O projeto favorece a impunidade e a degradação ambiental, comprometendo o futuro das próximas gerações, diz nota da CUT*
Blog do Júlio Garcia
17 julho 2025
Câmara aprova PL da Devastação. Veja quais são os riscos que o Brasil corre
14 julho 2025
Lutas - Para uma reflexão sobre o PED 2025
Por Cristiano Junta*
1- A pedido da Redação apresento alguns elementos de reflexão para um futuro balanço, com as informações irregulares que dispunha.
2- Em primeiro lugar, falta a votação de Minas Gerais, para um verdadeiro balanço. O PED-MG foi adiada para este domingo dia 13, pelo que entendi, por uma disputa nas cúpulas sobre a regra do depósito do pagamento estatutário, o que levou um dos lados a recorrer à justiça. Mas isso já seria depositar o partido nas mãos da justiça da classe dominante e aí este setor perdeu o grão de razão que podia ter. Em consequência, a deputada federal Dandara (RS, Tribo, MPT e divisão do CNB) ficou fora da disputa pela presidência estadual. Ela tinha uma grande dívida com o PT, é verdade, mas vazou há vários outros parlamentares com dívidas até maiores, mas não candidatos, o que não é motivo para que continuem na sombra.
Estão no pleito em MG o professor Juanito (Virar à Esquerda-DAP), Esdras (avulso independente) e a deputada Leninha (CNB, apoiada pelo resto das tendências com assento no DN).
3- Alguns dados: a totalização (sem MG) apurou 471.089 votos, sendo 434.066 válidos, o que é 50% de votos à mais do que no PED anterior, em 2019 (descontando MG), quando votaram no total 350 mil, sendo 300 mil válidos. A previsão que ouvi entre dirigentes do partido oscilava de 400 e 450 mil. Com a expectativa de entrarem 40 mil votos de MG, domingo, passaríamos para o recorde de 500 mil votos!
O PT estaria tão bem assim? Não foi o que falaram os candidatos à presidente na campanha, inclusive o vencedor Edinho, candidato de Lula.
Haverá muitos balanços deste PED. Haverá o balanço de Edinho que emplacou 73% dos votos (antes de MG). Rui Falcão estava com 11, 3%, Romênio com 10,7% e Valter Pomar 4,66%. É provável que Edinho e a CNB sejam os maiores beneficiários da onda de votos maior que a prevista.
Haverá também balanços que incluirão o impacto, ao longo período de 2019 para cá, do crescimento do Fundo Partidário para 153 milhões de reais, do grande crescimento do Fundão Eleitoral para 620 milhões de reais distribuídos pela oligarquia dirigente de cima para baixo e, finalmente, da explosão das emendas parlamentares distribuídas pelos próprios, no valor de 50,4 bilhões de reais.
A coisa chegou a um ponto que neste PED houve locais de votação onde assessores parlamentares (profissionais) controlavam o comparecimento baseados na atribuição de emendas na área ou, então, nos adesivos que “carimbavam” o eleitor na fila. Ai de quem não entregasse o comprometido! Embora outras tendências também tenham parlamentares com emendas – eu não vi elas questionar -, é claro que a mais bem relacionada com a cúpula do Congresso e nos Ministérios é a CNB.
O DAP sabia que não tinha, nem pretende ter, condições para disputar em pé-de-igualdade neste terreno.
4- Mas o PT não é só PED. O DAP deve se orgulhar da campanha que fez, na minha opinião, pelos debates e pelas novas relações estabelecidas, e inicia agora um balanço que deve ser cuidadoso e detalhado.
A totalização publicada pela SORG nos atribui 5103 votos, ou 1,18% dos válidos. Com MG podemos superar o total de 6850 votos que tivemos em 2019.
Agora atenção antes de fazermos contas da representação e comparações nas instancias nacionais. Devemos lembrar que a degradação do cenário institucional (Fundão etc.) foi acompanhada da alteração, uma degradação também das regras do PED deste ano. Entre outras mudanças para pior, está a eleição “direta” – sem real discussão entre as centenas de milhares de eleitores – para todos os cargos nacionais.
Ora, em 2019, se elegeram nas urnas delegados aos Encontros Estaduais, os quais elegeram aí os delegados nacionais, que, então, no Encontro Nacional elegeram o Diretório e a Executiva. Foi só assim que o DAP, começando com 2,15% dos 300 mil votos em urna, pode conquistar, pela discussão com algumas centenas de petistas nos Encontros Estaduais, mais delegados no Encontro Nacional, chegando a 2,6%, o que deu um membro na CEN e três no DN.
5- Agora vamos ao que deveria ter começado esta nota, a avaliação política. Ainda vamos discutir nas instâncias do DAP, a rapidíssima evolução da situação do país nas últimas semanas e, pé no chão, o tamanho do seu efeito no PED.
Há dois meses, quando o governo adotou um decreto elevando o IOF, a situação evoluiu para um conflito aberto entre o governo, o Congresso e os capitalistas contrários à medida, de um lado. E de outro lado, houve a elevação da temperatura no julgamento de Bolsonaro e dos generais golpistas no STF. Ficou configurada a resistência à taxação dos super-ricos, ao lado do alinhamento com os bolsonaristas contra o governo. Finalmente, 72 horas depois do PED, veio o ataque imperialista de Trump que terminou de dar uma tonalidade popular antiimperialista à situação.
Constatamos que tudo parece, repetimos parece, ir a desejada “virada à esquerda”, pois se opõe as forças populares que sustentam Lula, à extrema direita vende-pátria e aos setores patronais que temem mais a mobilização popular do que a humilhação nacional e mesmo um certo prejuízo. Esta situação nova não caiu do céu, vinha se preparando de antes das ameaças de Trump. Ou seja, ricos contra pobres, Lula versus reação, “esquerda contra direita”. Uma reflexão necessária é saber como isso influenciou no animo dos petistas no dia 6.
Esta reflexão somado a muitos outros elementos devem ser devidamente pesados e apreciados numa avaliação mais consistente do PED.
*Cristiano Junta, membro da Coordenação Municipal do DAP São Paulo. - Fonte: Diálogo e Ação Petista - DAP
SOBERANIA - ‘Aqui quem manda é a gente’: governo Lula lança vídeo ‘Brasil soberano’ reagindo à taxa Trump-Bolsonaro
Divulgada neste domingo (13), peça publicitária tem símbolos nacionais e diz ‘não mexe com o meu Brasil’
"O Brasil é dos brasileiros e se escreve com S, de Soberania. Nunca seremos Brazil", diz post do governo federal - Sergio Lima/ AFP
O governo Lula (PT) lançou neste domingo (13) um vídeo institucional que integra campanha publicitária em resposta ao anúncio de Donald Trump de imposição de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos a partir de 1º de agosto. Sob o mote Brasil soberano, a peça de 30 segundos foi divulgada nas redes sociais e deve ir, nos próximos dias, para a rádio e a TV.
Mesclando cenas rápidas que fazem referência ao povo brasileiro e a setores do agronegócio – como de um homem negro com um pandeiro, gados em um pasto, maquinário agrário, uma mulher branca com um avental, futebol e cores nacionais sendo pintadas em um rosto – o vídeo foi preparado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), sob comando do ministro Sidôneo Palmeira.
“Não mexe com o meu Brasil, viu”, diz sorrindo, uma criança em uma laje. “O Brasil é um país soberano. E um país soberano é um país independente, que respeita suas leis. Um país soberano protege seu povo e sua democracia. Um país soberano não baixa sua cabeça para outros países”, afirma, em off, a narração da peça publicitária.
“Ser contra a nossa soberania é ser contra o Brasil”, afirma o vídeo, se referindo, sem citar, a família Bolsonaro, que se apresenta como articuladora da taxação estadunidense, como forma de chantagem pela anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de Estado na virada de 2022 para 2023. “É, my friend, aqui quem manda é a gente”, diz outro trecho da gravação, finalizando com “o Brasil é dos brasileiros”.
Com os impactos à economia – as exportações aos Estados Unidos representam cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro – e a incoerência com o discurso nacionalista, especialistas ouvidos pelo Brasil de Fato consideram que a retaliação estadunidense pode ter sido um tiro no pé da extrema direita do país.
O Palácio do Planalto, que já vinha em uma campanha de comunicação pela taxação dos super-ricos em resposta à derrubada do Congresso Nacional da proposta de alteração na alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), ganha mais corpo no discurso de combate a privilégios por justiça tributária.
Estratégia de comunicação do governo
O governo federal pretende associar a desigualdade social e o desrespeito à soberania econômica e judiciária do país à imagem de Donald Trump, da família Bolsonaro e seus apoiadores. Entre eles, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), possível candidato à presidência em 2026.
Sob o comando de um dos estados cujo setor produtivo será dos mais impactados pela tarifa de 50%, Tarcísio afirmou em rede social que “Lula colocou sua ideologia acima da economia, esse é o resultado”. O governador disse, ainda, que “não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa”. Depois, no entanto, resolveu amenizar o tom. Agora, pede o recuo da taxa e fala em “união nacional”.
A abordagem pública do governo federal sobre o tema começou a ser traçada já na última quarta-feira (9), logo após o anúncio de Trump. Em reunião ministerial, foi descartada que a resposta ficasse apenas por conta do Itamaraty. Seguindo proposta da Secom, a reação ao que foi considerado um ataque às instituições brasileiras seria encabeçada pelo presidente Lula, sem um pronunciamento oficial na TV, mas com entrevistas à imprensa.
Na próxima semana, uma pesquisa encomendada pelo Palácio do Planalto deve medir a avaliação de Trump entre a população brasileira, para nortear os próximos passos da estratégia de comunicação.
Assista ao vídeo:
10 julho 2025
Política e Economia - Leia na íntegra resposta de Lula a Trump
Presidente afirmou que Brasil é soberano, que não aceita ser tutelado e usará lei de reciprocidade contra sobretaxas dos EUA
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva respondeu a carta de seu homólogo norte-americano Donald Trump sobre imposição de sobretaxas aos produtos brasileiros. O petista promete reagir e critica “ingerência” do republicano.
Entenda o caso: Lula reage contra imposição dos EUA
Lula afirmou que o Brasil é um país soberano e que não aceita ser tutelado. A reação, segundo o governo, será por meio da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica.
Leia resposta na íntegra:
Tendo em vista a manifestação pública do presidente norte-americano Donald Trump apresentada em uma rede social, na tarde desta-quarta (9), é importante ressaltar:
O Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém.
O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais.
No contexto das plataformas digitais, a sociedade brasileira rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes, discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática.
No Brasil, liberdade de expressão não se confunde com agressão ou práticas violentas. Para operar em nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras estão submetidas à legislação brasileira.
É falsa a informação, no caso da relação comercial entre Brasil e Estados Unidos, sobre o alegado déficit norte-americano. As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit desse país no comércio de bens e serviços com o Brasil da ordem de 410 bilhões de dólares ao longo dos últimos 15 anos.
Neste sentido, qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica.
A soberania, o respeito e a defesa intransigente dos interesses do povo brasileiro são os valores que orientam a nossa relação com o mundo.
*Com a Redação do site Opera Mundi
09 julho 2025
A chance de ouro de eleger um Congresso mais voltado para o povo
Pode estar chegando a hora de mandar para casa um monte de parlamentares desqualificados da extrema-direita
Urna eletrônica (Foto: Antonio Augusto/Ascom/TSE)
Por Bepe Damasceno*
Câmara dos Deputados e Senado Federal de imensa maioria conservadora, onde o Centrão e a extrema-direita dão as cartas e focam sua atuação no interesse dos ricos, em detrimento da grande massa de pobres e da classe média. Esse parecia ser um dado cristalizado da realidade, fadado a permanecer por muitos e muitos anos.
Só parecia, porque, ainda bem, política não é ciência exata. Estamos diante de um momento histórico. Surge no horizonte a possibilidade concreta de, finalmente, as forças progressistas mudarem a correlação de forças no Congresso Nacional, elegendo um número maior de parlamentares para as duas Casas.
Fatos políticos inesperados às vezes têm o condão de provocar um terremoto na conjuntura. É o caso da forte reação nas redes sociais desencadeada depois da derrubada pelo Congresso do pequeno aumento do IOF proposto pelo governo, para fazer um mínimo de justiça tributária e equilibrar as contas públicas.
Na mesma toada, deputados e senadores derrubaram um veto do presidente da República, que terá como consequência o aumento das contas de luz, sentaram em cima do projeto do governo que isenta de pagamento de IR quem ganha até R$ 5 mil e aprovaram o aumento do número de deputados.
Pronto, a panela de pressão explodiu nas redes sociais, com um turbilhão incontrolável de vídeos, memes, curtidas, comentários e compartilhamentos denunciando "o Congresso inimigo do povo", " o Congresso da mamata", "Hugo nem se importa", "chegou a vez do povo", etc.
Pela primeira vez, a esquerda ganhou de lavada uma batalha virtual com a extrema-direita, com reflexos positivos inclusive na popularidade do presidente Lula, como mostram os levantamentos feitos pelo Palácio do Planalto, os trackings.
O alvo da ira das pessoas é justamente o caráter de classe do Legislativo e sua insensibilidade social, o que cria uma chance de ouro para o PT e aliados aumentarem suas bancadas na eleição de 2026.
Pode estar chegando a hora de mandar para casa um monte de parlamentares desqualificados da extrema-direita, que cobrem de vergonha o Poder Legislativo; de não reeleger as dezenas de "sargentos", "coronéis", "delegados" e "capitães" da bancada da bala e derrotar lobistas do rentismo, do latifúndio e do fundamentalismo religioso.
Para que isso aconteça, no entanto, a esquerda tem que agir com sabedoria, conferindo importância para as eleições proporcionais equivalente ao pleito para o Executivo. Em termos práticos, isso quer dizer mais recursos materiais, campanha eficiente nas redes e tempo de TV privilegiado para os puxadores de voto.
Também não se pode errar na escolha das chapas de candidatos. Será preciso convencer as lideranças do PT e de outros partidos do campo popular, pessoas com prestígio, popularidade, densidade e potencial eleitoral a se lançarem para a Câmara e o Senado, além de artistas e pessoas conhecidas da sociedade.
Uma especial atenção deve ser dada à eleição para o Senado. É ali que a extrema-direita planeja fazer maioria para sabotar a democracia, manietando o STF e votando até impeachment de juízes da Suprema Corte.
*Jornalista - via site Brasil247
02 julho 2025
Ode ao Dous de Julho
27 junho 2025
"Lula deveria desmontar todo o ministério desta coesão inexistente"
247* - A colunista Hildegard Angel, do Brasil 247, foi às redes sociais nesta quinta-feira (26) e defendeu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “desmonte” ministérios cedidos ao centrão em nome de uma coesão que, hoje, se revela "inexistente”. A reação ocorre poucas horas depois de o Congresso derrubar o decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), impondo a Lula uma grande derrota fiscal.
“Lula deveria desmontar esse ministério de uma coesão inexistente, enviar para o Congresso todas as reformas necessárias, sem suavizar nada, sem contemporizar, e o Congresso que faça o habitual serviço sujo e fique ainda mais desmoralizado. O que estão fazendo com Lula chama-se ‘fritura’ no jargão político. Quando o óleo estiver a 180°, eles aprontam um impeachment cabuloso”, escreveu Hildegard.
Hildegard defende que Lula encaminhe um pacote de reformas estruturais – política, tributária e administrativa, por exemplo – e deixe que deputados e senadores arquem com o desgaste de possíveis cortes ou ajustes.
O revés no IOF foi retumbante: a Câmara aprovou o Projeto de Decreto Legislativo por 383 votos a 98, e o Senado confirmou a anulação em votação simbólica. Segundo levantamento da CNN Brasil, 63% dos votos pela derrubada vieram de partidos que ocupam ministérios, como MDB, PSD, União Brasil, PP e Republicanos, sinalizando o esfacelamento da base aliada. Apenas Psol, PCdoB e Rede votaram integralmente com o governo.
A derrota compromete o plano do Ministério da Fazenda de reforçar a arrecadação em 2025 – a equipe econômica calculava levantar até R$ 10 bilhões com a alta do IOF. Agora, o governo estuda alternativas para tapar o rombo sem prejudicar a meta fiscal.
Nos bastidores, líderes governistas reconhecem que a estratégia de distribuir ministérios em troca de votos não garantiu fidelidade. A avaliação é que o governo terá de reorganizar o núcleo político, estabelecendo prioridades claras e mobilizando militância e opinião pública para pressionar o Parlamento – exatamente o que Hildegard sugere ao defender “desmontar” a atual configuração de poder.
*Fonte: Brasil247