A PF de Lula o socorreu. Você poderia ter sido morto por ter proibido os caras do PCC de namorar
Amizade: Bolsonaro e Moro em jogo do Flamengo (Foto: Reprodução)
A PF de Lula o socorreu. Você poderia ter sido morto por ter proibido os caras do PCC de namorar
Amizade: Bolsonaro e Moro em jogo do Flamengo (Foto: Reprodução)
Segundo o governo, 8,9 milhões de crianças nessa faixa etária se encaixam nos critérios para o recebimento do valor extra
*CLIQUE AQUI para ler na íntegra (via Rede Brasil Atual)
A Comissão Executiva do Partido dos Trabalhadores – PT de Santiago/RS, presidida pelo Advogado Júlio C. S. Garcia, esteve reunida na tarde da última quarta-feira, 15/03, em sua Sede municipal, localizada na Avenida Getúlio Vargas, 2286. Na pauta dos trabalhos constou a avaliação da Conjuntura a nível federal, estadual e municipal, campanha de finanças, eleições municipais do ano vindouro e assuntos gerais.
Em relação à Conjuntura, que exigiu uma discussão maior, os dirigentes petistas reafirmaram que a prioridade da atual direção partidária em Santiago e Região é a defesa e divulgação das ações do Governo Democrático e Popular presidido pelo Presidente Lula, especialmente combatendo e denunciando o extremismo da ultradireita fascista e seu “discurso de ódio”, assim como articular de forma eficaz a oposição aos governos estadual (governador Eduardo Leite e aliados) e municipal (PP), bem como a reorganização e fortalecimento do partido, que se dará concomitantemente com a retomada da intervenção ‘na base’ (nos movimentos sociais, estudantis, sindicais etc.). Também discutiram e decidiram priorizar a realização de uma Campanha Extraordinária de Finanças, a realização de Conferências de Formação Política e novas filiações ao partido.
Sobre o enfrentamento ao governo municipal conservador hegemonizado pelo PP, Júlio Garcia destacou que não procedem algumas informações veiculadas por setores da mídia local de que o partido estaria participando da articulação de um “frentão” contra os pepistas e seus aliados. “A verdadeira oposição (política e ideológica) ao governo do PP e seus aliados em Santiago deve ser antifascista e antibolsonarista, como é o caso do PT, PDT e outros setores que devem articular, no momento oportuno, uma chapa que tenha como base o respeito à Democracia e ao Estado Democrático de Direito e, em particular, articular um programa mínimo [de governo] que priorize os setores mais excluídos da sociedade local, em particular os trabalhadores e a juventude. Por isso que não lançamos nomes ainda como pré-candidatos ao Executivo e ao Legislativo de Santiago, pois antes disso temos que priorizar o debate democrático e participativo com todos esses setores.”
A próxima Reunião Ampliada do PT Santiaguense deverá ocorrer no início do próximo mês em sua sede partidária e será em breve divulgada.
O assassinato de
Alexandre Vannucchi Leme pela ditadura civil-militar completa 50 anos no
próximo dia 17. Alexandre estudava Geologia na Universidade de São Paulo (USP)
e tinha apenas 22 anos quando, em 1973, foi preso, torturado e morto por
agentes do DOI-Codi. Para marcar a data, o Instituto Vladimir Herzog (IVH), a
Comissão Arns e o Núcleo de Preservação da Memória e da Política (NM) organizam
uma série de manifestações.
A programação tem início
às 16h, com ato em memória de Alexandre na Sala dos Estudantes da Faculdade de
Direito do Largo de São Francisco da USP, no centro da capital paulista. Durante
o evento será exibido vídeo sobre a história do estudante. O cantor Renato Braz
participa do ato.
Além disso, o jornalista
Camilo Vannuchi, primo em segundo grau de Alexandre, faz o pré-lançamento do
livro Eu só disse meu nome. O título da obra faz referência à frase gritada por
Alexandre, segundo testemunhas, após ser sequestrado e chegar ao DOI-Codi. “Sou
um estudante de Geologia. Me acusam de ser da ALN. Eu só disse o meu nome.”
A homenagem seguirá com missa, às 19h, na Catedral da Sé. A cerimônia será conduzida por Dom Pedro Luiz Stringhini e Dom Angélico Sândalo Bernardino. Dom Angélico foi um dos celebrantes do ato ecumênico realizado após o assassinato do jornalista Vladimir Herzog, em outubro de 1975, também pela ditadura.
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Manifestantes terroristas no Planalto – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Em depoimentos prestados à Polícia Federal (PF), evangélicos bolsonaristas presos por participar dos atos terroristas e tentativa de golpe promovidos por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, no dia 8 de janeiro, relataram que foram mobilizados por igrejas de diversos estados do país.
De acordo com o colunista Aguirre Talento, do UOL, a informação sobre o financiamento por igrejas evangélicas foi citada aos investigadores por pelo menos cinco bolsonaristas. Eles disseram que igrejas bancaram ônibus e organizaram caravanas para os ataques na capital federal.
Moradora de Sinop (MT), Sirlei Siqueira afirmou à PF que viajou em uma “excursão da Igreja Presbiteriana Renovada”. Também morador de Sinop, Jamil Vanderlino disse ter viajado em um “ônibus financiado por igreja evangélica”. Ambos não deram detalhes sobre o financiador.
O aposentado de Uberlândia (MG), Edinilson Felizardo da Silva, relatou ter recebido uma oferta de um pastor quando participava de uma manifestação pró-Bolsonaro em um batalhão do Exército naquela cidade. Ele disse que a viagem a Brasília foi oferecida de graça.
Já o bolsonarista Ademir Almeida da Silva, morador de Maceió (AL), disse que tinha remuneração mensal de R$ 400 e citou o nome de um pastor da Igreja Batista, Adiel Brandão de Almeida, como um dos financiadores de sua viagem.
O religioso, por sua vez, afirmou que “cooperou” com as despesas de Ademir pois ele estava com pouco dinheiro. Ele também ressaltou que não houve relação da igreja. “Isso é financiar a ida de alguém? Não é. Financiar é quando você está dizendo que todas as despesas, transporte, comida, almoço e janta eram por minha conta, aí seria financiar. E mesmo que alguém fosse financiar, não é da conta de ninguém não”, disse.
Uma moradora de Xinguara (PA) relatou ser frequentadora da Assembleia de Deus e que integrantes da igreja participaram de uma caravana com destino a Brasília. Entretanto, a apoiadora do ex-chefe do Executivo também não deu detalhes obre o responsável pelo financiamento.
*Fonte: DCM
A companheira Deputada Federal Maria do Rosário (PT/RS) vai anunciar oficialmente, na oportunidade (dia 20/03, vide banner acima), dentre outras, uma importante Emenda no valor de R$ 100.000,00 para a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Santiago/RS. Para o ano vindouro, outra Emenda deverá também ser destinada para o Asilo Santa Isabel, atendendo nossa sugestão.
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*Recebi o honroso convite do Gabinete da nossa Deputada para estar presente no evento (na qualidade de Presidente do Partido dos Trabalhadores e apoiador do seu mandato) . -Já confirmei presença. (JG)
“A gente tem que entender que trabalhando separado, a gente é muito fraco. Juntos, somos muito fortes”, disse o presidente ao fim de encontro com prefeitos
São Paulo – Por Tiago Pereira, da RBA* - O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu apoio aos prefeitos para ampliar o programa Minha Casa Minha Vida e reduzir o déficit habitacional no Brasil. “Queria fazer um desafio aos prefeitos do Brasil: se puderem fazer a concessão de terrenos, a gente pode fazer casas muito mais baratas para o povo mais pobre desse país”, declarou durante o encerramento do encontro da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) nesta terça-feira (14), em Brasília.
Ele também informou que determinou que o Ministério do Planejamento faça um levantamento de “todas as terras públicas que têm no governo federal” e de “todo o patrimônio – prédios, casas e lojas – que estiver abandonado”, para transformar em moradia popular.
Lula destacou que o déficit habitacional hoje está em cerca de 6 milhões de residências. E disse que a grande maioria das casas são feitas “pelo povo, à toque de caixa”, muitas vezes em local indevido, como em áreas de encosta. Citou a tragédia do litoral norte de São Paulo, e disse que as vítimas nesse tipo de episódio são sempre “o povo pobre e trabalhador”.
Nesse sentido, o presidente também chamou para o diálogo os prefeitos. Disse que ele e os seus ministros estão sempre à disposição, porque é nas cidades que ocorrem os problemas que afetam a sociedade. “Não acredito que um presidente possa governar sem ouvir governadores e prefeitos. A gente tem que entender que trabalhando separado, a gente é muito fraco. Juntos, somos muito fortes”.
Durante o evento da FNP, Lula também participou da inauguração da Sala das Cidades, da Caixa Econômica Federal. O intuito é ampliar o financiamento às obras de infraestrutura. “Se o estado tiver condições e a cidade tiver condições, o dinheiro não vai ficar no cofre do banco para render com juros. Vai render com obra, para melhorar a qualidade de vida das pessoas”.
Ele afirmou que o Brasil tem “vocação” para o crescimento, porque o país ainda tem muitas tarefas prioritárias a cumprir. “Nós ainda temos tudo para fazer, na área do transporte, educação, saneamento. Ou seja, temos uma quantidade imensa de obras para fazer, que a gente não poderia estar vendo o desemprego aumentar”.
Desse modo, disse que o seu governo vai investir, somente em 2023, cerca de R$ 23 bilhões em obras, o que supera os investimentos dos quatro anos do governo Bolsonaro. Citou que, em todo o país, são 14 mil obras paradas que a gestão atual promete retomar. “Só para vocês terem ideia, nós encontramos esse país com 186 mil casas paralisadas. Casas ainda do tempo da Dilma, do Lula, que estavam para ficar prontas em 2015, e que foram simplesmente paralisadas”.
Ainda sobre a retomada das obras, Lula afirmou que o seu governo vai voltar a construir faculdades, escolas técnicas e escolas de tempo integral. Para o ensino de tempo integral, ele disse que é preciso escolas de “outro tipo”, pois as atuais são como uma “caixa de fósforo”, afirmou.
“Precisamos fazer escolas de outro tipo, de outro padrão, para que a gente garanta que as crianças dos nossos munícipes tenham direito a uma piscina, a um campo de futebol, um lugar de música, um lugar de teatro, de cinema. É preciso que a gente humanize a escola”. Desse modo, ele disse que pretende garantir uma “mudança da qualidade de ensino nesse país”.
Ao final, Lula também afirmou que os prefeitos não devem ter “vergonha” de dizer que são políticos. “Prefiro um político competente, do que um técnico. Porque o político entende um pouco de tudo, e o técnico não entende de nada. Esse técnico tem que ter um chefe, que é o político, que tem que ter competência para saber orientar. Por isso tenho orgulho de dizer que não nego nunca que gosto de política, que sou político. E me considero um político com P maiúsculo”.
Ele ainda ridicularizou o ex-presidente Bolsonaro, que dizia não gostar do cargo que ocupou nos últimos quatro anos. “Se tivemos um presidente que dizia, ‘ah, não gosto de ser presidente, não deveria estar aqui’, quero dizer para vocês: eu gosto de ser presidente, e gosto de estar lá para provar que é possível fazer as coisas que gente tem que fazer”.
O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT-SE), reeleito presidente da frente, disse que durante os últimos quatro anos, “o tempo ficou fechado” no Brasil. Mas a eleição de Lula fez renascer o “sol da democracia e da liberdade”. E destacou que o pacto federativo voltou a funcionar. Agradeceu o presidente pela implementação do Conselho da Federação, proposto pela FNP, que vai estabelecer o diálogo entre o governo federal, estados e municípios.
Ele citou a mobilidade urbana como um dos principais temas que “afligem os municípios”. Disse que ficou satisfeito que a FNP pôde discutir com diversos ministros do governo. Citou a participação nesta segunda-feira (14) do ministro Fernando Haddad, que garantiu que a proposta de reforma tributária não vai reduzir a arrecadação dos municípios. E citou ainda outras medidas anunciadas pelo governo federal, como recursos de R$ 350 milhões para reduzir as filas dos exames e o reajuste de até 39% nas verbas federais para a merenda escolar, que estavam congeladas há seis anos.
Do Sul21 * - Na tarde desta sexta-feira (10), uma operação conjunta entre o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Polícia Federal (PF), em Uruguaiana, resgatou 56 trabalhadores em condições análogas à escravidão em duas fazendas de arroz no interior do município. Dos resgatados, todos homens, dez eram adolescentes com idades entre 14 e 17 anos. Segundo dados da fiscalização do trabalho, este é o maior resgate já registrado em Uruguaiana.
O MPT-RS foi representado na ação pelos procuradores Franciele D’Ambros e Hermano Martins Domingues. A operação foi realizada nas estâncias Santa Adelaide e São Joaquim, em Uruguaiana, após uma denúncia informar a presença dos jovens na propriedade, em trabalho irregular e sem carteira assinada. O grupo móvel de fiscalização se dirigiu ao local e encontrou não apenas os adolescentes, mas trabalhadores adultos em situação análoga à escravidão.
Os trabalhadores eram da própria região, oriundos de Itaqui, São Borja, Alegrete e da própria Uruguaiana, recrutados por um “gato”, um agenciador de mão de obra que atuava na fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Eles faziam o corte manual do arroz vermelho com instrumentos inapropriados (muitos usavam apenas uma faca doméstica de serrinha), além de aplicar agrotóxicos com as mãos. Também fazia parte das atribuições a aplicação de veneno pelo método de “barra química”, em que dois trabalhadores aplicam o agrotóxico usando uma barra metálica perfurada conectada a latas do produto, um tipo de atividade que exige equipamentos individuais de proteção, que não eram fornecidos.
Além disso, os trabalhadores precisavam andar 50 minutos em pleno sol até chegar ao local de trabalho. As vítimas relataram que recebiam cem reais por dia, mas a comida e as ferramentas de trabalho eram por conta deles próprios. Nessas condições, a comida estragava constantemente e os trabalhadores não comiam o dia inteiro. Se algum deles adoecesse, teria remuneração descontada. Conforme os relatos, um dos menores sofreu um acidente com um facão e ficou sem movimentos de dois dedos do pé.
O responsável pelo agenciamento ilícito foi preso em flagrante por redução à condição análoga a de escravo (Art. 149 do Código Penal), conduzido à PF e será encaminhado ao Sistema Penitenciário. Os trabalhadores vão receber, de imediato, três parcelas de seguro-desemprego. Os empregadores serão notificados para assinar a carteira de trabalho dos resgatados e pagar as devidas verbas rescisórias. O MPT deve pleitear pagamentos de indenizações por danos morais individuais e coletivos.
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**ATUALIZANDO: De acordo com o novo informe do Ministério Público do Trabalho (MPT-RS), nesta segunda-feira, 13, sobe de 56 para 82 o número de trabalhadores resgatados de trabalho escravo na última sexta-feira, 10, em duas estâncias de arroz localizadas Uruguaiana.
Por Júlio Garcia**
*“Combate ao discurso de ódio deve ser política de Estado” – A manifestação foi feita pelo ministro Silvio Almeida durante a primeira reunião de Grupo de Trabalho criado para combater o extremismo. Pela relevância, este Colunista traz, na íntegra, para conhecimento dxs prezadxs leitores, a matéria abaixo, originalmente publicada pela Agência Brasil e repostada pelo site gaúcho Sul21. Leia a seguir:
“O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, defendeu que o combate ao extremismo e ao discurso de ódio deve se tornar política de Estado. A manifestação foi feita nessa segunda-feira (6), durante a primeira reunião do Grupo de Trabalho (GT) para apresentação de estratégias de combate ao discurso de ódio e ao extremismo.
Criado no último dia 22, o GT reúne representantes do governo federal, pesquisadores, especialistas de várias áreas, comunicadores e influenciadores digitais, dentre outros, e tem como competência a proposição de políticas públicas em direitos humanos sobre o tema.
“Nós precisamos fazer com que o combate ao discurso de ódio e ao extremismo se torne uma política de Estado, esse é um ponto muito importante. Que esse seja o início de uma construção política das mais relevantes, que seja o início de uma prática política calcada na teoria e que não se distancie da prática. Que esse seja o início de um trabalho que traga políticas públicas efetivas para toda a população do nosso país”, disse o ministro.
O grupo deverá concluir os seus trabalhos ao fim de 180 dias. Pelo cronograma, previsto para ocorrer em três etapas, haverá primeiro um diagnóstico sobre a temática, depois proposição de medidas e, por último, elaboração de um relatório final, a ser encaminhado ao ministro para avaliação.
*Eixo temático - Entre os eixos temáticos a serem abordados pelo GT, estão temas como intolerância religiosa, discurso de ódio na internet, racismo e xenofobia, violência contra mulheres e misoginia, LGBTfobia [Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgênero] e violência política.
No encontro, Silvio Almeida também afirmou que os trabalhos do GT não deverão assumir conduta punitiva ou de regulação da mídia ao longo da atuação. Para o gestor, o grupo deverá primar por uma atuação educativa e propositiva. Para a presidenta do GT, Manuela d’Ávila, o grupo promoverá esforços para a reflexão sobre o discurso de ódio no Brasil.
“Esse GT, vinculado ao ministério, expressa muito do propósito e desse caminho a ser trilhado por todos e todas nós coletivamente. Juntos e juntas representamos, talvez, um esforço do Brasil para refletir sobre esse processo de crescimento do ódio e, também, para buscarmos um caminho para enfrentá-lo. É preciso resultar em um padrão de sociedade em que ela mesma refute o discurso de ódio”, afirmou.
A participação no GT é considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada.”
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**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, dirigente político (um dos fundadores do PT e da CUT, atualmente Presidente do PT de Santiago/RS), 'poeta bissexto' e midioativista. - Coluna publicada no Jornal A Folha (do qual é Colunista), nº 878, em 10/03/2023.
***Charge do Kayser
(Via Blog O Boqueirão Online)
Trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves, na serra gaúcha – Foto: MPT-RS/Divulgação
Nesta quinta-feira (9), as vinícolas gaúchas Salton, Aurora e Garibaldi fecharam um acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) para pagar R$ 7 milhões em indenização após 207 trabalhadores serem resgatados de situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves (RS).
“O acordo estabelece, no entendimento do Ministério Público do Trabalho, um paradigma jurídico positivo no Estado e no país no sentido da responsabilidade de toda a cadeia produtiva em casos semelhantes”, afirmou o MPT-RS em nota.
O pagamento é parte de um acordo firmado com o MPT para reparação dos danos causados aos empregados. O valor será dividido entre as três vinícolas e irá formar o fundo de trabalhadores resgatados, além de ser revertido a entidades, projetos ou outros fundos para reparação dos danos sociais causados.
A Salton divulgou uma nota em que afirma que foram contratados 14 trabalhadores via a empresa terceirizada Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde LTDA. A empresa também diz que repudia qualquer ato de violação dos direitos humanos.
Já a vinícola Aurora, na quinta-feira (2), pediu desculpas aos trabalhadores resgatados e se disse envergonhada. A Cooperativa Garibaldi, por sua vez, disse em nota divulgada à imprensa no sábado (4) que “vem cumprindo todas as solicitações e mantendo postura colaborativa com relação às autoridades para o andamento dos trabalhos”.
Diferentemente das vinícolas gaúchas, a Fênix rejeitou a possibilidade de um acordo. Diante disso, a apuração do MPT prossegue buscando responsabilizar a companhia. Vale destacar que a Justiça já bloqueou os bens do empresário Pedro Augusto Oliveira de Santana, responsável pela empresa. (Por Yurick Luz, no DCM).
PL da igualdade salarial, retomada de obras de creches e distribuição gratuita de absorventes estão entre medida
*Por Cristiane Sampaio, no Brasil de Fato - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou, nesta quarta-feira (8), um conjunto de medidas dirigidas à população feminina. A lista inclui, por exemplo, distribuição gratuita de absorventes, retomada de 1.189 obras de creches que estavam paralisadas pelo país, proposta de equidade salarial entre homens e mulheres e ratificação da Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O anúncio das políticas veio à tona como símbolo da comemoração pelo Dia Internacional de Luta das Mulheres, lembrado sempre a cada 8 de março.
"Houve um tempo em que o 8 de março era comemorado com distribuição de flores para as mulheres, enquanto os outros 364 dias do ano eram marcados pela discriminação, o machismo e a violência. Hoje, nós estamos aqui comemorando o 8 de março com o respeito que as mulheres exigem", disse Lula, ao agitar uma plateia formada por centenas de lideranças populares que compareceram ao Palácio do Planalto nesta quarta para prestigiar o anúncio, além de nomes como a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).
Leia também: Interseccionalidade e luta são caminho para avanço de pautas feministas no governo Lula
O presidente também teceu comparações entre as medidas lançadas pela gestão e a postura do governo Bolsonaro diante da pauta de interesse das mulheres. Ao dizer que é preciso respeitá-las "em todos os espaços que elas queiram ocupar", Lula disse que o mesmo respeito "faltou ao governo anterior quando optou pela destruição de políticas públicas, cortou recursos orçamentários essenciais e chegou a estimular de forma velada a violência contra as mulheres".
Já a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou que as ações anunciadas pelo governo têm objetivos múltiplos: "O que vocês veem aqui hoje é um enorme esforço coletivo para que políticas robustas sejam implementadas no sentido de enfrentar a violência contra as mulheres, promover a igualdade de gênero, a autonomia econômica as mulheres, a saúde integral das mulheres e a sua permanência com os direitos garantidos em todos os espaços".
Pacote
O pacote do governo prevê, por exemplo, a refundação do programa "Mulher Viver sem Violência", que inclui a construção de 40 novas unidades das Casas da Mulher Brasileira. A iniciativa contará com um investimento de R$ 372 milhões, que serão aplicados em ações como a doação de 270 viaturas para a Patrulha Maria da Penha para os diferentes estados do país.
Outra iniciativa de realce é o anúncio de um projeto de lei que será enviado ao Congresso Nacional com o objetivo de promover a igualdade salarial entre homens e mulheres que exerçam a mesma função no mercado de trabalho. A medida mira o combate à discriminação salarial de gênero, que voltou a subir no país em 2022, atingindo a marca de 21% de diferença de remuneração entre homens e mulheres. O índice é de um estudo do Dieese, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que vinha apontando para uma tendência de queda nos anos anteriores.
:: Mulheres ganham 21% menos que homens e são maioria entre desempregados, diz Dieese ::
A secretária de Mulheres da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Fentect), Amanda Porcino, entende que a medida dá a largada para que a diferença possa reduzir gradualmente ao longo do tempo até que se alcance de fato uma igualdade no ambiente profissional.
"A gente tem que buscar essa equiparação. No serviço público, por exemplo, nós ocupamos 40% dos cargos e mesmo nesse setor a gente tem 15% a menos de média salarial. Então, você vê que é um problema estrutural, que vai passando por todos os setores da sociedade. Ter uma política institucional que visa à equiparação salarial ajuda a gente a avançar nessa luta, que é uma luta de muitos anos."
A militante e professora Leci Maria Augusta, integrante do movimento "Partida DF", se disse contente ao saber que o pacote foca também na chamada "dignidade menstrual" das mulheres por meio de um decreto que prevê a distribuição gratuita de absorventes no Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa busca atender mulheres de baixa renda que não tenham condições de adquirir mensalmente o produto.
"Como política pública, isso é segurança da higiene da mulher, porque é lamentável que no nosso país, com tanto dinheiro sendo investido em outros fazeres, uma mulher passe por esse constrangimento [de não poder comprar absorventes]. Foi horrível [essa política] não ter sido votada nos últimos quatro anos, durante esse governo que saiu", avalia.
Já a ratificação da Convenção 190 da OIT, por exemplo, foi recebida com emoção pela secretária das Mulheres da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT-DF), Thaísa Magalhães. O documento fixa normas para se eliminar a violência e o assédio moral e sexual no trabalho. A dirigente aponta que ações dessa natureza respondem aos anseios que vinham sendo vocalizados pelo movimento de mulheres nos últimos anos e sinalizam a chegada de "um novo tempo".
:: 'Violência contra a mulher precisa ser combatida com educação e investimento', diz advogada ::
"A gente estava desde o golpe de 2016 dizendo que 'dias mulheres viriam'. Agora a gente começou a caminhar e, pra mim, foi muito significativa a ratificação da Convenção. Ela estava desde 2019 esperando para ser ratificada e hoje foi impossível conter as lágrimas quando se viu o presidente Lula assinar [o texto]. Nós mulheres trabalhadoras começamos a esperançar."
Outras medidas
Lula também assinou decretos e outros documentos que formalizam as seguintes ações: oferta de vagas em cursos profissionais dirigidos a 20 mil mulheres em situação de vulnerabilidade para os próximos dois anos; instituição de licença-maternidade para integrantes do programa Bolsa Atleta; R$ 12 milhões em investimentos para projetos culturais; criação da Política Nacional de Inclusão, Permanência e Ascensão de Meninas e Mulheres na Ciência, Tecnologia e Inovação; e previsão de R$ 100 milhões de orçamento para ações a serem anunciadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para mulheres das áreas de Exatas, Engenharia e Computação.
Além disso, o governo incluiu no roteiro o lançamento de um edital de assistência técnica rural para mulheres do campo no âmbito do programa intitulado "Organização Produtiva Econômica das Mulheres Rurais". A projeção é de que sejam injetados R$ 50 milhões na ação, voltada a um público de 20 mil mulheres.
Edição: Nicolau Soares
A Câmara de Caixas do Sul (RS) contou, na manhã desta quinta-feira (2), com uma manifestação histórica liderada pelo movimento negro em solidariedade ao povo baiano e em protesto contra o vereador Sandro Fantinel (sem partido).
A casa legislativa foi tomada por manifestantes pouco antes da sessão que aprovou, por unanimidade, pedidos de cassação do bolsonarista por conta da fala xenófoba que fez na última terça-feira (28) contra trabalhadores vítimas do trabalho análogo à escravidão.
-Por Ivan Longo, na Revista Fórum