20 novembro 2025

Negritude viva: de Zumbi à consciência negra

 

   Foto: Luiza Castro/Sul21

Por Denise Pessôa (*)

O 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo do país e símbolo da resistência à escravidão, nos lembra que a luta por liberdade, dignidade e igualdade é histórica e permanente. É o momento de reafirmar que a Câmara dos Deputados deve avançar na análise de projetos que combatam o racismo, garantindo políticas públicas que promovam justiça social para o povo negro.

O Brasil ainda não reconhece plenamente a centralidade da população negra na construção de sua história, cultura e economia. Apesar de sermos parte essencial do país, ainda enfrentamos barreiras para ocupar os espaços de poder, decisão e memória que nos pertencem.

Como deputada federal, atuo para que políticas previstas em lei cheguem de fato à população negra. No governo Lula, a retomada e fortalecimento de políticas de igualdade racial já geram impactos positivos e criam oportunidades. A Lei Aldir Blanc, com editais que incluem recorte racial, garante que artistas e espaços culturais afro-brasileiros tenham acesso a recursos. A Lei de Cotas nas Universidades Federais reserva vagas para estudantes negros, promovendo inclusão no ensino superior.

Ser antirracista não é apenas condenar o ódio: é garantir dignidade e acesso. É assegurar que a juventude negra tenha direito à vida, que os terreiros sejam reconhecidos e quilombos titulados, que mulheres negras tenham igualdade e que a história afro-brasileira seja ensinada e valorizada com orçamento público garantido.

Atuo com firmeza nesse compromisso: propondo reeducação de agressores em crimes de racismo e acolhimento às vítimas, a expansão de recursos que fortalecem a luta negra nos territórios, como formação de lideranças, economia solidária e projetos culturais.

A negritude precisa ser reconhecida como parte viva, potente e central do Brasil. Nas universidades, escolas, cultura, fé e espaços de decisão, a população negra deve ocupar todos os lugares que lhe pertencem. É por ela que sigo com firmeza, compromisso político e profundo respeito aos nossos ancestrais.

(*) Deputada Federal (PT/RS) e presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados - Fonte: Sul21

19 novembro 2025

Governadores sob pressão: as conexões políticas no escândalo Banco Master

O episódio desnuda algo que há anos se repete no sistema financeiro brasileiro: a socialização das perdas e a privatização dos ganhos

Banco Master (Foto: Divulgação)

Por Florestan Fernandes Jr*

A operação Compliance Zero, que atingiu toda a cúpula do Banco Master, expõe mais do que um caso isolado de descontrole ou má gestão; revela um padrão de relações perigosas entre instituições financeiras privadas e bancos públicos que deveriam servir ao interesse coletivo, não ao resgate de grupos específicos.

As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal apontam um cenário que, se confirmado, é gravíssimo: emissão de R$ 50 bilhões em CDBs sem lastro, uso de ativos inexistentes para simular liquidez e a participação de dirigentes do Banco de Brasília (BRB) em transações que chegaram a movimentar R$ 12,2 bilhões sem documentação adequada. Tudo isso no exato período em que o BRB tentava comprar o próprio Banco Master, operação que foi barrada pelo Banco Central.

O que emerge desses fatos é a suspeita de que recursos de um banco público teriam sido usados para socorrer uma instituição privada que afundava em sua própria crise de liquidez. Entre 2024 e 2025, o BRB teria injetado R$ 16,7 bilhões no Master, um valor que em qualquer país sério seria motivo para abrir imediatamente CPIs, afastamentos e responsabilizações administrativas.

E o problema não para aí. O caso alcança também o Rioprevidência, fundo responsável pelas aposentadorias de servidores do Rio de Janeiro, que aplicou R$ 2,6 bilhões em fundos ligados ao Master, mesmo diante de alertas do Tribunal de Contas do Estado. O risco era claro, mas foi ignorado. E quando um fundo previdenciário, que administra o futuro de milhares de famílias, toma decisões temerárias, a pergunta que se impõe é: quem estava sendo protegido? Certamente, não o servidor público.

O episódio desnuda algo que há anos se repete no sistema financeiro brasileiro: a socialização das perdas e a privatização dos ganhos. Recursos públicos, diretos ou indiretos, acabam absorvendo prejuízos que deveriam recair exclusivamente sobre quem tomou decisões arriscadas, opacas ou fraudulentas. Com a palavra, os governadores bolsonaristas Claudio Castro e Ibaneis Rocha.

É urgente que o caso seja investigado com a máxima transparência. Que haja responsabilização política, administrativa e criminal.

O escândalo do Banco Master e do BRB não é apenas um problema financeiro. É um alerta sobre governança, sobre o uso do dinheiro público e sobre o limite, já ultrapassado, da tolerância nacional com esquemas que colocam o interesse privado acima do coletivo.

No fim, a intervenção e a liquidação extrajudicial do Banco Master não encerram o problema; certamente a liquidação levará muitos anos. O importante é que cada etapa desse processo seja conduzida com absoluta transparência. Que os culpados sejam identificados, que os arranjos escusos entre dirigentes públicos e interesses privados venham à luz e que o dinheiro dos servidores, dos contribuintes e das instituições públicas seja recuperado.

*Via Brasil247

11 novembro 2025

Último concerto de VíCTOR JARA


Nascido numa família de camponeses, Jara se tornou um reconhecido diretor de teatro, dedicando-se ao desenvolvimento da arte no país, dirigindo uma vasta gama de obras locais, assim como clássicos da cena mundial. Simultaneamente, desenvolveu uma carreira no campo da música, desempenhando um papel central entre os artistas neo-folclóricos que estabeleceram o movimento da Nueva Canción Chilena, que gerou uma revolução na música popular de seu país durante o governo de Salvador Allende. Também era professor, tendo lecionado Jornalismo na Universidade do Chile.

Logo após o golpe militar de 11 de setembro de 1973, Jara foi preso, torturado e fuzilado. Seu corpo foi abandonado na rua de uma favela de Santiago [Chile].[2]

Em Portugal há uma banda musical chamada Brigada Victor Jara, em homenagem ao ativista chileno.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/

10 novembro 2025

SUSTENTABILIDADE - Lula na abertura da COP30: "É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas"; vídeo

 


Presidente Lula fez uma dura crítica aos "negacionistas", que "controlam algoritmos, semeiam o ódio, espalham o medo": "A COP30 será a COP da verdade".

*CLIQUE AQUI para ler (e ver) na íntegra (via Revista Fórum)

08 novembro 2025

‘Mundo está distante de atingir meta do Acordo de Paris’ reconhece Lula na Cúpula do Clima

No segundo dia do encontro, presidente afirma que faltam esforços para manter o aquecimento global em 1,5ºC

O que nos cabe perguntar hoje é: estamos realmente fazendo o melhor possível? A resposta é: ainda não”, declarou Lula - Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

O presidente Lula (PT) assumiu que, no atual ritmo de mitigação da crise climática, os governos estão longe de manter o aumento da temperatura global em 1,5ºC.

“O que nos cabe perguntar hoje é: estamos realmente fazendo o melhor possível? A resposta é: ainda não”, declarou Lula, na sessão 10 anos do Acordo de Paris: Contribuições Nacionalmente Determinadas e Financiamento, na tarde desta sexta-feira (7), no segundo e último dia da Cúpula do Clima, em Belém, capital do Pará.

O presidente lembrou que 100 países, representando quase 73% das emissões globais, apresentaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), conjunto de ações para a redução das emissões nacionais e para a adaptação aos impactos das alterações climáticas. As metas, no entanto, ficam longe do esperado para os bons resultados na contenção do avanço da crise climática.

“Em sua maioria, as novas NDCs avançaram ao abranger todos os setores econômicos e todos os gases do efeito estufa. Mas o planeta ainda caminha para um aquecimento de cerca de dois graus e meio”, afirmou Lula.

Em vigor desde novembro de 2016, o Acordo de Paris é um tratado internacional adotado por 195 Partes na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), em Paris, França, em 2015. O acordo se baseia no entendimento de que cada país fará o melhor que estiver ao seu alcance para evitar o aumento das temperaturas em mais de 1,5ºC.

Até o momento, no entanto, nada indica que isso será possível. “Fazer da COP30 a ‘COP da verdade’ implica em reconhecer a ciência e os inegáveis progressos. Significa, entretanto, admitir uma verdade desagradável: o mundo ainda está distante de atingir o objetivo do Acordo de Paris”, afirmou o presidente.

Em sua fala, Lula reforçou o objetivo de que o encontro em Belém seja um ponto de virada nas projeções mais catastróficas. “Isso significa não apenas implementar o que já foi acordado, mas também adotar medidas adicionais capazes de preencher a lacuna entre a retórica e a realidade. Por isso, é fundamental que saiamos da COP30 com o compromisso de acelerar o alinhamento de nossas NDCs à Missão 1.5 com a qual nos comprometemos em Dubai”, declarou o presidente.

Na COP28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em 2023, as partes realizaram a conclusão do primeiro “balanço global” dos esforços mundiais para combater a crise climática a partir do que foi estabelecido pelo Acordo de Paris. O diagnóstico apontou para um progresso muito lento em todas as áreas da ação climática, desde a redução das emissões de gases de efeito estufa até o fortalecimento da resiliência às mudanças climáticas e o fornecimento de apoio financeiro e tecnológico às nações vulneráveis.

Diante das péssimas projeções, os participantes responderam com uma decisão sobre como acelerar a ação em todas as áreas até 2030.

“As exigências crescentes de adaptação vão requerer esforço ainda maior de financiamento. Sem incluir o capital privado, a conta não fechará”, pontuou o presidente.

Realizada nos dias 6 e 7 de novembro de 2025, a Cúpula do Clima antecede a COP30 e é um espaço de debates entre representantes de Governo que abordam temas como clima e natureza, transição energética e os diferentes impactos das tragédias climáticas na humanidade.

07 novembro 2025

05 novembro 2025

Foco tem que ser nos cabeças do crime organizado, diz Lula sobre medidas de segurança pública

Presidente defendeu aprovação do PL Antifacção

Presidente Lula | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil


Da Agência Brasil*

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (4) que o governo federal está empenhado em medidas para “quebrar a espinha dorsal” de grupos que atuam no tráfico de drogas e no crime organizado. Ele defendeu a aprovação do projeto de lei que endurece penas a integrantes e líderes de facções.

“Com mais inteligência, integração entre as forças de segurança e foco nos cabeças do crime – quem financia e comanda as facções”, escreveu o presidente em uma postagem na plataforma X.

Desde 2023, segundo Lula, as ações capitaneadas pelo governo federal retiraram R$ 19,8 bilhões das mãos de criminosos, no que chamou de “maior prejuízo já imposto ao crime, enfraquecendo lideranças e redes financeiras”. O número de operações da Polícia Federal saltou, de acordo com o presidente, de 1.875, em 2022, para 3.393 em 2024. Em 2025, já são 2.922 até outubro.

Nas rodovias, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 850 toneladas de drogas em 2024.

“Para sustentar esses avanços, o governo enviou ao Congresso o PL [projeto de lei] Antifacção, que endurece as penas e asfixia financeiramente as facções; e a PEC da Segurança Pública, que moderniza e integra as forças policiais, incorpora as Guardas Municipais e garante recursos permanentes para estados e municípios”, acrescentou o presidente.

Mais cedo, Lula, que está em Belém para a Cúpula do Clima, na COP30, conversou com jornalistas de agências internacionais de notícias e afirmou que a megaoperação policial das forças policiais no Rio de Janeiro, na semana passada, foi “desastrosa”.  A incursão nos complexos de favelas da Maré e da Penha resultou na morte de 121 pessoas, incluindo quatro policiais.

*Via Sul21