18 dezembro 2024

Campos Neto repete Bolsonaro e incendeia país no fim do mandato

 


Por Jeferson Miola*          //

Nos dois meses finais no Planalto, o hoje indiciado e futuro réu em ação criminal Jair Bolsonaro dedicou-se a conspirar e armar bombas-relógio para inviabilizar o governo eleito.

O plano de assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes, os atentados terroristas em 12 e 24 de dezembro de 2022 e os atos bárbaros de 8 de janeiro de 2023 integraram esta estratégia.

Agora no final do seu mandato no Banco Central, Roberto Campos Neto repete a atitude de Bolsonaro e incendeia a economia do país com bombas armadas para a segunda metade do mandato de Lula.

A sinalização de elevação de juros para as duas próximas reuniões do COPOM, já sob a presidência de Galípolo, e com o falso pretexto de dificuldades fiscais, é uma dessas bombas.

Nos últimos meses Campos Neto trabalhou para deixar o caos econômico como legado. E parece estar conseguindo esse resultado.

Liderando a maioria de oposição ultraliberal e bolsonarista no COPOM, Campos Neto sabota abertamente o governo.

Como um profeta do caos, ele calculadamente instalou um clima de horror fiscal e cambial para alimentar a espiral de juros obscenos que inviabiliza os investimentos públicos e privados e compromete o desempenho da economia.

A taxa de juros de 12,25% é injustificável sob qualquer ângulo; não encontra justificativa em nenhum parâmetro técnico. É apenas uma arma política bolsonarista combinada com o assalto ao butim pelo rentismo.

Cada 1% da SELIC representa cerca de R$ 60 bilhões embolsados pelos rentistas abutres e parasitas financeiros – o dobro dos cortes propostos pelo governo para 2025.

Além de oportunizar o aumento escandaloso da rapinagem, o pagamento adicional de juros por imposição do BC tem efeitos nefastos para os investimentos públicos e para os gastos do governo. E, também, para o equilíbrio fiscal e das contas públicas.

Isso porque Campos Neto obriga o governo a destinar parcelas maiores do Orçamento da União para o pagamento das despesas financeiras aumentadas pelo BC – juros e dívida pública.

E o governo é então forçado a desviar recursos do SUS, da educação, das áreas sociais, da previdência e dos investimentos públicos para fazer frente ao aumento dessas despesas financeiras.

O aumento da taxa de juros, além disso, aumenta o comprometimento do PIB com a dívida pública, que durante o período Dilma estava em 37%, e com Temer e Bolsonaro superou os 73%.

A profecia catastrofista de Campos Neto alimenta a especulação gananciosa do mercado. A mídia e o rentismo abutre aproveitam a senha dada pelo sabotador do BC e levam o dólar ao valor recorde de 6,20 reais. Até operadores não-desonestos do mercado afirmam que não há explicação para este espasmo especulativo.

O alarmismo com uma falsa crise fiscal e com uma inflação controlada alimentam o círculo vicioso e a espiral do caos criada por Campos Neto e rentismo para manter o terrorismo econômico.

A alegada crise é um invento criado para o propósito criminoso de atentar contra as finanças nacionais e o governo eleito pela soberania popular.

Em outras palavras, a ação criminosa do bolsonarista Roberto Campos Neto significa a continuidade do empreendimento golpista por meio da especulação financeira e do ataque do mercado à democracia.

*Fonte: https://jefersonmiola.wordpress.com/

17 dezembro 2024

Maldades do arcabouço – salário mínimo, abono e BPC*

 


Se a regra do salário-mínimo do pacote valesse desde 2003? Hoje, o mínimo seria em torno de 25% menor, ou seja, inferior a R$ 1000. O crescimento nos governos Lula 1, Lula e Dilma 1, de em torno de 70%, teria sido de 25%. (Pedro Rossi)

O pacote de maldades Tebet e Haddad enviado ao Congresso começou a tramitar em regime de urgência, depois da liberação de parte das emendas parlamentares. Ainda restaram R$ 25 bilhões de emendas represadas em meio a bagunça institucional que só se aprofunda com as pressões por mais liberações.

No coração do pacote está a limitação do aumento real do salário mínimo, acima do PIB, em até 2,5% de INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), a limitação do pagamento do abono salarial em R$ 2640,00 e os cortes no Benefício de Prestação Continuada (BPC). A justa isenção de Imposto de Renda até R$ 5 mil com mínimo de 10% acima de R$ 50 mil, não compensa nem de longe, e a limitação do crescimento da folha já ameaça acordos salariais de servidores federais firmados em 2024.

O pacote prevê a “economia” de cerca de 72 bilhões até 2026, final do mandato de Lula. Para comparação, só o orçamento de emendas parlamentares impositivas (individuais e de comissão) previsto para 2025 é de R$ 40 bilhões.

O tema dividiu o Diretório Nacional do PT reunido no último final de semana, onde a corrente CNB aprovou por 42 x 38 uma resolução de defesa do pacote e rejeitou as emendas parciais a respeito que criticavam o ajuste antipopular. O Diálogo e Ação Petista pediu a retirada das medidas socialmente injustas que dominam o pacote.

Sob pressão, a presidente Gleisi se comprometeu à que a bancada tentasse alguma mudança no projeto do BPC, mas não esboçou uma reação prática sobre a redução de faixa abono salarial que excluirá pelo menos 1,5 milhões (DIEESE), e nem à mudança da política de valorização do salário mínimo, que é o principal política e “fiscalmente” falando.

Se em cima há os que acompanham ou até defendem o curso desastroso do governo de ceder às pressões do insaciável “mercado”, embaixo o impacto é grande. A limitação do crescimento do salário mínimo causará estragos na base social que se mobilizou em difíceis condições para eleger Lula por uma margem pequena de votos em 2022. No BPC também (3,3 milhões são pessoas com deficiência e 2,7 milhões aposentados).

Segundo o IBGE, na Síntese de Indicadores Sociais de 2023, cerca de 60% da população brasileira vive com até um salário mínimo per capita. O projeto de lei sobre o BPC do deputado José Guimarães (PT/CE) começa com a humilhante exigência de cadastro biométrico para “concessão, manutenção e renovação de benefícios”!

Esta é uma materialização do “rumo ao centro” ligado à política nacional de alianças que já rebaixou o programa do PT e resultou no crescimento do PL nas últimas eleições municipais. Essa política confunde e afasta do partido e do governo, a maioria oprimida que hoje assiste a aceleração da bagunça das instituições avessas a qualquer mudança mais profunda na vida do povo.

*Por Marcelo Carlini, militante do PT de Porto Alegre

...

Leia também:

PEC 164/12, ataque sem precedentes contra as mulheres

Violência policial é parte da agenda da extrema direita

16 dezembro 2024

Gleisi corrige a Globo: 'Lula não teve direito à presunção de inocência porque foi julgado por um juiz parcial'

“Ao defender seu apoio à Lava Jato, a Globo esqueceu de dizer que os abusos contra ele só foram reconhecidos quando o caso chegou ao STF”, disse

  Gleisi Hoffmann e Lula (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

247* - A presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), fez duras críticas à Rede Globo após a exibição de uma entrevista exclusiva do presidente Lula (PT) ao programa Fantástico, no domingo (15). Durante a transmissão, a emissora interrompeu a entrevista para rebater uma declaração de Lula sobre não ter tido direito à presunção de inocência durante o processo da Lava Jato. Em resposta, Gleisi criticou a emissora por omitir abusos reconhecidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“Corrigindo o Fantástico: Lula nunca teve direito à presunção de inocência porque foi processado e julgado por um ex-juiz parcial, não apenas incompetente. E o seu direito de defesa foi cerceado por Sergio Moro e pelos desembargadores do TRF-4, que negaram sistematicamente pedidos de perícias e produção de provas”, afirmou Gleisi Hoffmann em suas redes sociais. “Ao tentar corrigir Lula e defender seu apoio à Lava Jato, a Globo esqueceu de dizer que Lula foi condenado ‘por fatos indeterminados’ e que os abusos contra ele, a começar pela condução coercitiva ilegal, só foram reconhecidos e corrigidos quando o caso chegou ao STF”, completou.

Contexto: Globo edita entrevista exclusiva e reafirma apoio à Lava Jato - A polêmica começou quando Lula, ao comentar a prisão do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), o general Walter Braga Netto, mencionou sua própria experiência na Lava Jato. “Eu defendo que eles [militares envolvidos em trama golpista] tenham a presunção de inocência que eu não tive, quero que eles tenham todo o direito de defesa, mas se for verdade as acusações, essa gente tem que ser punida severamente”, declarou o presidente.

Ao mencionar a “presunção de inocência que eu não tive”, Lula referia-se à condenação no caso do triplex do Guarujá, conduzido por Sergio Moro, cuja parcialidade foi posteriormente reconhecida pelo STF. A jornalista Sônia Bridi questionou se Lula considerava não ter tido direito de defesa ao longo do processo. “Eu não tive direito de defesa. Eu não tive. Veja, eu fui preso primeiro, para depois me defender”, respondeu Lula.

Logo após essa declaração, a Globo interrompeu a fala de Lula afirmar que “quando o presidente foi preso em 2018, no caso do triplex no Guarujá, houve participação da defesa dele em todas as etapas do julgamento”. 

À época, o presidente Lula foi alvo de uma investigação conduzida por um juiz suspeito e parcial, como reconheceu posteriormente o STF, que instruiu as etapas do processo em conluio com a acusação, chefiada na ocasião pelo ex-procurador e deputado federal cassado Deltan Dallagnol. Além disso, juiz e acusação contavam com o apoio irrestrito da imprensa hegemônica brasileira, que com horas de noticiários voltava a opinião pública contra Lula e o PT, de modo geral.

*Fonte: https://www.brasil247.com/

**Leia também: Globo censurou fala de Lula em que ele defende que ricos paguem mais imposto

15 dezembro 2024

VITÓRIA DEMOCRÁTICA - Prisão de Braga Netto é 'golpe na extrema direita' e Bolsonaro deve ser o próximo, avaliam especialistas

Mentor da tentativa de golpe de Estado, ex-ministro bolsonarista foi preso neste sábado (14) no Rio de Janeiro

O general Braga Netto e o ex-presidente Jair Bolsonaro: ele havia sido indiciado no mês passado junto ao ex-presidente - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por Caroline Oliveira e Pedro Stropasolas*

A prisão do general Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo Bolsonaro, neste sábado (14), é um “golpe na extrema direita brasileira”, avalia o cientista político João Feres, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Segundo o analista, essa ala da política nacional provavelmente tentará reagir ao fato, que traz como prenúncio a prisão de Bolsonaro.

Braga Netto foi preso pela Polícia Federal (PF), em Copacabana, no Rio de Janeiro. Ele havia sido indiciado no mês passado junto ao ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 35 pessoas por participar da tentativa de golpe de Estado no país. Em novembro, depois de ser indiciado no inquérito do golpe, Braga Netto disse que 'nunca se tratou de golpe'. A defesa do general divulgou uma nota, na tarde deste sábado (14), em que nega obstrução nas investigações e que irá se manifestar no processo. Para Feres, a tática da ala bolsonarista será continuar negando os fatos que vierem à tona.

Para além das polaridades políticas que dividem o país, o pesquisador defende que a condenação exemplar dos responsáveis pelo golpe de Estado deveria ser encampada por toda a sociedade brasileira, em nome da defesa da democracia e da identidade nacional.  

“Isso [golpe] poderia destruir o Brasil como comunidade política, como país, a identidade nacional. A gente não ia conseguir recuperar um status de respeitabilidade como um país democrático em 100 anos ou mais”, disse ao Brasil de Fato, que procurou especialistas para entender o que representa a prisão de um dos principais aliados de Bolsonaro e quais devem ser os rumos das investigações a partir de agora.

Na visão do historiador e professor titular no Instituto Federal de São Paulo (IFSP) Valério Arcary, a detenção de Braga Netto sinaliza que a “luta contra a extrema direita continua sendo o centro da tática política hoje no Brasil”. Mas alerta: “A investigação não pode ser interrompida na responsabilização de Braga Netto. Ela tem que avançar até o organizador, liderança e mandante de todo o projeto golpista, que é Jair Bolsonaro”. 

Já Clarissa Dri, cientista política e pesquisadora do Instituto de Memória e Direitos Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), avalia que a prisão do ex-ministro de Bolsonaro é uma tentativa das instituições brasileiras de manter o regime democrático frente à “narrativa ditatorial, autoritária e de ofensa aos direitos humanos” colocada pela extrema direita. 

“Os riscos que a democracia brasileira corre com a extrema direita não são ilusórios, são riscos reais, não é só discurso, não é só discurso a favor de ditador, não é só discurso a favor de torturador, é prática golpista, é prática violenta. É isso que essas investigações são mostrando”, explica Dri. 

Quanto à prisão de Bolsonaro, ela não descarta que “ele deve ser um dos próximos alvos”. “A gente vai precisar de provas, o sistema jurídico precisa de provas, mas os indícios que a gente tem visto pela imprensa até o momento mostram esse envolvimento”, complementa Dri.  

O jornalista e analista político Igor Felippe Santos também acredita que a prisão de Braga Netto abre caminho para que o mesmo aconteça a Bolsonaro. Ele destaca a “força e a robustez do inquérito da Polícia Federal”, que fez movimentar as instituições judiciais.

“O inquérito da Polícia Federal demonstra que o Bolsonaro não só participou como coordenou a ação golpista para impedir a posse do Lula e do Alckmin e para retirar do STF [Supremo Tribunal Federal], o Alexandre de Moraes, por meio do assassinato de três lideranças”, afirma Santos.  

“A prisão do Braga Netto demonstra que o sistema de justiça está avançando no sentido de punir os militares, generais de alta patente que estão envolvidos nesse crime. E sinaliza que o Bolsonaro, por ter deixado as digitais dele em todo esse processo, também será punido, julgado e pode ser preso”. 

Segundo Valério Arcary, após a “vitória democrática” deste sábado (14) é tarefa da esquerda liderar uma frente com maioria social para que o golpismo não permaneça impune. “Essa é a campanha política central”, arremata. 

*Edição: Martina Medina - Via Brasil de Fato

14 dezembro 2024

General Braga Netto recebeu dinheiro do agro para plano de atentado contra Lula e Moraes

Acusação foi feita por Mauro Cid, em delação premiada

Mauro Cid, Augusto Heleno e Walter Braga Netto (Foto: Agência Senado | ABR)

247* – Um depoimento de Mauro Cid à Polícia Federal (PF), colhido no dia 21 de novembro de 2024, revelou que o general Braga Netto teria recebido dinheiro de empresários do agronegócio e repassado os valores ao major Rafael de Oliveira. De acordo com a investigação, o montante foi entregue em uma sacola de vinho durante um encontro ocorrido em dezembro de 2022, no Palácio do Planalto ou da Alvorada. A informação consta em um relatório que embasa a prisão do general e aponta seu envolvimento em um plano de atentado contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o relatório da PF, o plano, chamado "Copa 2022", foi elaborado por militares com o objetivo de sequestrar ou assassinar Moraes em 15 de dezembro daquele ano. “O dinheiro foi entregue pelo general Braga Netto ao major Rafael de Oliveira, que utilizou parte dos recursos para aquisição de um celular e quatro chips, itens essenciais ao desenvolvimento do plano”, detalha o documento. Além disso, mensagens trocadas entre os envolvidos mostram que havia uma estimativa de gastos de até R$ 100 mil para cobrir despesas com hospedagem, alimentação e materiais.

O papel do agronegócio no financiamento

Mauro Cid afirmou que o general Braga Netto justificou a origem dos recursos, alegando que eles vieram de empresários do agronegócio. A PF, entretanto, ainda não concluiu se todo o valor previsto foi efetivamente levantado. “O dinheiro foi uma contribuição direta desses empresários, a pedido de Braga Netto, para viabilizar o plano”, apontou o relatório.

O general Braga Netto foi preso sob acusação de obstrução de Justiça. Cid declarou que o militar teria tentado obter informações detalhadas sobre sua delação premiada no final de 2023. A PF apreendeu, no mês passado, um documento com supostos detalhes da delação em posse do coronel Flávio Botelho Peregrino, assessor direto de Braga Netto. Peregrino também é alvo da operação deflagrada para investigar o plano e a origem dos recursos.

Prisões e investigações em andamento

O major Rafael de Oliveira, identificado como um dos principais executores do plano, foi preso em novembro de 2024. Ele e outros militares já haviam elaborado um orçamento para a operação, que incluía os custos operacionais entre novembro e dezembro de 2022. A PF continua investigando a extensão do envolvimento de outros aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, também citado no relatório.

As revelações reforçam as suspeitas de que setores do agronegócio estavam profundamente ligados ao financiamento de operações ilegais contra instituições democráticas. A investigação segue em curso, com desdobramentos que podem atingir novos nomes de destaque no cenário político e empresarial brasileiro.

*Fonte: Brasil247

Polícia Federal prende general Braga Netto

 

General Braga Netto é preso no inquérito do golpe de estado. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Braga Netto era vice de Bolsonaro na chapa derrotada em 2022. Ele é alvo do inquérito do golpe, que a Polícia Federal concluiu em novembro. A PF diz que ele tentou atrapalhar as investigações. Defesa do general ainda não se pronunciou.(...)

CLIQUE AQUI para ler, na íntegra, a postagem de Andréia Sadi (via Viomundo).

*Com o Blog "O Boqueirão Online

13 dezembro 2024

Só os fracos não reagem às ameaças de Bolsonaro

“A nova citação do líder do golpe à ponta da praia ajuda a entender o plano para matar Lula, Moraes e Alckmin”, escreve o colunista Moisés Mendes

Jair Bolsonaro durante participação em evento em Goiânia, 04/04/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Por Moisés Mendes*

Passou por debaixo das pernas dos editores dos jornalões a nova ameaça feita por Bolsonaro, outra vez com o uso da imagem da ponta da praia. Foi mais uma frase acrescentada ao que as corporações de mídia tratam como banalidades da extrema direita.

Como se fosse o chefe de uma facção alertando os inimigos, Bolsonaro disse em entrevista a uma TV de Santa Rosa, na zona da soja bolsonarista do Rio Grande do Sul, no dia 6:

“Se tirar do governo a bandeira que ele defende agora, de que ‘salvamos a democracia’... salvou a ponta da praia, pô. Se tirar isso dele, o que sobra do Lula?”

Se fosse preciso traduzir, Bolsonaro resumiu o que teria sido a grande missão de Lula: evitar que ele, Bolsonaro, cumprisse com a ameaça feita uma semana antes do segundo turno, em 2018.

Falando pelo celular, em transmissão em vídeo para uma aglomeração na Avenida Paulista, no dia 22 de outubro, Bolsonaro avisou:

“Perderam em 2016 e vão perder na semana que vem de novo. Só que a faxina será muito mais ampla. Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós, ou vão para fora ou vão para a cadeia. Petralhada, vai tudo vocês pra ponta da praia”.

A ponta da praia era a referência ao assassinato de inimigos da ditadura no entorno de um quartel da Marinha na Restinga da Marambaia, na zona oeste do Rio. Qualquer lugar clandestino, usado para a matança de perseguidos políticos, passou a ser a ponta da praia.

O que Bolsonaro disse em Santa Rosa é que a única bandeira de Lula hoje seria a salvação dos que escaparam da ponta da praia. Não lá na ditadura, mas agora, se a extrema direita tivesse continuado no poder, por eleição ou por golpe.

Lula salvou a democracia e os que poderiam, num segundo mandato bolsonarista, ver cumprida a promessa feita no discurso transmitido para a Paulista em 2018. Porque Bolsonaro 2 seria no Brasil o que Trump 2 será nos Estados Unidos.

É assim, com a tática de conceder entrevistas ameaçadoras quase diárias, que Bolsonaro espera manter a intensidade da tática dos golpistas. Disseminar o medo e avisar que, assim como o trumpismo voltou, eles também podem voltar.

Alexandre de Moraes deve ouvir todos os dias, pela voz de Bolsonaro ou dos filhos e de seus cúmplices, que ele pode retornar. É preciso meter medo em Moraes, em Lula, em jornalistas, no Ministério Público, nos advogados que ainda resistem dentro da OAB colaboracionista, nos professores, políticos, padres, estudantes, sindicalistas, líderes comunitários.

E os manés que metam medo nos vizinhos, colegas, parentes e conhecidos. Bolsonaro está avisando que não desiste, porque acredita no imponderável, no fato novo, no tempo que favorece os criminosos e na interferência de Trump. Está certo de que Trump irá emparedar Alexandre de Moraes.

A fragilização física de Lula vai encorajar Bolsonaro a ir em frente. Essa semana, por recomendação do que sobra de racionalidade, está mais quieto. Mas voltará a atacar, se sentir que Lula pode ficar fora do jogo de 2026.

A obsessão com a ponta da praia, que Bolsonaro já citou outras vezes, além daquele 22 de outubro, explica os planos dos golpistas que pretendiam matar Lula, Moraes e Alckmin e as movimentações de fascistas que se rearticulam no interiorzão. Porque os manezinhos foram alcançados, mas os manezões continuam impunes e ativos, principalmente os endinheirados.

Bolsonaro precisa manter a base atenta e organizada em torno dessa mensagem: a impunidade assegura, como assegurou a Trump, a possibilidade de retorno ao poder.

Não para fazer o que fizeram no primeiro governo, mas para aperfeiçoar métodos de perseguição e para que se cumpra o aviso de que qualquer ponta da praia pode voltar a ser o cenário de assassinatos e de todo tipo de crueldade.

Mas só os fracos continuarão recolhidos e omissos e não reagirão às ameaças de Bolsonaro e seus asseclas.  

*Via Brasil247

12 dezembro 2024

COLUNA PRESTES: 100 ANOS! - De 13 a 15/12, em Santo Ângelo/RS

 


*No Memorial - Todxs lá!!!

'Procedimento foi um sucesso', diz médico de Lula sobre intervenção em artéria

“O procedimento foi um sucesso, acabou, e o presidente está acordado e falando”, disse o médico Roberto Kalil Filho

    Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

247* - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou por um novo procedimento para bloquear um sangramento no cérebro na manhã desta quinta-feira (12). A intervenção foi realizada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e durou menos de uma hora. Segundo o médico pessoal do presidente, o cardiologista Roberto Kalil Filho, a cirurgia foi concluída “com sucesso”. “O procedimento foi um sucesso, acabou, e o presidente está acordado e falando”, disse Kalil, de acordo com a CNN Brasil.

A necessidade de uma nova cirurgia foi identificada após uma reunião da equipe médica na madrugada de terça-feira (10). Na ocasião, a primeira-dama, Janja Lula da Silva, foi informada sobre o quadro de saúde do presidente, os detalhes do procedimento realizado e a possibilidade de uma nova intervenção para complementar o processo de drenagem e evitar novos episódios de sangramento.

Depois de monitoramento contínuo e mais de 48 horas de observação, a junta médica decidiu realizar a intervenção para reforçar o bloqueio nas artérias cerebrais afetadas. Segundo especialistas, o objetivo era evitar a formação de novos vasos sanguíneos que pudessem provocar novas hemorragias.

De acordo com o neurologista João Brainer, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o procedimento consiste em aplicar uma espécie de “cola” nas artérias mais superficiais do cérebro. Isso evita a formação de novos vasos sanguíneos, processo conhecido como “neangiogênese”, que pode aumentar o risco de recorrência do sangramento.

“[O procedimento] é feito para colocar uma espécie de cola nessas artérias que ficam na parte mais superficial do cérebro, não propriamente no cérebro. Isso diminui a chance de um novo sangramento de origem venosa”, explicou Brainer.

Lula foi internado inicialmente na unidade do Hospital Sírio-Libanês em Brasília na segunda-feira (9), após relatar desconforto na região da cabeça. Exames de imagem realizados ainda na capital federal revelaram a presença de uma hemorragia intracraniana, levando à transferência para São Paulo, onde foi submetido à primeira cirurgia de emergência.

Desde então, o presidente tem recebido cuidados intensivos e monitoramento constante. A equipe médica afirmou que a recuperação de Lula está evoluindo de maneira satisfatória, embora siga em observação para evitar possíveis complicações futuras. 

09 dezembro 2024

Cem Anos de Solidão é história da América Latina

Guia para entender o livro Cem Anos de Solidão, uma das obras mais importantes da história da literatura


Cem Anos de Solidão é o livro em espanhol mais importante desde Don Quixote. Foto: Vitória Machado / TVT News

Você já leu Cem Anos de Solidão? Conseguiu caminhar pelas histórias e nomes que se repetem? Veja, com a TVT News, este guia para entender o livro Cem Anos de Solidão, maior obra de Gabriel García Márquez e que ganha adaptação para as telas com a série da Netflix.

Qual é a história de Cem Anos de Solidão?

Cem Anos de Solidão narra a história da família Buendía em torno da cidade de Macondo. O período da história dura cerca de cem anos. O livro foi escrito pelo escritor colombiano Gabriel García Márquez, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 1982, vendeu mais de 50 milhões de cópias e foi traduzido para 40 idiomas.

Para o Doutor em Comunicação e Semiótica, o jornalista Rinaldo Gama, no prefácio da 48ª edição do romance, o colombiano Gabriel García Márquez é o último grande contador de histórias do século XX — e, até prova em contrário, da própria literatura ocidental”.

O escritor colombiano Conrado Zuluaga, editor da coletânea A Caminho de Macondo, que reúne as publicações que antecederam Cem Anos de Solidão, o romance que foi “concebido por um autor que parecia tocado pelos deuses, [e] foi considerado, já a partir da primeira edição, como um dos maiores romances em língua espanhola desde Dom Quixote”.

A história da família Buendía em Macondo durante cem anos. Este parece ser um enredo simples para uma das obras mais geniais da Literatura mundial, tanto pela qualidade estética e primor na escolha das palavras e da narração, como pelas várias interpretações que o livro desperta. (...)

*CLIQUE AQUI para continuar lendo (na íntegra) a postagem de Alexandre Barbosa na TVT

06 dezembro 2024

Congresso retoma pautas contra o Brasil

 

   CCJ (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Por Reimont Otoni*

Acuada pelas investigações contra os golpistas, a extrema-direita tenta usar o Congresso Nacional para desviar a atenção da sociedade dos crimes cometidos contra a Democracia. 

A intenção é óbvia – paralisar o governo Lula, interromper a extraordinária curva de crescimento da economia do país, gerar insegurança jurídica e semear o caos, que é o que sabem fazer. Por esse caminho tão prejudicial ao país querem criar uma realidade paralela e lançar uma cortina de fumaça sobre as provas que emergem contra Bolsonaro e seus cúmplices. Soa como uma espécie de golpe para encobrir o golpe.

Em curto espaço de tempo, parlamentares extremistas colocaram em pauta projetos já rejeitados pela sociedade e até inconstitucionais, como o da privatização das praias, o da volta do voto impresso e o que impõe uma asfixia ao BNDES e prejudica centenas de empresas brasileiras, tornando obrigatória a aprovação, pelo Legislativo, de cada um dos inúmeros contratos de exportação de bens e serviços a serem apoiados pelo banco de fomento. Em um exercício abstrato, imaginem os danos que isso poderia causar, em um cenário como o que temos hoje, quando as exportações do país batem recorde e alcançam US$ US$ 312,27 bilhões, de janeiro a novembro.

Pois a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados acaba de aprovar esse bizarro e prejudicial projeto. 

As ameaças à economia são flagrantes. Tudo isso acontece quando o governo Lula soma os melhores resultados – no terceiro trimestre, o PIB brasileiro superou o dos EUA e empatou com o da China, com crescimento de 4% na comparação ao mesmo período de 2023; o nível das reservas internacionais atingiu o maior patamar em cinco anos, fechando setembro em US$ 372 bilhões. Com a atuação decisiva do nosso governo, o Mercosul  e a União Europeia acabam de firmar acordo comercial, após 25 anos de impasse.

Mas vamos falar das pessoas, que é para onde devem convergir todas as políticas públicas. Em novembro, o Brasil bateu recorde de emprego, com 103,6 milhões de ocupados; indústria, construção e serviços são as maiores responsáveis pela alta histórica. O número de jovens que não estudam nem trabalham é o MENOR da série histórica do IBGE. Só em 2023, 8,7 milhões de pessoas deixaram de viver abaixo da linha da pobreza.

É contra isso que a extrema-direita se comporta, é contra as conquistas do povo brasileiro. São patriotas de araque, trabalhando contra o Brasil.

A luta é cotidiana e exige a nossa união na defesa da Democracia e dos interesses do país e do nosso povo. É fundamental que todas e todos acompanhem e pressionem os parlamentares. É fundamental mantermos a vigilância sobre as movimentações no Congresso Nacional e mostrar que estamos mobilizados. No dia 10 de dezembro, estaremos novamente nas ruas para defender a Democracia e a nossa soberania. No Rio, haverá ato no Largo da Carioca, às 16hs, e na Praça XV, às 18hs. Vamos a eles, juntas e juntos.

*Deputado federal (PT-RJ), vice-líder do PT na Câmara e membro da Comissão de Trabalho - Fonte: Brasil247