14 setembro 2020

Ócio produtivo/criativo - Tu sabes o que é isso?

 

 

 


Por Laís Garcia*

 

O sociólogo italiano Domenico de Masi é quem nos traz esse tão importante conceito.

 

Segundo ele, existe um ócio alienante, que nos faz sentir vazios e inúteis, mas existe também outro ócio, que nos faz sentir livres e que é necessário à produção de ideias, assim como as ideias são necessárias ao desenvolvimento da sociedade.

 

Soa até contraditório falar em ócio produtivo numa sociedade capitalista que gira em função do lucro pela produtividade, não é mesmo?

 

Mas é aí que está a importância de nos colocarmos, pensarmos e agirmos mais em direção a isso.

 

Essa lógica de produzir o tempo todo adoece. Ela maltrata e, muitas vezes, nos faz inverter nossos valores, tudo em prol de um retorno financeiro e de uma posição utópica de destaque e perfeição nesse meio em que vivemos. Utópica porque é, a priori, inatingível -- assim como os padrões de beleza também impostos pela nossa sociedade e que, se pararmos pra pensar, também têm tudo a ver com o lucro e o enriquecimento (de quem já é rico, que são os donos das empresas para os quais tanto nos doamos ou de quem consumimos esses produtos e serviços).

 

Entramos numa roda, numa lógica de produzir, trabalhar, de romantizar a correria, não ter tempo para dormir, tomar remédio para acordar, outro para ter sono à noite, outro para dores de cabeça, relaxante muscular em função de toda a tensão, antidepressivos para dar conta de tudo, enfim. Não escutamos mais o nosso próprio corpo, o que as nossas emoções e esse esgotamento querem nos comunicar. Tratamos os sintomas mascarando as suas causas. Mas uma hora a conta chega, não é?

 

Parar um pouco, se permitir ter momentos desse ócio, respeitar os próprios limites e escutar o que o teu sentir tem a te dizer é o maior ato de revolução tendo em vista todo esse cenário.

 

Claro que seguiremos imersos nessa sociedade, [por enquanto] não há muito como escapar. Vamos continuar tendo que trabalhar para ganhar nosso dinheiro, e está tudo bem fazer procedimentos estéticos de forma consciente. Não é um 8 ou 80. Mas que tal buscarmos um pouquinho mais de equilíbrio no meio disso tudo? Te permite ter um tempo só para ti, mesmo que, para isso, seja preciso abrir mão de alguns afazeres. A gente não precisa nem pode dar conta de tudo o tempo todo. Apesar de a sociedade impor que trabalhemos incessantemente como máquinas, nós somos humanos. E que bom!

 

Faz sentido para ti? Que tal mandar para alguém que precisa parar, respirar e se priorizar um pouquinho mais?

 

*Laís de Mattos Garcia (foto) é Psicóloga - @psicologalaisgarcia


-Fonte: Portal O Boqueirão Online

Deputados querem que Bolsonaro explique insinuação sobre trabalho infantil

 Do UOL:

Bolsonaro faz piada sobre sexo com criança de 10 anos em live. Foto: Reprodução

Parlamentares entraram com representação pedindo ao Ministério Público Federal (MPF) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) dê explicações sobre declarações de apologia ao trabalho infantil e piadas de conotação sexual direcionadas a uma criança de 10 anos, feitas em sua live, na última quinta-feira.

“Na ocasião, o senhor presidente fez declarações inapropriadas e atentatórias aos direitos das crianças e adolescentes, ao dirigir-se com expressões de conotação sexual a uma criança e ao criticar a proibição do trabalho infantil – uma grave violação de direitos de crianças e adolescentes previstas na Constituição Federal”, diz trecho do documento.

A representação é assinada pelos deputados Maria do Rosário (PT-RS), Jandira Feghali (PSdoB-RJ),Túlio Gadêlha (PDT-PE), Áurea Carolina (PSOL/MG), entre outros. Ao todo, 44 parlamentares e e organizações da Sociedade Civil assinam o documento.

(…) Bolsonaro ainda não se manifestou sobre a representação contra ele. (…)

.x.x.x.

10 setembro 2020

O lavajatismo é uma lacraia que ainda esperneia, mas sem a cabeça

"Já caçaram Lula, os filhos de Lula (até para ‘tentar achar’ drogas), os amigos de Lula, os parceiros políticos de Lula. Agora a lacraia avança, cada vez mais cheia de pernas, meio desengonçada, para tentar pegar os advogados de Lula", diz o jornalista Moisés Mendes

O lavajatismo é uma lacraia que ainda esperneia, mas sem a cabeça - Moisés  Mendes - Brasil 247

Por Moisés Mendes*

O lavajatismo conseguiu colocar lado a lado, com pedaladas bem programadas, o advogado de Bolsonaro e de Queiroz e os advogados de Lula.

Forjaram uma pretensa paridade, para que pareçam imparciais, que nem séries da Netflix de quinta categoria conseguiriam.

Mas o lavajatismo tem de reagir, depois de estar levando de 7 a 1. Como não é possível continuar caçando Lula, que se cace quem estiver por perto. Pegaram os advogados Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, como tentarão pegar mais gente ligada a Lula.

O lavajatismo não é uma alma penada, como muitos acreditam que seja, depois da desqualificação das ações delituosas de Sergio Moro e Deltan Dallagnol.

O lavajatismo, com as feições que assumiu com a turma de Curitiba e assim se disseminou por todos os casos em que as esquerdas são o alvo, é agora uma lacraia sem cabeça.

Para o lavajatismo, o que importa é manter o espírito da lacraia, mesmo que os casos não tenham muita relação com a origem e as motivações ditas criminais da Lava-Jato.

Mas falta a cabeça da lacraia. O lajavatismo tem inúmeras pernas, andando em todas as direções, tem o sistema operacional ainda funcionando, mas perdeu o cérebro que o controlava.

Sem Sergio Moro e com Dallagnol jogado num canto, o lavajatismo se move com o que tem. Tenta fazer o que Moro fazia e age com os mesmos métodos, sem qualquer escrúpulo, mas avança do jeito que dá. E o jeito é atrapalhado.

Porque o lavajatismo é conduzido apenas pelas pernas, num movimento de inércia que o empurra sempre na direção dos mesmos inimigos.

O lajavatismo é um bicho em movimento permanente, que somente seria parado se as instituições tivessem sido consequentes. O bicho
sem cabeça avança porque o Supremo permitiu que avançasse.

Há no STF iniciativas que tentam parar a lacraia, mas até agora sem efetividade. O Supremo não conseguiu parar nem Sara Winter e os operadores do Gabinete do Ódio.

Também a Procuradoria-Geral da República tenta erguer barreiras para que o bicho seja contido nos limites que, talvez por acaso, são os mesmos fixados por Bolsonaro.

Mas a lacraia esperneia, anda por aí sem cabeça, porque não consegue assimilar o fracasso político, depois da exaustão de cinco anos da caçada a Lula.

Alguns pretendem que a lacraia sem cabeça passe a ter a cabeça do juiz Marcelo Bretas, mas Bretas não é Sergio Moro. Bretas é apenas uma das pernas da lacraia.

Já caçaram Lula, os filhos de Lula (até para ‘tentar achar’ drogas), os amigos de Lula, os parceiros políticos de Lula.

Agora a lacraia avança, cada vez mais cheia de pernas, meio desengonçada, para tentar pegar os advogados de Lula.

Muito mais do que vítimas, o que a lacraia procura mesmo é uma cabeça.

*Jornalista - via Brasil247

Foto: Cristiano Zanin Martins, Polícia Federal e Marcelo Bretas (Foto: ABr | Reuters)

06 setembro 2020

Jânio de Freitas cita GGN e aborda avanço do autoritarismo no Brasil

Para jornalista, atos de censura exprimem ambiente institucional, e autoritarismo no país já avançou mais do que é possível perceber

Foto: Reprodução

Jornal GGN* – O jornalista Jânio de Freitas cita o ato de censura sofrido pelo Jornal GGN como exemplo para abordar o avanço do autoritarismo no Brasil.

“Como a Justiça tarda mas não chega, os Bolsonaro ganharam no Rio uma censura judicial à TV Globo. E o bem informado portal GGN, do jornalista Luis Nassif, foi posto sob outra forma de censura também judicial: a retirada de notícias sobre negócios, no mínimo polêmicos, do banco BTG Pactual. A censura nunca é casual nem isolada. Exprime um ambiente institucional”, afirma Freitas em sua coluna no jornal Folha de São Paulo. Na visão de Freitas, o autoritarismo já avançou muito mais do que é possível perceber. Para o articulista, “os atos vistos como abusivos ou extravagantes, e logo deslocados em nosso espanto por outros semelhantes, já configuram uma situação de anormalidade em que nenhuma instituição é o que deveria ser”.

Além do ato de censura sofrido pelo Jornal GGN, Freitas cita outros fatos que caracterizam regimes de prepotência, como a proibição do ministro da Economia, Paulo Guedes, aos seus assessores de conversar com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; o atraso nos debates sobre a tecnologia 5G para favorecer os Estados Unidos em detrimento da China; e os chamados “Guardiões de Crivella” – funcionários do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, que intimidavam jornalistas e cidadãos que queriam criticar o serviço de saúde da cidade.

*Fonte: https://jornalggn.com.br/

04 setembro 2020

'Live do Júlio Garcia' [com seus convidadxs] será realizada dia 8/09, terça-feira, início às 19h

 

Reforma administrativa de Bolsonaro não afeta juízes, parlamentares e militares

Reforma administrativa encaminhada pelo governo federal muda regras de estabilidade e concurso para os demais servidores

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, e Jair Bolsonaro (sem partido) colocam proposta de acabar com a estabilidade do serviço público e concurso público - Evaristo Sa/AFP

A proposta de reforma administrativa, encaminhada pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) nesta quinta-feira (3) ao Congresso, quer acabar com a estabilidade dos servidores públicos. Mas não inclui nas novas regras os cargos de parlamentares, ministros de tribunais superiores, promotores, juízes e militares, categorias que têm algumas das remunerações mais altas no funcionalismo.

O argumento do governo é que os cargos obedecerem a normas distintas, em que o Executivo não pode definir regras no Judiciário e Legislativo. Mas o projeto do governo, que chegou a chamar os servidores públicos de parasitas, vale para os demais servidores dos três poderes, estados e municípios.

Os servidores de carreiras típicas de Estado (que só existem na administração pública) também permaneceriam estáveis. Posteriormente uma outra lei listará como essas carreiras vão ser afetadas.

Entre as mudanças também estão o corte benefícios dos futuros servidores, como a licença prêmio, adicional por ano de serviço, aumento de salário retroativos, permissão ao chefe do executivo extinguir órgãos por decreto e a facilitação da demissão de novos servidores.

Atualmente, a regra geral é que o servidor público só pode ser demitido se for condenado sem mais possibilidades de recurso na Justiça ou se cometer infração disciplinar. Ou seja, é estável no cargo.

O objetivo do governo é flexibilizar as regras de estabilidade de novos servidores públicos por meio da contratação de empregados sob regime CLT e de funcionários temporários, não necessariamente via concurso público. Dessa maneira, a proposta define diferentes tipos de vínculos para servidores públicos, a depender da atividade exercida.

Seriam cinco grupos com regras de estabilidade diferentes. Entre eles apenas um teria estabilidade, em três o ingresso se daria por concurso público, e no último a admissão seria após o período de experiência.

Existiria também um grupo com contratos de duração indeterminada, que poderiam ser demitidos em um momento de necessidade de cortes de gastos, por exemplo. O ingresso também se dará por meio de concurso público.

Já o terceiro grupo seria composto por servidores com contrato temporário, além de não ter estabilidade no cargo, o ingresso na carreira será por meio de "seleção simplificada". O quarto grupo seria formado pelo atual cargo de confiança, com vínculos temporários e, seleção simplificada.

O quinto grupo é o vínculo de experiência, onde há a necessidade de um período de experiência, antes da efetivação. Farão parte dele os candidatos que ingressem ou no cargo típico de Estado, ou no prazo indeterminado. A admissão será por meio de concurso público.

O texto, enviado em formato de proposta de emenda à Constituição (PEC), ainda precisa ser aprovado pela Câmara e pelo Senado para virar lei.

Edição: Rodrigo Durão Coelho

Fonte: Brasil de Fato

03 setembro 2020

Eleições 2020 - Santiago/RS

PT SANTIAGUENSE REALIZOU CONVENÇÃO E DEFINIU SUAS CANDIDATURAS À VEREANÇA


Partido já havia decidido que a campanha ao Legislativo, em Santiago,  é prioridade nas eleições deste ano 

O Partido dos Trabalhadores (PT) de Santiago/RS realizou [de forma virtual], na noite desta terça-feira, 01/09, sua Convenção Municipal, com o objetivo central de definir suas candidaturas e realizar o sorteio dos números dos candidatos. 

Em relação às próximas Eleições Municipais (que ocorrerão dia 15 de novembro),  os membros do Diretório Municipal, após longo debate, já tinham votado e decidido (por maioria) que a prioridade do PT santiaguense – diga-se de passagem, que é oposição de esquerda ao governo municipal do PP, ao governo Leite (no RS) e ao governo Bolsonaro - será a campanha para o Legislativo, buscando a retomada dos assentos que o Partido dos Trabalhadores já teve na Câmara Municipal de Vereadores. Ao final dos trabalhos, foram definidos 11 nomes – e seus respectivos números - para representarem o partido. 

A seguir, a relação dos(as) candidatos(as) que concorrerão à vereança pelo PT santiaguense em 15 de novembro. São eles(as): 

Mariana Fraga de Vargas (Mariana Fraga), Gladis Silvane Corrêa de Andrade (Silvana), Rodrigo Knierin da Rosa (Rodrigo Knierin), João Flávio Castilhos Gusmão (Flávio Gusmão), Júlio César Schmitt Garcia (Júlio Garcia), Maria da Conceição Rossa Costa (Kaika), Geanine Bolzan Cogo (Geanine Bolzan), Antônio Carlos Rosa Bueno (Bueno), Claudio de Freitas Lopes (Claudio Eletricista), Luciano da Luz Garcia (Luciano Garcia) e José Carlos da Silva Corrêa (Dimoré). 

Encerrando a Convenção, o presidente do PT local, Rômulo Vargas, agradeceu a participação de todos(as) e finalizou os trabalhos conclamando à unidade partidária e para que todos(as) “arregacem as mangas, com garra e determinação” para que os objetivos traçados pelo partido sejam atingidos de forma plena nestas eleições municipais. 

Secretaria de Comunicação do PT

*Via Portal O Boqueirão Online

Lava Jato: ‘forças tarefas’ viraram instrumento de chantagem e poder

 


Por Fernando Brito*

Nada mais sagrado, para a Justiça, do que o princípio do juiz natural e, por conseguinte, também do promotor natural.

É o que garante que os processos (e as investigações) terão a presunção de imparcialidade, porque não permite, pelo acaso da distribuição, que juiz e promotor sejam, por suas posições, cartas marcadas para seu resultado.

Quando se cria, como aconteceu com a “Lava Jato”, uma “jurisdição especial”, cria-se, ao mesmo tempo, um instrumento de poder dentro da Justiça e do Ministério Público.

Não foi por outra razão que Sergio Moro começou como um juiz de 1ª instância no Paraná e terminou como ministro e presidenciável. Ou que Deltan Dallagnol, um inexpressivo promotor de Curitiba tornou-se personagem de importância nacional, pretenso símbolo da luta contra a corrupção e, posso apostar, candidato a um mandato com eleição praticamente certa, se o desejar.

Agora, assiste-se à “demissão coletiva” dos procuradores da Força Tarefa paulista.

Não tem demissão nenhuma, para começar. Ninguém ali está deixando o cargo de promotor, suas garantias e seus vencimentos. Estão, como os lavajateiros de outros estados, exercendo o poder político que a franquia “Lava Jato” lhes deu.

Nenhum deles está nesta “jurisdição” naturalmente. Foram escolhidos e nomeados, e não por concurso ou critérios de antiguidade como quando se disputa a lotação em uma vara judicial, seja de que especialidade for.

Como, funcionalmente, estão vinculados ao 5° Ofício da Procuradoria da República em São Paulo, resolveram que a nova ocupante do cargo, Viviane, reclamam que a nova procuradora não deixa mais que eles “escolham” quais são os casos em que lhes interessa atuar, como se casos de corrupção (ou de suposta corrupção) lhes pertencessem.

A Lava Jato virou, portanto, uma “categoria” dentro do MP e do Judiciário, que garante a seus integrantes um poder superior ao de outros juízes e procuradores.

E por quanto tempo desejarem, porque a Lava Jato, além de onipotente, onipresente e onisciente é, também, eterna.

*Jornalista, Editor do Blog Tijolaço

02 setembro 2020

STF suspende ação penal da Lava-Jato contra o ex-Deputado Marco Maia

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Para ministro Gilmar Mendes, não há provas na investigação contra o ex-deputado Marco Maia e o ministro do TCU Vital do Rêgo


A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a ação penal contra o ex-deputado federal Marco Maia (PT-RS) e o ex-senador e atual ministro do Tribunal de Contas da união (TCU) Vital do Rêgo Filho na Justiça Federal do Paraná. A suspensão ocorreu durante julgamento de recursos da defesa de Maia e Vital que questiona decisão anterior do ministro Edson Fachin determinando o arquivamento do inquérito no âmbito eleitoral, mas remetendo os autos para a 13ª Vara Federal de Curitiba para continuidade das investigações.  


Maia e Vital são acusados de terem solicitado vantagem indevida para obstruir os trabalhos da CPI da Petrobras, em 2014, que investigava irregularidades na estatal. Os dois foram citados na delação do ex-senador Delcídio do Amaral, que os acusou de receber propina durante os trabalhos do colegiado. À época, Vital era o presidente e Maia, o relator. Em depoimento ao ex-juiz Sergio Moro, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro afirmou que Maia o procurou em 2014 para cobrar propina e em troca daria proteção para a OAS na comissão.

Em seu voto, o ministro Gilmar Mendes considerou que houve excesso de prazo dado para a investigação, que não foram identificadas diligências capazes de permitir o esclarecimentos dos fatos, se limitando a oitivas de colaboradores premiados que já prestaram depoimentos ou de investigados que permaneceram em silêncio ou negaram as acusações.  


"Contudo, há ainda outros graves vícios formais na investigação deflagrada. A primeira grave inconsistência é que a apuração dos fatos e as alegadas provas produzidas consistem apenas em declarações dos colaboradores premiados, destituídas de elementos externos de corroboração", afirma Mendes.   


Em relação a Vital, o ministro considerou que o inquérito se baseia em provas indiretas: "não foram apresentados quaisquer indícios de provas ou diligências capazes de indicar a participação direta do investigado Vital do Rêgo na solicitação ou recebimento das vantagens indevidas, na prática de atos de lavagem ou na realização de atos de encobrimento de empreiteiros na CPMI da Petrobras. Ou seja, o inquérito se baseia em provas e indícios indiretos, em conjecturas e ilações que não podem sustentar o prosseguimento das investigações".  


Gilmar Mendes afirma que a situação é semelhante no caso de Marco Maia: "uma vez que a denúncia apresentada contra o investigado também se baseia em isoladas declarações dos colaboradores premiados e em planilhas e documentos unilateralmente produzidos, além de outros frágeis elementos de prova, como simples registros de ligações telefônicas, conversas inconclusivas por aplicativos de mensagens e dados sobre a localização ou a hospedagem de supostos intermediários. Nesse sentido, registra-se, mais uma vez, a própria divergência dos colaboradores sobre a alegada corrupção passiva do recorrente. Ricardo Pessoa, um dos mais influentes empresários envolvidos no presente caso, e que admitiu o pagamento de propina a Gim Argello para blindagem na CPMI da Petrobras, negou veementemente qualquer participação do recorrente”.


Em razão dos novos fatos, Fachin propôs o adiamento do julgamento, mas o colegiado acabou suspendendo a ação penal até a deliberação definitiva da causa.  Não há data para a retomada do julgamento do recurso da defesa.  


Para o advogado de Marco Maia, Daniel Gerber, a decisão era a esperada:  

— Por anos a investigação nada trouxe de concreto aos autos, com o Ministério Público Federal oferecendo uma denúncia desamparada de quaisquer elementos que não a vontade do acusador em valorar a palavra de determinados delatores que negociaram suas liberdades ao preço de fantasias.    


*Fonte: https://gauchazh.clicrbs.com.br/


**Grifos deste Blog

01 setembro 2020

J J Garcia - ADVOGADOS ASSOCIADOS

 O Boqueirão Online: Janeiro 2017








*Direito Civil - Constitucional - Previdenciário - Eleitoral - Família - Trabalhista - Ambiental - Penal - Administrativo - Tributário ... 

-Temos parceria com renomadas bancas de Advocacia do RS e de Brasília/DF.

 

-Neste [grave e delicado] período de contágios pela pandemia do Covid-19, estamos - prioritariamente - realizando atendimentos emergenciais (e/ou online).

 

*Para agendar:  fone/whats 55-984595009 e 55-99178355

 e/ou e-mail juliogarcia.adv@outlook.com

 

Endereço: Rua Sete de Setembro,74/103 - Centro -  Santiago/RS

 

(Consultas preferencialmente com hora marcada) 

Com a saída de Dilma, há quatro anos, país vive retrocesso

 "O país vive o trauma de um impeachment sem crime, e a ausência de um impeachment, mesmo com uma montanha de pedidos e motivos, estacionada na mesa do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, contra o atual ocupante da cadeira de presidente", escreve a jornalista Denise Assis

Com a saída de Dilma, há quatro anos, país vive retrocesso - Denise Assis -  Brasil 247

Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia* 

Em maio de 2016 Michel Temer chegou ao Palácio do Planalto para ocupar uma cadeira que não era sua. A bordo de um programa capenga: “Ponte para o Futuro”, Michel lançou o país no retrocesso das garantias trabalhistas, estabeleceu o teto de gastos que engessou qualquer possibilidade de investimentos em Saúde e Educação e não avançou um passo na recuperação econômica, prometida ao “deus mercado”.  Em curso estava o processo de impeachment aberto por seus parceiros – lideranças do PMDB (o partido, de tão envergonhado com as manobras ilegais de Michel, preferiu adotar novamente a sigla que usava no período da ditadura, MDB) – e o PSDB, de FHC, com apoio do Centrão. Este mesmo, que agora está a mamar nas tetas do governo, onde se agarra como um bando de mexilhões no fundo do casco de um navio.

Em maio de 2019, Michel foi preso em São Paulo. Isto mesmo. Preso. Dois dias depois o Superior Tribunal de Justiça (STJ) lhe concedeu liberdade. A prisão foi substituída por medidas cautelares, como o bloqueio de bens, o impedimento de viagens ou mudança de endereço e proibição de manter contato com outros investigados que não sejam da família. O entendimento dos ministros foi de que, apesar da gravidade dos crimes que lhe foram imputados, não há no caso elementos que justifiquem a manutenção de uma prisão preventiva (antes da condenação). Dilma estava livre e inocentada, sendo recebida por líderes políticos mundo a fora.

Em junho deste ano o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB) deixou a penitenciário no Rio, onde cumpre pena após ser preso na Lava Jato, para realizar uma cirurgia. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), Cunha foi encaminhado a um hospital em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Cunha foi preso em 2016 e transferido para o Rio no ano passado. O ex-deputado foi condenado a 14 anos e seis meses de prisão na Operação Lava Jato. Ele é acusado de receber US$ 5 milhões de propina em contratos de construção de navios da Petrobras. Dilma estava livre e inocentada, transmitindo lives e sendo saudada pela militância e grandes políticos nacionais, do campo progressista. Todos em isolamento social, mas ativos nas redes sociais e em eventos virtuais.

O ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) – sem mandato, derrotado nas eleições de 2018 – tornou-se réu em processo da Operação Lava Jato por lavagem de dinheiro e corrupção passiva. A denúncia foi aceita em 18 de maio deste ano pela força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF). Dilma estava livre, e inocentada, saudada e aplaudida nos eventos de que participou.

O ex-candidato à presidência, Aécio Neves, com quem Dilma Rousseff concorreu e venceu, na eleição de 2014 – revoltado ele jurou que ela não governaria e tentou recontagem de votos -, escapou de duas tentativas de expulsão do seu partido e o de FHC, o PSDB. Em julho do ano passado, virou réu por tentativa de obstrução judicial das investigações relativas à Operação Lava-Jato e corrupção passiva, após o recebimento de uma denúncia feita pelo ex-procurador da República Rodrigo Janot, a ser ratificado pela Justiça Federal de São Paulo. A acusação tem como base as delações de Joesley Batista, um dos controladores do grupo J&F e ex-presidente do Conselho de Administração da JBS. Em maio de 2017, Joesley afirmou ter pagado propina de R$ 2 milhões ao então senador Aécio Neves, e divulgou áudios que comprovariam a denúncia. O dinheiro foi pago em troca de favores políticos a Joesley. Dilma estava livre e inocentada.

Em dezembro de 2019, o juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, da 12ª Vara Federal de Brasília, absolveu os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além de outras três pessoas ligadas ao PT, do delito de organização criminosa. O processo tinha sido aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Operação Lava-Jato, mas depois foi enviado para a primeira instância. Para o magistrado, a denúncia contra os petistas feita pelo Ministério Público Federal “em verdade, traduz tentativa de criminalizar a atividade política”. Dilma estava livre e inocentada.

Ainda em junho de 2016, com o impeachment em pleno andamento, a comissão que investigava os “ilícitos” recebeu o resultado da perícia nos documentos do processo. Três técnicos do Senado analisaram documentos e decisões tomadas pelo governo federal para responder a 99 perguntas da comissão do impeachment. Os técnicos concluíram que as chamadas pedaladas fiscais não tiveram a participação da presidente afastada.

Não era só tirar a Dilma. O atraso em que o país está metido é de tal ordem que até os arautos do liberalismo, tais como o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, por exemplo, rogam pela diminuição da desigualdade social e do teto de gastos, a jabuticaba colocada no caminho dos futuros presidentes, por Michel. O país vive o trauma de um impeachment sem crime, e a ausência de um impeachment, mesmo com uma montanha de pedidos e motivos, estacionada na mesa do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, contra o atual ocupante da cadeira de presidente. Rodrigo Maia, a história lhe cobrará seu preço.

*Via Brasil247