12 abril 2017

Xadrez da lista de Janot, o senhor do Tempo


Peça 1 – o vazamento da lista da Janot


Por Luis Nassif*
A divulgação da lista de inquéritos autorizados pelo Ministro Luiz Fachin não significa que, enfim, a Lava Jato resolveu tratar as investigações com isonomia, que o pau que dá em Chico dá em Francisco.
O Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot continua dono absoluto do calendário. Através do controle do ritmo das investigações, ele decide monocraticamente quem vai e quem não vai ser condenado.
Durante três anos, toda a carga foi em cima do PT e, especialmente, de Lula. Em três anos de investigações, há cinco ações em andamento contra Lula, uma perseguição impiedosa que culminou com o vazamento, ontem, da suposta delação de Marcelo Odebrecht, sob as barbas do juiz Sérgio Moro e ele alegando a impossibilidade de identificar o vazador. Some-se a informação do procurador Deltan Dallagnol de que o único vazamento efetivo de informações foi para o blogueiro Eduardo Guimarães. O que significa que todas os demais vazamentos ocorreram sob controle estrito da Lava Jato.
Os 83 inquéritos misturam de tudo, de problemas formais de prestação de contas a suspeitas de manipulação de licitações. Independentemente da maior ou menor gravidade das acusações, todos passam à condição de suspeitos e/ou corruptos. Trata-se de uma tática tranquila, que criminaliza as pequenas infrações e dilui as grandes acusações.

Peça 2 – as circunstâncias em jogo


A caçada a Lula tem três pontos frágeis:
1.     Até agora, ausência de uma prova palpável sequer contra ele.
2.     A perseguição implacável contra Lula.
3.     A seletividade das investigações, não investindo contra nenhum aliado do sistema.
Com a divulgação dos inquéritos, há duas intenções óbvias:
1.     O sistema (não a Lava Jato) responde à acusação de seletividade, às vésperas do julgamento do alvo preferencial, Lula.
2.     Ao mesmo tempo, mantém o governo Michel Temer refém.
A suposição de que a lista irá paralisar o mundo político provavelmente não será confirmada. Nas próximas semanas se verá uma aceleração dos trabalhos legislativos, visando aprovar o maior número de medidas antissociais, para garantir o pescoço.

Peça 3 – as consequências da lista


Com a lista de Janot, tenta-se resgatar a credibilidade perdida do sistema judicial, com a parcialidade e a seletividade gritantes da Lava Jato.
Levaram três anos para iniciar uma investigação contra Aécio, que era mencionado na primeira delação de Alberto Yousseff. Até hoje não iniciaram as investigações contra José Serra, apesar de um relatório sobre Paulo Preto estar na PGR desde março de 2015.
Com o estardalhaço de 83 inquéritos, passado o carnaval inicial, a PGR permanecerá dona do tempo. Acertará contas com Renan Calheiros e Fernando Collor, adiará indefinidamente os inquéritos contra seus aliados e terá às mãos a metralhadora, para apontar contra quem ousar enfrentar seus supremos poderes.
Os objetivos são óbvios:
1.     Tentativa de inabilitar de Lula para 2018, agora sob o manto da isenção.
2.     Vida tranquila para José Serra e Aécio Neves, que terão morte política natural, desde que deixaram a condição de grandes campeões brancos contra a ameaça Lula.
3.     Congresso sob a mira dos inquéritos, deixando de lado qualquer veleidade de coibir abusos do MPF. (CONTINUA)
...
*Continue lendo clicando AQUI. (via Jornal GGN)

10 abril 2017

Jobim diz que “culpa prévia” de Lula é histeria ou oportunismo



Por Fernando Brito*
Sinal político da maior importância o artigo do ex-ministro da Justiça,  da Defesa e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Nélson Jobim, publicado hoje, no Zero Hora gaúcho. Muito longe de ser algo “esquerdista”, é uma referência que o centro político tenta se recompor, em meio a uma epidemia que destruiu os seus canais de exercício da política e levam, quase que inexoravelmente, o PSDB a uma aventura “collorista”.
Critica a histeria gerada pela Lava jato e o oportunismo de quem vê nisso a chance de liquidar o favorito nas pesquisas para a eleição de 2018. E, na minha leitura, manda um recado à cúpula do Judiciário: “Outros, simplesmente são meros espectadores.”, porque “parecem sensíveis à uma ‘patrulha’, que decorre da exaltação das emoções, sabotadora da razão e das garantias constitucionais”

Quando Lula será preso?

Nelson Jobim, no Zero Hora
É pergunta recorrente.
Ouvi em palestras, festas, bares, encontros casuais, etc.
Alguns complementam: “Foste Ministro de Lula e da Dilma, tens que saber…”
Não perguntam qual conduta de Lula seria delituosa.
Nem mesmo perguntam sobre ser, ou não, culpado.
Eles têm como certo a ocorrência do delito, sem descreve-lo.
Pergunto do que se está falando.
A resposta é genérica: é a Lava-Jato.
Pergunto sobre quais são os fatos e os processos judiciais.
Quais as acusações?
Nada sobre fatos, acusações e processos.
Alguns referem-se, por alto, ao Sítio de … (não sabem onde se localiza), ao apartamento do Guarujá, às afirmações do ex-Senador Delcidio Amaral, à Petrobrás, ao PT…
Sobre o ex-Senador dizem que ele teria dito algo que não lembram.
E completam: “está na cara que tem que ser preso”.
Dos fatos não descritos e, mesmo, desconhecidos, e da culpa afirmada em abstrato se segue a indignação por Lula não ter sido, ainda, preso!
[Lembro da ironia de J.L. Borges: “Mas não vamos falar sobre fatos. Ninguém se importa com os fatos. Eles são meros pontos de partida para a invenção e o raciocínio”.]
Tal indignação, para alguns, verte-se em espanto e raiva, ao mencionarem pesquisas eleitorais, para 2018, em que Lula aparece em primeiro lugar.
Dizem: “Essa gente é maluca; esse país não dá…”
Qual a origem dessa dispensa de descrição e apuração de fatos?
Por que a desnecessidade de uma sentença?
Por que a presunção absoluta e certa da culpa?
Por que tal certeza?
Especulo.
Uns, de um facciosismo raivoso, intransigente, esterilizador da razão, dizem que a Justiça deve ser feita com antecipação.
Sem saber, relacionam e, mesmo, identificam Justiça com Vingança.
Querem penas radicais e se deliciam com as midiáticas conduções coercitivas.
Orgulham-se com o histerismo de suas paixões ou ódios.
Lutam por “uma verdade” e não “pela verdade”.
Alguns, porque olham 2018, esperam por uma condenação rápida, que torne Lula inelegível.
Outros, simplesmente são meros espectadores.
Nada é com eles.
Entre estes, tem os que não concordam com o atropelo, mas não se manifestam.
Parecem sensíveis à uma “patrulha”, que decorre da exaltação das emoções, sabotadora da razão e das garantias constitucionais.
Ora, o delito é um atentado à vida coletiva.
Exige repressão.
Mas, tanto é usurpação impedir a repressão do delito, como o é o desprezo às garantias individuais.
A tolerância e o diálogo são uma exigência da democracia – asseguram o convívio.
Nietzsche está certo: As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras.

*Jornalista, Editor do Tijolaço (fonte desta postagem)

09 abril 2017

‘O próximo presidente vai ter imensas dificuldades de governar’, diz Dilma ao defender reforma política



A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) falou na tarde deste sábado (08) durante a Brazil Conference, nos Estados Unidos. O evento é convocado pelas universidades de Harvard e o MIT (Massachussets Institute of Technology). Em sua terceira edição, o evento reúne intelectuais e personalidades brasileiras e internacionais para discutir os principais desafios do Brasil atual. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), o ator Wagner Moura e o promotor Deltan Dallagnol também estavam na programação.
Durante a palestra, usando de ironia em muitos momentos,Dilma soube driblar risos e interrupções da plateia. “Eu nunca me recusei a responder nada”, afirmou enquanto recebia perguntas do público. Em um momento, apesar de a organização avisar que o tempo estava acabando, disse: “Eu quero responder uma de corrupção”.
Dilma foi mais direta do que em outras falas públicas recentes e pautou questões como eleições diretas e reforma política, sem evitar citar nomes, como Eduardo Cunha (PMDB). Ela qualificou o ex-deputado que aceitou o pedido de impeachment na Câmara, como uma pessoa “conservadora e extremamente preconceituosa”.
“Tem que ter reforma política, senão é ingovernável. Eu precisei de 20 partidos para aprovar uma legislação que só aprovaria com dois terços. Isso é inviável. A existência e fragmentação dos partidos é péssima, até há pouco vivíamos com necessidade de um centro democrático. Esse centro foi hegemonizado pela direita corrupta no brasil. O senhor Eduardo Cunha passou a ser o responsável por esse centro democrático”, analisou ela. “O centro do velho MDB, de Ulysses Guimarães, foi hegemonizado pela direita mais radical do Brasil. Foi isso que aconteceu. Quando entendemos que foi isso, vemos que o próximo presidente vai ter imensas dificuldades de governar”. (...)
CLIQUE AQUI para ler na íntegra (via Sul21)

07 abril 2017

Ao bombardear a Síria Trump ameaça a Humanidade



Ao bombardear a Síria, os EUA colocam a Humanidade à beira de uma guerra apocalíptica cujo desfecho poderia ser o fim da humanidade.

O ataque com mísseis contra uma base aérea síria na província de Homs foi lançado a partir de navios da US Navy baseados na base naval de Rota, em Espanha.

O presidente sírio Bassar Al Assad já tinha negado qualquer responsabilidade no bombardeamento de um hospital com armas químicas e reafirmou a condenação dessa ação terrorista.

Nos Estados Unidos, destacados membros do Congresso, republicanos e democratas, apoiaram a iniciativa de Trump.

Na véspera, Hillary Clinton tinha sugerido que os Estados Unidos bombardeassem a Síria. Recorde-se que ela é partidária do recurso a armas nucleares, tal como a maioria dos generais do Pentágono.

Na Europa, a França, o Reino Unido, a Alemanha, a Espanha e os governos de outros de países da NATO apressaram-se a manifestar o seu apoio ao ataque armado à Síria.

O Presidente da Rússia Vladimir Putin condenou com veemência a agressão dos EUA a um estado soberano, a partir de um pretexto inventado. Anunciou a suspensão do acordo de cooperação com os EUA sobre a prevenção de acidentes no espaço aéreo e pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU. O Irão também condenou a agressão.

A China, cujo presidente se encontra de visita aos EUA, limitou-se a uma declaração ambígua.

A primeira conclusão a tirar do trágico acontecimento é a de que o atual ocupante da Casa Branca é um irresponsável, um tresloucado. O fato de ter sido eleito e a popularidade que o envolve são esclarecedores da decadência de uma sociedade para a qual o dinheiro é um valor supremo. Mas convém não esquecer que Trump atua como instrumento de uma máquina de guerra, de interesses econômicos e políticos e de um sistema mediático perverso e poderosíssimo.

O bombardeamento criminoso da Síria abre uma crise cujo desfecho pode ser uma nova guerra mundial, uma crise que põe em causa a continuidade da Humanidade.


OS EDITORES DE ODIARIO.INFO

Fonte: http://www.odiario.info   Foto: AFP

06 abril 2017

O conflito na Venezuela: quem está dando golpes?



Texto enviado por e-mail pela Articulação dos movimentos populares hacia ALBA-Brasil*
1.O que de fato está acontecendo na Venezuela?
Essa é a primeira pergunta que todos nós, que desejamos e lutamos por um América Latina livre e soberana devíamos fazer antes de reproduzir notícias falsas fabricadas nas redações da mesma mídia golpista que derrubou o governo eleito democraticamente no Brasil.
A morte de Hugo Chávez ,a crise internacional capitalista e a queda no preço do petroleo,fizeram com que a complexa situação econômica da Venezuela entrasse em um novo patamar de dificuldades. A direita venezuelana colocou em marcha uma nova estratégia para derrubada do governo, pois a tentativa fracassada de golpe clássico em 2002 – uso de setores das forças armadas e sequestro do presidente – lhe impôs uma década de derrotas. A atual estratégia é a mesmo aplicada no Paraguai em 2012 e no Brasil em 2016, porém com intensidade correspondente ao conflito do país: utilizar as vias legais para dar o verniz democrático ao golpe parlamentar.E a tática para chegar a esse objetivo se parece mais ao que a CIA fez contra o governo Allende em 1973 no Chile: guerra econômica, inflação provocada e estoque de produtos de impacto psico-social. (...)
CLIQUE AQUI para ler na íntegra (via O Cafezinho)*

CUT repudia as declarações de Jair Bolsonaro

Foto: Divulgação

A CUT se posiciona contra toda forma de discriminação


Na noite do dia 03 de abril, o deputado Federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), realizou uma palestra no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, na qual proferiu sua habitual verborragia de ódio de classe, preconceito de raça, misoginia, homofobia e ataque aos direitos humanos.
As Secretarias de Combate ao Racismo, Movimentos Sociais, Mulheres, Direitos Humanos e Meio Ambiente da CUT repudiam as declarações do parlamentar direcionadas às mulheres, negros, quilombolas e povos indígenas.
A tolerância a discursos do ódio e da violência é um dos principais fatores que levou à ascensão do nazismo na década de 1930 e é preocupante a naturalização da pregação do arbítrio, da intolerância e do fascismo, perfeitamente encarnados na figura do deputado.
A CUT reafirma seu compromisso com a construção de uma sociedade igualitária e se posiciona contra toda forma de discriminação seja ela de classe, raça, gênero, migratória ou de orientação sexual. Discursos de ódio são incompatíveis com a democracia e devem ser sistematicamente combatidos.
Maria Julia Nogueira
Secretária de Combate ao Racismo

Janeslei Albuquerque
Secretária de Mobilizações Sociais

Daniel Gaio
Secretário Nacional do Meio Ambiente

Rosana Fernandes
Secretária Adjunta
Juneia Batista
Secretária Nacional de Mulheres
Jandyra Uehara
Secretária Nacional de Direitos Humanos

03 abril 2017

Golpe a gente vê por aqui: Ocupa Globo!


No dia 1° de abril completou-se 53 anos do Golpe protagonizado pelos militares em 1964. Em memória a esse fato, o Levante Popular da Juventude realizou a ocupação das sedes das organizações Globo no Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Esta data para nós tem um significado profundo, de modo que somente uma ação ousada poderia ser uma resposta a altura aos danos causados pelo golpe à milhares de pessoas e à democracia brasileira.   

Denunciamos o Golpe de 64, não apenas como forma de disputar a narrativa histórica, mas como um meio de enfrentarmos as suas consequências. O sistema político degenerado que temos, o monopólio dos meios de comunicação, que solapa o pluralismo de ideias, a cultura de violência e impunidade que assassina milhares de jovens, através de estruturas policiais militarizadas, são exemplos da vivacidade do legado da Ditadura nos dias atuais.

Essa transição incompleta para democracia, pactuada com seus algozes nos anos 80, também está nas raízes do Golpe de 2016. Evidentemente que o Golpe de 64 tem características distintas do Golpe de 2016. Embora, não tenha havido a participação direta dos militares, tal como em 64, no Golpe de 2016 esse papel foi encarnado pelo judiciário. Em ambos os casos consistiram em violações Constitucionais. Em ambos os casos tais violações tiveram a conivência do STF. Tanto em um caso quanto no outro foi a maneira encontrada pelas elites de implementar um outro projeto de país, subvertendo a vontade das urnas.  

Dentre outras características comuns, os dois Golpes foram viabilizados através da participação decisiva das organizações Globo.  Para sustentar essa afirmação, não é preciso argumentar muito, basta olharmos para as capas de duas edições (em 1964 e 2016) do seu jornal.



No que tange ao Golpe de 64, a Globo já é ré confessa, admitiu seu apoio editorial ao regime militar no dia 31 de Agosto de 2013. Reconheceu seu erro apenas 49 anos depois da deposição de Jango. Nesse período montou seu império de comunicação, graças a sua colaboração com os militares. Desde o fim da ditadura, a Globo incide no sistema político de duas formas. A primeira é como fiadora da estabilidade do governo. Dada a sua capacidade de destruir reputações, amplificar denúncias contra todos aqueles que se opõem aos seus interesses, ela adquire um capital político fenomenal tanto para agenciar projetos em benefício próprio, quanto para incidir nos rumos do país.

Recentemente, uma segunda forma tem sido utilizada. Diante do aprofundamento do descrédito da classe política, ela tem intervido de forma mais orgânica na política, projetando seus próprios representantes, prescindindo das mediações. Lasier Martins, Ana Amélia Lemos, Hélio Costa, são apenas alguns nomes de funcionários das organizações Globo, e suas afiliadas, que foram projetados para dentro do Congresso, para fazer a defesa direta dos interesses da empresa. Não à toa Luciano Huck já ensaia a sua pré-candidatura para presidência em 2018.

A “crise de consciência” da família Marinho durou pouco tempo. Um ano após o pedido de desculpas pela cumplicidade com o Golpe de 64, tentou incidir no resultado da disputa eleitoral de 2014, como de costume. E em 2015 e especialmente em 2016, embarcou na aventura golpista.

O impeachment foi votado pelos parlamentares, mas sua legitimidade social foi construída pelos meios de comunicação, em especial pela Globo. Usou seu poderio para aprofundar a percepção social da crise, atribuir a corrupção somente às agremiações políticas de esquerda, vazar dados sigilosos seletivamente conforme a conveniência política (incluindo uma conversa privada da Presidenta da República). Não contente teve papel ativo na convocação das manifestações pelo Impeachment, e na sua cobertura incessante. A prova da artificialidade das manifestações coxinhas foi o seu esgotamento na medida em que a Globo deixou de convoca-las.

A esmagadora maioria da população já percebeu que o Golpe não foi contra a Dilma e o PT. O golpe foi para retirar direitos históricos do povo, como forma de recompor rapidamente o lucro empresarial em tempos de crise econômica. A rejeição a Temer, expressa em todas as pesquisas, pode ser facilmente aferida nas ruas. O “Fora Temer” tornou-se um mantra entoado em qualquer situação de aglomeração humana.

Contudo, é preciso perceber que Temer é apenas a face mais visível do Golpe. Podemos dividir a base de sustentação do governo golpistas em dois blocos: os pragmáticos e os programáticos. O primeiro bloco, dos pragmáticos, é representado pela figura do Temer, e toda bancada fisiológica do Congresso. A estes só interessa a sobrevivência política para obter poder e dinheiro.  O segundo bloco, dos programáticos, é a ala mais ideológica do golpe, vinculada ao capital Internacional. É representada na figura de Meirelles, do alto tucanato, mas envolve também setores do judiciário (Gilmar Mendes) e a própria Globo.

Os pragmáticos sabem que só podem se manter no poder, enquanto forem capazes de entregar aquilo que os programáticos querem: oferta do Pré-Sal para o capital estrangeiro, privatizações, congelamentos de gastos sociais, reforma trabalhista, previdenciária. Temer, não apenas chegou ao poder graças ao apoio da Globo, mas só se manteve de pé até hoje graças à benevolência da mídia. 

Após inúmeras denúncias de corrupção, envolvendo o próprio “presidente” bem como o núcleo duro do governo, em paralelo ao aprofundamento da crise econômica, os meios de comunicação perderam a virulência de outrora, e se esforçam em pintar um cenário de recuperação econômica. Portanto, não basta gritarmos “Fora Temer”, sem desvelarmos o papel do núcleo ideológico que lhe dá sustentação. Enfrentar o projeto de Temer exige enfrentar a Globo, e seus aliados.

O Levante ocupou as sedes da Globo para denunciar esse pacto criminosos entre a quadrilha de Temer e a Rede Globo, que conduzem a implementação do programa neoliberal que está destruindo o Brasil. Ocupamos a Globo para denunciar o papel nefasto que essa empresa de comunicação exerce sobre nossa democracia, ontem e hoje. 

O jogo está virando, o dia 15/03 demonstrou que as forças populares estão retomando a sua iniciativa de luta. O Levante convida os setores progressistas da sociedade a transformarem o dia 1º. De Abril em um dia nacional de luta contra o monopólio da Globo.  Antes que a ela seja forçada a reconhecer o seu apoio editorial ao Golpe de 2016, vamos ter acabado com o seu monopólio e o seu poder soberano de definir o que é “a verdade” no Brasil. A consolidação da Democracia no nosso país passa pela derrubada de Temer, convocação de eleições diretas, mas exige também a democratização dos meios de comunicação.

Nossa Rebeldia é o Povo no Poder!

Levante Popular da Juventude

02 abril 2017

Temer e Meirelles estão perdidos, incapazes tanto de fazer quanto de compreender




Por Janio de Freitas, na FSP*

Nem a complacência interessada com que o poder econômico e a imprensa/TV tratam Michel Temer –conduta que serve proteção para um lado e ilusão para o outro– consegue escapar desta realidade deprimente: Temer e Henrique Meirelles estão aturdidos, perdidos no emaranhado de suas afirmações e logo recuos, incapazes tanto de fazer quanto de simplesmente compreender. 

E a verdade daí decorrente é que, em dez meses, a situação do Brasil só se agravou, arrastando nesse despenhadeiro todos os não dotados de recursos fartos. Sob o domínio da incompetência e da perplexidade, o Brasil sufoca. 

Em um só dia, o já estigmatizado 31 de março, as páginas iniciais nos sites dos principais jornais e do UOL davam, com diferentes níveis de exibição, estas informações: "Corte orçamentário atinge transporte, habitação e defesa". O governo superestimou as receitas, prática que dizia repelir, daí resultando um rombo de R$ 58,2 bilhões nas suas contas. Como remendo, já em março Meirelles achou necessário o corte de mais de R$ 42 bilhões nos investimentos do governo. Só as obras do PAC perderão mais de R$ 10 bilhões. Os investimentos do governo são, historicamente, o que ativa a economia. Logo, o corte é contrário à recuperação econômica. 

Outra: "Contas públicas têm pior resultado para fevereiro em 16 anos", ou desde que começado esse registro em 2001. A despesa do governo no menor mês foi R$ 23,5 bilhões maior do que a receita. 

Mais: "PIB recua 3,6% em 2016". É o país empobrecendo. Meirelles propalou, nos primeiros meses do governo Temer, que antes do fim do ano (2016) a recuperação econômica já estaria em curso. Com o corresponde resultado no PIB. As previsões vieram caindo em voz baixa. E o resultado real é o desastre noticiado. 

Ainda: "Governo Temer é aprovado por 10%" (pesquisa CNI/Ibope, que em dezembro indicava 13%). Aquele número reflete o tamanho da legitimidade com que Michel Temer se põe a agravar as distorções da Previdência. E reduzir ainda mais o valor do trabalho, com a terceirização indiscriminada. 

Para encurtar, por desnecessidade de mais: "Brasil tem 13,5 milhões sem emprego e a economia continua em retração". Esses milhões são o cálculo do IBGE para os que procuraram emprego. Incluídos os que desistiram de procurá-lo ou não chegaram a fazê-lo, há estimativas que vão a 20 milhões. Se "a economia continua em retração", a probabilidade de desemprego é crescente. E suas consequências, idem. 

É o Brasil de Michel Temer em poucas linhas. O governante dos recuos empurrando o país para a calamidade. 

Em tal situação, disseminar notícias precipitadas de êxitos governamentais é mais do que fantasiar incertezas. O governo não se entende com a economia e não é verdade que se entenda com o Congresso, a menos que sucessivos recuos não sejam apenas falta de entendimento, de avaliação e competência. E de moralidade, com tantos símbolos da corrupção revigorados nos cargos ministeriais e palacianos recebidos de Michel Temer. 

Na história brasileira, não há nada semelhante a esse governo que perde, em sua média, um figurão por mês, levado por acusação de improbidade (em um caso, por tê-la encontrado dentro do palácio presidencial). 

Devastado pelos bandoleiros dos subornos, negociatas, desfalques, e estelionatos com nome de "sobras de campanha", este país agora está sofrendo a ameaça de ser destroçado por um governo de ineptos, protegido em troca de alguns retrocessos de legislação.

*Janio de Freitas (foto) é Jornalista - via Conversa Afiada

01 abril 2017

Angélica




* Angélica - de Miltinho & Chico Buarque -  MPB4


Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento?
Só queria lembrar o tormento
Que fez o meu filho suspirar
Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo?
Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar
Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino?
Queria cantar por meu menino
Que ele já não pode mais cantar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar...

**'A bela, simples e comovente homenagem de Chico Buarque & Miltinho a Zuzu Angel, mãe de Stuart Angel, morto pela ditadura militar. E que também foi morta por essa mesma ditadura.' (jornalggn.com.br)

Zuzu Angel, mãe de Stuart e Hildegard, sogra de Sônia

**Postado originalmente em 01/04/2014 neste Blog
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