Por Fernando Brito*
Como para dar razão à reportagem do Le Monde – destacada aqui pelo UOL
– que diz que o Brasil, sob Jair Bolsonaro, corre o risco de se tornar
uma “idiocracia”, o presidente brasileiro deu ontem, em Buenos Aires, a
prova do primarismo com que se expressa, afinal a boca pela qual se
expressa o nosso país.
A expressão tatibitati, recheada de erros crassos, revela uma pessoa que não usa as palavras para revelar um pensamento, um raciocínio, mas para propagar slogans, tautologias, conceitos primários e monolíticos.
A expressão tatibitati, recheada de erros crassos, revela uma pessoa que não usa as palavras para revelar um pensamento, um raciocínio, mas para propagar slogans, tautologias, conceitos primários e monolíticos.
Segundo o jornal francês, esta sequência evoca
“preocupações ligadas ao nível intelectual de Bolsonaro, à frente do Estado
desde 1º de janeiro, e têm a ver com o caos que o presidente mantém,
alimentando-se de controvérsias triviais e vulgares nas redes sociais, atacando
a cultura, as ciências sociais e humanas, cortando orçamentos universitários e
mantendo uma obsessão marcante com assuntos fálicos em detrimento do avanço de
reformas cruciais”.
O Le Monde, porém, suspeita que “o caos que ele mantém
pode ser parte de sua estratégia política”.
Bolsonaro faz o marketing da ignorância porque
pretende se manter com a simpatia dos
ignorantes, para os quais espera ser o espelho da mediocridade. É o retrato de
uma parcela da população que, ante o surto de prosperidade que viveu, não
aprendeu a erguer os olhos e sonhar, apenas para baixo e desprezar a multidão
de miseráveis, para a qual restam a polícia, os tiros, favelas e calçadas.
É ao mundo feroz, egoísta, regido por uma moral
hipócrita que só serve para os outro que Bolsonaro nos “conclomo, canclomo,
conclama”.
Roa-se a elite que a ele se aliou porque, afinal, isso já "se era de se" esperar.
*Via Tijolaço
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