Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho e
para o Jornalistas pela
Democracia*
Ao entrar em seu sexto
mês como presidente, sem ter até agora um programa de governo, só falando e
fazendo bobagens, o capitão Bolsonaro não só destrói o presente, mas ameaça o
futuro do Brasil, um país de 208 milhões de habitantes.
Com evidentes
problemas mentais, sem similar no mundo civilizado, o ex-deputado do baixo
clero a cada dia prova mais que não tem as mínimas condições de continuar
governando o país.
Não por acaso, seus
principais alvos, no ataque sistemático às instituições e ao Estado de Direito,
são a Educação e o Meio Ambiente, áreas vitais em que se constrói e preserva o
futuro.
Bolsonaro está não só
desmoralizando as Forças Armadas como representa hoje um perigo para a
humanidade ao promover o desmatamento da Amazônia, o pulmão do mundo.
Urge que os poderes
constituídos formem uma junta médica para interditar o celerado capitão, antes
que ele consume seu projeto de fazer desta grande nação uma terra arrasada.
Se ainda faltava
alguma prova para confirmar o que escrevi acima, basta citar um episódio que
aconteceu no domingo e não mereceu maior destaque na imprensa.
Ao saber da morte do
MC Reaça, que o apoiou na campanha eleitoral, Bolsonaro disparou esta mensagem
nas redes sociais:
“Tales Volpi,
conhecido como MC Reaça, nos deixou no dia de ontem. Tinha o sonho de mudar o
país e apostou em meu nome por meio do seu grande talento. Será lembrado pelo
dom, pela humildade e por seu amor pelo Brasil. Que Deus o conforte juntamente
com seus familiares e amigos”.
Acontece que Tales
Volpi se suicidou, depois de espancar brutalmente a namorada grávida, que está
internada num hospital de Indaiatuba, em São Paulo, com várias fraturas no
rosto.
Ou o presidente, em
sua habitual afoiteza e boçalidade, não tinha informações sobre as
circunstâncias da morte, o que seria uma irresponsabilidade, ou sabia, o que é
mais grave, e assim mesmo emprestou o prestígio do seu cargo para homenagear um
troglodita que tentou matar a mulher antes de se suicidar.
É esse tipo de gente
que apostou no nome do capitão com seu “grande talento”, que se resumia a
compor musicas de louvação a Bolsonaro e ataques grosseiros a seus adversários.
Este é o mundo doentio
do capitão, em sua guerra permanente, que se divide entre aliados
incondicionais deste tipo e inimigos juramentados, quer dizer, o resto do país.
Sem ter a menor noção
do cargo que exerce, no mesmo domingo o capitão apareceu no portão do Alvorada
com uma camisa do Palmeiras, para saudar meia dúzia de apoiadores em busca de
selfies, e só falou da sua nova obsessão:
“O que vocês acharam
de colocar um evangélico no Supremo?”.
Não sei se a diminuta
platéia entendeu a mensagem, mas alguém poderia ter lhe perguntado o quer isso
vai mudar a vida dos brasileiros, assolada pela tragédia do desemprego, que
bate sucessivos recordes, sem que o governo tome qualquer providência.
É assim, com
provocações baratas e factoides delirantes, como o “pacto” dos 3 Poderes da
semana passada, já desmentido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que
Bolsonaro vai desgovernando um dos maiores países do mundo.
Em entrevista ao
jornal O Globo, nesta segunda-feira, Maia detonou o presidente e o governo, e
disse que a possibilidade de selar este “pacto” com Bolsonaro é zero.
“O Executivo não tem
uma agenda formulada e o país está caminhando para um colapso social muito
forte”.
Maia é o pau da
barraca da reforma da Previdência, mas alertou que só ela não resolve os
problemas do país.
Eleito na onda do
anti-petismo, graças a uma facada providencial e ao Judiciário amigo, o capitão
ainda vive nos tempos da Guerra Fria, vendo fantasmas comunistas debaixo da cama
e açulando seus ministros para combater o “marxismo cultural” nas escolas e nas
florestas amazônicas.
Havia 12 candidatos
nas eleições presidenciais do ano passado.
Tudo bem que a maioria
não queria mais “ver o PT aqui”, mas tinham que eleger justamente o pior, o
mais despreparado, o mais fanático líder da extrema direita?
Os outros malucos que
foram eleitos mundo afora nos últimos tempos, ao menos são nacionalistas, defendem
seus países, ao contrário do que acontece aqui.
Até prova em
contrário, em apenas cinco meses Bolsonaro já mostrou que o Brasil tem hoje o
pior presidente do mundo, um título que o país não precisava.
A semana está só
começando. Fortes emoções ainda nos aguardam.
Sempre é bom lembrar
que, sem apoio no Congresso, na mídia e no empresariado, Jânio Quadros só durou
seis meses no poder.
E os aliados que
ajudaram a eleger o capitão Bolsonaro já estão desembarcando desse barco furado
a tiros pelo próprio presidente.
Vida que segue.
*Via Brasil247
Nenhum comentário:
Postar um comentário