11 junho 2019

A Lava Jato atentou contra a liberdade de Lula e a democracia brasileira

Seus desdobramentos práticos acabariam, ao criminalizar a política, por enterrar a economia nacional

"Lawfare praticado não apenas por um juiz, mas todo um corpo de
 procuradores da República" / Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por Marcelo Uchôa*

As informações trazidas a lume pelo The Intercept Brasil no último domingo confirmaram o que muitos juristas já denunciavam: que a operação Lava Jato sempre foi um arremedo judicial interessado especificamente em prender o ex-presidente Lula da Silva, custasse o que custasse em termos de malabarismos processuais. Lawfare praticado não apenas por um juiz, mas todo um corpo de procuradores da República, que não mediram esforços em confabular sobre estratégias de elaboração de teses de acusação, hipóteses probatórias, linhas de ação em audiências, até mesmo de datas de prática de atos formais, além de medidas de vazamento de informações.  

Não bastasse, as matérias publicadas endossaram que os meios de provas suscitados no processo do triplex para justificar o suposto crime de corrupção do ex-presidente, considerados esdrúxulos por um sem número de estudiosos do Direito, também eram considerados frágeis, para não dizer infundados, pelo principal procurador acusador. Em interminável “ti-ti-ti” confabulatório, procuradoras e procuradores da República expunham todo seu interesse punitivo motivado por razões político-ideológicas.

Mas, afinal, o que se pode questionar ou deduzir da atitude jornalística do The Intercept Brasil? Em primeiro lugar, não há como aferir, de modo categórico, a inocência do ex-presidente Lula da Silva pelas informações divulgadas, mas é possível pressupor que ele não estaria preso se não fossem as tramoias realizadas pelo sistema de justiça. Nem estaria preso, e, provavelmente, nem seria condenado, porque o próprio Ministério Público considerava sua principal prova da acusação, a suposta entrega do triplex, motivo insuficiente para justificar a vinculação do ex-presidente com o esquema de corrupção da Petrobras. Além disso, não confiava que tal apartamento havia sido efetivamente presenteado ao Ex-Presidente, menos ainda, em suborno. Dessa maneira, o mínimo que lhe seria reconhecido seria o benefício da presunção de inocência até que eventual prova contrária irrefutável aferisse um improvável crime.   

Outro fato indiscutivelmente abstraído pelas informações divulgadas é que o ex-presidente jamais foi julgado por um juízo isento, imparcial, o que confere total validade aos recursos internos de sua defesa, bem como às alegações levadas ao conhecimento do Comitê de Direitos Humanos da ONU, de descumprimento do processo legal brasileiro e, por consequência, do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos concluído pelo Brasil. Ou seja, para todos os efeitos, o julgamento e o eventual encarceramento do ex-presidente foram totalmente nulos, devendo ser desfeitos de imediato, nem que seja para submeter-lhe a novo processo adequadamente instaurado.

Outra conclusão importante é que houve uma deliberada intenção não apenas de prender o ex-presidente, como de evitar sua nomeação como ministro da casa civil do governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, sendo de ampla consciência dos atores do sistema judiciário que o vazamento dos áudios grampeados da ex-presidenta, sem autorização do Supremo Tribunal Federal, sob amparo em suposto interesse público, devia ser realizado e repassado à grande mídia, a fim de obter comoção social que evitasse a nomeação ministerial e desidratasse, ainda mais, o mandato da presidenta, em vias de questionável processo de impeachment. Na mesma toada, houve uma deliberada maquinação para impedir que o ex-presidente Lula concorresse à Presidência da República, tanto existindo temor real acerca de uma provável vitória eleitoral petista, que a estratégia de manipulação também se repetiu para evitar que, já preso, concedesse entrevista jornalística, a qual se imaginava pudesse favorecer o candidato Fernando Haddad.

Afinal, foi correta a ação do The Intercept Brasil de disponibilizar para o grande público conteúdo sobre textos e áudios de juiz federal e procuradores da República sem o respectivo consentimento dos autores? Essa questão é nodal no presente debate, porque sempre foi comezinha no Direito a compreensão de que provas assim devem ser autorizadas judicialmente sob pena de nulidade, devendo ser evitadas. Contudo, foram as próprias vítimas do atual vazamento que justificaram a legitimidade deste tipo de ação, quando aplicaram a estratégia contra uma Presidenta da República, sem a devida autorização da Corte Suprema, amparando-se no interesse geral.

Enfim, para todos os efeitos, considerando-se a possibilidade de um revés judicial interno acerca da exposição do material divulgado, os jornalistas do The Intercept Brasil, de antemão, anunciaram que todo conteúdo probatório já estava em poder de jornalistas estrangeiros, de modo que os fatos ora narrados continuarão vivos para conhecimento da humanidade, a fim de que doravante ninguém duvide de que no país houve um julgamento de exceção em que investigadores, acusadores e juízes transformaram-se em uma só pessoa, não motivada em encerrar a corrupção no país, mas em impedir que um partido, uma mulher e um homem, pudessem continuar realizando suas obras de prover o social em favor da maioria excluída, naturalmente, em detrimento de uma minoria aristocrática, acuada pelo crescimento social do grupo oposto. 

A Lava Jato não atentou apenas contra a liberdade do ex-presidente Lula, mas contra a democracia brasileira, na medida em que turbinou propositadamente o impeachment da ex-presidenta Dilma e impediu que as eleições presidenciais de 2018 chegassem a um resultado diferente do alcançado. O que talvez não estivesse no script do conluio é que seus desdobramentos práticos acabariam, ao criminalizar a política, por enterrar a economia nacional e entregar o poder ao retrocesso civilizatório. Mas se isso não pode ser terminantemente afirmado, por outro lado, um fato concreto que não pode ser negado é que o principal juiz-protagonista de todo tumulto social-institucional causado converteu-se em Ministro da Justiça do novo governo, o qual dificilmente teria alcançado o poder caso o próprio juiz houvesse se retraído às funções constitucionais para as quais recebeu sua toga. 

Finalmente, para os que duvidam da idoneidade do The Intercept Brasil não custa lembrar que seu editor-chefe, Glenn Greenwald é um dos mais importantes jornalistas do mundo, já havendo sido laureado, à época em que contribuía com o The Guardian, com um Prêmio Pulitzer, por haver trazido à tona todo enredo por trás de Edward Snowden, o imoral programa de monitoramento global de informações (espionagem virtual) dos Estados Unidos.

*Advogado e Professor de Direito da Universidade de Fortaleza/UNIFOR. Integrante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia – ABJD/Núcleo Ceará

Edição: Monyse Ravena - Via https://www.brasildefato.com.br 

10 junho 2019

Conselho Federal da OAB recomenda afastamento de Moro e Dallagnol

Entidade, reunida da tarde desta segunda-feira (10), pede afastamento para investigação após matéria do The Intercept

Nota afirma que conteúdo divulgado ameaça "caros alicerces
da democracia" / PT Brasil

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), após um longo debate realizado na tarde desta segunda-feira (10), recomendou o afastamento do ministro Sérgio Moro e dos procuradores da Lava Jato, após divulgação de troca de mensagens por reportagem do The Intercept.
A nota, que recomenda prudência, afirma que o fato das informações serem hackeadas representa "grave risco" para a segurança institucional mas que o conteúdo divulgado "ameaça caros alicerces da democracia". 
O comunicado também afirma zelar "pela liberdade de imprensa", assim como pela imparcialidade do Poder Judiciário, que teria sido violada pela troca de mensagens entre juiz e acusação.
Durante a discussão, Cezar Britto, ex-presidente da OAB, afirmou que apesar da ilegalidade das provas, o fato de agentes públicos não terem negado o conteúdo o torna relevante juridicamente.
"Não se pode desconsiderar, contudo, a gravidade dos fatos, o que demanda investigação plena, imparcial e isenta, na medida em que estes envolvem membros do Ministério Público Federal, ex-membro do Poder Judiciário e a possível relação de promiscuidade na condução de ações penais no âmbito da operação lava-jato. Este quadro recomenda que os envolvidos peçam afastamento dos cargos públicos que ocupam, especialmente para que as investigações corram sem qualquer suspeita", afirma a nota.
Confira abaixo na íntegra:
"O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Colégio de Presidentes de Seccionais, por deliberação unânime, manifesta perplexidade e preocupação com os fatos recentemente noticiados pela mídia, envolvendo procuradores da república e um ex-magistrado, tanto pelo fato de autoridades públicas supostamente terem sido “hackeadas”, com grave risco à segurança institucional, quanto pelo conteúdo das conversas veiculadas, que ameaçam caros alicerces do Estado Democrático de Direito.
É preciso, antes de tudo, prudência! A íntegra dos documentos deve ser analisada para que, somente após o devido processo legal – com todo o plexo de direitos fundamentais que lhe é inerente –, seja formado juízo definitivo de valor.
Não se pode desconsiderar, contudo, a gravidade dos fatos, o que demanda investigação plena, imparcial e isenta, na medida em que estes envolvem membros do Ministério Público Federal, ex-membro do Poder Judiciário e a possível relação de promiscuidade na condução de ações penais no âmbito da operação lava-jato. Este quadro recomenda que os envolvidos peçam afastamento dos cargos públicos que ocupam, especialmente para que as investigações corram sem qualquer suspeita.
A independência e imparcialidade do Poder Judiciário sempre foram valores defendidos e perseguidos por esta instituição, que, de igual modo, zela pela liberdade de imprensa e sua prerrogativa Constitucional de sigilo da fonte, tudo como forma de garantir a solidez dos pilares democráticos da República.
A Ordem dos Advogados do Brasil, que tem em seu histórico a defesa da Constituição, da ordem jurídica do Estado Democrático e do regular funcionamento das instituições, não se furtará em tomar todas as medidas cabíveis para o regular esclarecimento dos fatos, especialmente junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), Procuradoria-Geral da República (PGR), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ), reafirmando, por fim, sua confiança nas instituições públicas".
*Da Redação do Brasil de Fato - Edição: Pedro Ribeiro Nogueira 

Nota da Defesa sobre provas de complô da Lava Jato contra Lula



Hoje [9/06] o site “Intercept Brasil” publicou matérias com mensagens que mostram conluio entre o então juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato para atuarem politicamente condenando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em um processo sem provas e atuando para impedir uma entrevista dele por medo de que isso pudesse eleger Fernando Haddad nas eleições de 2018. Leia abaixo a nota da defesa de Lula e nos links as matérias do The Intercep:
“NOTA DA DEFESA
Em diversos recursos e em comunicado formalizado perante o Comitê de Direitos Humanos da ONU em julho de 2016 demonstramos, com inúmeras provas, que na Operação Lava Jato houve uma atuação combinada entre os procuradores e o ex-juiz Sérgio Moro com o objetivo pré-estabelecido e com clara motivação política, de processar, condenar e retirar a liberdade do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reportagem publicada hoje (09/06/2019) pelo portal “The Intercept” revela detalhes dessa trama que foi afirmada em todas as peças que subscrevemos na condição de advogados de Lula a partir dos elementos que coletamos nos inquéritos, nos processos e na conduta extraprocessual dos procuradores da Lava Jato e do ex-juiz Sergio Moro.
A atuação ajustada dos procuradores e do ex-juiz da causa, com objetivos políticos, sujeitou Lula e sua família às mais diversas arbitrariedades. A esse cenário devem ser somadas diversas outras grosseiras ilegalidades, como a interceptação do principal ramal do nosso escritório de advocacia para que fosse acompanhada em tempo real a estratégia da defesa de Lula, além da prática de outros atos de intimidação e com o claro objetivo de inviabilizar a defesa do ex-Presidente.
Ninguém pode ter dúvida de que os processos contra o ex-Presidente Lula estão corrompidos pelo que há de mais grave em termos de violações a garantias fundamentais e à negativa de direitos. O restabelecimento da liberdade plena de Lula é urgente, assim como o reconhecimento mais pleno e cabal de que ele não praticou qualquer crime e que é vítima de “lawfare”, que é a manipulação das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política.
Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins
**Grifos [e edição final] deste Blog

Juízes pela democracia: Lula deve ser solto, Moro demitido e decisões dele como juiz anuladas


A ASSOCIAÇÃO JUÍZES PARA A DEMOCRACIA – AJD e ASSOCIAÇÃO LATINOAMERICANA DE JUÍZES DO TRABALHO – ALJT, entidades cujas finalidades abrangem, com destaque, o respeito absoluto e incondicional aos valores próprios do Estado Democrático de Direito, têm o compromisso de lutar, de forma intransigente, por uma democracia sólida e comprometida com a justiça, com a redução das desigualdades, com a dignidade da pessoa humana e com o fortalecimento da participação popular democrática e do bem estar da população, como exige a nossa Constituição, e por isso vêm a público manifestar-se diante das informações divulgadas pelo jornal The Intercept Brasil, na reportagem publicada na data de hoje, sobre comunicações realizadas entre o procurador federal Deltan Dallagnol e o atual Ministro da Justiça Sergio Moro.
As denúncias contidas em tal reportagem revelam que quando ainda exercia função de Juiz na operação Lava-Jato, o atual Ministro Sérgio Moro aconselhou, ordenou, e, em determinados momentos, agiu como órgão acusador e investigador, num verdadeiro processo inquisitorial.
A notícia revela seletividade, discriminação e violações de direitos humanos e princípios constitucionais, algo que já vem sendo insistentemente denunciado por nossas entidades.
No curso dos processos que culminaram com a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, a fixação da elástica competência do órgão jurisdicional que concentrou os julgamentos relativos à operação Lava Jato, ao arrepio das normas processuais aplicáveis e do devido processo legal; o abandono do elementar princípio da congruência entre denúncia criminal e sentença e a não demonstração com prova robusta de todos os elementos constitutivos do tipo penal invocado na imputação, como no caso do ato de ofício para a caracterização de corrupção passiva, além de critérios ad hoc, exóticos e inéditos de dosimetria da pena definida, já indicavam a possibilidade, a probabilidade e a razoabilidade da percepção da prática de lawfare.
As denúncias trazidas a público na data de hoje confirmam isso, revelando uma relação promíscua e ilícita entre integrante do Ministério Público e do Poder Judiciário.
Não há falar em Democracia, sem um Poder Judiciário independente, imparcial e comprometido com o império dos direitos humanos e das garantias constitucionais, sobretudo o devido processo legal e a presunção de inocência, para a realização de julgamentos justos, para quem quer que seja, sem qualquer discriminação ou preconceito, sem privilégios ditados por códigos ocultos e sem a influência de ideologias políticas ou preferências e crenças pessoais.
É absolutamente imprescindível e urgente, portanto, para o restabelecimento da plena democracia e dos princípios constitucionais no Brasil, a declaração de inexistência de todos os processos que se desenvolveram em razão da Operação Lava-Jato, inclusive daqueles que determinaram as condenações e a prisão do ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva, por flagrante violação ao artigo 254, IV, Código de Processo Penal e à Constituição da República.
A AJD e a ALJT, considerando que tais fatos não foram negados na nota expedida por Sérgio Moro, exigem a imediata soltura do ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva e de todas as vítimas do processo ilícito revelado pelos diálogos que vieram a público na data de hoje, bem como a exoneração do Ministro Sérgio Moro e investigação dos integrantes do Ministério Público Federal referidos na aludida reportagem, atos essenciais para a retomada do Estado Democrático de Direito em nosso país, condição para a superação da crise político-institucional em curso e o retorno à normalidade democrática.
Brasil, 09 de junho de 2019.
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09 junho 2019

ESCÂNDALO: Áudios vazados mostram atuação ilícita de Sérgio Moro e Dallagnol contra Lula e o PT

Áudios vazados pelo The Intercept Brasil mostram que força-tarefa da Lava Jato atuou com o objetivo de impedir vitória eleitoral de Fernando Haddad e antecipar prisão de Lula fazendo uso de provas consideradas inconsistentes pelos próprios acusadores


Uma série de três reportagens publicadas neste domingo (9) pelo The Intercept Brasil* expõe conversas do ex-juiz federal Sérgio Moro e do procurador Deltan Dallagnol que mostram atuação conjunta dos dois para impedir vitória eleitoral de Fernando Haddad, antecipar a prisão de Lula e até mesmo apresentar provas consideradas inconsistentes.

Material obtido com exclusividade pelo The Intercept, cerca de um mês antes de vazamento de hacker que teve acesso ao telefone do atual ministro da Justiça, aponta que a força-tarefa da Lava Jato atuou no caso Lula motivado por questões políticas. Nos áudios fica evidente colaboração inconstitucional entre o então juiz Sérgio Moro e o procurador do Ministério Público Deltan Dallagnol.

As reportagens destacam que os procuradores não são atores apartidários e apolíticos e atuaram por convicções ideológicas e preocupados em evitar o retorno do PT ao poder. A série também aponta que Moro buscou inverter as fases da Lava Jato para favorecer a condenação de Lula.
Outro ponto destacado é a própria descrença da força tarefa nas acusações feitas contra o ex-presidente, escancarando uma manobra jurídico-política. 

*Clique Aqui para ler na íntegra

LULA: A MÍDIA INDEPENDENTE É NOSSA ÚLTIMA ESPERANÇA


08 junho 2019

“Lutando contra bandidos com bandidos... Bolsonaro sorriu para milícias e aliados amigos do gatilho"

Justiça manda MEC suspender cortes em universidades federais e critica ataques de Weintraub

Juíza disse que institutos não têm ‘bagunça’, ao contrário do que disse Weintraub


Por Guilherme Amado, em Época*
A Justiça mandou o Ministério da Educação suspender os cortes em universidades federais. A pasta tem 24 horas para cumprir a ordem judicial, sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
A decisão é da juíza Renata Almeida, da 7ª Vara Federal, na Bahia, e acolhe a pedido da Aliança pela Liberdade, chapa que comanda o Diretório Central dos Estudantes da UnB. A juíza cita “diversas ações populares e ações civis públicas” com a mesma solicitação.
“Não se está aqui a defender a irresponsabilidade da gestão orçamentária, uma vez que é dever do administrador público dar cumprimento às metas fiscais estabelecidas em lei, mas apenas assegurando que os limites de empenho, especialmente em áreas sensíveis e fundamentais segundo a própria Constituição Federal, tenham por base critérios amparados em estudos que garantam a efetividade das normas constitucionais”, escreveu a magistrada.
Ela também criticou os ataques do ministro da Educação, Abraham Weintraub, às universidades federais, acusando-as de balbúrdia.
“Não há necessidade de maiores digressões para concluir que as justificativas apresentadas não se afiguram legítimas para fins de bloqueio das verbas originariamente destinadas à UNB, UFF e UFBA, três das maiores e melhores Universidades do país, notoriamente bem conceituadas, não apenas no ensino de graduação, mas também na extensão e na produção de pesquisas científicas. As instituições de ensino em questão sempre foram reconhecidas pelo trabalho de excelência acadêmico e científico ali produzido, jamais pela promoção de “bagunça” em suas dependências”, seguiu a juíza.
*Via Viomundo

07 junho 2019

O “conclomo, canclomo, conclamo” de Bolsonaro: já “se era de se” esperar




Como para dar razão à reportagem do Le Monde – destacada aqui pelo UOL – que diz que o Brasil, sob Jair Bolsonaro, corre o risco de se tornar uma “idiocracia”, o presidente brasileiro deu ontem, em Buenos Aires, a prova do primarismo com que se expressa, afinal a boca pela qual se expressa o nosso país. 

A expressão tatibitati, recheada de erros crassos, revela uma pessoa  que não usa as palavras para revelar um pensamento, um  raciocínio, mas para propagar slogans, tautologias, conceitos primários e monolíticos.  

Segundo o jornal francês, esta sequência evoca “preocupações ligadas ao nível intelectual de Bolsonaro, à frente do Estado desde 1º de janeiro, e têm a ver com o caos que o presidente mantém, alimentando-se de controvérsias triviais e vulgares nas redes sociais, atacando a cultura, as ciências sociais e humanas, cortando orçamentos universitários e mantendo uma obsessão marcante com assuntos fálicos em detrimento do avanço de reformas cruciais”.

O Le Monde, porém, suspeita que “o caos que ele mantém pode ser parte de sua estratégia política”. 

Bolsonaro faz o marketing da ignorância porque pretende  se manter com a simpatia dos ignorantes, para os quais espera ser o espelho da mediocridade. É o retrato de uma parcela da população que, ante o surto de prosperidade que viveu, não aprendeu a erguer os olhos e sonhar, apenas para baixo e desprezar a multidão de miseráveis, para a qual restam a polícia, os tiros, favelas e calçadas. 

É ao mundo feroz, egoísta, regido por uma moral hipócrita que só serve para os outro que Bolsonaro nos “conclomo, canclomo, conclama”. 

Roa-se a elite que a ele se aliou porque, afinal, isso já "se era de se" esperar.

*Via Tijolaço

Charge do Latuff



04 junho 2019

Bolsonaro: pior presidente do mundo ameaça o futuro do Brasil




Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia*

Ao entrar em seu sexto mês como presidente, sem ter até agora um programa de governo, só falando e fazendo bobagens, o capitão Bolsonaro não só destrói o presente, mas ameaça o futuro do Brasil, um país de 208 milhões de habitantes.
Com evidentes problemas mentais, sem similar no mundo civilizado, o ex-deputado do baixo clero a cada dia prova mais que não tem as mínimas condições de continuar governando o país.
Não por acaso, seus principais alvos, no ataque sistemático às instituições e ao Estado de Direito, são a Educação e o Meio Ambiente, áreas vitais em que se constrói e preserva o futuro.
Bolsonaro está não só desmoralizando as Forças Armadas como representa hoje um perigo para a humanidade ao promover o desmatamento da Amazônia, o pulmão do mundo.
Urge que os poderes constituídos formem uma junta médica para interditar o celerado capitão, antes que ele consume seu projeto de fazer desta grande nação uma terra arrasada.
Se ainda faltava alguma prova para confirmar o que escrevi acima, basta citar um episódio que aconteceu no domingo e não mereceu maior destaque na imprensa.
Ao saber da morte do MC Reaça, que o apoiou na campanha eleitoral, Bolsonaro disparou esta mensagem nas redes sociais:
“Tales Volpi, conhecido como MC Reaça, nos deixou no dia de ontem. Tinha o sonho de mudar o país e apostou em meu nome por meio do seu grande talento. Será lembrado pelo dom, pela humildade e por seu amor pelo Brasil. Que Deus o conforte juntamente com seus familiares e amigos”.
Acontece que Tales Volpi se suicidou, depois de espancar brutalmente a namorada grávida, que está internada num hospital de Indaiatuba, em São Paulo, com várias fraturas no rosto.
Ou o presidente, em sua habitual afoiteza e boçalidade, não tinha informações sobre as circunstâncias da morte, o que seria uma irresponsabilidade, ou sabia, o que é mais grave, e assim mesmo emprestou o prestígio do seu cargo para homenagear um troglodita que tentou matar a mulher antes de se suicidar.
É esse tipo de gente que apostou no nome do capitão com seu “grande talento”, que se resumia a compor musicas de louvação a Bolsonaro e ataques grosseiros a seus adversários.
Este é o mundo doentio do capitão, em sua guerra permanente, que se divide entre aliados incondicionais deste tipo e inimigos juramentados, quer dizer, o resto do país.
Sem ter a menor noção do cargo que exerce, no mesmo domingo o capitão apareceu no portão do Alvorada com uma camisa do Palmeiras, para saudar meia dúzia de apoiadores em busca de selfies, e só falou da sua nova obsessão:
“O que vocês acharam de colocar um evangélico no Supremo?”.
Não sei se a diminuta platéia entendeu a mensagem, mas alguém poderia ter lhe perguntado o quer isso vai mudar a vida dos brasileiros, assolada pela tragédia do desemprego, que bate sucessivos recordes, sem que o governo tome qualquer providência.
É assim, com provocações baratas e factoides delirantes, como o “pacto” dos 3 Poderes da semana passada, já desmentido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que Bolsonaro vai desgovernando um dos maiores países do mundo.
Em entrevista ao jornal O Globo, nesta segunda-feira, Maia detonou o presidente e o governo, e disse que a possibilidade de selar este “pacto” com Bolsonaro é zero.
“O Executivo não tem uma agenda formulada e o país está caminhando para um colapso social muito forte”.
Maia é o pau da barraca da reforma da Previdência, mas alertou que só ela não resolve os problemas do país.
Eleito na onda do anti-petismo, graças a uma facada providencial e ao Judiciário amigo, o capitão ainda vive nos tempos da Guerra Fria, vendo fantasmas comunistas debaixo da cama e açulando seus ministros para combater o “marxismo cultural” nas escolas e nas florestas amazônicas.
Havia 12 candidatos nas eleições presidenciais do ano passado.
Tudo bem que a maioria não queria mais “ver o PT aqui”, mas tinham que eleger justamente o pior, o mais despreparado, o mais fanático líder da extrema direita?
Os outros malucos que foram eleitos mundo afora nos últimos tempos, ao menos são nacionalistas, defendem seus países, ao contrário do que acontece aqui.
Até prova em contrário, em apenas cinco meses Bolsonaro já mostrou que o Brasil tem hoje o pior presidente do mundo, um título que o país não precisava.
A semana está só começando. Fortes emoções ainda nos aguardam.
Sempre é bom lembrar que, sem apoio no Congresso, na mídia e no empresariado, Jânio Quadros só durou seis meses no poder.
E os aliados que ajudaram a eleger o capitão Bolsonaro já estão desembarcando desse barco furado a tiros pelo próprio presidente.
Vida que segue.
*Via Brasil247

03 junho 2019

#Luto! Faleceu Oracy Dornelles



Faleceu na noite de ontem, 02/06, no Hospital de Caridade de Santiago/RS, o poeta santiaguense Oracy Dornelles (foto).

Oracy foi um dos grandes expoentes da cultura - não só local, como também estadual e nacional. Poeta, pintor, cartunista, intelectual, escultor... "domador de pulgas" ... uma figura ímpar, inquieta, questionadora, brilhante!

Os atos fúnebres estão ocorrendo no salão de Atos da URI até as 17,30h. O sepultamento será realizado no Cemitério Municipal de Santiago.

-Nossos mais sinceros sentimentos aos filhos, familiares e amigxs! Força!!! (O Editor)

02 junho 2019

MEMÓRIA! '(Sempre na Luta!)


-Reunião (histórica!) do Diretório Estadual do PT/RS -1986. Pauta: Organização da Campanha Eleitoral (nesse ano, elegemos a nossa 1ª bancada para a  AL/RS e para a Câmara dos Deputados). A reunião foi no Plenarinho da AL/RS.  A foto foi tirada pelo companheiro Adroaldo Correa, também (à época) dirigente do PT/RS e jornalista. 

Dentre outrxs companheiros que aparecem na foto (alguns ainda não conseguimos identificar) estão, além deste Editor (o primeiro à esquerda, atento, mão no queixo), aparecem os companheiros Paulo de Tarso Carneiro, Miguel Rosseto, José Carlos Dias de Oliveira, o saudoso - e grande! - cda Zezinho, o primeiro da foto; Paulo Torelly, Selvino Heck, Valter Freitas... 

-Fazem 'apenas' 33 anos...mas parece que foi ontem!!! #AlutaSegue!!!

Festival Lula Livre reúne destaques da música brasileira neste domingo


Mais de 30 artistas sobem ao palco na Praça da República na terceira edição do Festival



Carta Capital - A 3ª edição do Festival Lula Livre tem a mesma intenção da primeira, mas quer ser ainda maior. Artistas, militantes e demais apoiadores reúnem-se neste domingo 02, na Praça da República (SP), para pedir pela liberdade do ex-presidente Lula, preso [político] desde 07 de abril de 2018.

Organizado a partir de um Manifesto de Artistas e Intelectuais, o evento também possui apoio do Comitê Lula Livre e de duas frentes de articulação do movimento social – Brasil Popular e Povo Sem Medo. De acordo com a organização, a atividade cultural quer também “cantar por Lula para Nobel da Paz”.

O evento reúne artistas como Criolo, Arnaldo Antunes, BaianaSystem, Dead Fish, Emicida e o grupo Ilu Oba de Min.

“Não existe normalidade democrática se o maior líder político do país segue preso injustamente, e todos da equipe do festival – desde músicos, produtores, técnicos e artistas – dividem da mesma opinião”, diz Daniel Ganjaman, músico e produtor da equipe do Festival. 

Festival Lula Livre – São Paulo
Local: Praça da República – Centro, São Paulo (SP) 
Horário: a partir das 14h

(Edição final deste Blog)

01 junho 2019

BRIAN MIER: O PAPA ESTÁ COM LULA PORQUE NÃO É BURRO



O jornalista Brian Mier analisa a carta que o Papa Francisco enviou a Lula e diz que o apoio do pontífice é algo explícito. "Ele não é burro, ele também é sul-americano e sabe como essa classe política que colocou Lula na cadeia é podre". À TV 247, ele também afirma que "quando o Papa diz que a verdade irá prevalecer, ele quer dizer que Lula é inocente"; assista clicando AQUI