26 novembro 2025

"Esse país deu uma lição de democracia ao mundo", diz Lula sobre golpistas presos

Presidente Lula reforçou que o julgamento da trama golpista não sofreu com interferências políticas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Por Leonardo Sobreira, no 247*

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (26) que a democracia brasileira saiu fortalecida após a prisão do núcleo central da trama golpista, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e militares do alto escalão do governo anterior. 

Lula reforçou que o julgamento não sofreu com interferências políticas, afirmou que a "democracia vale para todos" e relatou estar "feliz" pela maturidade do sistema democrático brasileiro, que se mostrou resiliente mesmo diante de ameaças externas sem precedentes, principalmente dos Estados Unidos. 

"Sem nenhum alarde a justiça brasileira mostrou sua força, não se amedrontou com as ameaças de fora e fez um julgamento primoroso, sem acusação da oposição, e sim da própria quadrilha. Pela primeira vez, tem alguém preso por tentativa de golpe, um ex-presidente e generais estrelados, numa demonstração de que a democracia vale para todos e não é privilégio de ninguém. É um direito de 215 milhões de brasileiros. Estou feliz porque esse país mostrou estar maduro para exercer sua democracia na mais alta plenitude", disse Lula na cerimônia de sanção do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha R$ 5 mil por mês, realizada no Palácio do Planalto, em Brasília-DF. 

"Esse país ontem deu uma lição de democracia ao mundo", afirmou Lula no evento. 

O Supremo Tribunal Federal (STF) decretou na terça-feira (25) o trânsito em julgado da ação penal contra Bolsonaro, na qual ele foi condenado a mais de 27 anos por liderar a trama golpista após as eleições de 2022. No mesmo dia, o ex-presidente passou a cumprir sua pena na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde já estava em prisão preventiva. 

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23 novembro 2025

Dignidade versus covardia

 

O presidente Lula foi para a prisão nos braços do povo, em 7 de abril de 2018, e saiu dela, em 9 de novembro de 2019, também nos braços do povo. Fotos: Paulo Pinto e Ricardo Stuckert


Por Fábio Buonavita*

Algumas coisas começam a fazer sentido para além da trama golpista — e é exatamente isso que deve estar apavorando Bolsonaro.

E aí entram as comparações inevitáveis.

Na prisão de Lula, em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, estávamos eu, Agnes Franco, meu filho João Gabriel (hoje presidente do Sindsep-SP) e muita gente que ficou ali porque Lula já tinha negociado com a PF a data e o horário para se entregar.

Mesmo injustiçado, mesmo diante de um claro caso de lawfare — que depois ficou mais do que comprovado — Lula manteve a serenidade e afirmou sua inocência.

Naquele dia, todo mundo estava disposto a resistir. Havia tensão, indignação, o sentimento de que o país estava cometendo uma violência política contra um inocente.

Mas foi o próprio Lula quem pediu calma. Ele disse que aceitaria a sentença da Justiça — mesmo sabendo que era uma farsa — porque tinha certeza de que a verdade prevaleceria. E prevaleceu.

No caminhão de som, deixou uma espécie de testamento político: Boulos, Haddad, Manuela, Gleisi… Foi uma passagem de bastão simbólica, de esperança, não de caos.

E ali, naquela fala, muita gente desabou. Nós três — eu, João e Agnes — choramos sem parar, junto da multidão que ocupava a frente da casa do deputado Barba, de onde saiu aquela foto histórica: Lula sendo carregado para dentro do sindicato, já consciente do que viria a seguir.

Houve quem defendesse fuga, exílio, qualquer saída dramática. Mas Lula não fugiu. Não se escondeu. Não pediu proteção divina para driblar a Justiça. Entrou de cabeça erguida. Foi um gesto de coragem política e de respeito ao país.

Pois é. Como não comparar?

Agora vemos Bolsonaro se enrolando nos próprios depoimentos, se incriminando sem perceber, dizendo bobagens, contradições, as mesmas bravatas de sempre — só que agora com consequências reais.

E, para completar, monta uma falsa vigília, convoca um “deus dos Exércitos” sob encomenda, prepara um teatro para criar um suposto clima de resistência e, no fundo, facilitar sua fuga. Já estava até tentando tirar a tornozeleira.

É isso.

A diferença entre Lula e Bolsonaro cabe num único parágrafo: um enfrentou a maior injustiça da vida com dignidade, o outro tenta escapar da própria culpa fabricando caos.

Além de tudo, Bolsonaro é — e sempre foi — um covarde.

*Fábio Buonavita, superintendente do Ibama em SP, membro da Executiva Frente Ampla Democrática Socioambiental (Fads) e voluntário na Feira Esquerda Livre.

Fonte: Viomundo

22 novembro 2025

Moraes cita plano de fuga e violação de tornozeleira ao ordenar prisão de Bolsonaro

Ministro do STF cita possibilidade de o ex-presidente buscar abrigo na embaixada dos EUA antes da prisão preventiva

O ministro do STF Alexandre de Moraes durante o julgamento do Núcleo 4 da trama golpista (Ação Penal 2694) - 14/10/2025 (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

247*- O ministro Alexandre de Moraes, do STF, fundamentou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com base no risco de fuga e na violação de sua tornozeleira eletrônica na madrugada de sábado (22). As informações constam em reportagem publicada originalmente pela Folha de S.Paulo, fonte à qual esta matéria credita o conteúdo utilizado.

Segundo a Folha de S.Paulo, Moraes relatou que o equipamento de monitoramento, usado por Bolsonaro desde julho, foi rompido às 0h08 de sábado (22). Para o ministro, a violação ocorreu em meio ao tumulto gerado pela vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente ao condomínio do ex-presidente, o que poderia ter sido utilizado como cobertura para uma tentativa de fuga.

Na decisão, Moraes registrou: "O Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou a esta Suprema Corte a ocorrência de violação do equipamento de monitoramento eletrônico do réu Jair Messias Bolsonaro, às 0h08min do dia 22/11/2025". O ministro acrescentou que "a informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho".

Outro ponto que pesou na determinação da prisão foi a avaliação de que Bolsonaro poderia tentar abrigo diplomático. Moraes observou que o condomínio do ex-presidente fica a aproximadamente 13 quilômetros da embaixada dos Estados Unidos, trajeto estimado em cerca de 15 minutos de carro. Ele afirmou ainda que Bolsonaro teria cogitado uma “fuga para a embaixada da Argentina, por meio de solicitação de asilo político àquele país”.

A Polícia Federal cumpriu o mandado de prisão preventiva na manhã de sábado (22), levando Bolsonaro da residência onde cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto à Superintendência da PF em Brasília. O deslocamento foi feito por um comboio com pelo menos cinco veículos, que chegou ao local por volta das 6h. A PF informou que agiu por determinação do STF, do qual Moraes é relator no processo que apura a trama golpista.

Aliados relataram que Bolsonaro apresentava soluços, mas se mantinha sereno no momento em que foi detido. Até a publicação desta matéria, sua defesa ainda não havia se manifestado publicamente.

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20 novembro 2025

Negritude viva: de Zumbi à consciência negra

 

   Foto: Luiza Castro/Sul21

Por Denise Pessôa (*)

O 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo do país e símbolo da resistência à escravidão, nos lembra que a luta por liberdade, dignidade e igualdade é histórica e permanente. É o momento de reafirmar que a Câmara dos Deputados deve avançar na análise de projetos que combatam o racismo, garantindo políticas públicas que promovam justiça social para o povo negro.

O Brasil ainda não reconhece plenamente a centralidade da população negra na construção de sua história, cultura e economia. Apesar de sermos parte essencial do país, ainda enfrentamos barreiras para ocupar os espaços de poder, decisão e memória que nos pertencem.

Como deputada federal, atuo para que políticas previstas em lei cheguem de fato à população negra. No governo Lula, a retomada e fortalecimento de políticas de igualdade racial já geram impactos positivos e criam oportunidades. A Lei Aldir Blanc, com editais que incluem recorte racial, garante que artistas e espaços culturais afro-brasileiros tenham acesso a recursos. A Lei de Cotas nas Universidades Federais reserva vagas para estudantes negros, promovendo inclusão no ensino superior.

Ser antirracista não é apenas condenar o ódio: é garantir dignidade e acesso. É assegurar que a juventude negra tenha direito à vida, que os terreiros sejam reconhecidos e quilombos titulados, que mulheres negras tenham igualdade e que a história afro-brasileira seja ensinada e valorizada com orçamento público garantido.

Atuo com firmeza nesse compromisso: propondo reeducação de agressores em crimes de racismo e acolhimento às vítimas, a expansão de recursos que fortalecem a luta negra nos territórios, como formação de lideranças, economia solidária e projetos culturais.

A negritude precisa ser reconhecida como parte viva, potente e central do Brasil. Nas universidades, escolas, cultura, fé e espaços de decisão, a população negra deve ocupar todos os lugares que lhe pertencem. É por ela que sigo com firmeza, compromisso político e profundo respeito aos nossos ancestrais.

(*) Deputada Federal (PT/RS) e presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados - Fonte: Sul21

19 novembro 2025

Governadores sob pressão: as conexões políticas no escândalo Banco Master

O episódio desnuda algo que há anos se repete no sistema financeiro brasileiro: a socialização das perdas e a privatização dos ganhos

Banco Master (Foto: Divulgação)

Por Florestan Fernandes Jr*

A operação Compliance Zero, que atingiu toda a cúpula do Banco Master, expõe mais do que um caso isolado de descontrole ou má gestão; revela um padrão de relações perigosas entre instituições financeiras privadas e bancos públicos que deveriam servir ao interesse coletivo, não ao resgate de grupos específicos.

As investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal apontam um cenário que, se confirmado, é gravíssimo: emissão de R$ 50 bilhões em CDBs sem lastro, uso de ativos inexistentes para simular liquidez e a participação de dirigentes do Banco de Brasília (BRB) em transações que chegaram a movimentar R$ 12,2 bilhões sem documentação adequada. Tudo isso no exato período em que o BRB tentava comprar o próprio Banco Master, operação que foi barrada pelo Banco Central.

O que emerge desses fatos é a suspeita de que recursos de um banco público teriam sido usados para socorrer uma instituição privada que afundava em sua própria crise de liquidez. Entre 2024 e 2025, o BRB teria injetado R$ 16,7 bilhões no Master, um valor que em qualquer país sério seria motivo para abrir imediatamente CPIs, afastamentos e responsabilizações administrativas.

E o problema não para aí. O caso alcança também o Rioprevidência, fundo responsável pelas aposentadorias de servidores do Rio de Janeiro, que aplicou R$ 2,6 bilhões em fundos ligados ao Master, mesmo diante de alertas do Tribunal de Contas do Estado. O risco era claro, mas foi ignorado. E quando um fundo previdenciário, que administra o futuro de milhares de famílias, toma decisões temerárias, a pergunta que se impõe é: quem estava sendo protegido? Certamente, não o servidor público.

O episódio desnuda algo que há anos se repete no sistema financeiro brasileiro: a socialização das perdas e a privatização dos ganhos. Recursos públicos, diretos ou indiretos, acabam absorvendo prejuízos que deveriam recair exclusivamente sobre quem tomou decisões arriscadas, opacas ou fraudulentas. Com a palavra, os governadores bolsonaristas Claudio Castro e Ibaneis Rocha.

É urgente que o caso seja investigado com a máxima transparência. Que haja responsabilização política, administrativa e criminal.

O escândalo do Banco Master e do BRB não é apenas um problema financeiro. É um alerta sobre governança, sobre o uso do dinheiro público e sobre o limite, já ultrapassado, da tolerância nacional com esquemas que colocam o interesse privado acima do coletivo.

No fim, a intervenção e a liquidação extrajudicial do Banco Master não encerram o problema; certamente a liquidação levará muitos anos. O importante é que cada etapa desse processo seja conduzida com absoluta transparência. Que os culpados sejam identificados, que os arranjos escusos entre dirigentes públicos e interesses privados venham à luz e que o dinheiro dos servidores, dos contribuintes e das instituições públicas seja recuperado.

*Via Brasil247

11 novembro 2025

Último concerto de VíCTOR JARA


Nascido numa família de camponeses, Jara se tornou um reconhecido diretor de teatro, dedicando-se ao desenvolvimento da arte no país, dirigindo uma vasta gama de obras locais, assim como clássicos da cena mundial. Simultaneamente, desenvolveu uma carreira no campo da música, desempenhando um papel central entre os artistas neo-folclóricos que estabeleceram o movimento da Nueva Canción Chilena, que gerou uma revolução na música popular de seu país durante o governo de Salvador Allende. Também era professor, tendo lecionado Jornalismo na Universidade do Chile.

Logo após o golpe militar de 11 de setembro de 1973, Jara foi preso, torturado e fuzilado. Seu corpo foi abandonado na rua de uma favela de Santiago [Chile].[2]

Em Portugal há uma banda musical chamada Brigada Victor Jara, em homenagem ao ativista chileno.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/

10 novembro 2025

SUSTENTABILIDADE - Lula na abertura da COP30: "É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas"; vídeo

 


Presidente Lula fez uma dura crítica aos "negacionistas", que "controlam algoritmos, semeiam o ódio, espalham o medo": "A COP30 será a COP da verdade".

*CLIQUE AQUI para ler (e ver) na íntegra (via Revista Fórum)