10 dezembro 2020

39 deputad@s branc@s se opõem à Convenção Interamericana contra o Racismo; veja quem são

 


Do site da Câmara*

O projeto que ratifica a Convenção Interamericana contra o Racismo recebeu apoio de diversos deputados, e também sofreu algumas críticas.

O texto (PDC 861/17) está em análise neste momento no Plenário da Câmara dos Deputados

O deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) observou que a proposta é a primeira de 11 projetos prioritários contra o racismo escolhidos pela comissão que acompanha a investigação da morte de João Alberto, espancado no supermercado Carrefour em Porto Alegre.

“O racismo estrutural e institucional não está na lei, mas na prática ele existe na mortalidade de negros vítimas de violência, na juventude negra que está sendo exterminada na periferia”, afirmou.

A convenção oferece status constitucional a políticas públicas de prevenção e punição de condutas racistas, ações afirmativas, promoção da igualdade de oportunidade na educação e no trabalho e diversidade no sistema político.

O deputado Damião Feliciano (PDT-PB), que coordena a comissão que acompanha a investigação do assassinato de João Alberto, afirmou que a legislação deve diminuir o racismo institucional e estrutural.

“Queremos harmonização racial sem ódio, sem revanchismo, sem violência. Brasil é o país com maior desigualdade humana e social em quase todo o mundo”, apontou.

O deputado Vicentinho (PT-SP) propôs a realização de campanhas nacionais de conscientização contra o racismo. “Esta luta contra o racismo não é só nossa, é também do povo branco, do povo irmão”, declarou.

Já o deputado Joseildo Ramos (PT-BA) cobrou dos parlamentares a votação de outras matérias afirmativas para garantir a equidade.

Relator do texto pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias, o deputado Paulão (PT-AL), apresentou parecer contra emenda do deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP).

A emenda, que acabou inadmitida, pretendia suprimir trecho da convenção que estabelece o dever do Estado de prevenir, eliminar, proibir e punir qualquer restrição ou limitação do uso de idioma, tradições, costumes e cultura das pessoas em atividades públicas ou privadas.

Orleans e Bragança afirmou que o dispositivo poderia levar a medidas excessivas do Estado em igrejas, templos ou mesquitas.

Corte InteramericanaJá os deputados Vinicius Carvalho (Republicanos-SP), Marcel Van Hatten (Novo-RS) e Bia Kicis (PSL-DF) declararam ser contrários à votação da proposta neste momento.

Apesar de reconhecer a importância e a relevância social da proposta, Vinicius Carvalho disse estar preocupado com pontos jurídicos, em especial com o reconhecimento da competência da Corte Interamericana de Direitos Humanos na aplicação da convenção. “Estamos abrindo mão do direito de interpretar todas as questões que dizem respeito a nossos nacionais. Não vejo pertinência para que esta matéria sejam colocada em pauta remotamente”, ponderou.

A deputada Bia Kicis afirmou que, com a convenção, o Brasil abriria mão de sua soberania e prerrogativa. Ela ainda argumentou que a convenção abre a possibilidade de censura pela obrigação de proibir atos de discriminação e intolerância em meios de comunicação.

“O que seria esse discurso de ódio e intolerância? Há discricionariedade na definição pelo politicamente correto do que é este conceito. Não existe racismo institucional no Brasil. Estamos importando problemas e soluções que não nos pertencem”, declarou.

Cotas

Depois de declarar ser “evidentemente contra o racismo e qualquer forma de intolerância”, Marcel Van Hatten afirmou que a convenção precisa ser aprimorada e poderia ser votada depois.

“Até o momento, apenas cinco países ratificaram. Canadá e Estados Unidos não assinaram. No momento da assinatura, os Estados Unidos eram presididos por Barack Obama”, lembrou.

Entre as críticas de Van Hatten à convenção está a possibilidade de parlamentos serem eleitos por política de cotas raciais.

“A eleição deve ser da vontade individual das pessoas, não por artifícios”, defendeu.

Para Marcel Van Hatten, a votação da PEC da Segunda Instância seria uma resposta melhor da Câmara à morte trágica de João Alberto, em Porto Alegre.

“Não importa seu passado, se foi ou não por racismo. É uma vida humana perdida de forma covarde. Solução maior é garantir que não haja impunidade. Estes dois brutamontes precisam ser levados à Justiça. Se eles forem condenados e não forem presos, de que adianta?”, questionou, ao se referir aos dois agressores.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) lembrou que era ministra da Secretaria de Direitos Humanos na época em que o Brasil negociava a convenção da Organização dos Estados Americanos. Ela rebateu os argumentos de Van Hatten. “Os Estados Unidos sequer ratificaram a Convenção Interamericana dos Direitos Humanos”, afirmou.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

*Via https://www.viomundo.com.br/

09 dezembro 2020

MEIO AMBIENTE - Sintoma de desequilíbrio ecológico, novo foco de gafanhotos atinge Rio Grande do Sul

 

Uso intensivo de agrotóxicos nas lavouras está aumentando desequilíbrio ambiental e favorecendo o surgimento de novas pragas: em 2020, é a segunda infestação de gafanhotos no RS - Reprodução/Senasa

Infestação do inseto causou desfolhamento em matas nativas no noroeste do estado, ainda não afetando lavouras

Por Pedro Neves Dias, no Brasil de Fato*

Um novo foco de gafanhotos está se manifestando na região noroeste do Rio Grande do Sul, se alimentando principalmente de matas nativas, ainda não atingindo lavouras. A informação foi confirmada pela Defesa Agropecuária do Estado do Rio Grande do Sul, órgão ligado à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Segundo o fiscal agropecuário André Ebone, há grande desfolhamento em área de mata nativa na região onde se concentra o foco de gafanhotos, entre os municípios de São Valério do Sul e Santo Augusto.

Leia mais: Agronegócio pagou apenas R$ 16,3 mil em imposto de exportação durante todo 2019

A Defesa Agropecuária gaúcha realizou um sobrevoo na área e estimou que há cerca de 20 a 30 hectares de mata nativa com severos danos, dentro da Reserva Indígena Inhacorá: "Notamos que os danos se concentram na mata contínua, não sendo observados em outros remanescentes, devido à interrupção ocasionada pelas áreas de lavoura", afirma o fiscal.

Além da vistoria aérea, outra equipe, em terra, verificou que os gafanhotos também estão sendo encontrados em áreas de lavoura, porém, com pouco ou nenhum dano. Apesar disso, as áreas vistoriadas de mata nativa estão "severamente danificadas", afirmou outro fiscal da Defesa Agropecuária, Alonso Andrade. Além disso, chamou a atenção da equipe o fato da devastação atingir especialmente exemplares de Timbó, uma planta nativa.

Agrotóxicos e agricultura predatória são fatores de risco

Segundo o engenheiro agrônomo, membro da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e do Movimento Ciência Cidadã, Leonardo Melgarejo, o gafanhoto deste novo foco aparenta ser de uma espécie diferente daquela que se proliferou no estado no primeiro semestre de 2020. A atual, argumenta, aparenta não ser tão voraz, mas foi empurrada novamente para o estado pela mesma causa: o ecocídio causado pelos agrotóxicos.

Segundo o coordenador da Frente Parlamentar Gaúcha em Defesa da Alimentação Saudável, deputado Edegar Pretto (PT), registrado em audiência pública, o uso de agrotóxicos piora a qualidade da produção de alimentos, coloca em risco a saúde da população e aumenta os problemas de intoxicação. Além disso, segundo Melgarejo, da forma como se usa os agrotóxicos atualmente, há um favorecimento para a aparição de mais problemas com infestações e enxames de insetos. Na sua opinião, essas manifestações anormais são sintomas de desequilíbrios no meio ambiente.

Ele atentou para o fato descrito pela Defesa Agropecuária do RS, de que, dessa vez, os insetos estariam se alimentando e devastando principalmente o Timbó, uma planta bastante comum na região. O engenheiro informou que é do Timbó que se extrai a rotetona, elemento utilizado como um inseticida natural: "Os pesticidas orgânicos [...] são de baixa toxidade e de curta permanência no ambiente. Neste grupo estão as rotenonas, extraídas do timbó ou tingui (planta usada por índios brasileiros em arpões para pegar peixes)", afirma pesquisa científica.

Melgarejo destaca que a possibilidade do uso contínuo de agrotóxicos nas lavouras está empurrando novos enxames de insetos para se alimentarem de matas nativas. Dessa vez, eles estão se alimentando de uma planta utilizada como um pesticida natural, provavelmente se fortificando e adquirindo resistência a outros tipos de inseticidas. "Coincidindo com a questão da seca e as estações cada vez mais quentes, tende a tornar estes problemas mais graves e mais frequentes. A saída está na agroecologia", afirma.

Eduardo Leite está indo na contramão

Contrariando esta lógica e incentivando crises futuras, o governo do RS enviou o Projeto de Lei 260/2020, de autoria do próprio governador Eduardo Leite (PSDB), para tramitar em regime de urgência na Assembleia Legislativa, o que significa que este PL deve trancar a pauta a partir do dia 15 de dezembro. O PL propõe alterar a Lei dos Agrotóxicos, de 1982, liberando no estado o uso de agrotóxicos proibidos em seus países de origem.

Este projeto, muito alinhado à política do governo Bolsonaro, favorece os grandes latifundiários que dependem de altas quantidades de agrotóxico para manter o ritmo de produção de commodities, principalmente para exportação. Nesse sentido, para o professor Silvio Porto, a atual política do governo federal privilegia o crescimento das commodities, em detrimento dos alimentos. Segundo o professor, da forma como as monoculturas como a soja são plantadas no Brasil, não deveriam ser chamadas de alimento.

Leia também: “A Reforma Agrária é para produzir alimentos ao povo brasileiro”

Para Melgarejo, a utilização de produtos químicos na agricultura não aumenta a quantidade de alimentos. De acordo com o agrônomo, existem muitos exemplos de produção agroecológica: algodão, soja, cana, eucalipto, feijão, batata, mandioca e arroz, por exemplo. Ele sustenta ainda que políticas de reforma agrária, com incentivo à produção agroecológica, com lavouras sustentáveis, pode produzir alimentos saudáveis com preços acessíveis à população, prevenindo todos os problemas da saúde humana e da terra derivados do uso de agrotóxicos.

*Via https://www.brasildefato.com.br/

07 dezembro 2020

Fantástico gasta 15 minutos para dar notícia velha sobre Odebrecht e ignora Sergio, o verdadeiro malandro

 

Por Joaquim de Carvalho*

Não li o livro de Malu Gaspar sobre a Odebrecht e dificilmente lerei, por uma simples razão: ele nasce desatualizado, o que é um pecado sem salvação no mercado editorial.

A Organização é o nome da obra editada pela Companhia das Letras, que o Fantástico esmiuçou dentro do seu padrão miserável de jornalismo.

A Globo ataca os políticos como se fossem eles os responsáveis pela corrupção, e ignora que são peças de uma engrenagem da qual o próprio grupo de comunicação faz parte.

Pelo que narrou o Fantástico, o livro reproduz — e talvez detalhe — as delações premiadas dos donos e executivos da empreiteira, e as desavenças pessoais dos membros da família, inclusive entre pai e filho.

Tudo o que já é público, inclusive com uma fartura de vídeos no YouTube.

A questão mais importante a ser respondida é sobre o papel de Sergio Moro e dos demais integrantes da Lava Jato no ataque a um grupo empresarial que foi destroçado depois de se destacar como um líderes da construção pesada e também do setor petroquímico.

O que sabemos hoje é que Sergio Moro ganhou, pessoalmente, com essa destruição, já que foi anunciado como sócio diretor da Alvarez & Marsal, empresa estrangeira responsável pela recuperação judicial da Odebrecht.

Esta é a história que precisa ser contada, o tema atual: como o sistema de justiça criou dificuldade para empresas e, depois, seus integrantes acabaram beneficiados.

Outra história que nasceria sem cheiro de mofo é a da investida dos EUA contra uma empresa nacional que ocupava espaço relevante no mercado de obras públicas e privadas no mundo todo, inclusive em seu próprio território.

Ex-prestador de serviços da Odebrecht, Rodrigo Tacla Durán, uma das prováveis fontes da autora, sabe bem que havia interesse da administração de Barack Obama de apresentar, em 2016, a capitulação da empresa brasileira como um troféu.

E isso ocorreu.

A empresa assinou acordo nos Estados Unidos em que admitiu o pagamento de US$ 1 bilhão em propina em 12 países — não nos EUA.

Em razão disso, comprometeu-se a indenizar Brasil, EUA e Suíça, no valor total de R$ 6,9 bilhões.

O governo Obama apresentou a Odebrecht como o maior caso de corrupção internacional da história.

Certamente, os concorrentes da empresa sediados nos EUA, tanto da área de construção pesada quanto da petroquímica, comemoraram.

No jornalismo, sempre é gratificante contar a história sob a perspectiva de Davi — que, de acordo com a tradição judaica, derrotou o gigante.

A Odebrecht cometeu erros monumentais, mas no mercado mundial nunca foi o gigante Golias.

Muito menos o Brasil.

A Odebrecht também nunca foi o Davi. Mas hoje tem o aspecto de um cachorro morto.

E, como se sabe, chutar cachorro morto é feio.

Coragem editorial seria contar como Moro ganhou (e tende a ficar rico) com uma operação que destruiu empresas e tirou emprego de milhões de trabalhadores brasileiros.

*Via DCM

06 dezembro 2020

Kjeld Jakobsen, sempre presente!

Em nota, PT lamenta a morte do secretário-executivo do Comitê de Solidariedade Internacional em Defesa de Lula e da Democracia no Brasil. “Kjeld Jakobsen foi um embaixador da solidariedade internacionalista”, lamenta a legenda

Divulgação

A classe trabalhadora brasileira perdeu nesta madrugada um de seus mais valorosos combatentes, o companheiro KJELD JACOBSEN, secretário-executivo do Comitê de Solidariedade Internacional em Defesa de Lula e da Democracia no Brasil.

Nascido na Dinamarca, foi a partir do Brasil, onde viveu desde a infância, que o companheiro Kjeld – o Nórdico, como carinhosamente o chamávamos – exerceu incansável e brilhante atividade sindical, política, acadêmica e humanitária.

No Sindicato dos Eletricitários de Campinas, na CUT, na Fundação Perseu Abramo, na Prefeitura de São Paulo, por onde passou Kjeld foi um embaixador da solidariedade internacionalista.

É de um valor inestimável sua contribuição para o diálogo das forças progressistas e populares do Brasil com interlocutores na Amárica Latina, na Europa e ao redor do mundo. Kjeld construiu pontes de amizade e solidariedade dentro e fora do Brasil.

Perdemos o Nórdico para um câncer, diante do qual resistiu e lutou bravamente, como fez ao longo da vida diante de todos os obstáculos. O Partido dos Trabalhadores está solidário com a família e os incontáveis amigos e companheiros que deixou.

Em homenagem a Kjeld, seguiremos lutando pela transformação do Brasil e do mundo, num terreno de solidariedade internacional que ele tanto ajudou a construir.

Companheiro Kjeld Jakobsen, presente!

 

PARTIDO DOS TRABALHADORES
5 de dezembro de 2020

05 dezembro 2020

A esquerda que a direita gosta

 



Por Fernando Brito*

Algumas premissas para os que me conhecem pouco: jamais fui “petista”.

Não fui e não sou. Militei no Partido Comunista Brasileiro – e nunca o chamei de “Partidão” – e, depois, no PDT, do qual saí há sete anos. Sem ódio, sem empurrar o partido para o inferno como forma de projetar-me ao céu. E jamais carregando, nestas dissensões, ódio a pessoas, nem mesmo àquelas que marcaram o desvio de rumos que considerei em minhas atitudes.

Política, como outros relacionamentos, move-se por amor, identidades ou por interesses. E estes últimos, em geral, renegam os dois primeiros.

Pois, mais que pedetista, fui, durante 3 décadas, algo que chamem, se quiserem, de brizolista, mas que era – e nem eu, no inicio, entendia que fosse – um trabalhista.

Por mais que os livros, os debates, a curiosidade filosófica, e tudo o que um garoto dos anos 70 pudesse ter como referências, eu ainda era o filho da professora primária e o neto do operário do Iapi de Realengo. E, portanto, era neto de Getúlio Vargas, de quem ouvia falarem mal, com tantas boas razões para isso.

Razões contra as quais se erguiam, em silêncio, a história de progresso e de inclusão da qual fui fruto.

Por isso, não tenho muita paciência com os que se pretendem “novos” e “modernos” quando se trata de reconhecer quem simbolizou e liderou a afirmação das lutas sociais do povo brasileiro.

Li textos e vejo pessoas dizerem que “o antipetismo” é uma realidade social – leia-se aí antilulismo – como razão, pelo estigma, que apoio do PT é sempre bem vindo.

É fácil: não é preciso enfrentar as estruturas dominantes que querem, na marra ou na mídia, que Lula não participe mais do processo político. Diretamente, como candidato ou como legítimo núcleo de apoio a uma candidatura popular.

Não, não é porque Lula seja um radical. É pela razão contrária de que ele, após a protelada mas inevitável anulação dos vereditos de Sérgio Moro, desmoralizados por seu próprio comportamento, tende a recuperar não só popularidade como capacidade de articulação política, ambas prejudicadas por sua interdição política..

Porque Lula deu um sentido nacional – embora com muitas falhas – ao que é ser de esquerda neste país.

Nunca houve tanto sentido de coletividade, de identidade, de nacionalidade, de pais quanto o que tivemos em seu governo. Nunca houve tanta paz institucional.

Se algo faltou em Lula foi exatamente a “luta de classes” e o projeto de ditadura com que estigmatizam a esquerda e que está aí, com a extrema direita.

E há certa esquerda que acha que pavimentará seu caminho ao poder com a tolerância da direita (e mesmo no PT há quem seja assim) pela derrubada do seu ícone popular.

Com Brizola, vi não um, nem dois, nem três personagens que ascenderam do nada à sua sombra e se tornaram “renovadores”. Renovadores do atraso: Cesar Maia, Anthony Garotinho, Marcello Alencar, para ficar nos graúdos.

Hoje há gente que acha que precisamos de uma “geléia geral antibolsonaro“, como se achou, mas primeiras eleições “quase-pós-ditadura” de 1982. E que deveríamos todos votar na direita para evitar a extrema-direita da ditadura.

É evidente – salvo para fanáticos – que este arranjo não será Ciro, em quem jamais confiarão, mas um personagem na faixa Doria-Huck ou até o agora improvável Moro.

Não tínhamos nada quando Brizola ressurgiu, exceto a memória popular – e velha, de uma geração inteira de atraso – e vencemos, vencemos justamente por não tergiversarmos.

Lula, ao contrário, tem muito, embora não haja pesquisa que possa medir o seu potencial eleitoral enquanto ele permanecer inelegível. E, por isso, você vai encontrar muitos falando do “prejuízo eleitoral” que a proximidade com o ex-presidente faria.

Curioso é que Boulos, Marília e Manuela chegaram onde ninguém achava, dois meses antes, que poderiam chegar sem nunca terem partido para uma negação do papel de Lula e nem, mesmo com as dores da derrota, o desqualificaram como responsável por suas derrotas, como fazem alguns próprios petistas.

Mas há quem pretenda resolver com Paris o “dilema” entre Bolsonaro e Haddad, no qual se via Lula em 2018.

A esquerda da qual a direita gosta, para lembrar a frase do velho mestre Darcy Ribeiro, está assanhada para culpar Lula por derrotas que, convenhamos, só ocorreram porque a direita bolsonarista despejou seu votos nos seus adversários.

O que ela sempre fez, desde 1989, quando deu maioria absoluta a Fernando Collor.

*Jornalista, Editor do Blog Tijolaço

04 dezembro 2020

Cargo de Moro é prêmio e recompensa pela guerra de ocupação e saqueio do Brasil


Por Jeferson Miola*

O cargo de sócio-diretor da empresa estadunidense Alvarez & Marsal dado a Sérgio Moro é prêmio e recompensa pela atuação dele na guerra de ocupação e saqueio do Brasil promovida pelo governo dos EUA e capitais estadunidenses através da farsa da Lava Jato.

Sintomaticamente, logo após as primeiras revelações da Vaza Jato pelo site The Intercept Brasil, Moro fez uma viagem de urgência aos EUA. Tudo indica que para buscar instruções e montar a estratégia de reação.

Acuado pelas revelações do Intercept, ele improvisou a viagem entre os dias 22 e 26 de junho de 2019, onde manteve agendas secretas em Washington – no Departamento de Estado e no FBI – e em El Paso, fronteira com o México, no Centro de Inteligência do governo dos EUA.

No regresso, para se esquivar de explicações e justificar o abafamento das investigações do escândalo da Lava Jato pela Polícia Federal, Moro trouxe na bagagem a versão fabricada da fantasiosa invasão de telefones celulares de altas autoridades brasileiras por hackers.

Até hoje, incrivelmente, nenhuma das graves e escandalosas provas reveladas pela Vaza Jato que incriminam procuradores/as, juízes/as, delegados/as da PF, e que comprometem de maneira indelével desembargadores do TRF4 e ministros do STF [“Aha, uhu, o Fachin é nosso!; In Fux we trust!; Barroso vale por 100 PGRs”] foram investigadas pela justiça brasileira.

Nada disso, contudo, é estranho. Afinal, no Brasil, “as instituições funcionam normalmente” para a manutenção e reprodução endógena do regime de Exceção que assegura o mais brutal e devastador processo de destruição da soberania nacional pela oligarquia a serviço de interesses estrangeiros. Por isso o STF se demora tanto em reconhecer a suspeição do Moro e em devolver os direitos civis e políticos do Lula.

Moro ocupou o vértice da cadeia de comando da guerra de ocupação e pilhagem do país. Ele ocupou o topo do poder hierárquico da República de Curitiba; foi o verdadeiro capo di tutti capi, o chefe de todos os chefes daquilo que o ministro do STF Gilmar Mendes um dia classificou como uma organização criminosa.

Para alcançar este desonroso posto, Moro dedicou mais da metade da sua carreira na perseguição a Lula, o seu objeto de obsessivo desejo, finalmente convertido em prisioneiro político por ele mesmo, Moro, para permitir a tomada de poder na marra pela extrema-direita.

Na opinião do economista e pesquisador norte-americano Mark Weisbrot, os EUA usaram Moro e a Lava Jato para a geopolítica de destruição da independência latino-americana. Para ele, há evidências claras de que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos está envolvido no crime de uso da Lava Jato para fins geopolíticos, inclusive convergindo com os interesses políticos “do seu amigo Sérgio Moro”. De acordo com Weisbrot, a meta principal dos EUA na América Latina sempre foi a de ter países alinhados à sua política externa. “É com isso que eles mais se preocupam agora”, afirmou ele em entrevista ao GGN [aqui].

Conforme apurei, “Sérgio Moro permaneceu na carreira de juiz federal por 22 anos, de 1996 a novembro de 2018. Desses 22 anos, dedicou mais da metade do tempo na perseguição a Lula. De 2005 até o último dia no cargo de juiz da 13ª Vara de Curitiba – durante, portanto, 13 dos 22 anos de carreira – Moro não se descuidou de nenhum detalhe concernente ao objetivo primordial da sua vida” [levantamento completo aqui].

Ainda não estão claramente documentadas as conexões do Moro com os comandantes militares que, como hoje se sabe, tiveram uma atuação secreta na conspiração que instalou o regime fascista militar no país por meio da eleição ilegítima de Bolsonaro.

Chama atenção, apesar da falta de comprovações sobre o vínculo de Moro com os militares, que no ato de transmissão do cargo de Comandante do Exército, o tuiteiro e golpista general Eduardo Villas Bôas tenha homenageado Moro, além do Bolsonaro e do general Braga Netto: “2018 foi um ano rico em acontecimentos desafiadores para as instituições e até mesmo para a identidade nacional. Nele, três personalidades destacaram-se para que o ‘Rio da História’ voltasse ao seu curso normal. O Brasil muito lhes deve”, discursou ele, referindo-se “ao ministro Sergio Moro [como] protagonista da cruzada contra a corrupção” [sic].

Muito se questiona, nos terrenos moral e ético, as condutas do Moro. Este tipo de cobrança é absolutamente irrelevante em relação a um patife que corrompeu o sistema de justiça do Brasil e atuou conscientemente a serviço de uma potência estrangeira como um verdadeiro lacaio e mercenário.

Moro apenas está sendo agora premiado e recompensado pelo Império pelos serviços prestados, de destruir a soberania e a economia do Brasil por obediência aos interesses da pátria à qual ele efetivamente serve e na qual pode estar buscando seu exílio preventivo, para fugir da justiça de transição que haverá de alcançá-lo, quando este pesadelo fascista chegar ao fim.

Alguns links:
https://wordpress.com/post/jefersonmiola.wordpress.com/2412 – Por que Lula continuará sendo um prisioneiro político
https://wordpress.com/post/jefersonmiola.wordpress.com/2394 – Forças Armadas atuam como guarda pretoriana dos EUA
https://wordpress.com/post/jefersonmiola.wordpress.com/2350 – Urgência da oligarquia é o saqueio do país, não o impeachment do Bolsonaro
https://wordpress.com/post/jefersonmiola.wordpress.com/2327 – Os militares voltaram dispostos a ficarhttps://wordpress.com/post/jefersonmiola.wordpress.com/1802 – Mark Weisbrot: EUA usaram Moro e Lava Jato para geopolítica de demolição da independência latino-americana

03 dezembro 2020

A vitória soturna da mentira e do medo: vamos reviver!

                Sebastião Melo em campanha na reta final do segundo turno. Foto: Divulgação

Por Tarso Genro*

No sábado que precedeu o domingo eleitoral uma falsa pesquisa da Datafolha anunciava a vitória do candidato que fora encurralado e devastado, na noite anterior, por uma Manuela serena e segura das suas convicções, depois do maior tufão de mentiras, calúnias, impropriedades e ataques morais, jamais despejados -certamente por bases organizadas de criminosos, dentro e fora do país- contra qualquer candidato à Prefeitura de Porto Alegre, em toda a sua história. Esta eleição em Porto Alegre esgota a legitimidade das eleições democráticas na cidade e abre – caso Melo se associe a um destino bolsonarista que parece estar em andamento – um ciclo de perversões sem fim, em direção a uma ruptura sem volta, entre as forças políticas da cidade.

Em eleições sempre ocorrem “sujeiras” -voluntárias ou não- originárias frequentemente de ambos os lados, mas estas, quando são emitidas em escala industrial como plano de “limpeza” e chacina moral de adversários, tornados inimigos, só são possíveis quando a técnica clandestina se torna – em escala global – pensamento fascista organizado pela extrema direita, que já escolheu se tornar diretamente comunidade criminosa. Esta é a lógica concreta dos Campos de Concentração que as tropas soviéticas e americanas mostraram ao mundo no fim da 2a. Guerra: a engenharia, a técnica, a química moderna tornada -lembrando um conto de Onetti- fazem o “inferno tão temido, que retorna sempre ao presente quando a noite das crises vem parir seus monstros, antes do alvorecer.

No dia das eleições, caminhões estridentes percorreram os bairros da cidade e relataram que a vitória de Manuela e Rosseto seria o espectro do comunismo rondando  Porto Alegre e  mais, tentavam fazer esquecer a pobreza argumentativa e a confusão mental do seu candidato, no debate da noite anterior, com informações surpreendentes. Dos amplificadores dos caminhões saiam, com fagulhas de ódio construído, que o destino da cidade seria – Manuela vitoriosa – comer “carne de cachorro” e ver os templos da cidade “fechados”. Depois que a necropolítica foi naturalizada com o elogio da morte e os símbolos da “arminha”, as pessoas aceitam tudo isso – num processo eleitoral – com a naturalidade pasteurizada daquela parte majoritária da mídia golpista, que ajudou a derrubar Dilma, forjando o “fake-crime” orçamentário.

No ocaso deste ciclo da democracia liberal, a “mamadeira de piroca” e a obrigatoriedade da “carne de cachorro” não geram convicções, mas afastam a dúvida de quem já foi capturado pela insanidade: em cada episódio das disputas sobre o futuro deve ser localizado no “outro”, no diferente, no marginal, no pobre, no adverso político, os fatores da minha infelicidade e a angústia de viver num mundo injusto. Com esta ideia na cabeça, a soma de pequenas noites de cristais e de pequenas Marcha sobre Roma, vão construindo -pelo medo- os que devem ser abatidos de qualquer forma. A tensão social se torna o caldo da mentira e esta se torna o elixir que sufoca a dúvida razoável.

Os resultados eleitorais demonstraram que a estratégia funcionou, pois os votos brancos e nulos – somados às abstenções – foram superiores à votação de qualquer dos candidatos, isoladamente, ou seja: a “não-eleição” – pela indiferença – foi superior à eleição pela escolha. Na cidade que acolhe os resultados sem alegria e sem utopia ficamos pasmados pela desmaio da energia que a cidade começava a ensaiar, com a vitória de Manuela e Rosseto. Esta colocaria Porto Alegre de novo no mundo da solidariedade democrática, como contraponto à crise, que passa a gerar – não somente o retorno à fome à miséria- mas também às eleições soturnas do nada

Nesta vitória soturna e distópica automóveis passaram por alguns pontos da cidade dizendo da derrota do “comunismo”, mas não saudaram a vitória de nada, precisamente porque foi o “nada” que ganhou a eleição. E este, não promove festas nem alegria. Ele não diz respeito ao candidato vitorioso, como ser humano, mas ao não-projeto que ele representou para vencer o pleito: impedir os cidadãos de comerem carne de cachorro e permitir que os templos -que nunca seriam fechados – permaneçam abertos para sempre.

A tristeza se abateu, ao que parece, sobre a maior parte da cidade e a vitória soturna do medo começou a cobrar seu preço, pois pandemia, miséria moral e manipulação, só promovem vitórias numéricas e de curta permanência no espírito. Amanhã será outro dia e nós, os utópicos da igualdade, os que jamais estendemos as mãos para o fascismo ou negociamos com racistas e milicianos, vamos continuar. E reviver.

Esta é a síntese de uma vitória ilegítima que começou seus alicerces lá na negação da política, com a glamourização dos movimentos de junho, para demonizar a esquerda e que agora aposta no “centrão”, para trazer Bolsonaro à sanidade. O fenômeno depois ocorreu por dentro da “teoria dos dois extremos”, para eleger  Bolsonaro contra Haddad e agora abre espaços para que o “mormaço” do velho MDB, seja substituído pela violência e pela insegurança que se espalha na cidade do diálogo e da tolerância. Aguardemos que a mídia de sempre comece a exigir a instalação de um próximo Banco de Talentos, para semear quadros “técnicos” na Prefeitura da cidade, para substituir a inépcia dos políticos. Poderá ser uma equipe melhor do que aquela composta pelos que bolaram a estratégia da carne de cachorro? Bem…este é, na verdade, um problema de quem ganhou a eleição!

(*) Tarso Genro foi governador do Estado do Rio Grande do Sul, prefeito de Porto Alegre, ministro da Justiça, ministro da Educação e ministro das Relações Institucionais do Brasil.

Fonte: Sul21

01 dezembro 2020

Os golpistas foram bem sucedidos na manipulação e nós temos de admitir isso

 

O ex-ministro José Dirceu durante o lançamento de seu livro
 em Brasília, em agosto de 2018 / Fotos: Lula Marques / APT

Por José Dirceu*

As desonestidades e as fakenews são partes intrínsecas desse jogo sujo das nossas elites no embate político para manter seus privilégios intactos.

Não são acostumados a seguir as regras e cumprir a lei. Compra de votos e outras malandragens certamente houveram.

Quando ganhamos, e ganhamos muitas vezes, esses truques e desonestidades existiram. Ganhamos apesar deles e contra todo o arsenal das sabedorias de raposas felpudas.

Não acho que devemos ir por aí. Não há nenhuma prova ou mesmo indício de algo grave, a não ser aqui e ali mentiras e calúnias, compra de votos etc. Em Recife foi a mais baixa campanha em todas as capitais.

Mas o enfrentamento de projetos políticos estratégicos para o país começou a se desenhar nessa disputa eleitoral pelo mando dos municípios.

Boulos e Erundina fizeram uma grande campanha. Política com P maiúsculo. Exemplar…

Vai ser preciso analisar cidade por cidade.

E a batalha mais importante está prevista para se dar em 2022 …

Acho que os dois fatores mais importantes para os resultados em todo o Brasil e que devemos prestar atenção são de outra natureza.

Um fator foi objetivo, no sentido de que é parte da realidade. E o outro, foi por insuficiência e erro de avaliação e de preparo para o embate eleitoral:

1- ainda estamos sob a égide do ambiente e do clima social e político criado para dar o golpe na presidenta Dilma, principalmente da avassaladora manipulação da opinião pública, da qual participaram ativamente toda a grande mídia, a gangue da LavaJato, grande parte do judiciário, o Congresso, a Polícia Federal etc…

Na verdade, boa parte do país foi envolvido e aderiu à histeria moralista, incluindo setores sociais que não tinham nada a ganhar com a ruptura da ordem democrática e hoje estão descobrindo aos poucos a verdadeira natureza do que apoiaram.

Os que tramaram o golpe na jovem e imperfeita democracia brasileira foram bem sucedidos na manipulação e temos que admitir que conquistaram corações e mentes de boa parte do país e lograram isolar em grande medida a esquerda e o PT. O objetivo era extinguir o PT, destruir a liderança do ex-presidente Lula e “passar o Brasil a limpo”.

Não conseguiram.

A estratégia utilizada era como se fosse uma espécie de água sanitária que apagaria todas as conquistas sociais das últimas décadas, indo até as que vieram da época de Getúlio Vargas; fariam desaparecer e anulariam as demandas por mudanças de vários segmentos da sociedade como as mulheres, os negros, os povos indígenas, as demandas dos segmentos LGBT, dos jovens; outro objetivo era domesticar a arte e a cultura brasileira, o pensamento crítico, os cientistas e as universidades.

Destruir tudo que signifique soberania nacional.

Tudo isso orientado por forças ocultas internacionais, que estão operando globalmente, com grandes estratégias, técnicas de comunicação, muito dinheiro, assessorias etc..

Temos que considerar a possibilidade de estarmos vivendo uma guerra híbrida com todas as suas características e as diversas frentes, tipo lawfare etc. Não dá para continuar fazendo a disputa política no Brasil com uma mentalidade provinciana, atrasada, com uma compreensão da realidade sem a profundidade necessária e que não considera o que se passa no mundo. Não dá para ir tocando o barco como se fosse uma disputa como era décadas atrás, ou como se o Brasil fosse um lugar perdido no mundo, cuja dinâmica política é fruto dos conflitos internos apenas. Como se não fôssemos objeto da cobiça do capital globalizado.

O Brasil é uma das maiores economias do mundo, tem grandes reservas de minerais estratégicos, uma das maiores reservas de petróleo do planeta, 17% das reservas de água potável do mundo, uma mega biodiversidade etc..

O mundo está sendo redesenhado, algo tipo um novo tratado de tordesilhas das grandes potências sendo desenhado na marra.
Não podemos pensar que vamos ter uma vida fácil daqui para frente.

A extrema direita, por exemplo quer desconstruir o país, enfraquecer nosso estado nacional, destruir nossa coesão social, enfraquecer um dos pilares dessa coesão nacional que é nossa cultura. O objetivo dessa turma é eliminar as condições que possibilitam existirmos enquanto nação.

Os neoliberais, a direita que se crê civilizada e contemporânea está operando juntos com essa extrema direita reacionária e retrógrada, aceitando essa destruição da nação de olho nos negócios sem as regulamentações e restrições impostas por uma sociedade civilizada.

Querem fazer daqui o que o Chile de Pinochet foi na década de 70.

Para isso foi urdida a grande trama para demonizar as esquerdas, principalmente o PT, prender Lula e reirá-lo da disputa.

A sociedade brasileira ainda está marcada pelo que eles conquistaram na construção deste cenário dantesco para o país e que diariamente tentam de mil maneiras aprofundar esse caminho.

2- O segundo fator que pesou demais e contribuiu para o resultado negativo é que não soubemos nos preparar para essas eleições, não tivemos uma estratégia nacional que desse conta de compreender as condições adversas que iriam sobredeterminar o pleito municipal. Essa foi a eleição municipal mais entrelaçada com as questões políticas nacionais e não tiramos nenhuma consequência disso na escolha do caminho em cada cidade.

Eu já escrevi sobre isso antes, não é um humor advindo de resultados eleitorais adversos. Venho desde antes do primeiro turno dizendo que a estratégia estava errada, se é que pode se chamar de estratégia a posição de ter candidatos do partido em todos os lugares. E a escolha do candidato refletir principalmente a correlação de forças entre as tendências internas do partido.

O PT, como o maior partido de esquerda teria que defender e tentar abrir um caminho comum para toda a esquerda e para a oposição e em um espírito frentista, canalizar os esforços para eleger o candidato em melhores condições de enfrentar as forças reacionárias e conservadoras. A tarefa principal seria derrotar a direita e já ir criando a frente que será decisiva em 2022.

Teríamos que politizar a disputa, como Boulos e Erundina fizeram na capital paulista.

Não vou aqui agora me estender porque estou querendo encerrar esse comentário.

Vamos pagar um preço alto apesar de que o resultado final não foi bom, mas não foi péssimo. Temos vitórias, avanços em meio a várias derrotas e resultados negativos.

O resultado das eleições fortaleceu a centro direita, os neoliberais, que certamente vão se apresentar como alternativa à extrema-direita para 2022.

Vamos ter que refletir sobre os erros, as insuficiências e buscar construir já uma estratégia para 2022 que possa nos colocar com possibilidade de vitória.

*Via DCM