22 abril 2019

A carta que Alan García deixou antes de cometer suicídio - 'Nestes tempos de rumores e ódios repetidos que as maiorias creem serem verdadeiros, eu vi como se utilizam de procedimentos para humilhar, causar vexame e não para encontrar verdades'


O ex-presidente do Peru, Alan García (foto), deixou uma carta antes de cometer suicídio. Ele morreu no último dia 17 de abril após atirar contra a própria cabeça, quando policiais chegarem em sua residência para executar um mandado de prisão preventiva.
García, líder do Partido Aprista, estava sendo acusado de receber propina da construtora Odebrecht, quando presidente do país, cargo que ocupou por duas vezes: entre 1985 e 1990 e 2006 e 2011.
Na última mensagem que deixou, o ex-presidente reafirmou sua inocência indicando a perseguição que sofreu pelos 30 anos de política como uma tentativa frustrada de derrotá-lo.
Leia a seguir o texto na íntegra.
“Cumpri a missão de conduzir o Aprista ao poder em duas ocasiões e impulsionamos outra vez sua força social. Eu acho que essa foi a missão da minha existência, tendo raízes no sangue desse movimento.
Por essa razão e por causa dos reveses do poder, nossos oponentes optaram pela estratégia de me criminalizar por mais de trinta anos. Mas eles nunca encontraram nada e eu os derrotei novamente, porque eles nunca encontrarão mais do que suas especulações e frustrações.
Nestes tempos de rumores e ódios repetidos que as maiorias creem serem verdadeiros, eu vi como se utilizam de procedimentos para humilhar, causar vexame e não para encontrar verdades.
Por muitos anos me coloquei acima dos insultos, me defendi e a homenagem dos meus inimigos foi argumentar que Alan García era esperto o suficiente para que eles não pudessem provar sua calúnia.
Não havia contas, nem subornos, nem riqueza. A história tem mais valor do que qualquer riqueza material. Nunca existirá preço suficiente para quebrar meu orgulho como membro aprista e peruano. Por isso que eu repeti: outros vendem, eu não.
Cumpri meu dever em minha política e nas obras feitas em favor do povo, tendo alcançado as metas que outros países ou governos não conseguiram, não tenho que aceitar humilhações. Já vi outros desfilarem algemados guardando sua existência miserável, mas Alan García não precisa sofrer essas injustiças e circos.
Por essa razão, deixo aos meus filhos a dignidade das minhas decisões; aos meus colegas, um sinal de orgulho. E meu cadáver como sinal de desprezo para os meus adversários porque já cumpri a missão que impus a mim mesmo.
Que Deus, a quem eu vou com dignidade, proteja os de bom coração e os mais humildes”.
O texto no original, em espanhol:
“Cumplí la misión de conducir el aprismo al poder en dos ocasiones e impulsamos otra vez su fuerza social. creo que esa fue la misión de mi existencia, teniendo raíces en la sangre de ese movimiento.
Por eso y por los contratiempos del poder, nuestros adversarios optaron por la estrategia de criminalizarme durante más de treinta años. Pero jamás encontraron nada y los derroté nuevamente, porque nunca encontrarán más que sus especulaciones y frustraciones.
En estos tiempos de rumores y odios repetidos que las mayorías creen verdad, he visto cómo se utilizan los procedimientos para humillar, vejar y no para encontrar verdades.
Por muchos años me situé por sobre los insultos, me defendí y el homenaje mis enemigos era argumentar que Alan García era suficientemente inteligente como para que ellos no pudieran probar sus calumnias.
No hubo ni habrá cuentas, ni sobornos, no riqueza. La historia tiene más valor que cualquier riqueza material. nunca podrá haber precio suficiente para quebrar mi orgulho de aprista y de peruano. Por eso repetí: otros se venden, yo no.
Cumpido mi deber en mi política y en las obras hechas en favor de pueblo, alcanzadas las metas que otros países o gobiernos no han logrado, no tengo por qué aceptar vejámenes. He visto a otros desfilar esposados guardando su miserable existencia, pero Alan García no tiene por qué sufrir esas injusticias y circos.
Por eso, le dejo a mis hijos la dignidad de mis decisiones; a mis compañeros, una señal de orgulho. Y mi cadáver como una muestra de mi desprecio hacia mis adversarios porque ya cumplí la misión que me impuse.
Que Dios, al que voy con dignidad, proteja a los de buen corazón y a los más humildes”.
*Com o site Opera Mundi

20 abril 2019

Sim, o lavajatismo quer o poder. Para destruir o Brasil, faltou dizer

Insuspeito de simpatias ideológicas pelo petismo, Demétrio Magnoli, na Folha de hoje, faz excelente análise daquilo que cada vez mais pessoas percebem, embora há tempos seja óbvio: que o “Governo Bolsonaro é só uma escala técnica na rota do Partido dos Procuradores”, uma organização ” que alastrou suas bases pelo Ministério Público, extravasou para setores da Polícia Federal e da Receita e se disseminou entre militares da reserva e políticos (tanto governistas como de oposição).
Hoje, o projeto de poder tem seu próprio candidato presidencial, que atende pelo nome de Sergio Moro, e seu veículo oficioso de mídia, que é o site censurado pelo ato ilegal do STF.
Magnoli acerta em cheio no diagnóstico, mas erra na etiologia deste mal, ao situar  – possívelmente por suas idiossincrasias com o PT – o surgimento de seus “sinais iniciais emergiram em maio de 2017, na “operação Joesley Batista” e no artigo de Rodrigo Janot que denunciava “o estado de putrefação de nosso sistema de representação política”(…) enunciava, então, nada menos que um objetivo estranho à missão judicial da Procuradoria: limpar a República, substituindo a elite política tradicional por uma outra, pura e casta”.
É evidente que o uso político de investigações – sobretudo pelo vazamento seletivo e pela transformação de acusações em provas com alto valor de barganha – vem de antes, muito antes e teve seu primeiro clímax na capa da Veja do “Eles sabiam de tudo” lançada como panfleto eleitoral na véspera da eleição presidencial de 2014.
Não funcionou ali, mas funcionou a seguir, abrindo caminho para que a escória da política, como cupins, transformasse em estrutura carcomida e frágil o Governo, ajudada pela errônea – embora, talvez, inevitável – atitude de Dilma Rousseff de achar que as ideias econômica neoliberais, se postas devidamente na coleira, sossegariam a matilha.
A questão, infelizmente, é que grande parte da direita brasileira – e mais ainda porque seus núcleos de elite precisam descer ao nível da selvageria política para obter base social – já não tem sequer um projeto de desenvolvimento associado, “liberal com tinturas sociais”  como sugeria o pensamento de Norberto Bobbio, que Fernando Henrique Cardoso gostava de citar.
Só o ódio insano é capaz de produzir adesão à versão atual do neocolonialismo que, se quiséssemos fazer paralelos historicos, teríamos de situa no Brasil colonial de antes da vinda da família real: uma subnobreza cuja vassalagem e dependência da metrópole interditava qualquer ação de desenvolimento do que viria a ser esta nação.
E quem são os “ingleses” beneficiários disto é ocioso dizer.
Aí está a chave para que se possa compreender, sem ilusões, o que significa a aspiração “lavajatista” ao poder absoluto: o desejo de destruição do estado nacional cujas bases foram lançadas na  Revolução de 30. Não é apenas no (re)tornar a questão social a “um caso de polícia”. É tornar a política uma dança formal num baile onde só podem estar os convidados desta risível corte.
Aos demais, “cortem-lhe as cabeças”.

19 abril 2019

Jesus ateu


Por Sérgio Saraiva*
O filho de José agonizava. Julgado e condenado à morte. Não merecera perdão.
E o filho de José pensou em José. Havia muitos anos que não pensava naquele homem. Interessante, delirou, que, na hora da morte, ele lhe viesse à mente. José era morto havia muito. José que acolhera sua mãe grávida e lhe dera seu nome de família e lhe ensinara sua profissão, como só faria com seu primogênito.
E o que faria hoje José, se estivesse vivo? Se jogaria contra os algozes do seu filho e tentaria salvá-lo? Ajoelharia em lágrimas e rezaria por sua alma? O que faz o pai de um condenado, no dia da execução de seu filho?
Mas o filho de José o havia renegado como pai, porque se considerava filho de Deus.
Agora, ouvia o sarcasmo do seu carrasco: “você não é o filho de Deus? Pede para que teu pai te arranque da cruz”.
Tolo, pensou o filho de José: você não sabe o quanto eu acreditei que isso ocorreria. Você não é capaz de imaginar sequer o quanto, nos últimos instantes, eu orei para que isso acontecesse. O quão tão intensamente eu supliquei para que isso ocorresse.
E o filho de José ainda conseguiu reunir forças para, ao menos, mover os olhos para o céu. O céu azul de abril sem uma única nuvem e o sol da tarde deitado em posição que lhe queimava ainda mais o rosto. Tudo imóvel. Nem uma leve brisa que trouxesse algum alento ao seu último momento.
– Deus, meu Deus, por que me abandonaste?
E, então, de repente, sua mente se encheu de luz.
Não, você não é o Deus cruel que abandona o filho que lhe pede socorro. Tal ato indigno de um homem, quanto mais de um Deus. Você não me salva simplesmente porque você não existe. Deus não existe. Somente por essa razão, tampouco, salvou João, meu primo e batista, que lhe louvou toda uma vida de temperança e foi assassinado pela concupiscência do poderoso que continuou poderoso e devasso com sua benção. E assim foi enterrado, com orações em seu nome. Quando não foi assim?
Você é o Deus dos inimigos? Eles nos venceram e agora nos oprimem. Todos os dias os oprimidos rezam pela sua libertação. E todos os dias os vitoriosos agradecem a Deus o seu triunfo. Você nos ensinou que é o único Deus. Qual o sentido disso? O único sentido é que há opressores e oprimidos, mas não há um Deus a mediar essa condição. A inexistência de um Deus nos protege de termos de louvar o Deus dos opressores.
Foda-se o Deus de Israel e sua inexistência. Eu lutei para que os que tivessem fome e sede de justiça fossem saciados. Para que os mansos herdassem a Terra. Para que os pobres de espírito herdassem o Céu e os pacíficos fossem chamados filhos de Deus.
Foda-se não haver um Deus. Foda-se o Deus de Israel na sua inexistência. Minha causa é justa, pago o preço de ser morto por ela.
Não ficará registrado que o carrasco percebeu um sorriso nos lábios do executado. Já vira muitos corpos sem vida. Sabia que o espasmo cadavérico prega dessas peças. Nada comentou – seria alvo de pilhérias dos colegas de profissão, se o houvesse feito.
Quanto ao filho de José, sorrira verdadeiramente. Era um homem que encontrara a sua resposta.
*Via GGN

18 abril 2019

O STF se tornou vítima do bolsonarismo que ele próprio adulou



Toffoli e Moraes acordaram para o fato de que não há razões para que os sicários poupem ministros

Por Gustavo Freire Barbosa*

No início de outubro, os jornalistas Rafael Moro Martins e Tatiana Dias publicaram no The Intercept Brasil artigo intitulado “O compromisso do TSE contra fake news é a maior fake news dessa eleição”.
Na ocasião, explicaram como toda a pompa do ministro Luiz Fux – então presidente do Tribunal Superior Eleitoral – em anunciar que a corte iria combater a proliferação de fake news nas eleições não passou de uma daquelas situações na qual a montanha dá luz a um rato.
Por quaisquer que sejam as razões, o poder judiciário brasileiro foi no mínimo negligente no que diz respeito ao enfrentamento às fake news que campearam livres durante o período eleitoral. O The Intercept Brasil já havia denunciado dois meses antes como o partido do vice-presidente, o general Mourão, financiara empresa propagadora de notícias falsasEm dezembro de 2017, a BBC Brasil fez uma magistral reportagem sobre a existência de um exército de perfis falsos usados para influenciar o processo eleitoral.  
A conveniência do TSE em se manter inerte se encaixou perfeitamente nas dificuldades em controlar as redes – em especial o Whatsapp, impossível de ser domesticado, segundo Luiz Fernando Pereira, presidente do Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, entidade organizadora do evento no qual Fux garantiu que as fake news seriam barradas.
O fato é que a usina subterrânea de notícias mentirosas foi uma das coisas que garantiram a vitória de Jair Bolsonaro.
A complacência do Judiciário ajudou a adubar a terra de onde brotaram emblemáticas escatologias como as famigeradas mamadeiras de piroca. O flerte com o bolsonarismo – já evidente quando a candidatura de Lula foi barrada em contrariedade à própria jurisprudência da justiça eleitoral – se tornou escancarado quando Dias Toffoli, atual presidente do STF, começou a dar indiscretas piscadelas à turma do capitão, chegando a nomear o general da reserva Fernando Azevedo e Silva (hoje ministro da defesa) como assessor e a passar pano para o golpe militar de 1964. A própria prisão do ex-presidente, um bálsamo para a extrema direita, só foi possível após o Supremo ter rejeitado seu habeas corpus depois de uma desavergonhada manipulação da pauta pela ministra Carmen Lúcia.  
A ficha sobre o perigo de ter se aproximado dessa gente, entretanto, parece ter caído tarde demais.
Em 14 de março, a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, publicou que os grupos de Whatsapp bolsonaristas que estavam hibernando desde o fim da campanha voltaram a operar com força total. O retorno à ativa do submundo das redes tem a ver com o apelo de correligionários do presidente para que religasse a malha clandestina de contatos que o ajudou a vencer as eleições. Além da defesa da reforma da previdência, o STF passou a estar entre os alvos preferenciais dos difamadores.
Essa nova ofensiva coincidiu com um momento complicado para as hostes pesselistas no qual brotavam diariamente novas mudas do laranjal do PSL escancarando a umbilical relação da família Bolsonaro com as milícias, uma metástase fora de controle cujo modus operandi foi esmiuçado em matéria da Piauí de março.
Se a cúpula do judiciário chegou a acreditar que a proximidade com o mandatário a livraria de seu séquito de paramilitares virtuais, os fatos demonstram que se enganou feio.
Descontente com a situação, Toffoli anunciou abertura de inquérito para apurar a enxurrada de notícias falsas, ameaças e ofensas contra integrantes do STF e seus familiares. Tratou como novidade uma das principais estratégias eleitorais da campanha de Bolsonaro ao ponto de afirmar que, só agora, a tecnologia voltada para destruir a honra alheia seria combatida a todo custo.
“Esse assassinato de reputações que acontece hoje nas mídias sociais, impulsionado por interesses escusos e financiado sabe-se lá por quem, deve ser apurado com veemência e punido no maior grau possível”, afirmou Toffoli ao Estadão, emendando que “isso está atingindo todas as instituições e é necessário evitar que se torne uma epidemia”.
Estranha que só recentemente tenha atentado para a necessidade de medidas profiláticas contra a produção industrial de injúrias, calúnias e difamações quando, desde a campanha, ficou mais do que claro que este é um dos pilares sob o qual se sustenta quem hoje ocupa o Palácio do Planalto. A epidemia já está aí há algum tempo, portanto, embora tenha sensibilizado Toffoli somente após os primeiros espirros nos corredores do STF.
Sob as presidências Fux e de sua sucessora, a ministra Rosa Weber, o TSE abriu mão de enfrentar as hordas digitais do bolsonarismo sem acreditar que os milicianos das redes não elegeriam o STF como alvo. Hoje, até de narcotraficantes os ministros estão sendo acusados, o que gerou, por parte do ministro Alexandre de Moraes, a ordem de bloqueio de contas em redes sociais pertencentes a sete pessoas investigadas no inquérito aberto por Toffoli, além de buscas e apreensões em Brasília, São Paulo e Goiás. 
Em um abscesso absolutista, Moraes determinou também a retirada do ar de reportagem e notas publicadas pelos sites da revista Crusoé e O Antagonista que noticiavam a existência de um email de Marcelo Odebrecht que mencionava o presidente da corte.
Fux prometeu bater de frente com as fake news, Weber ignorou a promessa de seu antecessor e Toffoli esperou ver o STF entrar na rota da máquina de moer reputações do bolsonarismo para tomar providências cuja constitucionalidade não escapou de ser questionada pela Procuradoria-Geral da República, cujo pedido de arquivamento do inquérito já foi rejeitado por Moraes.


Ao perceberem que a redoma do STF não é impenetrável à matilha bolsonarista, os ministros pesaram a mão ao tomar medidas que vão de encontro a um republicanismo que, levando em conta as sucessivas sovas que a Constituição vem levando no próprio STF (vide a prisão antes do trânsito em julgado), há tempos se tornou um cadáver insepulto juntamente com fantasias como o devido processo legal e a presunção de inocência.
Toffoli e Moraes acordaram para o fato de que não há razões para que os sicários poupem ministros que, conforme o próprio patriarca do clã já se queixou, foram nomeados em sua maioria pelos governos petistas. Terão agora que lidar com um problema cujo nascedouro tem suas digitais. Os desmedidos ataques à imprensa só demonstram a medida do desespero de quem acaba de perceber que o monstro cresceu e talvez seja tarde demais para contê-lo. Ao menos dentro da lei.
*Via Carta Capital - Grifos deste Blog.

17 abril 2019

Nota do PT sobre a saída do Brasil da Unasul



O Partido dos Trabalhadores repudia veementemente a saída do Brasil da União das Nações Sul-americanas (Unasul) justificada por argumentos torpes pelo atual governo brasileiro. A Unasul foi criada em 2008 por iniciativa dos governos da região com participação dos doze países sul-americanos para promover a integração econômica, social, cultural e política entre seus membros. Na qualidade de espaço de concertação entre os países, criou seu Conselho de Defesa e reafirmou a região como zona de paz.

A nota oficial divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores indica o Foro para o Progresso da América do Sul (PROSUL) como substituição da Unasul. De acordo com o documento, o PROSUL exigirá como requisitos essenciais de seus membros “a plena vigência da democracia e o respeito aos direitos humanos”.

Muito nos impressiona o governo de Jair Bolsonaro corroborar com tal argumento na mesma semana em que o presidente extingue por decreto “conselhos, comitês, comissões, grupos, juntas, equipes, mesas, fóruns, salas e qualquer outra denominação dada ao colegiado” federais com atuação da sociedade civil. Cabe também lembrar a falta de apreço deste governo pelos direitos humanos, com declarações racistas, xenófobas, LGBTIfóbicas de Bolsonaro.

Repudiamos veementemente a saída do Brasil da Unasul e sua substituição pelo PROSUL. Ao tomar mais essa decisão equivocada, demonstra a subordinação da política externa a interesses alheios à soberania nacional.

Gleisi Hoffmann
Presidenta Nacional

Monica Valente
Secretária de Relações Internacionais

Entrevista com jornalista que escapou de morrer nas mãos das milícias no Rio é um alerta: Elas se preparam para tomar o Brasil



Ilustração Pedro Franz, revista Piauí

Do Blog do Mello - Vejam nesta entrevista com o repórter fotográfico Nilton Claudino e o sociólogo José Claudio, no Programa do Bial, como as milícias crescem e ampliam seu poder, que já se estende a áreas habitadas por 11 milhões de pessoas no Rio de Janeiro.

É importante perceber, principalmente para as pessoas de fora do Rio, qual o real poder das milícias e como elas se infiltram na sociedade. Especialmente sua relação siamesa com a política e políticos, que está agora sendo ampliada para todo o Brasil.

Nilton Claudino escapou da morte por pouco, e a história de sua reportagem, prisão e como escapou da morte pode ser lida aqui, na Piauí, em depoimento escrito pelo próprio Claudino. Inclusive com a suspeita de que ele teria sido denunciado por uma pessoa do jornal onde trabalhava, O Dia, RJ.

O vídeo abaixo, com a entrevista completa, em breve deverá se retirado do Youtube por ordem da Globo, e só poderá ser visto no Globoplay.




Dilma: golpe de 2016 foi a porta para o desastre



Do Brasil247 - De acordo com [a ex-Presidenta] Dilma Rousseff, o golpe que a derrubou em 2016 foi "o episódio inaugural de um processo devastador que já dura três anos. Teve, para seu desenlace e os atos subsequentes, a estratégica contribuição do sistema punitivista de justiça, a Lava Jato, que sob o argumento de alvejar a corrupção, feriu a Constituição de 1988, atingiu o Estado Democrático de Direito e impôs a justiça do inimigo como regra";"O governo Bolsonaro está ampliando um legado de retrocessos do governo Temer", continua; "Lula sintetiza a luta pela democracia em nosso País" para enfrentar "o aparato neofascista", acrescenta.

CLIQUE AQUI para ler na íntegra.

Estamos de volta!!!



*Caríssimos(as):

Após alguns dias com problemas no site, finalmente conseguimos solucioná-los - e estamos retomando as postagens. Pedimos escusas aos nossos(as) prezados(as) leitores(as) pelo sucedido e agradecemos a compreensão - e as honrosas visitas de todos(as)!

O Editor

04 abril 2019

Pilatos Toffoli mais uma vez lava as mãos e adia julgamento que poderia levar à liberdade de Lula


Por Antônio Mello*
 
Desde dezembro de 2017, o ministro Marco Aurélio Mello liberou para julgamento em Plenário duas ações que tratam do fim da prisão em segunda instância, por ser inconstitucional.

A ministra Cármen Lúcia, enquanto presidente do STF, sentou em cima das ações e não as colocou em julgamento.

Quando Pilatos Toffoli assumiu a presidência em setembro, preocupado em mostrar que não deve sua indicação ao PT, de quem foi advogado, tratou logo de empurrar a votação para o distante abril, na esperança de que o STJ julgasse Lula antes e o condenasse ou absolvesse, tirando assim o pepino de suas costas.

Mas abril chegou e o STJ não julgou Lula, que daqui a três dias vai completar um ano preso, por crime indeterminado e sem provas. E sem terem ainda esgotados seus direitos de defesa, o que contraria a Constituição.

Aproxima-se o dia 10 de abril, dia que Toffoli marcou para o julgamento. Mas todo mundo já sabe que hoje ele vai adiá-lo para até um dia, até talvez, até quem sabe, como dizia uma antiga canção.

Porque Pilatos Toffoli lava as mãos temendo o julgamento das redes sociais e robôs de Bolsonaro e da mídia corporativa.

Lula que amargue a cadeia injusta.
 
*Editor do Blog do Mello

Vídeo histórico: Guedes é o tchuchuca dos bancos

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-Contatos através do e-mail: juliogarcia.adv@outlook.com e/ou fone/whats: 55-98459-5009 - Santiago/RS

#EuApoiooPortalOBoqueirãoOnline!

DESTRUIÇÃO...


*Charge do Kayser

03 abril 2019

Guedes dá vexame e foge da Câmara: tchutchuca é a mãe



A audiência sobre a reforma da Previdência na CCJ da Câmara foi encerrada nesta quarta-feira, 3, depois que o deputado Zeca Dirceu (PT-PR)  afirmou que o ministro Paulo Guedes age como "tigrão" em relação a aposentados, idosos e pessoas com deficiência, mas como "tchutchuca" em relação à "turma mais privilegiada do nosso país"; fora do microfone, Paulo Guedes se dirigiu a Zeca Dirceu e respondeu: "Você não falte com o respeito comigo. Tchutchuca é a mãe, tchutchuca é a vó"; fiasco de Guedes na Câmara fez a bolsa cair e o dólar subir (247)

CLIQUE AQUI para ler (e ver) na íntegra.

01 abril 2019

A vitória do Abaixo a Ditadura

 


Por Helena Chagas, no Divergentes, e para o Jornalistas pela Democracia*

O Palácio do Planalto usou hoje os meios de comunicação oficiais para divulgar um vídeo elogiando o golpe militar de 1964. Não chegou a ser uma surpresa, depois da determinação do presidente Jair Bolsonaro de que comandos militares relembrassem a data. Apesar disso – ou talvez por isso -, acho que quem ganhou o dia foi a verdade. Claramente, venceram os que protestaram contra a ditadura.

Nas redes sociais, uma profusão de depoimentos e vídeos, muitos deles emocionantes e bem feitos, falaram dos anos de chumbo, da tortura, da censura, dos desaparecidos. Nas ruas de diversas cidades, manifestações. Na mídia, ampla cobertura, inclusive sobre as decisões judiciais de proibir e depois liberar comemorações militares do golpe – que, aliás, não deram o ar de sua graça neste domingo.

Na orla do Rio, um avião com uma faixa preta simbolizou tudo: Ditadura Nunca Mais. Neste momento, Bolsonaro estava em Israel, celebrando um casamento de gosto duvidoso com Bibi Netanyahu. Não vi ninguém comemorar o 31 de março, nem contar às crianças sua história.

Vi, sim, muita gente explicando a elas que vivemos aqueles anos de terror, mas que eles não vão voltar porque não vamos deixar.

Fiquei com a sensação de que, mais uma vez, o governo Bolsonaro deu um tiro no pé, lembrando a data e dando oportunidade a muita gente de conhecer melhor essa história triste. Não passarão.

*Via https://www.brasil247.com