19 outubro 2013

Vinícius de Moraes - 100 anos!




 Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Toquinho e Miucha  -  na RTSI Televisione Svizzera (Show Completo Concert - Itália)

*A  singela homenagem do Blog no dia em que o Poeta, se vivo, comemoraria 100 anos.

18 outubro 2013

Classes e luta de classes: patriarcado e escravismo



*Por Wladimir Pomar

O patriarcado antigo, nas regiões do mundo em que surgiu, representou um longo processo de transição. Transformou o sistema igualitário anterior, que Marx chamou de comunismo primitivo, num novo sistema econômico, social, político e cultural, por quase todos reconhecido como escravismo. No patriarcado, as famílias não se limitaram aos filhos do patriarca, que trabalhavam em comum as terras. Elas foram incluindo, durante algum tempo, indivíduos alheios, desagregados de outras famílias, que realizavam trabalhos como servos, ou aprisionados durante as guerras familiares e/ou tribais, incorporados como escravos.

Com o passar do tempo, os patriarcas constituíram uma nobreza de direito hereditário, hereditariedade nem sempre estendida a toda a família. Em geral, apenas os primogênitos tinham direito à herança e à nobreza, o que muitas vezes resultou no fracionamento da família. Por outro lado, os escravos assumiram, cada vez mais, todo o trabalho produtivo. Tornaram-se os sustentáculos de toda a produção agrícola e artesanal, enquanto os servos praticamente desapareceram como força de trabalho. Nesse processo, o crescimento da população e o constante fracionamento das famílias fez com que indivíduos livres ocupassem terras devolutas e se tornassem camponeses proprietários de pequenas extensões de cultivo.

A produção de excedentes agrícolas, assim como a busca de braços escravos, introduziu mudanças no antigo escambo, dando surgimento ao dinheiro, como equivalente geral, e a um sistema de trocas, realizado por uma classe de comerciantes, também proprietária de instrumentos de transporte e de escravos. Migrações populacionais, em geral armadas, transformavam o sistema primitivo de outros povos, ou simplesmente os escravizavam ou aniquilavam.

Essa diversificação das atividades humanas, produtivas, sociais e políticas, incluindo conflitos internos às famílias, clãs e tribos, e externos, em confronto com outras famílias, clãs e tribos, levou à formação de aglomerações urbanas e do Estado, este tanto como instrumento de proteção dos proprietários e de dissuasão dos conflitos internos, quanto como organizador das guerras por novos territórios e escravos.

O escravismo foi o sustentáculo econômico da permanência e reprodução do patriarcado como organização familiar, de clã e tribo. Porém, em termos sociais e políticos, o Estado necessário à consolidação e expansão do escravismo funcionou como elemento desagregador das relações gentílicas e tribais, tendendo a tornar o patriarcado uma reminiscência do passado. As constantes disputas em torno da propriedade fundiária, muitas vezes conduzindo à expropriação dos pequenos camponeses livres, se tornaram uma disputa geral em torno do Estado, como demonstraram muitas das reformas na Grécia antiga, na China e em outros Estados escravistas.

O escravismo transformou o trabalho numa atividade indigna aos homens livres e se conformou como uma divisão de classes, castas ou estamentos. Em seu topo estavam os que detinham a propriedade privada de terras e escravos como principal elemento de diferenciação ou divisão social. As castas sacerdotais, burocráticas e/ou guerreiras se tornaram proprietárias de terras e homens (forças produtivas), assim como as classes dominantes do Estado. Os comerciantes, em geral, possuíam propriedades diversas, mas eram considerados uma casta de segunda categoria. Apesar disso, podiam desfrutar do mesmo ócio que a propriedade de terras e escravos permitia aos proprietários fundiários, que se constituíram como classe nobre ou aristocrata.

Portanto, a divisão em castas e estamentos, em termos práticos, tinha o mesmo efeito. Legitimava a divisão social em torno da propriedade privada e colocava o Estado como palco de disputa a favor de uma ou outra das castas, ou frações de classe, proprietárias. No outro extremo social se encontravam os escravos. Embora constituindo a maioria da população, e sendo a base econômica da riqueza que propiciava o ócio da nobreza e dos comerciantes, sua relação com os escravistas era extra-econômica. Em termos modernos, era uma relação política, num processo em que os escravos produziam, mas os senhores se apropriavam de toda a produção, e direcionavam parte dela, a seu critério, para a reprodução da força de trabalho escrava.

Os escravos eram desconsiderados como seres humanos, sendo tratados apenas como força produtiva ligeiramente diferente dos animais e outros meios de produção. Sua vida e sua reprodução dependiam totalmente da vontade dos senhores, que tinham sobre eles poder de vida e morte. Em várias ocasiões, os escravos se levantaram em revoltas, algumas de repercussão histórica, o que os levou mais tarde a serem tidos como uma classe. Porém, como tal, nunca conseguiram sucesso na luta pela liberdade, nos tempos antigos, em especial porque pretendiam retornar ao igualitarismo comunitário, já superado pelas exigências das novas forças produtivas.

Entre a nobreza e os comerciantes, de um lado, e os escravos, de outro, existiam os demos, plebeus, ou outros termos que identificavam a classe de homens livres que, durante todo o escravismo, lutaram por ter o mesmo direito de viverem no ócio e se apropriarem de parte da riqueza criada pelo trabalho dos escravos. Em parte, como participantes das expedições de guerra para a captura e transformação de povos inteiros à escravidão, os pobres livres se apropriavam de parcela do botim de guerra. Mas isso era insuficiente, especialmente diante da riqueza apropriada pela aristocracia.

Foi, em geral, a luta de classes entre os homens livres pobres e a aristocracia proprietária que promoveu experiências como a fugaz democracia grega (que não incluiu os escravos) e a vasta propriedade camponesa chinesa. Ela também tornou economicamente ineficaz o escravismo. Embora este sistema tenha proporcionado um grande ápice da riqueza material e cultural, inclusive dando florescimento à filosofia, na China e na Grécia, entre os séculos 8 e 3 antes de nossa era, não foi capaz de sustentar toda a população livre e, ainda por cima, as despesas de guerra. Tornou-se, ao contrário, um peso para os escravistas, até chegar ao ponto em que estes soltavam os escravos e os obrigavam a sobreviver por conta própria.

Na China, esse processo de declínio escravista se intensificou durante os séculos 8 e 3 antes de nossa era, os denominados períodos de primavera e outono e dos reinos combatentes, com conflitos e guerras entre os diferentes reinos e entre os senhores de terras e escravos e os camponeses e outros homens livres. No Império Romano, algo idêntico ocorreu entre os séculos 2 e 7 de nossa era, com o agravante de que o escravismo romano foi atropelado pelas invasões dos povos bárbaros, principalmente germanos e normandos, que ainda viviam no comunismo primitivo e/ou no patriarcado.

Nesse processo conflituoso levaram vantagem os grandes proprietários fundiários. Estes constituíram exércitos próprios e aceitaram que a população errante se tornasse cliente em suas terras. Isto é, sob a proteção do latifundiário, as pessoas pobres podiam produzir como camponeses livres, mas com a obrigação de entregar ao proprietário fundiário parte de sua produção. Além disso, tinham que trabalhar alguns dias nas terras de usufruto do senhor e o acompanhar em suas guerras. Por outro lado, muitos camponeses se estabeleceram em terras devolutas, constituindo uma economia de camponeses livres, que combinava as lavouras em terras próprias com o uso conjunto de terras comunitárias.

Desse modo, foi se configurando um novo sistema econômico, social, cultural e político em que as forças de trabalho passaram a ser semi-livres, conformando uma relação de produção diferente do escravismo. Na base desse sistema se firmaram a economia camponesa e a economia artesanal. Mas a relação entre os camponeses e artesãos e os grandes proprietários fundiários continuou sendo de natureza extra-econômica.

Os proprietários fundiários, menos ainda do que durante o escravismo, não tinham qualquer participação no processo econômico de produção. No entanto, por serem proprietários da terra, ou terem o feudo cedido em concessão pelo monarca, quando este era o proprietário de todas as terras, detinham o direito de se apropriar de parte do que era produzido e cobrar outras obrigações dos camponeses e artesãos. Desse modo, foi se conformando na história o que conhece como feudalismo.

* Wladimir Pomar (foto) é escritor e analista político.

Fonte: Correio da Cidadania  http://www.correiocidadania.com.br

Marina no PSB





*Charge - genial! - do Kayser  ('O novo não era tão novo assim...')

http://blogdokayser.blogspot.com.br/

17 outubro 2013

Classes e luta de classes: o início



Por Wladimir Pomar*

Se há algo de positivo na propaganda sobre a nova classe média, ela consiste em haver despertado muita gente para o fato de que as classes sociais existem. O longo descenso da luta de classes no Brasil, desde meados dos anos 1980, e as novas formas que ela assumiu, levaram muitos a supor que as classes haviam deixado de ser os atores principais da sociedade. E fez com que esquecessem que a sociedade se move e se transforma, fundamentalmente, em virtude da luta entre elas.

Já as manifestações de junho de 2013 tiveram o mérito de colocar em pânico os formuladores da teoria da nova classe média, ao mesmo tempo em que impuseram a necessidade de discutir a estrutura de classes da sociedade brasileira e os caminhos que a luta entre elas pode seguir. Nesse sentido, o livro A “Nova Classe Média” no Brasil como Conceito e Projeto Político, organizado por David Danilo Bartelt, da Fundação Heinrich Böll, incentiva essa discussão, trazendo à tona diferentes abordagens.

Vários de seus autores frisam que, para a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) do governo, o conceito de classe média é apenas um instrumento analítico para hierarquizar a heterogeneidade das famílias brasileiras, de forma a identificar o grupo no meio da pirâmide social. Eliana Vicente, porém, reitera que existem várias metodologias para se classificar socioeconomicamente a população de um país. No caso brasileiro, a despeito das variações metodológicas, quase todas utilizam o critério renda, diferindo apenas a maneira como essa variável será operacionalizada.

Certamente por isso, Jessé Souza reitera que o tema da produção e reprodução das classes sociais no Brasil é dominado por uma leitura economicista e redutora da realidade social, que pressupõe que as determinações econômicas são as únicas variáveis realmente importantes para o conceito de classe. Segundo ele, a tese central de Márcio Pochmann seria a de que todo o movimento positivo da pirâmide social brasileira, na primeira década do século 21, na verdade teria envolvido postos de trabalho que se encontram na base daquela pirâmide. Portanto, afora uma diferença de tom, não existiria nenhuma diferença substancial com a análise da SAE, que adotou as conclusões dos estudos desenvolvidos pelo economista Marcelo Neri.

Apesar disso, em concordância com Pochmann e em oposição a Neri, uma série de autores utiliza o conceito de renda para analisar a evolução social. Waldir José de Quadros e outros asseguram que a constituição da nova classe média no Brasil ocorreu nos anos 1970, durante omilagre econômico que promoveu o emprego urbano baseado nas novas ocupações de colarinho branco. A classe C, símbolo do crescimento recente, estaria longe dos padrões e estilo de vida que teriam caracterizado aquela nova classe média como a novidade do século 20.

Ainda de acordo com eles, a alta classe média, incluindo ocupações típicas (médicos, professores do ensino superior, engenheiros, empresários etc.), conforme Wright Mills, seria o topo da estrutura social, dado que as pesquisas não captam adequadamente a representação social dos ricos.

Sonia Fleury, por sua vez, sugere que, ao dissociar a ascensão da classe C das condições de emprego e trabalho, opera-se uma descontextualização política e ideológica que impede a tematização da superexploração e endividamento dessa população. E Eliana Vicente reitera que chamar a população emergente de nova classe média parece demonstrar que o país está fundamentado na classe média e não na imensa massa de trabalhadores manuais, trabalhadores do setor de serviços, nos pobres e excluídos.

Reiterando que todas essas visões são economicistas, Jessé Souza adota a linha do sociólogo francês Bourdier, segundo a qual o conceito de capital não seria apenas uma categoria econômica, mas incluiria tudo que assegure acesso privilegiado aos bens e recursos escassos em disputa pela competição social.

Portanto, além do capital econômico, haveria um capital cultural e um capital social. Ascender socialmente só seria possível a quem logre as pré-condições para a incorporação de distintas formas de conhecimento e de capital cultural. Este capital cultural seria a porta de entrada em qualquer dos setores competitivos do capitalismo.

Nesse contexto, a ralé formaria uma classe social específica, reduzida a energia muscular, posto que não dispõe, mesmo em medida significativa, de pré-condições para a incorporação do capital cultural, indispensável no capitalismo moderno para o trabalho no mercado competitivo. Os batalhadores, por sua vez, representariam a fração das classes populares que lograram sair do círculo vicioso da ralé, constituindo uma nova classe trabalhadora, diferente da classe trabalhadora tradicional.

Cândido Grzybowski, no entanto, considera que não estamos diante de uma mudança de classes sociais. As classes sociais não seriam uma linha ascendente, mas uma estrutura de relações que as opõem umas às outras e as diferenciam. O esforço de ver classes sociais por nível de consumo seria politicamente direcionado, para ocultar a lógica que opera numa sociedade, onde para ser rico tem que ter pobre, patrão supõe empregado, dominante implica dominado.

Bem vistas essas e outras opiniões sobre o assunto, que é estratégico para qualquer política que pretenda transformar a sociedade brasileira, podemos dizer que nos encontramos diante de um enrosco de conceituações e metodologias. O que nos obriga ao uso de uma arqueologia que demonstre o surgimento e caracterização das classes sociais como um produto histórico.

Elas não existiram nos primeiros 150 mil a 200 mil anos de história da humanidade. Até por volta dos 5 a 10 mil anos atrás, todos os seres humanos sobreviviam da coleta e da caça. Suas forças produtivas rudimentares impunham a cada grupo de humanos uma colaboração produtiva natural para realizar seu metabolismo com a natureza. Ao mesmo tempo, os subordinava a um conflito feroz com outros grupos pelos territórios ou campos de coleta e de caça.

Nos grupos humanos a divisão do trabalho se firmou apenas como uma divisão sexual, relacionada com a propriedade natural de instrumentos de trabalho. Aos homens cabia a fabricação e uso dos instrumentos de caça. Às mulheres cabia a fabricação e uso de instrumentos de coleta e da casa. Com a promiscuidade sexual, a organização familiar tinha por base a mulher geradora, prevalecendo o sistema matrilinear.

O crescimento populacional levava à formação de clãs familiares e tribos, que se dividiam em novos clãs e tribos a partir de certo número de membros. Os produtos da coleta e da caça eram repartidos de modo relativamente igualitário entre os membros da família, clã ou tribo. Ao morrerem, homens e mulheres deixavam seus bens à família da mulher. Exemplos vivos desse estágio histórico ainda podem ser observados em diversas etnias indígenas amazônicas.

A divisão social só se instaurou quando os seres humanos de algumas regiões do globo, ricas em animais e plantas, aprenderam a domesticá-los. Na Mesopotâmia, Oriente Médio, Ásia Central, e nos vales dos grandes rios da China, Índia e Egito, as tribos aprenderam, além disso, a criar os animais capazes de fornecer-lhes leite e carne, dando origem à pecuária, e a semear as sementes de cereais, dando origem às lavouras. A criação da agricultura, compreendendo a pecuária e/ou as lavouras, representou uma profunda revolução nas forças ou meios de produção.

Os seres humanos passaram a produzir seus próprios alimentos, de forma organizada e regular. Essa revolução foi seguida da criação de novos instrumentos de trabalho de bronze e ferro. Num processo natural de desdobramento da propriedade anterior dos instrumentos, coube aos homens a propriedade do gado e das ferramentas produtivas. Às mulheres continuou cabendo a propriedade dos utensílios de coleta e caseiros. Na prática, os homens ficaram com a propriedade dos novos instrumentos, capazes de gerar riquezas até então desconhecidas.

Essa mudança na propriedade dos meios de produção introduziu desigualdades profundas nas relações dos homens com as mulheres. Num processo relativamente prolongado, erigiram-se conflitos em torno do direito de herança pela linha materna, da chefia da família, da instauração da monogamia, da exclusividade masculina sobre a religião familiar e da formalização da propriedade privada como regra. Esse processo perdurou por alguns milhares de anos nas sociedades agrárias primitivas daquelas regiões, e resultou no patriarcado antigo. Este consolidou a divisão social, subordinando as mulheres aos maridos, inclusive com o direito de vida e morte sobre elas. Todos os membros da família obedeciam ao patriarca, proprietário privado, pai, chefe, sacerdote e comandante. E a herança passou a ser transmitida por linha paterna.

A agricultura e o artesanato consolidaram-se como economia. E, com esta, surgiu a necessidade da escrita e dos números, para controle da produção, do consumo, dos bens hereditários e da troca dos bens produzidos. O escambo primitivo transformou-se pouco a pouco em comércio, criando a necessidade de criação de um produto que fizesse o papel de equivalente geral. Com a cristalização da propriedade privada dos principais meios de produção, estavam dadas as condições para desdobrar a divisão social entre homens e mulheres em novas classes sociais.

Portanto, como um relâmpago destrutivo numa situação de igualdade econômica, social e cultural, as classes sociais surgiram como resultado da criação de novas forças produtivas em algumas regiões do planeta. Elas introduziram, inicialmente, desigualdades de propriedade e de riqueza, e reviraram totalmente as relações de gênero e familiares, e as relações nos clãs e nas tribos. A partir daí a divisão em classes sociais, e a luta entre elas, passou a ter presença permanente na história dos seres humanos daquelas regiões, enquanto no resto do mundo a história andou mais lenta.

* Wladimir Pomar (foto) é escritor e analista político.

16 outubro 2013

'Ah, quem nunca curtiu uma paixão / nunca vai ter nada, não'





* COMO DIZIA O POETA - Vinícius de Moraes & Toquinho

Quem já passou por essa vida e não viveu 
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu 
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu. 


Ah, quem nunca curtiu uma paixão 

nunca vai ter nada, não. 

Nao há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa 

é melhor que a solidão 
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair
Pra que somar se a gente pode dividir 
Eu francamente já não quero nem saber 
De quem não vai porque tem medo de sofrer. 


Ai de quem não rasga o coração, 
esse não vai ter perdão. 

15 outubro 2013

Lula diz que Dilma é a mais preparada para aprofundar as mudanças e impedir retrocessos



Por Martín Granovsky - Página/12 Pouco antes de partir para Buenos Aires onde vai participar de uma conferência sobre a responsabilidade dos empresários, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o jornal sobre Cristina, o não à ALCA , as novidades da política brasileira com Marina Silva aliada ao PSB , os protestos de junho e a importância da integração sul-americana. (...)

Clique Aqui para continuar lendo (via Agência Carta Maior)

14 outubro 2013

Deputado Henrique Fontana quer reduzir custos das campanhas



Deputado vai apresentar Emendas de Plenário ao projeto de minirreforma eleitoral que modificam modelo de financiamento das campanhas eleitorais.
O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) vai apresentar, em plenário, três Emendas ao Projeto de Lei (PL) 6.397/13 que trata da minirreforma eleitoral, que visam regulamentar aspectos importantes do modelo de financiamento das campanhas eleitorais vigente no país. Uma propõe teto de gastos para cada cargo em disputa - baseado em índices de custo do voto por eleitor, considerando-se o tamanho do eleitorado e o tipo da disputa - e limitação para contratação de cabos eleitorais. Outra, proíbe o financiamento de empresas e limita as doações de pessoas físicas a R$ 700,00. Uma terceira Emenda aglutina todas as propostas. Em todos os casos, o parlamentar prevê sanções nos casos comprovados de desvios de recursos ou arrecadação ilícita (caixa 2).
Relator da reforma política nos últimos dois anos e meio, Henrique Fontana afirmou que sem as emendas propostas ao PL o crescimento da influência do poder econômico na democracia brasileira aumentará de forma exorbitante na próxima eleição. Considerando a evolução dos gastos declarados por partidos e candidatos nas últimas eleições – de R$ 800 milhões, em 2002, para R$ 4,8 bilhões, em 2010 -, o próximo pleito geral poderá ultrapassar os R$ 8 bilhões caso a minirreforma eleitoral seja aprovada pelos parlamentares do jeito que está. Para Fontana, a matéria que pode ir à votação no plenário traz prejuízos para a política do país, pois propõe um conjunto de mudanças cosméticas e que pioram o sistema político brasileiro.
Conforme Fontana, com a aprovação das emendas poderá haver uma economia, em média, de 48% nos custos de campanha, considerando-se a média dos gastos nas últimas eleições por parte dos candidatos mais votados ou eleitos para governador, senador, deputado estadual ou federal. Os valores são calculados com base em uma série de coeficientes apontados no texto da emenda do parlamentar.
Nas últimas eleições, por exemplo, a média de gastos dos dois candidatos a governador mais votados em cada estado foi de R$ 12,2 milhões. Com a instituição do teto de gastos proposto por Fontana, haveria um teto máximo de despesas de R$ 5,9 milhões em média para cada governador, ou seja, uma redução de 52%. Em São Paulo, o maior estado do país, o limite seria de R$ 17 milhões. No Rio Grande do Sul, R$ 8,3 milhões. Em Roraima, onde teria o menor custo, R$ 1,3 milhão.
Os deputados federais que, em 2010, tiveram média de gastos de R$ 1,1 milhão entre os eleitos, poderiam ter uma redução para R$ 605 mil - cerca de 50%. No caso dos senadores, de R$ 3,7 milhões para R$ 2,3 milhões.
Fontana lembra que a regulamentação do teto de gastos para campanhas pode ser votada até 10 de junho por ser a regulamentação da lei vigente que diz que o limite de gastos será votado até esta data no ano em que ocorre a eleição (artigo 17 A da lei eleitoral atual).
-Continue lendo (via sítio do Dep. Henrique Fontana) clicando AQUI

13 outubro 2013

Quando Dólares Falam Mais Alto




O Instituto Presidente João Goulart, através de João Vicente Goulart, recebe a denúncia do então Major do Exército Erimá Pinheiro Moreira, esclarecendo em detalhes os motivos que levaram o general Kruel, que era amigo do Presidente João Goulart, mudar de posição em menos de 12h.

Mineiro de Alvinópolis, Erimá Pinheiro Moreira, hoje com 94 anos e anistiado como Tenente Coronel Farmacêutico, servia no Hospital Geral de São Paulo em 31 de março de 1964 sob as ordens do então comandante do II Exército, General Amaury Kruel. Paralelamente, Erimá era proprietário de um laboratório farmacêutico particular, próximo ao hospital e a sede da FIESP. 

Para aqueles que ainda imaginam terem os golpistas civis e militares agido por idealismo, este corajoso depoimento revela em detalhes o que aconteceu naquele dia trágico para a democracia brasileira.

12 outubro 2013

SAMPA




* SAMPA -  de Caetano Veloso  - com Caetano e Maria Gadú

Onde está Honestino Guimarães?



Por Vinícius Lisboa, dAgência Brasil*
Os 40 anos do desaparecimento do militante Honestino Guimarães foram lembrados nesta quinta-feira (10) em uma audiência pública da Comissão Estadual da Verdade do Rio (CEV-Rio) no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. No ato, a filha do líder estudantil, Juliana Botelho, prestou depoimento público pela primeira vez e lançou a campanha "Trilhas de Honestino", para resgatar a memória do pai e ter pistas do desaparecimento dele. (...)
-Continue lendo clicando AQUI (via Brasil de Fato).

CAMPANHA ELEITORAL ANTECIPADA É CRIME!




'LEVANTE' DENUNCIA LASIER MARTINS E RBS POR PROPAGANDA ANTECIPADA

Porto Alegre/RS - do Jornalismo B - O Levante Popular da Juventude protocolou na manhã desta quinta-feira, no Ministério Público Eleitoral em Porto Alegre, representação contra o jornalista Lasier Martins por propaganda eleitoral antecipada e contra o Grupo RBS, por uso indevido de veículo de comunicação. Na ação, o Levante acusa o então comentarista do Jornal do Almoço de, no programa de 07 de outubro de 2013, não apenas comunicar o desligamento do Grupo RBS em função de sua futura candidatura ao Senado, como também utilizar o tempo e o espaço para apresentar, por mais de seis minutos, suas plataformas eleitorais de forma ilegal. (...)

CLIQUE AQUI para ler mais (com o Blog 'O Boqueirão Online').

11 outubro 2013

Tarso Genro no 'Roda Viva'




*Assista, no vídeo acima, a íntegra da entrevista concedida pelo governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, ao programa 'Roda Viva', da TV Cultura/SP. Vale a pena! 

PED 2013: 'O PT de volta para os militantes' (Markus Sokol)



Markus Sokol aborda os temas principais de sua candidatura à presidência nacional do PT - PED 2013

10 outubro 2013

Marina, você se pintou



Por Wanderley Guilherme dos Santos*
Em 48 horas de fulminante trajetória a ex-senadora Marina Silva provocou inesperados solavancos no panorama das eleições em 2014. Renegando o que há meses dizia professar aderiu ao sistema partidário que está aí, mencionou haver abrigado o PSB como Plano C, sem mencioná-lo a desapontados seguidores, e declarou guerra a um suposto chavismo petista. De quebra, prometeu enterrar a aniversariante república criada pela Constituição de 88, desprezando-a por ser “velha”. Haja água benta para tanta presunção.
Marina e seguidores não consideravam incoerente denunciar o excessivo número de legendas partidárias e ao mesmo tempo propor a criação de mais uma. Ademais, personalizada. O “Rede” sempre foi, e é, uma espécie de grife monopolizada pela ex-senadora. Faltando o registro legal, cada um tratou de si, segundo o depoimento de Alfredo Sirkis. Inclusive a própria Marina. Disse que informou por telefone ao governador Eduardo Campos que ingressaria no Partido Socialista Brasileiro para ser sua candidata a vice- presidente. Ainda segundo declaração de Marina, o governador ficou, inicialmente, mudo. Não era para menos. Em sua estratégia pública, Eduardo Campos nunca admitiu ser um potencial candidato à Presidência, deixando caminhos abertos a composições. Eis que, não mais que de repente, o governador é declarado candidato por sua auto-indicada companheira de chapa. Sorrindo embora, custa acreditar que Eduardo Campos esteja feliz com o papel subordinado que lhe coube no espetáculo precipitado pela ex-senadora.
Há mais. Não obstante a crítica às infidelidades de que padecem os partidos
que aí estão, Marina confessou sem meias palavras que ingressava no PSB, mas não era PSB, era “Rede”, e seria “Rede” dentro do PSB. Plagiando o estranho humor da ex-senadora, o “Rede” passava a ser, dali em diante, não o primeira partido clandestino da democracia, mas o primeiro clandestino confesso do Partido Socialista Brasileiro. Não deixa de ser compatível com a sutil ordem de preferência de Marina Silva. Em primeiro lugar vinha a criação da Rede, depois a pressão para que a legenda fosse isenta de exigências fundamentais para a constituição de um partido conforme manda a lei e, por fim, aceitar uma das legendas declaradamente à disposição.

Decidiu-se por uma quarta opção e impor-se a uma legenda que não é de conhecimento público lhe tenha sido oferecida. Enquanto políticos trocam de legenda para não se comprometerem com facções, a ex-senadora fez aberta propaganda de como se desmoraliza um partido: ingressar nele para criar uma facção. Deslealdade com companheiros de percurso, ultimatos e sabotagem de instituições estabelecidas (no caso, o PSB), não parecem comportamentos recomendáveis a quem se apresenta como regeneradora dos hábitos políticos.
O campo das oposições vai enfrentar momentosas batalhas. Adotando o reconhecido mote da direita de que o Partido dos Trabalhadores constitui uma ameaça “chavista”, Marina pintou-se com as cores da reação, as mesmas que usa em suas preferências sociais: contra o aborto legal, contra o reconhecimento das relações homoafetivas, contra as pesquisas com células tronco, enfim, contra todos os movimentos de progresso ou de remoção de preconceitos. Abandonando a retórica melíflua a ex-senadora revela afinal a coerência entre suas posições políticas e as sociais. Empurrou o PSB para a direita de Aécio Neves, a um passo de José Serra. É onde Eduardo Campos vai estar, queira ou não, liderado por Marina Silva. As oposições marcham para explosivo confronto interno pelo privilégio de representar o conservadorismo obscurantista.
*Cientista  Politico  -  Via  Blog  O  Cafezinho  http://www.ocafezinho.com

08 outubro 2013

Presente e futuro




Por Janio de Freitas*

Visão política é a capacidade de olhar para o momento presente e, em vez dele, ver o futuro.

Tudo indica que Marina Silva e Eduardo Campos voltaram os olhos para o futuro e viram apenas um momento do presente.

Em um só lance, os dois plantaram fartos problemas para sua adaptação mútua, em meio a igual dificuldade de seus grupos. Políticos costumam ter flexibilidade circense, mas não é o caso, por certo. Bem ao contrário.

Nem mesmo o pessoal do PSB cita o nome do partido por inteiro, há muito tempo: fazê-lo exigiria mencionar a palavra "Socialista". O que se sabe das ideias do próprio Eduardo Campos não é muito mais do que se sabe de Marina Silva. Em relação aos dois sabe-se, porém, o suficiente para perceber a inconciliação quase completa. Não cabe mais dizer que o PSB seja partido "de esquerda", nem se pode dizer isso de Eduardo Campos. Mas conservadores, o partido e seu presidente não são, nem podem sê-lo, por exigência da ambição eleitoral que expõem.

Marina Silva tem mais de esfinge que de política (sem alusão a certa semelhança de traços básicos). Se não há clareza de como a ex-candidata à Presidência pensa o país e seus problemas, ao menos se dispõe de uma percepção básica, na medida em que uma dedicação religiosa intensa exprime uma concepção bastante mais ampla. E ao deixar o catolicismo para tornar-se evangélica dedicada, Marina Silva integrou-se a uma corrente de notório conservadorismo. Demonstrado, inclusive, em extensão política, nas posições e atos de sua bancada no Congresso, com frequentes referências nos meios de comunicação.

Imaginar que tamanha diferença, digamos, conceitual caminhe para a conciliação, em nome de conveniências políticas imediatistas, exige esquecer o início da questão: as conveniências políticas dos dois são as mesmas e concorrentes entre si. Sustentadas, de uma parte e de outra, em graus equivalentes de pretensão e mal contido autoritarismo.

Com este pano de fundo, veremos o que se passará diante das posições de ambos invertidas na chapa do PSB em comparação com as pesquisas. Os seguidores de Marina nem esperam por próximas pesquisas, já entregues à campanha pela cabeça da chapa. As simpatias dos dois grupos vão mostrar o que são, de fato, quando se derem as verdadeiras discussões sobre liderança, temas de campanha, respostas às cobranças do eleitorado, a batalha.

A história das eleições, mesmo a recente, já legou exemplos suficientes de que acordos, garantias, alianças e comunhões são passíveis de também desmanchar-se no ar. É só bater um ventinho mais conveniente para um dos lados. Eduardo Campos sabe disso, o que significa que o festejado entendimento com Marina representa, para ele, múltiplos riscos. Entre os quais, até o desgaste político decorrente da simples dificuldade de convivência, descoberta agora por vários (ex-)entusiastas da Rede Sustentabilidade.

Marina Silva, ao passar de uma posição de liderança para a duvidosa inserção em partido alheio e com líder-candidato definido, na melhor hipótese fez uma jogada no escuro sob a luz do dia. Ao menos terá tempo para sair pelo país explicando ao seu eleitorado o que quer dizer sustentabilidade, um nome de partido à altura da incompetência com que foi tratado por seus sustentadores.

*Janio de Freitas (foto) e jornalista.

(Publicado originalmente no site do jornal FSP)

Hasta Siempre, Comandante!



*Hasta Siempre - de  Carlos Puebla - canta: Joan Baez

Aprendimos a quererte
Desde la histórica altura
Donde el sol de tu bravura
Le puso un cerco a la muerte.
Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.
Tu mano gloriosa y fuerte
Sobre la historia dispara
Cuando todo santa clara
Se despierta para verte.
Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.
Vienes quemando la brisa
Con soles de primavera
Para plantar la bandera
Con la luz de tu sonrisa.
Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.
Tu amor revolucionario
Te conduce a nueva empresa
Donde esperan la firmeza
De tu brazo libertario.
Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.
Seguiremos adelante
Como junto a ti seguimos
Y con Fidel te decimos:
Hasta siempre comandante.
Aquí se queda la clara,
La entrañable transparencia,
De tu querida presencia
Comandante Che Guevara.

07 outubro 2013

Um único Brasil e dois projetos em disputa



Por Jeferson Miola*
Com o fim da peregrinação esotérica e “sonhática” de Marina Silva, fica provisoriamente desanuviado o cenário eleitoral de 2014.

Como vem acontecendo em todas as eleições presidenciais desde o fim da ditadura militar, em 2014 o povo brasileiro novamente elegerá uma opção entre dois projetos e duas visões de país inteiramente distintas entre si. Será outra vez uma polarização sem matizes, sem relativismos, sem “terceiras-vias” e sem subterfúgios. Uma confrontação, enfim, de duas perspectivas frontalmente diferentes para o Brasil.

Como em todas as seis eleições passadas, o PT constituirá um dos dois polos em disputa. Em 1989, Lula disputou palmo a palmo com Collor, somente sendo derrotado por um golpe sujo da Rede Globo. Nas eleições seguintes, o PT polarizou a disputa da Presidência com Lula [em 1994, 1998, 2002 e 2006] e com Dilma, em 2010. Venceu em três ocasiões e perdeu em duas.

Do outro lado da polarização, o PSDB e o condomínio reacionário por ele dirigido. Esse partido, com uma plumagem falsamente moderna e socialdemocrata, capitaneou o conservadorismo neoliberal com forte tom reacionário, racista e baseado nas oligarquias regionais daquele Brasil da Casa Grande e da Senzala. Venceu duas e perdeu três.

Com a decisão de Marina de unir-se ao PSB, as eleições de 2014 terão três candidaturas com potencial de disputa [além de outras periféricas]: Dilma, Aécio Neves e Eduardo Campos. Embora sejam três candidaturas principais, a disputa se dará, porém, somente em torno a dois projetos e a duas perspectivas antagônicas para o Brasil.

A pantomima de ingresso de Marina e outros “sonháticos” no PSB [com hino cantado e bandeira nacional ao fundo do palco] não deixa dúvidas sobre o objetivo da decisão: “acabar com a hegemonia e o chavismo do PT no governo” [Jornal O Globo de 06/10/2013].

Nos discursos dela e do Eduardo Campos, abundaram referências contra o que consideram “a velha política”, a “velha República” e outras baboseiras do gênero. Na pantomima, Marina e Eduardo destacaram a importância de conhecidos personagens: Gilmar Mendes, o líder do PSDB no TSF, e Pedro Simon, o “grande brasileiro”, aquele seletivo cobrador de pênaltis sem goleiro, que se notabiliza por escolher a corrupção que pretende combater – normalmente a dos inimigos.

Soa como ironia a manifestação moralista e religiosa de Marina, que ganhou projeção nacional e mundial como petista e Ministra da “velha república” de Lula até 2009. E é irônico para o PSB, partido que consolidou sua construção no governo do PT da “velha política” até poucos dias, e que hoje conta nos seus quadros com oligarcas do que passaram a considerar a “Nova República”, como a família Bornhausen [os racistas que propugnaram o fim da “raça dos petistas”] e o “moderno” Heráclito Fortes. A lista de “novos”, “puros” e “superiores”, em nome do pragmatismo, seguramente deve ser ainda maior e não deverá surpreender.

No instante imediato, o gesto de Marina poderá fortalecer Eduardo Campos - a mídia já está produzindo uma narrativa conveniente. Mas, ao mesmo tempo, complica a vida de Aécio, que corre o risco da estagnação.

Até agora, a principal beneficiária desse jogo é Dilma, por uma razão muito simples. Em 2010 Marina foi creditada com 19 milhões de votos, teoricamente de oposição ao PT, mesmo que se considere aquela votação como produto de uma tremenda maquinação da mídia para assegurar o segundo turno eleitoral entre Dilma e Serra.

Com a retirada de Marina das eleições, os 19 milhões de votos, se existissem, ficariam “órfãos”, por outra simples razão: somente tem voto o candidato a Presidente. Candidato a Vice-Presidente não tem voto, ainda que possa oferecer base parlamentar e tempo de televisão para uma aliança eleitoral, o que também não é o caso de Marina, que não tem partido constituído.

As dificuldades se assomam do lado das candidaturas conservadoras de Eduardo Campos/Marina e de Aécio Neves/DEM.

Para se credenciar ao segundo turno contra Dilma, Eduardo será obrigado a flertar ainda mais à direita para tirar votos de Aécio. Terá de fazer mais que simplesmente atrair a famiglia Bornhausen, Heráclito Fortes e se coligar com Ana Amélia no RS e com outros 20 tucanos nos estados. Ele terá de recitar o receituário neoliberal da ortodoxia econômica para saciar os desejos do capital financeiro. E parece estar disposto a isso, ainda que não saiba se isso será remédio ou veneno.

Aécio, por outra parte, tem de demonstrar ser maior que sua sombra Serra, o que passará a ser uma contingência complexa nos próximos meses.

A situação é de dificuldades maiores para a oposição de direita. Nos próximos meses saberemos se Eduardo será Marina ou se Aécio será José Serra. Os atuais titulares da disputa pela oposição, se não demonstrarem viabilidade, poderão ser substituídos por seus suplentes. Tudo em nome do anti-petismo.

Por enquanto, Dilma sai na frente, com perspectiva real de vitória no primeiro turno.


(*) Jeferson Miola (foto)  é analista político.

Via http://cartamaior.com.br

05 outubro 2013

Acabou o teatro: Marina se rende à “Velha Política”



Estava na cara que ela não ficaria fora do jogo. Até o governo Dilma já contava com a candidatura presidencial de Marina Silva, como escrevi aqui mesmo nesta quinta-feira na coluna "Planalto conta com Marina candidata mesmo sem Rede".
O que ninguém esperava é que a ex-senadora se oferecesse para ser vice de Eduardo Campos, do PSB, o candidato dissidente da base aliada do governo, como ela comunicou aos seus seguidores, reproduzindo o que dissera a ele, ao final de uma reunião que terminou com muito choro de marináticos na madrugada de sábado em Brasília.
_ Eduardo, você está preparado para ser presidente do Brasil? Eu vou ser a sua vice e estou indo para o PSB.
Com esta decisão, anunciada por telefone ao governador de Pernambuco, que há poucos dias rompeu com o governo e tirou seus ministros, acabava o teatro de suspense montado por Marina para anunciar seu destino, depois que o Tribunal Superior Eleitoral rejeitou o registro da Rede Solidariedade, o nome de fantasia do partido que pretendia criar desde o seu rompimento com o PV, quando lançou o movimento "Nova Política". Nova?
Para tristeza dos seus "sonháticos", que acreditaram na pregação da missionária mística sobre a falência do antigo sistema de representação, Marina se rendeu à "Velha Política", aceitando o jogo como ele é nada vida real, com o único objetivo de derrotar Dilma e o PT, que ela agora acusa de "chavismo", depois de ter sido ministra de Lula nos seus dois mandatos.
Falaram mais alto os interesses dos seus sponsors, os grandes grupos economicos que investiram nela para a criação do novo partido criado para que Marina pudesse ser candidata a presidente, e não queriam que ela agora, em nome da coerência, simplesmente jogasse a toalha, deixando o caminho livre para a reeleição de Dilma. Marina pode ser acusada de tudo, menos de rasgar votos e se entregar à coerência aos seus princípios.
Daqui a pouco, Eduardo e Marina vão anunciar oficialmente a chapa da "Coligação Democrática", como batizaram a chamada terceira via, tão esperada pelo establishment financeiro-midiático para pelo menos provocar um segundo turno em 2014 e acabar com a hegemonia petista no governo central.
Por ironia do destino, dois políticos historicamente ligados a Lula e ao PT formaram uma chapa forte que surge forte para enfrentar Dilma e Lula, deixando os tucanos Aécio e Serra comendo poeira na sua eterna crise existencial. Podemos não ter Fla-Flu entre PT e PSDB desta vez, como tudo parecia indicar.
Com um cacife de quase 20 milhões de votos nas últimas eleições e o segundo lugar nas pesquisas para 2014, variando entre 16 e 25% das intenções de voto, Marina aceitou disputar a eleição como vice de Eduardo Campos, o quarto colocado, que não consegue passar dos 5%, porque ainda é mais confortável ocupar o Palácio do Jaburú para continuar costurando sua Rede, do que voltar para o Acre de mãos abanando, sem partido, sem cargo e sem mandato. Mais adiante, afinal, as pesquisas poderão até determinar uma inversão dos nomes na chapa.
Deixando os marináticos fundamentalistas e a poesia de lado, Marina fez a escolha certa: ao optar por Eduardo Campos e deixar Roberto Freire chupando o dedo, com seu nanico PPS já rejeitado até por José Serra, a ex-ministra, que de boba não tem nada, aliou-se àquele que considero o mais preparado político brasileiro da geração pós-68. Foi uma jogada de mestre dos dois.
É jogo jogado. O resto é filosofia.
*Por Ricardo Kotscho - via 'Balaio do Kotscho' 

Com Açúcar, com Afeto




* Com Açúcar, com Afeto  - de Chico Buarque,  canta Fernanda Takai

Marina Silva se filia ao PSB


Por Altamiro Borges*


"A filiação de Marina Silva abala o sonho dos "sonháticos" da Rede, que tentavam se diferenciar dos demais partidos e se apresentavam como o "novo na política".


Após muito suspense, o sítio da Folha deste sábado garante que a ex-senadora Marina Silva decidiu se filiar ao PSB do governador pernambucano Eduardo Campos. Ambos são potenciais candidatos às eleições presidenciais de 2014 e ainda não há informações de como resolverão a pendenga no interior da sigla. (...) 

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*Via Blog do Miro