12 março 2011

Poema





Poética

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações
[ de apreço ao Sr.diretor
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo
[ de um vocábulo

Abaixo aos puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inúmeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo o lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.

De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem
[ modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare

— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

                                                                    Manuel Bandeira

Militares (II)



ATROCIDADES DA DITADURA: DEPOIS DA IMPUNIDADE, O ESQUECIMENTO?

'Os militares admitem que as famílias dos desaparecidos políticos têm o direito de buscarem seus restos mortais, mas parecem querer o impossível, ou seja, que a evocação desses dramas chocantes não provoque a justa indignação dos homens de bem e alimente anseios por justiça'.

Celso Lungaretti*  escreve:

É compreensível que partam do Exército as iniciativas para enquadrar a Comissão Nacional da Verdade: parafraseando a frase imortal de um ex-ministro da Justiça sobre um ex-torturador, foi a Arma que, durante os anos de chumbo, mais emporcalhou com o sangue de suas vítimas as fardas que deveria honrar.

Assim é que, conforme revelou O Globo, o Comando do Exército elaborou no mês passado um documento de críticas à Comissão da Verdade, endossado a seguir pela Marinha e Aeronáutica. (...)
-Clique Aqui para ler a íntegra da postagem.
 
*Fonte: Blog Náufrago da Utopia  - Charge: Eugênio Neves

11 março 2011

Solidariedade


Governo gaúcho anuncia crédito de R$ 50 milhões para socorrer São Lourenço do Sul

Porto Alegre/RS - Portal do Estado do RS - O Governo do Estado colocará à disposição, a partir de segunda-feira (14), uma linha de crédito emergencial de R$ 50 milhões do Banrisul para auxiliar pessoas físicas, jurídicas e famílias que tiveram prejuízos com as chuvas em São Lourenço do Sul, que deixaram 15 mil desabrigados. O financiamento foi anunciado pelo governador Tarso Genro, que visitou a cidade para acompanhar o trabalho de auxílio aos atingidos pela enxurrada feito pela Defesa Civil do Estado em conjunto com a Prefeitura. "Esta linha de financiamento deverá ser suficiente, mas se houver necessidade o Governo do Estado irá aportar mais recursos", disse Tarso Genro.(...)

-Leia a matéria completa Clicando Aqui

Foto:  Prefeito José Nunes, Governador Tarso Genro, Presidente da AL-RS dep.  Adão Villaverde e vice gov. Beto Grill. Foto Eduardo Seidl/Palácio Piratini

Mais uma tragédia assola o Japão



* JAPÃO HOJE: Terremoto, tsunami, destruição geral, incêndios, milhares de vítimas...   TV japonesa transmite, ao vivo, a nova tragédia japonesa.    Clique Aqui para asssistir.

10 março 2011

Militares


Militares não têm o que querer

      Por Eduardo Guimarães*

'Quem tem que ser investigado e punido são aqueles que fizeram do Estado brasileiro uma organização criminosa que se colocou a serviço das famílias Marinho, Frias e Mesquita, entre outras, para usurpar o poder pela força...'

Enquanto Argentina, Chile e Uruguai punem crimes de tortura e assassinato – já que é extremamente difícil punir os crimes de corrupção – cometidos pelas ditaduras militares nesses países durante o século passado, no Brasil não conseguimos nem mesmo investigar o destino daqueles que a ditadura militar fez sumir da face da Terra.

Causou polêmica matéria da última quarta-feira do jornal O Globo que dava conta de que “as Forças armadas” teriam feito “pesadas críticas” à proposta do Poder Executivo de criar a Comissão Nacional da Verdade, que se pretende que investigue o sumiço de cidadãos brasileiros e outras barbaridades cometidas pela ditadura militar. (...)
-Leia a íntegra da postagem Clicando Aqui

*Editor do Blog da Cidadania

09 março 2011

E no entanto é preciso cantar...




* Marcha da Quarta-feira de Cinzas

De Vinicius De Moraes / Carlos Lyra - canta: Elis Regina

Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou
Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri
Se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando cantigas de amor

E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade

A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir
Voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida, feliz a cantar


Porque são tantas coisas azuis
E há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe
Quem me dera viver pra ver
E brincar outros carnavais
Com a beleza dos velhos carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz
Seu canto de paz

Mais uma da (não) Veja


REVISTA VEJA MENTE E SERÁ PROCESSADA POR DANO MORAL

Luciana Genro*  escreve:

O Projeto Emancipa já é um sucesso. As incrições ainda não terminaram, mas já temos mais inscritos do que as 100 vagas disponíveis. O apoio que temos recebido é enorme. Este apoio se expressou inclusive na imprensa gaúcha, que através de vários comunicadores e jornalistas ajudou a divulgar o projeto pela sua relevância social, não se prestando a reproduzir as “denúncias” da revista Veja. Todos sabem da lacuna existente na preparação dos jovens oriundos das escolas públicas que desejam entrar na universidade. Então, quem poderia querer detonar um projeto que oferece preparação para o vestibular e o Enem GRATUITAMENTE para estudantes de escolas públicas? Aqui no Rio Grande do Sul, só os “viúvos” de Yeda Crusius.

Entretanto, em respeito às pessoas que me apoiam e respeitam e que têm sido questionadas por quem não conhece a minha trajetória, esclareço:

- Vou processar a revista Veja por danos morais, visto que o jornalista que assina a matéria sequer me ouviu, publicando uma reportagem absolutamente fantasiosa sobre o Projeto Emancipa, coordenado por mim no Rio Grande do Sul.

- A Secretaria de Educação não me concedeu nenhum privilégio como insinua a reportagem. A direção do Colégio Júlio de Castilhos, assim como outras escolas estaduais, proporciona a execução de diversos projetos nas suas dependências. O Emancipa é um deles e paga à escola R$ 600,00 por mês pelas duas salas.

- Os (as) professores(as) não serão “bem remunerados” como maliciosamente diz a reportagem. Receberão R$ 20,00 a hora aula. Como são apenas duas turmas, a média de remuneração de cada professor deverá ser por volta de R$ 300,00.

- A cota de patrocínios do Emancipa está fechada com 5 empresas e não estamos em busca de mais patrocinadores como mentirosamente afirma a reportagem.

-Sobre a Icatu Seguros, um empresa que atua no mercado gaúcho através do Banrisul há mais de 10 anos, muito me estranha que somente agora, para me atacar, a Veja levante suspeitas sobre esta relação. Eu não respondo pelas atividades de nenhuma empresa, mas a verdade é sempre útil: basta verificar o balanço 2010 do Banrisul, disponível na internet, para comprovar a mentira. A seguradora Icatu não tem contrato de exclusividade com o Banrisul. Além disso esta empresa apóia diversas OSCIPs e ONGs, não apenas o Emancipa.

- Quanto à afirmação de que “Luciana, que na política criticava o pai, na vida empresarial usa de seu prestígio para lucrar”, quem terá que se explicar é a Veja. E terá que fazê-lo no Justiça. Primeiro, porque não estou “lucrando” e nem sequer estou na “vida empresarial”. O Emancipa não é uma empresa e não pode dar lucro. Não é por que deixei de ser deputada que vou abrir mão de realizar atividades socialmente relevantes, mesmo que de forma privada, mas que respondam a interesses coletivos. Quanto ao suposto uso do prestígio do meu pai, Tarso Genro, minha trajetória me autoriza a ter certeza que os parceiros do Emancipa avaliaram em primeiro lugar o meu próprio prestígio para decidir pela participação no projeto.

*Luciana Genro, ex-deputada federal (PSOL),  é  Coordenadora do Projeto Emancipa-RS.


Edição deste blog   


08 março 2011

CUBA vence - também - na Avenida!


'CUBA SIM! EM NOME DA VERDADE!'

Com o tema "Cuba sim! Em nome da verdade", a União da Ilha da Magia (UIM) foi a grande campeã do Carnaval 2011 de Florianópolis-SC.
Com uma proposta ousada, inovadora,  que caiu nas graças do público e mereceu as melhores notas dos jurados, a escola conseguiu fazer um desfile considerado impecável e superar as concorrentes em quase todos os quesitos, sagrando-se a grande vencedora do carnaval da Ilha.
A médica e revolucionária cubana Aleida Guevara (filha do comandante Ernesto 'Che' Guevara) foi destaque na passarela (foto acima) e, após,  participou da apuração na arquibancada ao lado da comunidade da Lagoa da Conceição.
Clique Aqui para assistir ao desfile da escola de samba na Passarela Nego Quirido, em Florianópolis, no dia 06/03/2011. 

*Foto: Aleida Guevara, médica cubana, filha do Che com Aleida March, durante o desfile.   (Fabricio Escandiuzzi/Terra)

Edição deste blog.

Dia Internacional da Mulher


8 de março: origens e atualidade

Emir Sader*  escreve:

O Dia Internacional da Mulher foi estabelecido pela ONU no dia 8 de março graças à grande e trágica mobilização de trabalhadoras norte-americanas, nesse dia, em 1857, operárias têxteis de uma fábrica de Nova York entraram em greve, ocupando a fábrica, reivindicando a diminuição da jornada de trabalho de até mais de 16 para 10 horas. Elas, que recebiam menos de um terço dos homens, foram fechadas na fábrica, onde ocorreu um incêndio e 130 delas morreram queimadas.

Desde então, é inegável que, vindo de uma situação tão degradante, a mulher conquistou direitos, espaços, voz. O século XX foi praticamente o primeiro em que ela passou a ser protagonista da história, obtendo certos espaços institucionais, mas principalmente se firmando na produção artística e cultural.

Mas a situação da mulher segue bem distante da situação de igualdade de direitos que o movimento feminista tem reivindicado. Veja-se, antes de tudo, nos espaços privados, como a desigualdade na distribuição de tarefas continua a ser flagrante, com um peso brutal ainda recaindo desproporcionalmente nas costas das mulheres, situação ainda agravada pela quantidade crescente de famílias em que ela dirige sozinha a unidade familiar.

Mesmo nos espaços públicos, os lugares de poder real na sociedade continuam a ser exercidos usualmente por homens. Costuma-se até dizer que quando a mulher chega a uma atividade ou a um nível de direção de uma função, seria sinal de que ela perdeu importância.

O fato do Brasil e da Argentina terem duas mulheres presidentas é significativo. Mas elas tiveram que superar obstáculos e preconceitos adicionais para chegar a esses postos. Não foi casual que no Brasil a direita levantou o tema do aborto quando uma mulher era a candidata da esquerda, buscando associar a imagem feminina a um papel negativo em relação à natalidade. (Tampouco o é o fato de que o candidato opositor foi mobilizar sua esposa para desatar os ataques a Dilma.)

Depois de um início explosivo, os movimentos feministas passaram a ter também dificuldades de seguir agrupando as mulheres dos distintos setores sociais e se organizar como força social e politica importante. Um momento de virada na luta das mulheres pela sua emancipação foi a virada conservadora no mundo a partir dos anos 1980. Elemento essencial de essa virada foi a campanha de Ronald Reagan e de toda a direita norteamericana para criminalizar o aborto.

Reivindicação essencial do movimento feminista nas décadas anteriores, o direito ao aborto, pelo que representa no direito da mulher a decidir sobre sua vida, sobre seu corpo, sobre a decisão da gravidez. A ofensiva conservadora passou a transformar a mulher em culpada, assim como os médicos vinculados ao aborto, ao transferir a discussão para a existência ou não de alma no feto, o que levaria o aborto à condição de “crime”, de “assassinato” de uma vida humana. O que mudou o quadro, colocou o movimento feminista na defensiva, assim como todos que defendem os direitos das mulheres.

Nem seria necessário voltar sobre a forma como o tema entrou na campanha presidencial e como reflete o peso que os setores conservadores na formação da opinião das pessoas ainda tem, refletido na instrumentalização da questão no marco eleitoral. Mas as leis que permitem o aborto o restringem a casos muito específicos e limites, impedido que uma mulher, em condições normais, possa decidir sobre sua vida.

Na realidade, a discriminação se expressa no conjunto das mulheres, por razões econômicas e sociais. Aquelas que dispõem de condições fazem regularmente abortos em clinicas ilegais, mas toleradas, em condições de relativa segurança, enquanto as outras são relegada ao abandono – a ter os filhos que não queriam ter ou a métodos graves de aborto, que provocam, via de regra, mortes – uma a cada dois dias no Brasil – ou danos irreparáveis nas mulheres.

É uma questão que revela um enorme atraso, um dos temas mais importantes da democratização social no Brasil, que assusta políticos e governantes – dependentes do eleitorado, com temor a ser diabolizados pelas igrejas. No entanto, não haverá condições mínimas de igualdade de direitos, sem o direito ao aborto.

Ninguém será obrigado a nada, as opções de valores de cada uma definirão seus comportamentos. Mas um Estado democrático – portanto, laico – tem obrigatoriamente que disponibilizar para as mulheres que queriam apelar para essa circunstâncias, condições seguras e gratuitas de fazê-lo.

Que o conhecimento das origens da data de 8 de março sirva para avançar na consciência de como as questões de gênero se articulam estreitamente com as questões sociais e cuturais.

*Via Blog do Emir (Carta Maior)

Edição deste blog

Carnificina


Polícia Rodoviária já registra 166 mortes no feriado de carnaval
 
Brasília/DF - Agência Brasil - Desde o início do feriado de Carnaval, na sexta-feira (4), até a meia-noite de ontem (7) 166 pessoas morreram em estradas federais do país. O número já supera o total de mortes registradas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em todo o carnaval de 2010, que foi 143.

Somente ontem (7), a PRF contabilizou 410 acidentes, 310 feridos e 37 mortes nos 66 mil quilômetros de rodovias federais que cortam o país.

De acordo com o balanço da operação, ontem (7) foram realizados 5.867 testes de alcoolemia – o bafômetro. Em 184, o resultado foi positivo para consumo de bebida alcoólica em excesso. Oitenta e cinco pessoas foram presas por embriaguez.
 
A Operação Carnaval da PRF continua até a meia-noite de quarta-feira (9). (por Luana Lourenço).

04 março 2011

Ô Abre Alas!



* Ô Abre Alas - de Chiquinha Gonzaga.  Cantam: Marlene, Emilinha e Angela Maria


Ô abre alas
Que eu quero passar
Ô abre alas
Que eu quero passar
Eu sou da Lira
Não posso negar

Ô abre alas
Que eu quero passar
Ô abre alas
Que eu quero passar
Rosa de Ouro
É quem vai ganhar
 
* Esta é a 1ª marchinha de carnaval, composta em 1899 por Chiquinha Gonzaga para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro, do Rio de Janeiro.

Reflexões necessárias



NADA COMO UM DIA DEPOIS DO OUTRO

Carta Maior - Menos de 24 horas depois de o BC elevar a taxa de juro para 11,75% -- medida profilática para desaquecer a economia e conter ‘pressões inflacionárias' decorrentes do descompasso entre oferta e demanda ,explicam os consultores dos mercados financeiros-- o IBGE divulgou dados do PIB de 2010.

O confronto entre os sinais emitidos pela economia real e as justificativas para a decisão do BC deveria inspirar, no mínimo, alguma reflexão em círculos saltitantes, dentro e fora do governo, unidos pela ciranda-cirandinha do ‘corta-corta'.

Vejamos: a) o PIB brasileiro cresceu 7,5% no ano passado em relação a 2009. Sim, a base de comparação era modesta. Em 2009 o país enfrentou galhardamente, com ferramentas keynesianas, a maior crise mundial do capitalismo desde os anos 30, mas seu PIB estagnou; b) a retomada em 2010, todavia, não se mostrou apenas vigorosa na recuperação do tempo perdido: ela foi sobretudo notável na sua consistência; c) o crescimento do PIB foi puxado, com dianteira folgada, pela formação bruta de capital que registrou um crescimento histórico de 21,8% ; d) e foi principalmente a produção de máquinas e equipamentos que impulsionou esse salto na agregação de capacidade produtiva: o avanço nesse segmento atingiu 30,5% em 2010 (havia caído 13,1% no ano anterior); e) sim, a expansão do consumo também foi robusta. Puxada por ganhos reais de salário e maior disponibilidade de crédito, subiu 7% no ano. Os números, porém, são categóricos: o investimento em estruturas e máquinas para promover a ampliação da oferta está crescendo a uma velocidade três vezes superior à da demanda corrente.

Ainda que existam razões prudenciais para o governo cortar algum gasto, como foi feito, de modo a calibrar a maturação desses investimentos (porque investimento, num primeiro momento, também aquece a demanda) e assim assegurar o equilíbrio macroeconômico mais adiante, a pergunta é: o padrão de crescimento comprovado em 2010 requer, de fato, novas altas no custo financeiro da economia para ganhar consitência? Um tempero final : segundo a FIPE, os preços ao consumidor (IPC) na cidade de São Paulo fecharam fevereiro com alta de 0,60 -- é a metade da taxa registrada em, janeiro ( 1,15%; ainda: seis das sete capitais pesquisadas pela FGV exibiram redução nos preços ao consumidor (IPCS) coletados na última semana de fevereiro.  (Carta Maior; 5º feira-, 03/03/2011)

03 março 2011

Patéticos...


A patética ação da oposição contra o mínimo

*Por José Dirceu

Das fotos na chegada ao Supremo Tribunal Federal (STF) à proposta em si de entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN), é patética a atuação da oposição contra o aumento do salário mínimo. Da postura do grupo na chegada à Corte à argumentação usada na ADIN, os oposicionistas evidenciam estar sem bandeiras, metas e sem rumo.

Virou uma geléia, ou confusão geral, já que o PSDB foi para a direita, o DEM já é e sempre foi de direita e o PPS cada vez mais confirma ser apenas um apêndice dos tucanos. Resultado: o PT ocupou todo o espectro de centro e de esquerda, e do diálogo com amplos setores da centro-direita.

Assim, o PT acuou os tucanos e deixou-os numa posição insustentável: ou mudam, ou vão para a mesma vala comum e caminho do DEM. Ficou ridícula e patética esta cena dos representantes dos partidos de oposição no STF, com visível aspecto de perdidos e desarvorados.

Nem as centrais encamparam proposta da oposição.

Além de transmitir, claramente, que eles não têm algo mais forte a fazer como ação oposicionista, a cena - e a ADIN - é uma prova de que o populismo de direita deles só não custa mais caro porque contam com uma escandalosa conivência da imprensa.

Neste processo de aprovação do novo mínimo - que trouxe, também, a instituição de uma política salarial para o país - a mídia, com raras exceções, não cobrou nada da oposição. Nem mesmo o absurdo de sua proposta de aumento para R$ 600,00, que ela (mídia) é contra.

Deixou correr, como se não fosse algo que a economia do país não comporta no momento - o que, aliás, a própria imprensa está cansada de saber. Proposta tão absurda que nem as centrais sindicais tiveram a ousadia de encampar e defender (a delas era de R$ 560,00) por saberem que era um tiro no pé dos próprios trabalhadores.


Foto: Antonio Cruz/ ABr  -  

*Via Blog do Zé Dirceu

02 março 2011

Emir Sader


A queda de Emir Sader: o professor fala!

Rodrigo Vianna*  escreve:

Emir Sader caiu antes de assumir a presidência da Casa de Rui Barbosa. Caiu depois de dar uma entrevista à “Folha”. À “Folha”?

Sim. Na minha humilde opinião, o professor cometeu um erro básico: confiou na “Folha”. O objetivo do jornal era derrubá-lo. Estava na cara. Emir Sader pode ter sido inábil em uma ou outra declaração. Ok. Mas ele esperava o que da “Folha”?

No governo Lula, havia três personalidades que a velha mídia não perdoava – pelas posições claras, pela disposição de travar o combate político e ideológico: Marco Aurélio Garcia, Márcio Pochmann e Franklin Martins.

Franklin decidiu não permanecer no governo de Dilma. Emir se somaria aos outros dois, nesse time que não abre mão de ser de esquerda, nem baixa a cabeça para o consenso liberal – seja na economia, seja na política externa, seja na política.

Pochmann e Marco Aurélio seguem por lá. Até quando?

Bom saber que o professor Emir Sader segue disposto a travar o mesmo combate, agora fora do governo. É o que ele revela no texto que reproduzo abaixo.

===

Sobre a Casa Rui Barbosa

por Emir Sader

Consultado sobre a possibilidade de assumir a direção da Fundação Casa de Rui Barbosa, elaborei proposta, expressa no texto “O trabalho intelectual no Brasil de hoje”. No documento proponho que, além das suas funções tradicionais, a Casa passasse a ser um espaço de debate pluralista sobre temas do Brasil contemporâneo, um déficit claro no plano intelectual atual.

Como se poderia esperar, setores que detiveram durante muito tempo o monopólio na formação da opinião pública reagiram com a brutalidade típica da direita brasileira. Paralelamente, o MINC tem assumido posições das quais discordo frontalmente, tornando impossível para mim trabalhar no Ministério, neste contexto.

Dificuldades adicionais, multiplicadas pelos setores da mídia conservadora, se acrescentaram, para tornar inviável que esse projeto pudesse se desenvolver na Casa de Rui Barbosa. Assim, o projeto será desenvolvido em outro espaço público, com todas as atividades enunciadas e com todo o empenho que sempre demonstrei no fortalecimento do pensamento crítico e na oposição ao pensamento único, assumindo com coragem e determinação os desafios que nos deixa o Brasil do Lula e que abre com esperança o Governo da Presidente Dilma.

Rio de Janeiro, 2 de março de 2011

Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

...

*Do Blog O Escrevinhador http://www.rodrigovianna.com.br/

Bolsa Família


Governo publica decreto que reajusta os benefícios do Programa Bolsa Família

Brasília - Agência Brasil - O Diário Oficial da União publica hoje (2) o decreto presidencial que reajusta os benefícios do Programa Bolsa Família a partir de abril. O reajuste de 19,4% foi anunciado ontem (1º) em Irecê, na Bahia, pela presidenta Dilma Rousseff.

O aumento deve provocar uma elevação de R$ 2,1 bilhões nas despesas do governo, este ano. Com o reajuste, os valores destinados às famílias de baixa renda passam para R$ 32 a R$ 242 por mês. O valor representa um aumento real de 8,7% acima da inflação do período de setembro de 2009 a março de 2011, superando a correção dada pelo governo ao salário mínimo.

Para os valores pagos na faixa etária até 15 anos de idade, o aumento poderá chegar a 45%. Os novos valores vão ajudar 50 milhões de pessoas, segundo o governo. Assim, uma família com dois filhos que hoje ganha R$ 112 passará a receber R$ 134. Atualmente, o programa atende a 12,9 milhões de famílias, que recebem de R$ 22 a R$ 200. (Por Christina Machado)

01 março 2011

Debate



O destino do Brasil

Emir Sader*  escreve:

O Brasil precisa e merece grandes espaços de debate, de reflexão, de trocas de opiniões, de elaboração coletiva. As universidades têm tido um papel, mas não tem sido suficiente. A mídia deixou de ser pluralista, abrigando praticamente só porta vozes com uma única concepção.
 
Precisamos de centros, de novas publicações, de um clima de efervescência no debate. Confesso que às vezes o fervor das polêmicas não favorece a assimilação dos argumentos alheios. Eu mesmo devo dizer que às vezes me deixo levar por essas polarizações, pelo fervor colocado no debate.

(Toda a entrevista à FSP foi falseada pela editorialização da matéria. Ao invés de primeiro ouvir o entrevistado, com perguntas e respostas, e depois colocar a opinião do jornal, essa mistura, com off, gerou um monstrengo, pelo qual não posso me responsabilizar. As referências, antes de tudo à Ministra da Cultura, mas também ao Gil e ao Caetano, apareceram de forma totalmente deturpada. Não houve intenção nenhuma de desqualificação, seguir polemizando nesses termos é ser vítima desse tipo de matéria, de que todos já fomos vítimas: dizer que disseram que alguém disse. Diz-se, entre outras coisas e se repete no dia seguinte, que eu fui favorável a fuzilamentos em Cuba. Que o jornal mostre as provas, porque é mais uma mentira.)

Não se pode dizer que contamos hoje com interpretações que dêem conta do que o Brasil se tornou, depois de duas décadas de grandes transformações. A visão amplamente difundida pela mídia se revelou não menos amplamente equivocada, a ponto que a vítima privilegiada do seus ataques – Lula – saiu do governo como o presidente mais popular da história do país, quem mais logrou unificar o Brasil, tendo apenas 4% de rejeição – se supõe que seja a cifra lograda pela mídia.

Por outro lado, a academia tampouco pode exibir um leque de interpretações que permitam suprir esses vazios. Os estudos avançam, se multiplicam, mas é como se as grandes abordagens, as grandes interpretações se mostrassem mais complexas e difíceis de abordar.
 
A imprensa brasileira nunca foi um espaço suficientemente pluralista para abrigar esses debates, mas em alguns momentos – particularmente na passagem da ditadura à democracia – se aproximou de ser um espaço que abrigou uma parte razoável dos progatonistas da vida brasileira. O alinhamento em bloco contra o governo Lula foi fatal para a imprensa, que perdeu interesse, objetividade na informação e espaços de reflexão antagônica.

Quando novas gerações se incorporam aos debates, mediante as distintas formas da nova mídia, ampliam como nunca no Brasil a possibilidade de participação de um número incalculável de pessoas, de setores e regiões distintos, o que permite a democratização das discussões de forma inaudita. Não se concebem mais conferências, mesas redondas, seminários, que não sejam transmitidos por internet on line, para que um número cem ou mil vezes maior de pessoas possam participar, intervir com pessoas, para que a gravação possa ficar acessível, ser vista posteriormente ou ser gravada.

Entramos na segunda década de um século que promete ser ímpar para o Brasil e a América Latina. Os processos históricos têm avançado mais rapidamente que a reflexão e as propostas conscientes e globais sobre seus destinos. Existem muitas interrogações de cuja resposta depende o tipo de sociedade que vamos ter ao final da primeira metade do século. É um desafio aberto, mas ao nosso alcance, contanto que preenchamos a distância entre a prática e a teoria, os processos reais, a consciência deles.

*Do Blog do Emir (sítio da Carta Maior)

28 fevereiro 2011

Os EUA e o Mundo Árabe


Só a Líbia sofrerá sanções? E os outros países?

                              José Dirceu*  escreve:

A utilização - e manipulação - dos direitos humanos por parte do governo dos Estados Unidos para atender seus interesses políticos, econômicos e sociais é um fato comprovado e não pode ser simplesmente desconhecido no caso libio. Até porque o que assistimos na Líbia é a uma guerra civil, com as Forças Armadas divididas.

Lá e em qualquer parte do mundo, a não ser para fazer luta política, os EUA são indiferentes aos direitos humanos. Na Líbia só lhes interessa um governo amigo e pró-ocidente, de preferência anti-palestino.

No nosso caso (Brasil), o que se coloca é: além da condenação de toda e qualquer repressão e violação dos direitos humanos qual é o nosso interesse nesta história? Já que não vamos intervir nos assuntos internos da Líbia, só nos restam os organismos internacionais, fechar com algumas de suas posições.

Eles agora estão obrigados a tratar de todos os outros Estados árabes em crise - em muitos aspectos, muito parecida - com rebeliões deflagradas há mais tempo, começando pelo Bahrein e Iêmen, depois Argélia, Jordânia e Marrocos.

Ou será que somente a Líbia vai merecer o tratamento defendido pelos EUA?


Posição da mídia só serve para luta política

Ao vincular meus comentários sobre a crise na Líbia às posições do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e do ex-premiê de Cuba, Fidel Castro, sem fazer as devidas distinções, o jornal O Estado de S.Paulo desinforma seus leitores. Nós três coincidimos apenas na avaliação sobre a cobertura da mídia internacional num 1º momento da crise e nas intenções dos Estados Unidos de comandar o seu desfecho.

Nunca manifestei apoio ao regime do ditador Muamar Khaddafi ou me omiti sobre a repressão. Basta ler em meu blog o que escrevi todos os dias sobre a questão. Apenas disse o óbvio: que a situação na Líbia não era como as agências internacionais estavam divulgando num 1º momento. Isto a própria rede norte-americana de TV CNN reconheceu, ao repercutir matérias do correspondente da TV Telesur em Trípoli.

Reiteradas vezes encareci a necessidade de que fossem tomadas medidas cabíveis contra a repressão desencadeada pelo regime do ditador Khaddafi. Defendi o que agora acaba de acontecer no Conselho de Segurança (CS) da ONU por decisão unânime dos 15 países que o integram - Brasil, inclusive.

Pela ONU, friso, não pelos Estados Unidos de forma unilateral, como eles fizeram na 6ª feira - logo eles que sustentaram as ditaduras do Egito e da Tunísia e sustentam todas as monarquias árabes (a maioria ainda absolutistas), começando pela da Arábia Saudita.

Ao fazer esta ponderação, insisto: este maniqueísmo de uma parte da imprensa (no caso em que me manifestei, de grande parte) pode servir para fazer luta política, mas não serve ao jornalismo e aos fatos históricos, que estão aí para provar quais são os objetivos da diplomacia norte-americana. Este comportamento da mídia serve aos interesses deles norte-americanos e não aos do Brasil.

*Fonte: http://www.zedirceu.com.br/ 

Ciclista portoalegrense



* Ciclista de Porto Alegre - Charge do Kayser

(Clique na charge para ampliar)

27 fevereiro 2011

Covardia em Porto Alegre



*Vídeo do atropelamento covarde, proposital e criminoso de ciclistas em Porto Alegre na noite da última   sexta-feira, 25/02. (Via Júlio Sulzbach -  Massa Crítica/Poa).

Sobre a 'dissidência' cubana

As Razões de Cuba

A série 'As Razões de Cuba', transmitida pela TV cubana   neste sábado, 26/02,  apresentou, através do capítulo intitulado 'Os Peões do Império',  depoimentos de dois agentes cubanos  (Carlos Serpa  e Moisés Rodríguez) infiltrados junto aos contrarrevolucionários travestidos de 'defensores dos Direitos Humanos', provando a vinculação direta desses grupos  direitistas com o governo dos Estados Unidos da América na tentativa de desestabilizar e desacreditar internacionalmente o regime cubano.  Veja a seguir:




*Veja mais sobre as atividades contrarrevolucionárias em Cuba - promovidas e financiadas pelos EUA - Clicando Aqui