25 maio 2020

Ofensiva de Bolsonaro coloca Jornal Nacional e Celso de Mello, do STF, como alvos principais


Estratégia de Bolsonaro é tirar Celso de Mello da relatoria de investigação sobre interferência na Polícia Federal, enquanto fomenta ódio contra a Globo entre seus seguidores nas redes sociais

Bolsonaro no Jornal Nacional, da Globo, e Celso de Mello (Montagem)

Acuado com o cerco se fechando em torno do Palácio do Planalto após a divulgação do fatídico vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, Jair Bolsonaro elegeu dois alvos principais em sua ofensiva: o Jornal Nacional, da Globo, e o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Neste domingo (24), Bolsonaro revelou a linha que deve seguir na ofensiva contra o decano, relator da investigação sobre a denúncia de interferência do presidente na Polícia Federal, feita pelo ex-ministro Sérgio Moro. Em publicação nas redes, Bolsonaro publicou reprodução de um artigo da lei 13.869, de 2019.
“Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investiga ou acusado: pena – detenção de 1 (um) a 4 (quatro) anos”, diz o texto.
O foco de Bolsonaro é tirar Celso de Mello da relatoria do caso alegando “parcialidade” nas decisões do ministro, que estariam sendo consideradas exageradas no núcleo duro do governo.
Além da divulgação do vídeo, com falas que permitem a abertura de novos inquéritos contra ele próprio e seus ministos, o pedido de parecer de Celso de Mello à Procuradoria-Geral da República para apreensão do aparelho celular de Bolsonaro causou irritação entre os palacianos, em especial à ala militar capitaneada pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, General Augusto Heleno, que já vê a possibilidade de uma guerra civil no país.
“Erros” do Jornal Nacional

Na outra frente, para mobilizar a milícia virtual nas redes sociais, Bolsonaro mira o Jornal Nacional, especialmente após o erro de William Bonner que na edição de sexta-feira (22) do telejornal se retratou após dizer que Bolsonaro teria afirmado ao então ministro da Justiça, Sérgio Moro, que queria ser blindado.

“E uma correção: há pouco nós dissemos erroneamente que o presidente Bolsonaro tinha pedido ao ministro Moro para ser blindado. Mas, como nós mostramos na voz do próprio presidente, foi o contrário: ele disse a Moro que não queria ser blindado, mas que o ministro tinha a missão de não deixar que ele fosse chantageado”, diz Bonner, complementando que “está feita a correção”.
O erro foi intensamente explorado pelo presidente nas redes sociais durante o fim de semana. Na noite deste domingo (24), Bolsonaro voltou ao Twitter para divulgar nova edição, em que um repórter teria cometido o mesmo erro de Bonner 4 horas após a edição do JN: “Qual o limite da Globo?”, indaga Bolsonaro.
A emissora atuou como uma das principais fontes de vazamento da Lava Jato e é próxima a Moro, que na noite deste domingo (24) deu entrevista exclusivo ao Fantástico dizendo que Bolsonaro não deu espaço para a agenda do combate à corrupção, que seria o seu objetivo ao entrar no governo.
*Por Plinio Teodoro, na Revista Fórum

Poema do Mais Triste Maio



Meus amigos, meus inimigos,
Saibam todos que o velho bardo
Está agora, entre mil perigos,
Comendo, em vez de rosas, cardo. 

Acabou-se a idade das rosas!
Das rosas, dos lírios, dos nardos
E outras espécies olorosas:
É chegado o tempo dos cardos. 

E passada a sazão das rosas,
Tudo é vil, tudo é sáfio, árduo.
Nas longas horas dolorosas
Pungem fundo as puas do cardo. 

As saudades não me consolam,
Antes ferem-me como dardos.
As companhias me desolam,
E os versos que me vêm, vêm tardos. 

Meus amigos, meus inimigos,
Saibam todos que o velho bardo
Está agora, entre mil perigos,
Comendo, em vez de rosas, cardo.

                               Manuel Bandeira

23 maio 2020

Como construir a saída?


Editorial do Jornal O Trabalho* (Edição nº 866, de 22/05/2020) que - por seu conteúdo, oportunidade e relevância - reproduzimos abaixo:
O que já vazou do vídeo da reunião de Bolsonaro e seus ministros é mais que suficiente para comprovar, o que se prova a cada dia que o Palácio do Planalto – com a eleição de Bolsonaro forjada pelo Judiciário, mídia e partidos das classes dominantes – está tomado por uma escória para saquear os direitos, as riquezas, as conquistas, a educação, a cultura e agora, em meio à pandemia, ignorando o direto à vida. Desde Moro, ofendido – pois, apesar dos serviços prestados com a condenação de Lula, foi defenestrado pelo chefe que ajudou a eleger – até um ministro da educação que não passaria numa prova do Enem.
E tudo isso, avalizado pelos generais que infestam o governo, a começar pelo vice Mourão, abrindo a metralhadora contra tudo e todos para preservar o chefe.
Estão aí para servir os interesses do capitalismo, que como escancarou a pandemia, são frontalmente contraditórios com a sobrevivência da civilização humana.
Bolsonaro, vindo do submundo da política, é motivo de espanto mundial. Os governos não são iguais. Mas mundo afora, da Alemanha ao Chile, os governos, depois de aplicarem, por décadas, a cartilha do ajuste exigido pelo capital financeiro, uns com lágrimas de crocodilos, outros com deboche (no caso do Brasil), fazem o que diante da pandemia? Em todo mundo os trabalhadores da saúde, em um sistema destruído em benefício da especulação financeira, se batem, e se arriscam, sem condições de trabalho. Em todo mundo, a pretexto de combater a pandemia atacam direitos dos trabalhadores com medidas que, a depender destes governos, permanecerão depois.
No Brasil temos um produto de esgoto no comando. Mas ele é só a expressão mais nua e crua da decomposição de um sistema que provou sua total incapacidade de evitar a barbárie. Daí que a luta para acabar com este governo – na qual vale o impeachment, anulação das eleições, etc. –  integra a luta por delimitar e combater os interesses, instituições e partidos (todos em nome dos interesses capitalistas) que produziram a tragédia Bolsonaro.
A saída por cima, na qual muitos dos que hoje disfarçam a responsabilidade por um governo que desde a campanha eleitoral mostrou a que viria e buscam salvar a própria pele, por si só não irá resolver os problemas da maioria do povo deste país.
São os trabalhadores, os que estão no sistema de saúde, os que estão nos serviços essenciais trabalhando em condições de risco de vida, os que são coagidos a abrir mão de direitos e salário para garantir um emprego que poderão perder mais à frente, os que, na informalidade, hoje são tratados como pedintes nas filas para receber os R$600,00, é com esses que uma saída pode ser construída.
E estes trabalhadores, empurrados à luta para se defender, começam a retomar a iniciativa. Depois do exemplo do ato organizado pelo Sindicato dos Enfermeiros no dia 1º de maio em Brasília, em várias partes do país e diferente categorias, manifestações organizadas – respeitando o distanciamento social e os cuidados sanitários necessários – começam a ocorrer. Bancários, como em Pernambuco, protestam contra as condições de trabalho. Motoristas, como em Jacareí (SP) fazem greve por direitos ou moradores de bairros periféricos, como a Brasilândia na capital paulista, organizam ato pela reabertura de hospital público.
É aí que poderá ser construída a força para, ao pôr fim ao governo Bolsonaro, prosseguir a luta da classe que não pode ficar à mercê da ganância do capital, esperando a próxima pandemia.

22 maio 2020

CELSO DE MELLO DIVULGA VÍDEO-BOMBA SOBRE BOLSONARO

Pelo teor, qualquer pessoa civilizada dirá se tratar de reunião de vagabundos


Leia também o texto publicado pelo STF, com links para o vídeo na íntegra, bem como a sua degravação, com as falas de cada um dos presentes.
Pelo teor, qualquer pessoa civilizada diria se tratar de uma reunião de vagabundos, de malfeitores, cheias de palavrão e ameaças.
*Clique aqui (Via DCM)

LULA PEDIU DESCULPA. E O BOLSONARO, QUANDO VAI PEDIR?

21 maio 2020

Agressão a Lula mostra que o fascismo bolsonarista é indissolúvel do antipetismo e do ultraneoliberalismo


Lula e Jair Bolsonaro (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Marcos Corrêa/PR)


Por Marcelo Zero*
Bastou uma frase mal-formulada e tirada de seu contexto para que a imprensa conservadora recaísse no seu esporte preferido: o antipetismo.
Qualquer pessoa de QI médio e que entenda o mínimo sobre interpretação de textos sabe muito bem Lula não acha bom a epidemia de coronavírus. Ao contrário de Bolsonaro et caterva, ele nunca menosprezou o Covid-19 e está autenticamente preocupado com seus efeitos desastrosos, especialmente entre os mais pobres. Lula nunca disse ou diria “e daí?”.
Lula nunca diria que a ditadura deveria ter matado uns 30 mil, nunca elogiaria torturadores, nunca seria insensível ao sofrimento do povo brasileiro. Mais do que declarações, sua longa biografia atesta isso de forma absoluta.
O que Lula evidentemente quis dizer é que a epidemia do Covid-19 está mostrando as mazelas e insuficiências do neoliberalismo e a necessidade de que o Estado venha a ter um papel preponderante num cenário pós-pandemia. 
E não é só ele. Mesmo economistas antes conservadores começam agora a rever suas posições sobre o papel Estado e as políticas neoliberais.
Evidentemente que a imprensa conservadora sabe disso muito bem. Mas se aproveitam do episódio para atacar Lula de forma insana, exibindo um ódio aparentemente inexplicável. 
Não obstante, a motivação parece clara. Parte das oligarquias e da nossa mídia que apostou em Bolsonaro contra o candidato do PT, agora vê o desastre de ter elegido um miliciano neofascista completamente despreparado para o cargo. Pensavam, não sei o porquê, que ele seria controlável e domesticável, como as classes conservadoras alemãs pensaram sobre Hitler. Erro estúpido.
Porém, esses setores oligárquicos e midiáticos, embora hoje sejam críticos a Bolsonaro, como quase todo o resto do mundo, diga-se de passagem, continuam a defender a agenda ultraneoliberal, que motivou o golpe de 2016, a prisão injusta de Lula e a eleição de um protofascista para dirigir o Brasil. 
Assim, quando Lula ataca o neoliberalismo, a imprensa fica melindrada. Admite a crítica a Bolsonaro, mas não admite ataques à agenda que os beneficia. 
Sobretudo, morrem de medo da volta de um modelo político e econômico distributivo, no qual o Estado tenha um papel central na condução das políticas. Querem o ultraneoliberalismo sem o bolsonarismo. 
Entretanto, no Brasil esses fenômenos parecem indissoluvelmente entrelaçados.
Num país como o nosso, extremamente desigual, com altos níveis de exclusão social e submetido a uma grave crise há vários anos, intensificada agora pela epidemia do Covid-19, é altamente improvável que a implantação da agenda ultraneoliberal possa ser obtida sem um profundo comprometimento da democracia. 
O surgimento do bolsonarismo é justamente o resultado de um longo processo de comprometimento da democracia, impulsionado pelas mesmas oligarquias que hoje querem se livrar do monstro inconveniente por elas criado.
Primeiro, cuidaram de criar, de forma meticulosa e sistemática, o ódio ao PT e às agendas de esquerda de um modo geral. Depois, romperam acintosamente com o pacto democrático criado pela Constituição se 1988 e promoveram um golpe de Estado, um impeachment sem crime de responsabilidade. 
Um pouco mais tarde, promoveram escandalosa lawfare contra a principal liderança popular do país e a atiraram na cadeia para impedi-la de disputar as eleições. 
Não bastasse, apoiaram Bolsonaro, sabendo perfeitamente quem ele era, numa eleição fortemente maculada pelo uso sistemático de fake news e pelo abuso de poder econômico.
Esse foi o processo necessário para que a agenda ultraneoliberal, intrinsicamente impopular, pudesse triunfar.
Seria extremamente ingênuo considerar, agora, que tal agenda possa continuar a ser implantada em democracia plena. 
Assim, um possível afastamento de Bolsonaro, embora desejável, não significará, necessariamente, a restauração plena da democracia brasileira. 
As nossas oligarquias, ou partes delas, sonham com um governo Mourão ou com governo civil tutelados pelos militares, que deem prosseguimento à agenda de Paulo Guedes e que controlem as grandes massas, em período tão delicado e difícil. Morrem de medo que aconteça aqui algo semelhante ao que aconteceu no Chile e em outros países vizinhos. 
Querem um governo conservador e autoritário, embora menos constrangedor que o de Bolsonaro. Querem continuar a alijar do processo político o PT, Lula e as alternativas de esquerda de um modo geral. 
Por conseguinte, a luta contra o fascismo bolsonarista e pela democracia não pode ser separada da luta contra a agenda ultraneoliberal, que motivou  a ruína recente da democracia brasileira e que, se plenamente implantada, agudizará fortemente as desigualdades e a exclusão social, as quais são os principais fatores estruturais que debilitam o processo democrático no Brasil.  Afinal, democracias plenas e fortes demandam igualdade social e Estado de Bem-Estar funcional. 
Da mesma forma, a luta contra o fascismo miliciano não pode ser separada da luta contra o ódio antipetista e antiesquerda. Antipetismo e bolsonarismo são lados de uma mesma moeda ideológica. 
O fascismo e o nazismo sempre se nutriram do ódio contra um “inimigo interno” que precisa ser “exterminado” para que a “Nação” possa ser salva. No caso da Alemanha das décadas de 1920, 1930 e 1940, os inimigos que estavam “destruindo a Nação” e seus “valores tradicionais” eram os judeus e os comunistas, que corrompiam o ideal de uma Alemanha “pura e forte”, racial e culturalmente.  
No caso de Brasil de hoje. os inimigos internos a serem exterminados, e isso foi dito e repetido de forma clara e direta, são o PT, Lula e as esquerdas de um modo geral, que “corrompem” o país e os “valores tradicionais da Nação e da família”. 
Antes de Bolsonaro, as nossas oligarquias tentaram exterminar o PT e Lula, em vez de derrotá-los democraticamente. Bolsonaro e bolsonaristas apenas intentam completar o trabalho de forma mais crua.
Num país democrático e sério, uma liderança popular como a de Lula seria considerado um patrimônio político a ser preservado e valorizado para o bem geral da democracia. Isso não significa concordar com ele. Democracias, por definição, são sistemas de mediação de conflitos, não de extermínio de adversários. 
Infelizmente, nossas oligarquias e seus representantes midiáticos continuam a ignorar essas correlações básicas. Insistem no mesmo ódio, nos mesmos preconceitos e na mesma agenda que levou o Brasil ao desastre bolsonarista. 
Pois bem,  é bom que saibam que não haverá verdadeira democracia no Brasil sem o PT, sem Lula, sem o MST, sem o MTST, sem as comunidades eclesiais de base, sem a CUT, sem o PC do B, sem o Psol, e sem todos os outros partidos de esquerda e os movimentos populares e de trabalhadores que dão voz e vez às grandes massas do país. 
Sem tal condição, a democracia é impossível, mesmo com o alijamento de Bolsonaro. Isso seria simplesmente um bolsonarismo sem Bolsonaro. 
Não há democracia para poucos. Ou é para todos ou não é. 
Se quiserem democracia de verdade, se quiserem derrotar o fascismo bolsonarista, terão de conviver com PT, com Lula e com todos os grupos progressistas do país. Sem ódio, e sobretudo, com respeito. 
Terão, também, de rever essa agenda econômica sociopática que corrompe os fundamentos últimos da nossa democracia. 
Lula pode ajudar. E muito.
...
*Marcelo Zero é sociólogo, especialista em Relações Internacionais e assessor da liderança do PT no Senado. 
-Fonte: Brasil247

20 maio 2020

O PT e as Eleições 2020 em Santiago/RS


Coluna Crítica & Autocrítica - nº 192




Por Júlio Garcia**

*Sobre as (prováveis) Eleições Municipais 2020 – Caso não sejam adiadas devido ao aumento da atual pandemia (que ainda, segundo informam os médicos e a OMS, está distante de seu ‘pico’ também no Brasil), teremos Eleições Municipais em outubro próximo. As forças políticas locais (Santiago/RS) mais organizadas/estruturadas, em sua maioria, já definiram – ou estão definindo - seus pré-candidatos (ao Executivo e ao Legislativo).
...

*No Partido dos Trabalhadores não é diferente: Após reunião do DM realizada no último mês de março, dentre outros assuntos, foi divulgado que “O Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores/PT de Santiago/RS, em reunião realizada na noite de 11/03, discutiu e avaliou a grave conjuntura vivenciada no País, Estado, Município e Região (crise econômica, desemprego, dilapidação das empresas estatais, da educação, a destruição ambiental, da saúde pública e a irresponsabilidade do governo Bolsonaro – a começar pelo próprio! – pela forma como o mesmo tem lidado com a pandemia do coronavírus - Covid-19, em particular.” (...)
...

*Na oportunidade, foi divulgado ainda que “Os membros do DM discutiram o calendário das eleições - e as tarefas imediatas do partido: intensificação da oposição e denúncias sobre os governos Bolsonaro (sem partido), Leite (PSDB) e Tiago (PP), assim como pela abertura das inscrições dos pré-candidatos(as) ao Legislativo e ao Executivo Municipal (uma das prioridades tiradas é o PT recuperar os espaços que já teve na Câmara de Vereadores de Santiago, mas sem descuidar, conforme orientam as Direções Estadual e Nacional do PT, da importância do debate – e da disputa – pelo Executivo Municipal, tática eleitoral e possíveis alianças, discussão essa que continuará sendo realizada pelo partido)."
...

*Dizia a Nota ainda que “Segundo foi relatado na reunião pelo presidente Rômulo Vargas, até o momento, existem aproximadamente 20 pré-candidatos(as) à vereança inscritos. Já para concorrer ao Executivo Municipal, colocou seu nome à disposição do partido e comunicou o registro de sua inscrição como pré-candidato a prefeito de Santiago o Advogado, consultor, articulista e midioativista Júlio Garcia (membro da Executiva Municipal, um dos fundadores do PT e da CUT), sendo o mesmo, até o momento, o único petista inscrito para disputar esse importante cargo (caso o PT local opte por concorrer em chapa própria).”
...

*Portanto, dando sequência ao tema acima exposto, comunico formalmente ao conjunto dos eleitores(as) santiaguenses que, apoiado por vários dirigentes, filiados, militantes e simpatizantes do nosso partido no município (e até fora dele, o que honra-me sobremaneira!), e para ajudar a fomentar a discussão e o debate político elevado (como é de nosso feitio), concordei em colocar meu nome à disposição do PT (como pré-candidato) para – se essa for a vontade majoritária dos nossos filiados e dirigentes - concorrer ao Executivo Municipal e representá-los nestas eleições.
...

*Entendo ainda, que – juntamente com a nominata dos candidatos ao Executivo e ao Legislativo (e sem descartarmos a continuidade do debate/articulação de uma aliança com setores democráticos e populares de Santiago) -, temos que oferecer à discussão com a sociedade um bem elaborado Programa de Governo (que inverta prioridades, contemplando especialmente as periferias, os trabalhadores, os jovens [e as 'ditas minorias', como os gays, lésbicas, LGBTs etc.], mais os pequenos empresários e agricultores, dentre outros setores sempre excluídos pelos governos elitistas que se sucedem no município).

-“Os dardos estão lançados”!  #HoradeMudar! #A luta segue... 
...

**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, dirigente político (PT) e Midioativista. Foi um dos fundadores do PT e da CUT. - Publicado originalmente no Jornal A Folha (do qual é Colunista) em 15/05/2020.

19 maio 2020

Wálter Maierovitch: "não entendo o que falta para a Câmara iniciar o impeachment"

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Já existem "provas provadas"
Para o jurista Wálter Maierovitch, existem "provas provadas" de crimes de responsabilidade cometidos por Jair Bolsonaro. Ele afirmou, em entrevista ao UOL nesta terça-feira 19/V, que há "indícios e indicativos com força de prova" que poderiam já ter embasado processos de impeachment, tanto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) quanto pelo Congresso Nacional.
"O que eu não entendo e pergunto para minha caneta de estimação: o que se está esperando no Parlamento para se começar um impeachment? Todos falam que o [procurador-geral, Augusto] Aras vai prevaricar, mas ninguém fala do parlamento? Está esperando o quê?", questionou o jurista.
Segundo o jurista, os fatos que sucederam a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça denotam que o ex-juiz apontou ação direta de Bolsonaro de utilizar a Polícia Federal para defender sua própria família. "Não só ficou claro, mas usaria uma expressão que se usa muito em direito: o que existe, agora, é prova provada. Qual é a prova provada? Até o próprio Bolsonaro, que tem a cabeça um pouco desmobiliada, leva ele a fazer prova contra si próprio", disse.
"Ele [Bolsonaro] disse que o interesse no Rio de Janeiro era na segurança pessoal. Tem o decreto que segurança pessoal é assunto do GSI [Gabinete de Segurança Institucional]. Moro e o Maurício Valeixo [ex-diretor da PF] saem e se coloca alguém da relação dele [Bolsonaro]. O primeiro ato do novo diretor da PF foi mudar a superintendência no Rio de Janeiro. Para mudar lá, não havia justa causa", explicou. (Grifos deste Blog). 

*Via Conversa Afiada

Envelheço na Cidade




'Envelheço na cidade'

Agradeço - com reconhecimento e carinho! - à todxs xs amigxs (& compas) que me cumprimentaram pelo 'cumpleaños' ontem transcorrido.

Foram centenas de mensagens (messenger, face, grupos, tt, whats...) e muitos telefonemas.

Não podendo agradecer individualmente (muito menos pessoalmente - principalmente - pelos motivos pandêmicos sabidos), deixo aqui meu reconhecimento e carinho pela lembrança, afeto e amizade de vocês todxs... e essa canção 'antológica' do IRA (com o Paralamas) para vocês curtirem.

Grande abraço e tenham todxs uma boa semana! #Alutasegue!

18 maio 2020

Complicação generalizada




Por Fernando Brito*
O quadro clínico do regime bolsonarista começa a semana com novas complicações e, desta vez, ao menos uma delas é importantíssima.
A entrevista do suplente de Flávio Bolsonaro, Paulo Marinho, relatando que ao Polícia Federal freou investigações sobre o caso Fabrício Queiroz para não prejudicar eleitoralmente Jair Bolsonaro lança, sem dúvida alguma, uma sombra de ilegitimidade na conquista do cargo nas eleições de 2018.
Na verdade, mais uma, porque a cassação da candidatura de Lula, anterior e mais grave, só não é assim considerada porque Sérgio Moro ocupava o trono das virtudes, o qual, a esta altura, transformou-se numa cadeirinha rota, na qual ele já mal se sustenta.
Desta vez, porém, duas questões – já sabidas por muitos – afloram.
Uma, é a politização ‘bolsonárica’ da Polícia Federal, endeusada ao longo de toda a Lava Jato e que não pode, a não ser por imensa mistificação, ser reduzida a um delegado linguarudo que foi avisar do caso Queiroz. Um delegado, solitariamente, não tem o poder de retardar um caso deste tamanho, envolvendo quem envolvia.
Tanto é assim que, ao narrar a situação aos emissários de Flávio, ele diz: “Nós vamos segurar essa operação para não detoná-la agora, durante o segundo turno, porque isso pode atrapalhar o resultado da eleição”.
“Nós vamos”, não “eu vou”, como diria um picareta de olho em recompensas de um futuro governo.
Salta aos olhos que o fato principal não é o vazamento, mas a procrastinação de uma investigação policial para não prejudicar um candidato.
A segunda, como apontei aqui, é que parece difícil “colar” em Alexandre Ramagem, o queridinho de Bolsonaro, a identidade do vazador. Como apontei aqui, Ramagem já estava fora da PF o Rio havia seis meses. Quem a dirigia era o homem que, sob a benção de Moro, continuou até ter atritos com o presidente, o delegado Ricardo Saadi, que foi levado pela nova gestão ao cargo de chefe do “combate à corrupção”, certamente um lugar que não passaria sem a simpatia e anuência do próprio hoje ex-ministro.
Como é também inacreditável que o “freio” dado à investigação tenha prosseguido, já sob a gestão Sérgio Moro- Maurício Valeixo, sem que sequer um comentário tivesse chegado ao ouvido de ambos. Quais foram as razões para que este “segredo” tivesse acabado em guerra entre eles é material para histórias nada republicanas.
Inclusive, quem sabe, para explicar a decisão de Jair Bolsonaro de levar Moro ao Ministério, algo que trazia – como trouxe – muito mais perigos que vantagens ao novo presidente, que não tinha – já eleito – motivo algum para levar o ex-juiz ao Ministério senão o de tirar dele o poder de, sendo a 13ª Vara Federal de Curitiba ter se tornado uma espécie de “juízo universal”, que podia atrair para si qualquer caso que lhe conviesse politicamente.
Um dia, sabe-se lá quando com o controle das instituições por gente fraca a pusilânime, veremos que a ascensão de Jair Bolsonaro ao poder não foi uma loucura, um delírio, um acaso desastroso, mas o fruto de uma conspiração militar-policial-judicial para empalmar o governo da República.
E fazer dele, afinal, o lixo que estamos assistindo.
*Jornalista - via Blog Tijolaço