



Da Coluna de Malu Gaspar no Globo:
Enquanto o governo Jair Bolsonaro e o Congresso guerreiam publicamente em torno da necessidade de cortar do Orçamento cerca de R$ 30 bilhões, para não furar o teto de gastos, outra boiada, de R$ 7,3 bilhões, está prestes a passar sem ser notada.
Esse é o valor do cheque em branco que os parlamentares terão para enviar para suas bases, sem precisar dizer em quê os recursos serão aplicados nem prestar contas de seu uso.
Incluído na lei orçamentária pelos deputados, no final do ano, ele foi chancelado há duas semanas por um acordo de bastidores entre governo e parlamentares. E foi estabelecido sem a aprovação de uma emenda constitucional, como manda a lei.
(…)
*Via DCM
Por Fernando Brito*
Com o devido “desconto” a Ciro Gomes, que se “só” omitiu no segundo turno, todos os signatários do “Manifesto Pela Consciência Democrática” trazem em seu currículo o apoio à elevação de Jair Bolsonaro à Presidência.
E o fizeram por duas circunstâncias que, infelizmente, não desapareceram da mesma forma que desapareceu sua opção pelo “Mito”.
A primeira é que seguem praticando, como fica claro na não-inclusão de Lula dos convites a assinar o texto, que é a tentativa de excluir a esquerda do processo politico.
É, para usar o verso de Cazuza, o “não me convidaram para esta festa podre”.
Ninguém lhes pede autoflagelações, apenas o arrependimento sincero que tornaria crível que não estão contra o monstro porque este os rejeitou, lançou à poeira e os ataca, agora.
A segunda, é o fato de que, a Lula, preferem Jair Bolsonaro. Ou, se não é verdade, não têm a coragem de admitir o óbvio: que o ex-presidente é, hoje, a única chance de derrotar o atual presidente nas urnas de 22.
Quando se dedicam uma “unidade” no antipetismo, acabam por repetir 2018.
É isso que tira a repercussão do que deveria ser um importante gesto de oposição a Bolsonaro: a falta de credibilidade de sua “consciência democrática”, porque democratas conscientes não praticam mesquinharias numa hora gravíssima como a que temos.
Imaginem o que seria, por exemplo, Lula recusar-se a dialogar com qualquer um deles: choveriam acusações de “exclusivismos” do petista que, como repetem os comentaristas políticos, não aceitaria diálogo com as demais forças políticas.
Porque não é possível dialogar civilizadamente quando se tem, de fato, “consciência democrática”?
Hoje mesmo, Lula dará uma entrevista a Reinaldo Azevedo, um dos seus mais ásperos e violentos críticos que, entretanto, não usou isso para defender sua exclusão, pela via da prisão ilegal a que o submeteu Sérgio Moro, da disputa eleitoral.
É preciso que algum dos dois seja falso e “mansinho”? Os gaúchos dizem que “lenha boa é a que sai faísca” e na política a polêmica e a discordância não podem pretender ser superiores aos deveres para com a população.
Os seis signatários do texto ainda pode deixar de lado seus ódios e discriminações. Porque isso tira a coerência do que dizem e, quem sabe por isso, tirem do que dizem a repercussão que Lula, na sua franqueza, encontra na opinião pública.
*Jornalista, Editor do Tijolaço
"Houve intervenção no Congresso e no Judiciário, cassando grande quantidade de parlamentares e de juízes. Tudo o que era democrático foi vítima de ataque, de destruição, de prisão, de morte", escreve o sociólogo Emir Sader
Por Emir Sader*
O Brasil votaria pela quinta vez consecutiva para presidente da República em 1965. Os candidatos seriam JK, Lacerda e Brizola. (Não era seguro que Brizola pudesse ser candidato, por ser cunhado do Jango. Nós saíamos a pichar as paredes com “Cunhado não é parente. Brizola pra presidente”).
O golpe de 1964 interrompeu a democracia e foi um marco que divide a história brasileira. Depois de 19 anos apenas de retomada da democracia, as FFAA tomaram o poder, destruindo a democracia brasileira e permanecendo no poder durante 21 anos.
Houve intervenção no Congresso e no Judiciário, cassando grande quantidade de parlamentares e de juízes. Tudo o que era democrático foi vítima de ataque, de destruição, de prisão, de morte. Houve, sobretudo, repressão generalizada sobre o movimento popular, sobre os partidos e movimentos sociais, sobre o sindicalismo, sobre a intelectualidade de esquerda, sobre as universidades, sobre a militância de esquerda em geral.
Gregório Bezerra, negro, comunista, pernambucano, foi preso e arrastado pelas ruas de Recife amarrado com corda a um jipe. Era a forma de exibir o que o novo regime estava disposto a fazer com quem resistisse à ditadura.
Milhares de brasileiros foram presos, torturados (a tortura passou a ser a forma sistemática de interrogatório), mortos, exilados. Milhares deles ficaram desaparecidos.
O Estado brasileiro foi militarizado, com a sua ocupação pelas FFAA. A ideologia de segurança nacional, que caracterizava como subversiva e que deveria ser atacada e destruída, qualquer expressão de divergência.
Os lideres do golpe foram os generais Humberto Castelo Branco e Golbery do Couto e Silva, que haviam fundado a Escola Superior de Guerra, em 1949, para protagonizar a “luta contra a subversão” durante a guerra fria. As FFAA passaram a decidir quem deveria ser o presidente do Brasil, escolha que era referendada pelo Congresso. Passaram a ser eles e não o povo brasileiro, quem escolhia a autoridade máxima do país, ditadores e não presidentes eleitos pelos brasileiros.
*Cientista Político, sociólogo, professor e escritor.
**Via Brasil247
Por Jeferson Miola*
Hoje é possível certificar-se, com base em documentos e fatos conhecidos, o poder oculto do Partido Militar por trás dos acontecimentos precedentes que desembocaram na eleição do Bolsonaro em outubro de 2018. A principal controvérsia ainda remanescente é acerca da exata genealogia desta interferência ilegal e clandestina dos generais na política.
O conceito de Partido Militar, corriqueiro no debate público, está analisado de modo sistemático por Marcelo Pimentel Jorge de Souza, coronel da reserva do Exército [turma AMAN/1987] no texto que integra o livro “Os militares e a crise brasileira” organizado por João Roberto Martins Filho.
Pimentel destaca a politização das Forças Armadas e analisa que, embora aos olhos do senso comum Bolsonaro pareça o “‘agente’ ativo do processo – central, catalizador, condutor e gerente”, na realidade o papel dele, Bolsonaro, mesmo sendo presidente, “não é de condutor, controlador nem gerente do processo” [pág. 127].
Bolsonaro, em suma, é consequência, e não causa, do governo militar comandado pelo Partido Militar. É importante sublinhar isso: este é um governo militar, não um governo com militares.
E no governo, Bolsonaro é apenas um agente, e não o agente principal. Ele pode, inclusive, ser descartado e ejetado do cargo por força de conveniências ou da “perda de utilidade” para o Partido Militar.
Pimentel explica que o comando deste processo está em outro lugar. Ele destaca “a existência, ainda que ‘invisível a olho nu’, de um forte, consistente, coeso e cada vez mais poderoso sustentáculo, similar a um grupo político de natureza hegemônica: o ‘partido militar’”.
Ainda que seja “invisível a olho nu” e não possua a forma-partido institucional, o Partido Militar “que baliza o fenômeno da politização dos militares apresenta praticamente os mesmos elementos de um partido político tradicional: memória histórica e vocação institucional; base ideológica; pautas de interesse coletivo e corporativo específico; direção ‘partidária’ encarregada da distribuição de poder; controle do governo em direção, sentido e intensidade; quadros ‘partidários’ – formação de lideranças; e base eleitoral e militante” [pág. 128].
Villas Bôas, o “Pinochet brasileiro” que conspirou para derrubar a presidente Dilma, deixou claro que a atual geração de comandantes do Exército se estrutura, se organiza e atua como uma facção partidária conservadora – o Partido Militar, mencionado por Pimentel.
Em termos programáticos, o Partido Militar [1] preserva as referências da guerra fria, do inimigo interno, do anticomunismo – hoje antipetismo, anti-Lula e anti-esquerda, anti-“marxismo cultural” etc –; e, [2] no campo econômico aderiu ao ultraliberalismo, como decorrência de anos a fio de adestramento pelas cartilhas da FGV nas escolas militares.
Lula foi um prisioneiro de guerra dos generais. Eles exerceram muitas formas – a maioria ocultas – de pressão e ameaçaram o STF para aprisionar o ex-presidente na Guantánamo de Curitiba. Precisaram manter Lula como refém para tomarem o poder com o propósito de executar o mais devastador plano da oligarquia de saqueio e pilhagem do Brasil.
A volta do Lula ao centro da política nacional desorganizou a lógica política geral mas, principalmente, abalou o projeto de poder de longo prazo do Partido Militar. Os dirigentes ficaram baratinados, pois não contavam que a tutela sobre o STF falharia e que Lula recuperaria seus direitos políticos para disputar a eleição de 2022.
No plano simbólico os efeitos foram instantâneos. Subitamente os ridículos generais aderiram aos protocolos sanitários da OMS, passaram a perfilar usando máscaras e, no desespero, se dedicaram a fabricar previsões [nenhuma confiável] de prazos para imunização da população.
No plano político, devido à “força gravitacional” exercida por Lula, viram falhar os “dispositivos terceirizados” que até então lhes permitiam atuar em modo clandestino e secreto, como um poder oculto que comanda, manipula e maneja atores e instituições e, desse modo, concretiza seus objetivos sem aparecer no cenário.
Por isso os generais se obrigaram a “sair da toca” e se obrigaram a assumir, aberta e francamente, o protagonismo político-partidário que na realidade já desempenham há muito tempo, no marco de uma atuação golpista, conspirativa, ilegal e inconstitucional.
É interessante notar a movimentação dos principais dirigentes do Partido Militar nesta conjuntura, sobretudo nas redes sociais e imprensa [um parêntesis: em qual país do mundo generais e comandantes atuam como “influenciadores digitais” usando as patentes militares]?
Eles fazem aproximações sucessivas, empregam táticas diversionistas e de dissimulação, “plantam” matérias com jornalistas “amigos” ou ingênuos e lançam balões de ensaio para testar a reação do sistema político e da sociedade.
Não é o propósito, neste artigo, catalogar e analisar cada movimento dos generais nestas 3 últimas semanas de vertiginoso dinamismo político. Mas basta uma rápida pesquisa das entrevistas e matérias plantadas com Santos Cruz e dos posts de twitter dos generais Santos Cruz, Paulo Chagas e Brito, assim como a leitura do furibundo artigo do general Etchegoyen no site do Clube Militar.
Inconformados com a nova realidade, eles se manifestam como os senhores e donos dos destinos da Nação, e se permitem destilar toda sorte de vulgaridades contra Lula, o PT, a esquerda e, também, contra o sistema legal, o Estado de Direito e a Suprema Corte do país. Em democracias sólidas e com Forças Armadas profissionais, práticas deste estilo levariam seus autores a julgamento, condenação, perda de patentes da carreira e prisão.
Com a entrada na política de modo direto e sem disfarces, os generais passaram recibo de que conspiraram e envolveram as Forças Armadas na política pelo menos durante os últimos 10 anos. Ou alguém acredita na miragem [para citar expressão do rancoroso Etchegoyen] de que o Partido Militar começou a ser organizado somente agora e que, como num passe de mágica, surge oferecendo “grandes” quadros políticos e um programa político para “salvar” o país?
O poder civil deveria convidar o Partido Militar a não só se retirar da política, onde causaram o maior genocídio da história sob a condução de um general da ativa do Exército, como a voltarem aos quartéis, de onde nunca deveriam ter saído para envolverem as Forças Armadas em assuntos que não dizem respeito a eles.
A volta do Lula à cena política tirou os generais da toca e pôs em evidência aquilo que não se via nas aparências, mas que estava na essência da catástrofe vivida no Brasil: a existência subterrânea do Partido Militar, que é incompatível com o Estado de Direito e com a democracia.
*Fonte: Blog do Jeferson Miola
Coluna Crítica & Autocrítica - nº 200
Por Júlio Garcia**
*LULA, o TITÖ Reproduzo a seguir, pela relevância, a excelente e oportuna postagem do jornalista Fernando Britto, do site Tijolaço (também repostado por este Colunista nos Blogues que edita):
“Ontem [23/03], a história deste país deu uma guinada e a proximidade dos fatos ainda não deixa evidente o tamanho desta mudança. Fuja-se disto o quanto quiser. mas o que houve foi o reconhecimento de que a Justiça brasileira proclamou a inocência de Luís Inácio Lula da Silva, ao julgar que o juiz que o condenou e que preparou-lhe outras condenações, alegando que anular processos não é o mesmo que absolver, sim, o ex-presidente foi absolvido e reconheceu-se que ele foi vítima de uma trama judicial de motivação política.
Nada mais pode prosperar neste campo, porque cinco anos depois de um massacre político, judicial e midiático, é impossível que se consiga repetir processos como os que, agora, reconhece-se terem sido deformados e dirigidos com objetivos eleitorais, tanto quanto são evidentes os danos que ele trouxe ao país.
Ao contrário, ainda que a turma do “politicamente correto” não goste que se diga, Lula chegou mais perto de repetir, no imaginário popular, a saga de Getúlio Vargas nos anos 50.
A “ameaça” de que isso aconteça é tão forte e a falta de alternativa à direita que não seja a submissão ao bolsonarismo é tão grande que a inefável Vera Magalhães, em O Globo, à espera de um improvável príncipe encantado do conservadorismo diz que “cresce nos meios políticos e entre os analistas a crença de que o segundo turno de 2022 pode se dar sem a presença de Jair Bolsonaro”, porque haveria uma ” boa parte do eleitorado de votar em alguém que não seja nem Bolsonaro nem um petista”.
O que as pesquisas indicam, claro, é o contrário. Embora haja um declínio, o que está evidente é que, apesar das 300 mil mortes e dos 300 mil coices que aplica ao país, Bolsonaro conserva o seu núcleo num patamar muito distante do que lhe seria temerário eleitoralmente e que sua estratégia, óbvia, é contar com o ódio ao PT que anima a tal “boa parte” a que a cândida colunista se refere.
Mas há algo mais importante, que é o crescimento da figura de Lula, inevitável agora que ele é senhor das provas de seu martírio judicial e com o reconhecimento formal de que foi vítima de um juiz e de uma Justiça que tinham propósitos político-eleitorais.
E que sai disto como um titã, que não se quebrou e nem sequer se vergou diante de tudo, inclusive de 580 dias de prisão em Curitiba. É como se voltasse do exílio que lhe impunha a estranha ditadura judicial na qual caiu este país.
Que me desculpe Jair Bolsonaro, mas se há no Brasil uma figura que, hoje, possa ser considerada mítica, esta é a de Luís Inácio Lula da Silva.”
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**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, dirigente político (PT) e Midioativista. Foi um dos fundadores do PT e da CUT. - Publicado originalmente no Jornal A Folha (do qual é Colunista) em 26/03/2021. Via Blog O Boqueirão Online
Conjuntura política, ‘Lula Inocente – Lula Livre’ e ‘vacina para todos já’ estiveram na pauta
A Comissão Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores/PT de Santiago/RS, adotando os cuidados devidos neste período trágico de pandemia (Covid-19), tem priorizado a realização de reuniões virtuais de sua direção.
Na noite desta terça-feira, 23 de março, ocorreu nova reunião. Além da avaliarem como uma grande vitória da Democracia, da Justiça e do Estado de Direito (embora tardiamente) a decisão da 2ª. Turma do STF pela suspeição do ex-juiz Sérgio Moro, anulando de vez as condenações injustas à que havia submetido o ex-Presidente Lula (agora, finalmente, inocentado – e livre), os dirigentes petistas demonstraram preocupação pelo caos vivenciado na saúde do país em relação ao Covid 19, sendo que o RS, Santiago e Região não se constituem em exceção.
Segundo o Presidente da Executiva Municipal do PT, Rômulo Vargas, “O ‘fique em casa’ e a aquisição das vacinas necessárias para toda a população tem que ser para valer. É necessário também denunciarmos as campanhas negacionistas, baseadas em fake news, que tem difundido supostos ‘tratamentos precoces’ contra a epidemia, sem base científica nenhuma e na contramão do que coloca a OMS e a Associação Médica Brasileira. O único remédio contra o Covid, segundo a maioria absoluta da comunidade científica nacional e internacional, é a vacinação em massa, o distanciamento social, a higiene, o uso de máscaras e álcool gel nas mãos. ”
(Secretaria de Comunicação do PT/Santiago-RS)
Em uma vitória da democracia, a 2ª Turma do STF decidiu, por 3 votos a 2, que o ex-juiz Sérgio Moro agiu com parcialidade contra o ex-presidente Lula ao condená-lo no caso do triplex do Guarujá. Vitória de Lula contou com a mudança de voto da ministra Cármen Lúcia
A maioria a favor da ação do ex-presidente foi formada com a mudança de voto da ministra Cármen Lúcia. "Todos têm o direito de ter um julgamento justo por um juiz e um tribunal imparciais, e, principalmente, no qual ele possa comprovar todos os comportamentos que foram aos poucos consolidando o quadro fundamental, um cenário diverso que veio a ser desvendado nesse processo, para se demonstrar a quebra de um direito de um paciente", declarou a ministra.
Com a decisão desta terça, a Segunda Turma anulou todo o processo do triplex, que precisará ser retomado da estaca zero pelos investigadores. (...)
CLIQUE AQUI para ler na íntegra - via Brasil247
Por Júlio Garcia**
*Após o surgimento de uma quase ‘legião’ de arrependidos (Dória, Eduardo Leite, FHC, Alexandre Frota, além de outros menos expressivos), agora um certo colunista da Revista Istoé faz autocrítica por ter votado em Bolsonaro: “Deus, o que fizemos? Perdão”
*A postagem foi reproduzida pelo site Brasil247: Veja: “O blogueiro Ricardo Kertzman, colunista da revista Istoé, é a primeira pessoa da chamada imprensa corporativa a fazer sua autocrítica e a pedir desculpas por ter votado em Jair Bolsonaro, em coluna publicada nesta quarta-feira. “O amigão do Queiroz, pai do senador das rachadinhas e da mansão de 6 milhões de reais, é um dos maiores erros da minha vida. E olhem que a concorrência é grande e variada”, escreveu o blogueiro.
“Seja como presidente ou ser humano (ele é?), em relação à Covid-19, às vítimas fatais e aos familiares e amigos, suas falas e atitudes são abjetas, eivadas de ódio, violência e mentiras. Desconheço, inclusive, nos dias de hoje, ao menos, ditadores e facínoras, mundo afora, que reproduzem o comportamento vil que Jair Bolsonaro impõe ao Brasil e aos brasileiros”, pontua.
“Já são 3 mil mortos por dia por Covid-19. Quase 300 mil vidas que se foram. Sem vacinas, o maníaco da cloroquina nos lidera a uma catástrofe sem precedentes em nossa história. A mim me parece que o sujeito opera em duas frentes: a loucura, que acredito lhe ser nata. E o método, a fim de levar o País ao caos sanitário, econômico e social. E ao golpe!”, prossegue.
“Bolsonaro sonha, planeja, trabalha e tentará, mais cedo ou mais tarde, de uma forma ou de outra, golpear a democracia. Por isso me penitencio tanto. Não só, mas também por isso. O sujeito só pensa em si, na sua prole enrolada com a Justiça e em sua reeleição. Se em 2022 o Brasil contar com menos 500 ou 600 mil brasileiros, e daí? Ele não é coveiro. O País atirou no lixo, graças a Bolsonaro e a Pazuello, mais de uma centena de milhão de doses de vacinas, ainda em 2020. Quantas vidas isso já está custando e ainda custará?”, questiona.
“Entendem, caros leitores, por que escrevo tanto sobre esse energúmeno e sou tão ácido nas palavras? É um misto de indignação e de raiva. Uma espécie de… culpa! E como não sentir? Encerro com um sincero pedido de desculpas pelo que fiz. E ainda que eu considere meu erro imperdoável, apelo à boa vontade daqueles que também erraram como eu errei. Perdão”, finaliza.”
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*Pois é. Não é demais repetir o que temos falado nestes últimos dois anos e pouco: “Nós avisamos!!!” –Esperamos que 'a ficha' também venha a cair (sem mais demora!) para muita ‘gente boa’, inclusive aqui da nossa região, que cometeu o mesmo equívoco político-eleitoral do colunista Ricardo Kertzman, hoje publicamente arrependido...
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**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, dirigente político (PT) e Midioativista. Foi um dos fundadores do PT e da CUT. - Publicado originalmente no Jornal A Folha (do qual é Colunista) em 19/03/2021.
O SEMEADOR
O semeador saiu para semear
Eu semeador, deserto afora,da liberdade, fui com mãopura lançar, antes que a auroranascesse, o grão que revigorano sulcos vis da escravidão.Mas todo esforço foi em vão:joguei vontade e tempo fora.Pasce, pois eu te repudio,ralé submissa e surda ao brio.Libertar gado é faina ingrata,pois gado se tosquia e mata.Herda, por gerações a fio,canga, chocalhos e chibata.(1823)– Aleksander Púchkin (Алекса́ндр Пу́шкин). A dama de espadas: prosa e poemas. [tradução de Boris Schnaiderman e Nelson Ascher]. Coleção Leste. São Paulo: Editora 34, 1999; 3ª ed., 2013.
Representa um triunfo da verdade e da democracia a decisão do ministro Edson Fachin, do STF, anulando as sentenças contra o ex-presidente Lula, por incompetência de foro, remetendo os processos da 13ª Vara Federal de Justiça, do Paraná, para o sistema judicial do Distrito Federal.
Caem por terra as farsas judiciais coordenadas pela Operação Lava Jato contra o ex-mandatário, resgatando plenamente sua liberdade e o gozo de seus direitos políticos.
A deliberação de Fachin busca, em primeiro lugar, impedir a deliberação, pela 2ª Turma da Corte Suprema, do habeas corpus que demandava a anulação dessas mesmas sentenças por suspeição do ex-juiz Sérgio Moro. Com o reconhecimento do argumento de jurisdição inapropriada, provavelmente perde-se o objeto do pleito apresentado pela defesa.
A intenção parece evidente: salvar Moro e a Lava Jato, mesmo à custa de cancelar, por ora, as condenações impostas a Lula.
Outras armadilhas, no entanto, podem estar pelo caminho.
Segundo o despacho do ministro, a Justiça Federal do DF teria a possibilidade de aceitar os processos conduzidos por Curitiba, aproveitando-os e prolatando novas sentenças imediatamente.
A Procuradoria-Geral pode recorrer da decisão, com a remessa do recurso ao pleno do STF, formado por todos os onze ministros, onde Fachin eventualmente teria correlação de forças mais favorável à Operação Lava Jato.
A natureza antidemocrática e conspiratória dos defensores da República de Curitiba, de toda forma, exige cautela, atenção e mobilização de todos e todas que defendem as garantias constitucionais.
A hora é de celebrar essa vitória da justiça, mas sem baixar a guarda contra seus inimigos.
A Campanha Lula Livre, Anula STF continuará ativa e ampliando seus movimentos até que as farsas contra o ex-presidente estejam definitivamente enterradas.
Comissão Executiva da Campanha Lula Livre
São Paulo, 08 de março de 2021
Dia Internacional de Luta das Mulheres de Todo o Mundo
DCM - Neste sábado (06), um grupo de brasileiros, indignados com a gestão do presidente Bolsonaro (sem partido) diante a pandemia, decidiu fazer uma carta aberta à humanidade.
O texto foi feito coletivamente e já recebeu adesões de dom Mauro Morelli, Padre Júlio Lancellotti, Leonardo Boff, Chico Buarque de Holanda, Carol Proner, Zélia Ducan e outros.
Confira abaixo:
CARTA ABERTA À HUMANIDADE
“Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam a esperança.” Hanna Arendt
O Brasil grita por socorro.
O Brasil grita por socorro.
Brasileiras e brasileiros comprometidos com a vida estão reféns do genocida Jair Bolsonaro, que ocupa a presidência do Brasil, junto a uma gangue de fanáticos movidos pela irracionalidade fascista.
Esse homem sem humanidade nega a ciência, a vida, a proteção ao meio ambiente e a compaixão. O ódio ao outro é sua razão no exercício do poder.
O Brasil hoje sofre com o intencional colapso do sistema de saúde. O descaso com a vacinação e as medidas básicas de prevenção, o estímulo à aglomeração e à quebra do confinamento, aliados à total ausência de uma política sanitária, criam o ambiente ideal para novas mutações do vírus e colocam em risco os países vizinhos e toda a humanidade. Assistimos horrorizados ao extermínio sistemático de nossa população, sobretudo dos pobres, quilombolas e indígenas.
O monstruoso governo genocida de Bolsonaro deixou de ser apenas uma ameaça para o Brasil para se tornar uma ameaça global.
Apelamos às instâncias nacionais – STF, OAB, Congresso Nacional, CNBB – e às Nações Unidas. Pedimos urgência ao Tribunal Penal Internacional (TPI) na condenação da política genocida desse governo que ameaça a civilização.
Vida acima de tudo.