investigados, suspendeu escuta telefônica e não autorizou buscas e apreensões.
A Procuradoria já representou contra Leite na Corregedoria do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, em abril. Segundo a Folha apurou, se nenhuma medida for adotada pela corregedoria do Tribunal, a Procuradoria da República no Distrito Federal vai recorrer ao Conselho Nacional de Justiça.
Juiz substituto, o magistrado está há aproximadamente dez anos no comando da 10ª Vara, especializada em julgamentos de crimes de lavagem de dinheiro.
VAMPIROS
Nesse período, passaram pelas mãos de Leite casos como o da máfia dos Vampiros, o de Maurício Marinho (Correios), Waldomiro Diniz (Casa Civil) e o da quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo (veja quadro ao lado).
Na representação à corregedoria do TRF, à qual a Folha teve acesso, os procuradores relatam o que classificam como “a existência de um crônico e grave quadro de ineficiência” na atuação do juiz Ricardo Leite.
Procurado por uma semana na Justiça Federal no DF, ele não quis dar declarações (leia texto ao lado).
De acordo com o documento, o magistrado prejudicou o andamento dos processos por demorar para tomar decisões simples e por empregar expedientes jurídicos vetados pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Os procuradores dão exemplos de como “a extrema morosidade” no trâmite dos processos na 10ª Vara gera “substanciais prejuízos” ao país.
Na Operação Vampiro, deflagrada em 2004, o STJ negou um recurso impetrado pelos réus e autorizou, em 2010, o andamento regular do processo. A ação penal só foi retomada pela 10ª Vara, porém, em fevereiro de 2012.
A Justiça suíça bloqueou recursos nos nomes de alguns dos réus. O dinheiro não foi repatriado para o Brasil porque até hoje não há uma decisão definitiva sobre o caso.
Na representação ao TRF, o MPF pede que a corregedoria instaure procedimento avulso contra o juiz e uma correição extraordinária na 10ª Vara Federal. Entre as punições previstas que podem ser aplicadas ao juiz, estão advertência, remoção para outra vara e até mesmo aposentadoria compulsória.
Na correição extraordinária, seria feito diagnóstico completo da Vara para acelerar o andamento dos processos. Nos próximos dias, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) vai na mesma direção: solicitará ao CNJ a instauração de sindicância e processo administrativo disciplinar contra o juiz. Segundo Pimenta, relator da subcomissão da Câmara criada para acompanhar a Zelotes, a atitude do juiz Ricardo Leite tem “prejudicado sobremaneira a apuração dos fatos”.
OUTRO LADO
A Folha fez diversos contatos com a assessoria de imprensa da Justiça Federal em Brasília, por mais de uma semana, pedindo uma entrevista com o juiz Ricardo Augusto Soares Leite para que ele comentasse as reclamações da Procuradoria.
Ele não ligou de volta.
A reportagem também mandou e-mails para a assessoria, mas as mensagens não foram respondidas.
Em audiências realizadas na Câmara pelo relator da subcomissão para acompanhar a Operação Zelotes, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), delegados da Polícia Federal e procuradores da República encarregados do caso reclamaram publicamente do comportamento do juiz Soares Leite.
Frederico Paiva, procurador que coordena as investigações de fraude em julgamentos do Carf, disse que os pedidos de prisão negados por Leite eram importantes para impedir que os investigados combinassem os depoimentos.
“Ele [o juiz] tem um histórico de acúmulo de processos, um comportamento que chama atenção e deveria ser examinado de perto”, disse Paiva numa das audiências públicas.
*Por Fernando Brito in Tijolaço
08 maio 2017
Em apoio ao Lula: “Nada vai nos impedir de inundar Curitiba com nossa energia corajosa”
Ex-ministro convoca apoiadores de Lula: “Nada vai nos impedir de inundar Curitiba com nossa energia corajosa”
por Gilberto Carvalho*, via whats app, do Barão de Itararé**
Queria aproveitar este momento pra fazer um apelo: cessem as dissensões e diferenças entre nós!
Cessem os medos que eles estão tentando impor com Interditos Proibitórios e mil manobras e boatos: eles querem por medo na nossa gente pra afastar nossa gente de Curitiba.
Não vamos cair nessa, nem repercutir esse terror.
Nós nunca, nunca planejamos ir nos manifestar lá perto da Justiça Federal.
Nós sempre estabelecemos que nosso clima é de paz e democracia, de solidariedade a todos os perseguidos injustamente, sendo Lula um deles.
Portanto, nada vai nos impedir de inundar Curitiba com nossa energia forte, intensa, democrática, pacífica e corajosa.
Acamparemos, sim, em Curitiba, queiram eles ou não.
A Cidade é do povo, e não se esqueçam que Curitiba tem uma importante tradição de luta, fez na belíssima greve geral e vai nos acolher com muito carinho.
Não se deixem enganar pelo barulho desta Minoria coxinha que pensa representar a Cidade.
Teremos um comando unificado, forte, que vai nos ajudar a superar todos os obstáculos.
Portanto, vamos pra Curitiba todos os que puderem.
E quem não puder , chame a militância para pontos de concentração em cada cidade na tarde da quarta-feira para demonstrar solidariedade ao Lula, combater as injustiças e combater as Reformas do governo impostor.
Muita energia boa, muita serenidade e Coragem pra todos nós!
*Gilberto Carvalho foi ministro dos governos Lula e Dilma.
PS do Viomundo: Gilberto Carvalho compartilhou o seu texto num grupo de WhatsApp, do qual o Centro de Mídia Barão de Itararé também faz parte. O ex-ministro autorizou a publicação do texto.
Leia também:
**Via Viomundo
PT/RS COM NOVA DIREÇÃO
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O deputado federal Pepe Vargas substituirá o atual prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, na presidência do PT gaúcho nos próximos dois anos. (Foto: Divulgação) |
Pepe Vargas é eleito o novo presidente estadual do PT no RS
Da Redação do Sul21*
O deputado federal Pepe Vargas foi eleito, neste domingo (7), como novo presidente estadual do PT do Rio Grande do Sul para os próximos dois anos. A eleição ocorreu no Congresso Estadual do partido, realizado sábado e domingo no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa. Pepe Vargas fez 55,88% dos 578 votos válidos, o necessário para evitar o segundo turno. Ary Vanazzi, atual presidente do PT-RS, foi o segundo mais votado (34,95%), seguido de Ivar Pavan (9,27%). Após a confirmação do resultado, Pepe Vargas elogiou a gestão de Vanazzi e disse que pretende aprofundar as relações com a base para ampliar a participação da militância na condução do PT e na construção de um projeto potente para disputar as eleições de 2018 em nível estadual.
O presidente eleito afirmou que o PT gaúcho vai disputar em nível nacional para que o partido se volte novamente para os trabalhadores. Além disso, garantiu também que o PT será protagonista na luta contra as reformas Trabalhista e da Previdência e, no Rio Grande do Sul, seguirá confrontando o “projeto neoliberal do governo Sartori para evitar o sucateamento do Estado, a venda do patrimônio e o aviltamento do funcionalismo”.
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Dilma participou do Congresso e fez uma análise da conjuntura nacional e internacional. (Foto: Divulgação) |
O Congresso Estadual do PT reuniu cerca de 600 delegados eleitos nos PEDs municipais, realizados no início de abril, e outros 200 convidados e militantes. Durante o sábado e parte de domingo, os petistas debateram conjuntura, teses apresentadas pelas chapas e resoluções a serem encaminhadas pelos delegados gaúchos ao Congresso nacional do PT, que ocorre no início de junho em São Paulo.
No final da manhã, a militância recebeu a presidenta Dilma Rousseff que foi ovacionada aos gritos de “Volta Dilma” e “Dilma guerreira da pátria brasileira”. Dilma fez uma análise da conjuntura nacional e internacional e voltou a advertir que o golpe ainda não acabou, pedindo à militância para que se mantenha mobilizada para garantir as eleições de Lula em 2018.
*Via Sul21
07 maio 2017
A confissão da parcialidade, nas capas das revistas
A melhor sacada deste sábado é, sem dúvida, do veterano e competente jornalista Mario Marona, que olha, pensa e vê o que a mídia diz, mesmo quando não assume que diz.
As capas da Veja e da Istoé que começaram a circular hoje, sábado, têm um raro momento em que mostram a verdade.
E a verdade, observa Marona, é que “a imprensa brasileira nunca foi tão verdadeira ao confessar que, aqui, trata-se de um confronto entre o juiz, que deveria ser imparcial, e o acusado, que deveria ter direito a um julgamento honesto”.
Está claro agora porque Moro adiou por uma semana o depoimento de Lula. Neste intervalo, providenciou uma procissão de “convertidos”, que nunca acusaram Lula nos seus inúmeros depoimentos e, agora, foram colocados contra parede: ou diziam o que se queria para tornar o depoimento de Lula o clímax roteirizado do filme que produzem ou iriam seguir mofando na cadeia.
Temos um juiz que dirige o processo para um final que está desenhado desde o seu início.
A “investigação” e o julgamento “justo” não passam de uma pantomima.
“Em qualquer lugar civilizado do mundo”, observa Marona, o juiz avalia o resultado de “um duelo entre promotoria e defesa”.
Não em Curitiba.
As duas revistas confessam, em suas capas que quem duela com Lula é o próprio juiz.
E, portanto, trata-se de uma luta onde não há quem, de fato, seja o juiz, não parte.
Uma democracia jamais pode aceitar isso. E como não existe processo fora da realidade, este processo, sempre suspeito, revela sua mácula, sua nódoa irremovível.
A Justiça brasileira, ou ao menos o que resta de senso jurídico no lamaçal que ela se tornou, deveria sanear este processo em que Sérgio Moro, por deter o controle de todos os casos e em que os promotorers tem o direito de negociar às escuras todas as “delações”, formando o quadro que desejam, desde o início, com suas convicções.
E sanear deveria ser retirar Moro do caso, por óbvia suspeição.
Claro que não o fará e, com isso, assumir, como instituição, a parcialidade que nele não se esconde.
E, com isso, tornará verdadeira a frase com que Marona fecha seu raciocínio: “Veja e Isto É revelam que já foi cravado o último prego no caixão em que está sendo enterrada a justiça brasileira.”
Faltou apenas dizer que as suas garras levam junto com ela qualquer possibilidade de sermos um país onde o Direito seja a fórmula de composição dos conflitos humanos.
Com todos os seus “data vênia”, o Judiciário sacramenta a selvageria e o vale-tudo como a forma de vivermos neste país,
*Por Fernando Brito in Tijolaço
06 maio 2017
Lula: "Não vou permitir que a Globo continue mentindo" - Junto com Pepe Mujica, do Uruguai, ex-presidente abriu o 6º Congresso Estadual do PT em São Paulo
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Foto: Filipe Araújo |
Na abertura do 6º Congresso
Estadual do PT de São Paulo, na noite desta sexta-feira (5), em São Paulo, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que está com mais disposição em
disputar as eleições presidenciais em 2018 do que jamais esteve, inclusive a
primeira vez em que concorreu ao cargo, em 1989. Alvo de uma perseguição
jurídico e midiática que já dura mais de dois anos, Lula desabafou:
"Eles conseguiram aflorar em
mim, aos 72 anos, uma coisa que eu pensei que já havia passado. Agora, que
resolveram tentar destruir uma biografia, que eu não devo a eles, que só devo
ao povo, terão que me enfrentar outra vez nas ruas deste país", disse o
ex-presidente, que completou: "Não vou permitir que continuem mentindo.
Tudo o que eu desejo na vida é disputar as eleições contra o candidato da Rede
Globo de Televisão", anunciou Lula.
Ainda dentro da mesma temática, o
ex-presidente concluiu:
"Não foram poucos os almoços e conversas que tive
com a família Marinho (dona da Rede Globo). Eles nunca nos
respeitaram. Quero que eles tenham um candidato que tenham um plim plim no
peito, para nós dizermos com todas as letras: nós vamos regulamentar a
comunicação neste país. Não é possível que existam nove famílias que sejam
donas de todos os maiores meios de comunicação da nação".
Aproveitando a presença do
ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica, Lula falou dos desafios que envolvem não
só o Brasil, mas toda a América Latina: "É verdade que a direita
está assumindo uma postura de retomar à força o espaço perdido para a esquerda
neste século, inclusive com o golpe vergonhoso dado em cima do PT e da presidenta
Dilma Rousseff. O que a gente percebe é um avanço internacional da extrema
direita e da direita, e é preciso resistir."
Falando a uma plateia de filiados
petistas, Lula afirmou: "Eu agradeço por acordar vivo, pelo dia que
tive e quando, vou deitar, peço a Deus que me deixe acordar de novo, porque
tenho que ver vocês todo santo dia. E eu, com toda esta fé, nunca estive com
tanto tesão para concorrer à Presidência". O ex-presidente Mujica
também falou durante o evento do PT.
O ex-presidente do Uruguai, em
sua fala, destacou os traços comuns existentes em todos os países da América
Latina. "Somos o continente mais rico em recursos naturais,
mas o mais injusto que há em cima da Terra. Temos que nos dar conta
que há uma batalha continental, e a responsabilidade do Brasil também é
continental."
De acordo com o líder do país
vizinho, "há uma direita fascistoide que quer confrontação com as forças
progressistas em todo o mundo, para reduzir os direitos conquistados por meio
da luta de classe". "É preciso tomar cuidado para não cair no
ódio", alertou o uruguaio, que passou 14 anos como preso político em seu
país antes de se tornar presidente.
*Via http://lula.com.br
05 maio 2017
04 maio 2017
O real motivo da perseguição a Zé Dirceu
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A vida é complicada para quem desafia a plutocracia |
O real motivo da perseguição a Dirceu
Por Paulo Nogueira*
Originalmente publicado em março. Republicado agora por motivos óbvios.
Um jornalista americano escreveu uma coisa que me marcou profundamente.
Ele disse que num certo momento da carreira ele era convidado para programas de tevê, recebia convites seguidos para dar palestras e estava sempre no foco dos holofotes.
Num certo momento ele se deu conta de que tudo isso ocorria porque ele jamais escrevera algo que afrontasse os interesses dos realmente poderosos.
Foi quando ele acordou. Entendeu, por exemplo, as reflexões de Chomsky sobre as grandes empresas jornalísticas.
Para encurtar a história, ele decidiu então fazer jornalismo de verdade. Acabou assassinado.
Assange, Snowden, Falciani: não é fácil a vida de quem enfrenta o poder.
Tudo isso me ocorreu a propósito de José Dirceu. Tivesse ele defendido, ao longo da vida a plutocracia, ninguém o incomodaria.
Mas ele escolheu o outro lado.
E por isso é alvo de uma perseguição selvagem. É como se o poder estivesse dizendo para todo mundo: “Olhem o que acontece com quem ousa nos desafiar.”
É à luz de tudo isso que aparece uma nova rodada de agressões a Dirceu, partida – sempre ela – da Veja.
Quis entender.
Os dados expostos mostram, essencialmente, uma coisa: Dirceu não pode trabalhar. Não pode fazer nada.
O que é praxe em altos funcionários de uma administração fazerem ao deixá-la?
Virar consultor.
Não é só nos governos. Nas empresas também. Fabio Barbosa fatalmente virará consultor depois de ser demitido, dias atrás, da Abril.
Foi o que fez, também, David Zylbersztajn, o genro que FHC colocou na Agência Nacional do Petróleo. (Não, naturalmente, por nepotismo, mas por mérito, ainda que o mérito, e com ele o emprego, pareça ter acabado junto com o casamento com a filha de FHC.)
Zylbersztajn é, hoje, consultor na área de petróleo. Seus clientes são, essencialmente, empresas estrangeiras interessadas em fazer negócios no Brasil no campo da energia.
Algum problema? Não.
Quer dizer: não para Zylbersztajn. Mas para Dirceu a mesma posição de consultor é tratada como escândalo.
Zylbersztajn ajuda empresas estrangeiras a virem para o Brasil. Dirceu ajuda empresas brasileiras a fazerem negócios fora do Brasil, com as relações construídas em sua longa jornada.
O delator que o citou diz que Dirceu é muito bom para “abrir portas”. É o que se espera mesmo de um consultor como Dirceu.
Zylbersztajn, caso seja competente, saberá também “abrir portas”.
Vamos supor que a Globo, algum dia, queira entrar na China. Ela terá que contratar alguém que “abra portas”.
Abrir portas significa, simplesmente, colocar você em contato com pessoas que decidem. Conseguir fechar negócios com ela é problema seu, e não de quem abriu as portas.
Na manchete do site da Veja, está dito que o “mensaleiro” – a revista não economiza uma oportunidade de ser canalha – faturou 29 milhões entre 2006 e 2013.
São oito anos. Isso significa menos de 4 milhões por ano. Do jeito que a coisa é apresentada, parece que Dirceu meteu a mão em 29 milhões. Líquidos.
Não.
Sua empresa faturou isso. Não é pouco, mas está longe de ser muito num universo de grandes empresas interessadas em ganhar o mundo.
Quanto terá faturado a consultoria de Zylbersztajn entre 2006 e 2013? Seria uma boa comparação.
No meio das acusações, aparece, incriminadora, a palavra “lobby”. É um estratagema para explorar a boa fé do leitor ingênuo e louco por razões para detestar Dirceu.
Poucas coisas são mais banais, no mundo dos negócios, que o lobby.
Peguemos a Abril, por exemplo, que edita a Veja. Uma entidade chamada ANER faz lobby para a Abril e outras editoras de revistas. A ANER da Globo se chama ABERT.
Você pode ter uma ideia de quanto as empresas de jornalismo são competentes no lobby pelo fato de que ainda hoje elas gozam de reserva de mercado – uma mamata que desapareceu virtualmente de todos os outros setores da economia brasileira.
E assim, manobrando e manipulando informações, a mídia mais uma vez agride Dirceu.
As alegações sempre variam, mas o real motivo é que ele decidiu, desde jovem, não lamber as botas da plutocracia.
*Jornalista, Editor do Diário do Centro do Mundo (fonte desta postagem)
"Na sexta-feira, o bom jornalismo aderiu à greve geral. Não compareceu para trabalhar"
A IMPRENSA E A GREVE GERAL
Por Paula Cesarino Costa - Ombudsman da Folha de S.Paulo*

Assim como a de milhões de brasileiros, minha rotina diária foi alterada pela greve geral da sexta-feira, 28. Lojas de que precisei estavam fechadas; no supermercado, o gerente disse que apenas um terço dos funcionários comparecera; a experiência nos aeroportos de amigos e familiares que viajaram foi sofrida, apesar de a Folha ter dito que os aeroportos funcionaram normalmente. Pode não ter sido um caos, mas normal não foi.
De modo geral, esse foi o problema da cobertura da greve geral convocada contra as reformas da Previdência e das leis trabalhistas. Focou a alteração da rotina das cidades, de modo previsível, sem inventividade nem relatos ricos.
Em suma, os jornais se concentraram no impacto sobre as árvores e deixaram de abordar a situação da floresta. A velha imagem é eficiente por condensar a mensagem de modo tão claro.
Um parágrafo do editorial da Folha trazia o resumo do que pretendo dizer quando cobro abordagem mais ampla: "Em nenhum país do mundo, propostas de redução de direitos relativos à aposentadoria contarão com apoio popular. Governantes, em geral, só as apresentam quando as finanças públicas já estão em trajetória insustentável. Este é, sem dúvida, o caso do Brasil".
Essa é a visão da floresta que deveria ser discutida nos jornais. É preciso acrescentar que a discussão sobre a reforma trabalhista é também uma discussão sobre perda de direitos, contraposta à possibilidade de dinamização e crescimento do mercado do trabalho –promessa de comprovação difícil. Esses são os dois lados da moeda.
Pode-se até afirmar que essa discussão está presente no jornal. Não com a clareza do dilema exposto pelo editorial da Folha: está em jogo a perda de direitos em nome do ajuste fiscal. Jornais estrangeiros assim enquadraram a manifestação. A imprensa brasileira abriu mão da discussão sobre a floresta.
A greve geral convocada por centrais sindicais e movimentos de esquerda mostrou que a mídia precisa se qualificar para esse tipo de cobertura, complexa e de altíssimo interesse do público leitor.
Quase em uníssono, os três principais jornais destacaram nas manchetes de suas edições impressas o efeito no transporte e a violência com que terminaram manifestações em São Paulo e no Rio.
Será que o vandalismo em pontos isolados do Rio e de São Paulo era notícia a destacar em enunciado de manchete, se a própria Folha escreveu que a calmaria reinou durante quase todo o dia? Por que valorizar as cenas de confronto, em vez de imagens que pudessem, por exemplo, mostrar o que diziam as faixas levadas às manifestações.
A greve paralisou, segundo o noticiário da Folha, parcialmente as atividades nas principais capitais do país e em ao menos 130 municípios, em todos os Estados e no Distrito Federal. Os organizadores classificam como a maior greve da história do país: cerca de 40 milhões paralisaram suas atividades.
Não há reportagem ou quadro na edição que diga qual era exatamente o objetivo da greve ou, se fosse o caso, a análise de seu impacto nos objetivos do movimento.
Há dois pontos básicos a que o jornal, na minha avaliação deveria ter respondido:
Qual foi o tamanho da paralisação? Era preciso encontrar parâmetros que permitissem ao leitor entender o que foi o movimento de agora em comparação com convocações anteriores.
Quais as possíveis consequências da greve? Terá algum efeito em seu objetivo principal de parar a tramitação das reformas trabalhista e da Previdência, obrigando Executivo e Legislativo a negociar com a sociedade e os sindicatos?
Eram desafios difíceis, mas a imprensa não conseguiu nem chegar perto de enfrentá-los.
À exceção dos colunistas André Singer e Demétrio Magnoli, não houve tentativa de interpretação do que aconteceu. Cientistas políticos, sociólogos e analistas não estão nas páginas da Folha ajudando a entender o que aconteceu e o que pode vir a acontecer.
Deputados e senadores não se manifestaram de forma a sinalizar se o protesto pode vir a ter algum efeito objetivo nos projetos em discussão. Apenas o governo federal fala, expressando a óbvia e obrigatória avaliação de que adesão foi pequena, fracassou.
Ainda há muito a aprender e a ser desenvolvido em cobertura de casos dessa magnitude.
Na sexta-feira, o bom jornalismo aderiu à greve geral. Não compareceu para trabalhar.
...
*Via https://www.blogdomagno.com.br
02 maio 2017
STF manda Moro soltar José Dirceu
Por três votos a dois, o Supremo Tribunal Federal mandou que o juiz Sérgio Moro liberte o ex-ministro José Dirceu, preso em Curitiba desde agosto de 2015, isto é, há mais um ano e oito meses “preventivamente”.
Votaram pela revogação da prisão Gilmar Mendes, Ricaro Levandowsli e Dias Tóffoli. Contra, Luiz Edson Fachin – um ex-advogado “garantista” e Celso de Mello.
Por muito pouco não funcionou a vergonhosa pressão da Força Tarefa sobre o supremo, iniciando uma nova ação poucas horas antes do julgamento.
Veremos, agora, qual será a forma de Sérgio Moro manifestar a sua contrariedade com algo que deveria ser “beabá” jurídico: pena se cumpre após o trânsito em julgado de uma sentença, ao menos em 2ª instância, como já inovou agora o STF, que antes esperava os recursos finais.
Independente do mérito das acusações a Dirceu, é inacreditável que ele tenha sido mantido como “troféu” por Moro, nestes tempos de justiça midiática.
E mais inacreditável que a consciência jurídica deste País, se é que ela ainda existe, tenha se mantido em quase silêncio diante desta tropelia.
(Por Fernando Brito no Tijolaço)
01 maio 2017
Neste 1º de Maio, trabalhadores voltam às ruas contra a reforma trabalhista e da Previdência
DINO SANTOS / CUT1º de Maio da CUT, em 2016, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo
Dois dias após a Greve Geral, atos em todo o país protestam contra a retirada de direitos
De acordo com as entidades, em todos os atos que serão realizados ao longo do dia, com a participação de lideranças e artistas, as palavras de ordem são "nenhum direito a menos". (...)
CLIQUE AQUI para ler na íntegra e saber da programação nos estados.(via CUT Nacional)
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