06 maio 2012

'Veja' e suas relações com o crime organizado



Civita, o nosso Murdoch

     Por Gianni Carta*

Policarpo Jr., diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, trocou 200 ligações com Carlinhos Cachoeira. O bicheiro goiano, escreveu o correspondente de CartaCapital em Brasília, Leandro Fortes, alega ser o pai de “todos os furos” da revista. E Cachoeira disse estar pronto a detalhar as histórias que contou para Policarpo Jr. na CPI.

O patrão da Editora Abril, Roberto Civita, 75 anos, sabia quem era a fonte de todos aqueles “furos” da semanal mais lucrativa de sua empresa? Se for convocado para depor na CPI do Cachoeira, Civita reconhecerá que a Veja não respeitou a ética jornalística? Usar como parceiro de reportagem um criminoso com estreitos elos (às vezes acompanhados de subornos) com um senador, deputados, governadores e uma empreiteira foge à regra essencial do jornalismo: a de apurar as duas ou mais versões da mesma história.

Mas o patrão da Abril provavelmente não dará o ar da graça na CPI. Isso porque os jornalões e a tevê Globo agem em bloco para que isso não aconteça. São dois os motivos. O bicheiro, atualmente atrás das grades, favorecia os “furos” a envolver os inimigos “esquerdistas” da mídia tucana, principalmente petistas e ministros. Segundo motivo: jornalistas de outros orgãos da mídia também obtinham seus “furos” de Cachoeira.

Por essas e outras, Policarpo Jr. e a recomendável convocação de Civita para a CPI nunca estiveram no noticiário.

Enquanto isso, Rupert Murdoch, o magnata mais poderoso da mídia do Reino Unido, 81 anos, é interrogado horas a fio pela comissão parlamentar do Inquérito Leveson, que teve início em novembro de 2011. E na quarta-feira 2 até o Senado dos EUA entrou em contato com os investigadores britânicos para avaliar se abrirão um inquérito com o objetivo de investigar se a News Corporation passou a perna em leis norte-americanas.

Através de seus jornais – Times, Sunday Times, Sun e News of the World – Murdoch teve grande influência nas eleições dos primeiros-ministros conservadores Margaret Thatcher, John Major, David Cameron e Tony Blair. Até aí nada de errado. Publicações europeias apoiam candidatos políticos em seus editoriais, coisa que no Brasil acontece raramente. A mídia canarinho gosta de ficar em cima do muro enquanto distorce e manipula o noticiário a favor dos candidatos conservadores preferidos pelas elites. Enfim, prima a ambiguidade e a desinformação na mídia brasileira enquanto a mídia europeia se posiciona ideologicamente, o que lhe confere credibilidade. O leitor do vespertino francês Le Monde, por exemplo, sabe ter em mãos um diário de centro-esquerda que apoia o socialista François Hollande no segundo turno da presidencial, em 6 de maio.

O problema da mídia murdochiana foram os métodos por ela usados: escutas telefônicas ilegais e suborno de policiais por informações privilegiadas foram as mais graves. De fato, o tabloide News of the World foi fechado porque a acusações acima foram provadas. Jornalistas e um detetive contratado pelo jornal foram presos.

Agora o Inquérito Leveson quer se aprofundar mais na relação da mídia com políticos e funcionários públicos. Nesse contexto, investiga o grupo de Murdoch e outras empresas de comunicação. Ao mesmo tempo, pretende avaliar se o regime regulatório da imprensa da britânica falhou. Em suma, lá no reinado fazem o que não é feito aqui: uma CPI da mídia.

Murdoch admitiu no Inquérito Leveson ter sido “lento e defensivo” em relação às escutas telefônicas ilegais. Reconheceu ter falhado ao negar o conhecimento sobre a verdadeira escala dos grampos telefônicos até 2010 devido à conduta de subordinados que o deixaram sem informações. Ou será que Murdoch fingia que não sabia de nada?

São várias as semelhanças entre Roberto Civita e Rupert Murdoch. Ambos têm fascínio pelo “American Dream”, ou seja, a possibilidade de ganhar na vida na terra do Tio Sam, onde todos – eis aí um mito – podem fazer fortuna. E, por vezes, como se vê, a qualquer custo. Civita nasceu na Itália, mas aos dois anos, em 1938, foi com a família para os EUA, onde viveu por pouco mais de uma década. Depois de passar algum tempo no Brasil foi fazer universidade na Filadélfia.

Murdoch nasceu na Austrália, onde teve início sua carreira de empresário da mídia. Depois passou vários anos no Reino Unido, onde amealhou sua fortuna. E, finalmente, foi morar nos EUA para realizar seu sonho, o de obter a cidadania norte-americana e ser dono de um grande diário, no caso o Wall Street Journal.

Segundo o Inquérito Leveson, o patrão da News Corp. não tem “capacidade” para dirigir um grupo internacional. Isso seria possível no Brasil de Roberto Civita?

*Jornalista da revista Carta Capital, fonte desta postagem.

04 maio 2012

PV e PPL também apoiarão Villaverde


 PV e PPL oficializam apoio ao candidato do PT, deputado Adão Villaverde 

Porto Alegre/RS - O  Partido Verde - PV oficializou na noite desta quinta-feira (3) o apoio ao pré-candidato petista à prefeitura de Porto Alegre, deputado Adão Villaverde. O acordo, selado durante plenária no hotel Continental, ocorreu após uma série de negociações que envolveram diversas lideranças estaduais e nacionais dos dois partidos. “Essa aliança se dá pelo conteúdo, pelas ideias e pelo ponto de vista programático”, exaltou o pré-candidato Adão Villaverde.

Villaverde garantiu que irá defender uma plataforma pautada pelo desenvolvimento sustentável e elogiou os nomes apresentados pelo PV para comporem a chapa majoritária. “São nomes da mais alta estatura, qualificação e capacidade de representação”, considerou.

Além do PV,  Adão Villaverde recebeu hoje - durante almoço realizado no restaurante Marco Zero, no Mercado Público da capital gaúcha) o  apoio do Partido Pátria Livre - PPL. Participaram do  evento os  membros das direções municipais do PT e PV, vereadores, militantes,  o deputado federal Paulo Ferreira (PT/RS), o  presidente  do PT, vereador Adeli Sell  e a advogada Mari Perusso,  chefe da Casa Civil Adjunta do Governo Tarso e presidenta do PPL do Rio Grande do Sul.
 
*Com a Asscom PT-POA  - Foto: Sul21

'O futuro da democracia'

 Esquerda tem de ser humilde e ir além do economicismo, sugere Tarso Genro

Agência Carta Maior - Convidado a falar sobre “o futuro da democracia”, no Observatório das Crises e Alternativas, em Portugal, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, sustentou que é preciso uma análise mais modesta da realidade, visto que as crises têm servido muito menos como oportunidades de avanços na garantia de direitos e mais para recuos (como a fragilização do Estado Social na Europa). A reportagem é de Maurício Hashizume, direto de Lisboa. (...)

CLIQUE AQUI para ler na íntegra.

02 maio 2012

Os Blogs, a TV Record e o PiG*


Caso Cachoeira: informação total só nos blogs isentos e na Record

Fantástica a cobertura que os blogs progressistas e os portais desvinculados da velha mídia dão ao escândalo Carlos Cachoeira. Enquanto os velhos jornais se atém ao inquérito vazado da Operação Monte Carlo feita pela Polícia Federal (PF), pinçam dele só o que lhes interessa transmitindo em "pilulas" diárias em suas páginas, a blogosfera e os sites independentes estão escrachando tudo.

Quer se informar bem sobre o escândalo, seus bastidores, há quanto tempo ele foi montado e se desenvolve, acesse os blogs progressistas e os portais desvinculados da velha mídia. Eles estão dando muito bem, sem inventar nada.   Clique e veja a notícia

Acesse os blogs e veja a TV Record. Dos grandes grupos de mídia, na TV aberta, só a Record quebrou o silêncio na 2ª feira noticiou a relação bandida da revista Veja com Carlinhos Cachoeira (veja aqui esta notícia na Record).

Record é uma exceção entre as TVs abertas

Como se sabe a revista, particularmente a chefia de sua sucursal em Brasília, manteve durante anos uma relação promíscua com o empresário da contravenção, gerando a suspeita como mostra a Polícia Federal, de que houve troca de informações do interesse de ambos - as passadas à revista, para matérias; as de Veja, aquelas que interessavam ao empresário.

Esta blogosfera independente e a Record aberta são as únicas áreas de comunicação que não estão indo a reboque dos fatos, nem estão selecionando parcialmente as denúncias que lhes interessam e que querem mostrar. Ao contrário do que fazem a massa das emissoras de rádio, TV, os jornais e revistas e os portais vinculados aos grandes conglomerados de mídia.

A propósito desse escândalo e cobertura que lhe tem sido dada pela mídia, eu convido vocês a lerem, também, o artigo O julgamento do Mensalão, publicado pelo diretor do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, na última edição da revista Carta Capital. (por José Dirceu, via www.zedirceu.com.br) - Edição  final  e negritos deste blog.

*PiG: Partido da Imprensa Golpista

01 maio 2012

Mártires de Chicago



*Monumento em homenagem aos 'Mártires de Chicago'  (Chicago-Ilinois /EUA)

"Virá o dia em que nosso silêncio será mais poderoso do que as vozes que vocês estão sufocando hoje." (August Spies)

A estátua erguida no Forest Home Cemetery, nos subúrbios de Chicago, Estados Unidos, poderia ser confundida com qualquer outra homenagem tumular não fosse a frase talhada a seu pé. Ela faz referência a trabalhadores mortos (enforcados) na cidade em decorrência de uma greve geral marcada para o dia 1º de Maio de 1886. Foi em memória deles que, três anos depois, durante congresso da segunda Internacional Socialista  (reunida em Paris), a data foi declarada como o Dia Internacional dos Trabalhadores.

30 abril 2012

Tanto Mar


Tanto Mar - Chico Buarque de Hollanda

"Tanto Mar" foi composta por Chico Buarque de Hollanda para homenagear o 25 de Abril de 1974, a Revolução dos Cravos, em Portugal.
Enquanto o Brasil completava uma década (das mais de  duas que viveu) sob o regime da ditadura, em Portugal, o Estado Novo ditatorial instituído por Salazar (à época comandado por Marcelo Caetano) era derrubado através do movimento deflagrado pelos jovens 'capitães', com enorme respaldo popular.
Nesta gravação de 1978, Chico explica porque "Tanto Mar" foi censurada no Brasil e o que lhe levou a compor duas versões para a canção.
A versão original foi editada em Portugal, e exalta a vitória dos portugueses. Na segunda versão, Chico considerou a mudança de contexto e estrutura política e fez uma nova leitura dos acontecimentos.

Primeira Versão, censurada:

TANTO MAR

Sei que estás em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim

Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente alguma flor
No teu jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegar

Lá faz primavera pá
Cá estou doente
Manda urgentemente algum cheirinho
De alecrim

Versão 02, liberada pela censura:

TANTO MAR

Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
Ainda guardo renitente um velho cravo para mim

Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente nalgum canto de jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei, também, quanto é preciso, pá
Navegar, navegar

Canta primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente algum cheirinho de alecrim

(com o Youtube)

Brizola Neto


Brizola Neto é o novo ministro do Trabalho do governo Dilma

Brasília/DF - Na véspera do Dia do Trabalhador, a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu anunciar o nome do novo ministro do Trabalho. O deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) vai substituir Paulo Roberto Pinto, que ocupa o cargo há cinco meses como interino. A decisão foi tomada em reunião na manhã desta segunda-feira entre Dilma e o presidente do PDT, o ex-ministro Carlos Lupi.

O novo ministro, que está em Brasília, foi chamado às pressas ao Palácio do Planalto para ser comunicado da decisão. Brizola Neto disputava a indicação com outros dois nomes. O também deputado Vieira da Cunha (PDT-RS) tinha a preferência interna do partido, mas sofria forte resistência de Dilma e dos ministros palacianos, entre eles Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência. O outro nome, com menos chances, era do secretário-geral do PDT, Manoel Dias.

Brizola Neto (cujo nome completo é Carlos Daudt Brizola), 33 anos, é o mais novo ministro da Esplanada dos Ministérios. Filiado ao PDT desde 1997, é neto do ex-governador Leonel Brizola e foi vereador da cidade do Rio de Janeiro antes de ser eleito para o primeiro mandato como deputado federal, em 2006.

Confira à seguir a nota divulgada pela Presidência da República:

"Nota à Imprensa

A presidenta da República, Dilma Rousseff, convidou hoje o deputado Brizola Neto para assumir o Ministério do Trabalho e Emprego. A presidenta manifestou confiança de que Brizola Neto, ex-Secretário de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro, ex-vereador e deputado federal pelo PDT, prestará grande contribuição ao país.

A presidenta agradeceu a importante colaboração do ex-ministro Carlos Lupi, que esteve à frente do Ministério no primeiro ano de seu governo, e do ministro interino Paulo Roberto dos Santos Pinto na consolidação das conquistas obtidas pelos trabalhadores brasileiros nos últimos anos.

Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República"

*Com o Portal Terra

(13,26h)

29 abril 2012

'A ideologização da notícia'


'Mais uma vez, apelamos às redes'

"Eu passei a responder através dos “blogs” e das redes, porque esta forma de colunismo que estamos falando é, também, uma armadilha: constrói fatos para promover a sua visão de mundo, de Estado e de política, e também quer monopolizar o debate, frequentemente só publicando parte das respostas daqueles que são alvos da suas invenções." (Tarso Genro) 

Pela segunda vez neste mês, um articulista de ZH utiliza o espaço do jornal para fazer ataques diretos a políticos do governo do Estado, reportando-se diretamente à pessoa do governador. Neste domingo, foi a vez da jornalista Rosane de Oliveira "sentenciar" que Tarso Genro (foto) será "incoerente ou irresponsável", na solução para o pagamento do piso nacional do magistério. A colunista desconsidera o fato de que o governo da Unidade Popular Pelo Rio Grande adotou uma outra posição para retirar o estado da crise, que não a do governo anterior de criação do "déficit zero", que diminuiu as funções do Estado, sucateou a administração pública e congelou salários.

Neste sábado, ao ler a coluna, quando voltava de mais uma edição da Interiorização de Governo, em Rio Grande, o governador fez algumas considerações sobre o novo episódio de ideologização da notícia, através do falseamento da verdade.

1- Sobre o Colunismo Político predominante

"É um certo tipo de colunismo político que ainda não se esgotou no país, mas que tende rapidamente a esgotar-se pela falta de credibilidade, pois ele vem perdendo a sua capacidade de transmitir informações e críticas fundadas. Ele perdeu a “fala” universal, que caracterizou os grandes colunistas políticos do país, com capacidade de informar e criticar com seriedade e passou a defender posições ideológicas dissimuladas, “adaptando” ou inventando os fatos, para contentar um público determinado –aquele que este tipo de jornalismo cativa, com seus malabarismos factuais e lugares comuns: os que adoraram as ideias do neoliberalismo que está levando a Europa à ruína e que, aqui, foram retratados no famoso “déficit” zero. Aliás, não é de graça que a colunista de política da Zero Hora é a mais saudosa do “déficit zero”, que não só paralisou o estado, mas aplicou um brutal arrocho salarial nos servidores, situação que agora estamos começando a reverter".

2- As constantes criações de factóides e inverdades

"O mesmo estilo de jornalismo político que "define" que o governador será incoerente ou irresponsável, é o mesmo que inventou, por exemplo, que eu defendi uma posição contrária aos sistema de PPPs no caso da RS 10, quando, na verdade, defendi e defendo a PPP e tenho negociado com os prefeitos a adaptação para baratear a proposta. Nunca fui contrário a PPPs. O que sou contrário é que elas sejam apenas um negócio bom para as empresas e não atendam o interesse público. Sou, inclusive, um dos elaboradores da atual lei que rege as parcerias público-privadas no país, cuja redação foi comandada pelo Fernando Haddadd quando ele era Secretário do Ministério do Planejamento e eu era ministro do CDES, no primeiro governo Lula. Este tipo de jornalismo inventa, por exemplo, que prometi “mundos e fundos” para os servidores e que prometi pagar o piso dos professores imediatamente. Isso é uma deslavada inverdade, pois está gravado nos debates e está escrito numa carta remetida ao CPERS que nós criaríamos as condições para pagar o piso e que isto ocorreria de forma processual. Esta foi e é a minha posição. Nunca prometi "mundos e fundos", mas uma política de recuperação salarial que está sendo implementada, e que, aliás, está sendo criticada pela oposição, representada na coluna de ZH de domingo pelo presidente do PP e ex-secretário de Relações Institucionais do governo anterior, Celso Bernardi. Este jornalismo, recentemente, também inventou que a nossa proposta de aumento para uma parte da categoria dos professores era a mesma da governadora Yeda. E o fez rapidamente, sem ter a mínima noção do que é uma transação judicial. Omitiu deliberadamente que a posição do governo não exigiu nenhuma renúncia de direito pelos servidores do magistério; que a nossa posição não retira a proposta de alcançar o piso até 2014; que ela não exigiu a alteração do "quadro de carreira" e que o aumento atual constituiu-se, apenas, em mais um aumento -um adiantamento de aumento ao magistério. Ao dizer isso -que a nossa proposta era igual a da governadora Yeda- a colunista revela duas coisas: primeiro, que não se informou sobre o que estava acontecendo e, segundo, que se apressou a forjar uma suposta informação que confirmaria a nossa “incoerência”. Na verdade, quando ela fala em incoerência, quer é lembrar que o bom era o “déficit zero”. Por isso sua análise das nossas medidas salariais envolve dois extremos: critica os aumentos excessivos aos servidores e diz, ao mesmo tempo, que os aumentos -no caso dos professores- são insatisfatórios".

3- Sobre a estratégia, pouco compreendida ou não aceita pela oposição ao nosso governo, de consolidar o Estado como indutor do desenvolvimento ecônomico e social

"A nossa estratégia, até agora, está dando certo: usar os recursos próprios para reorganizar a máquina pública que estava destruída e melhorar os salários dos servidores; buscar recursos do Governo Federal para investimentos -inclusive através do recebimento da dívida da União com a CEEE; buscar financiamentos no BID, no Banco Mundial e no BNDES; aumentar, com meios técnicos adequados, as receitas sem aumentar impostos; estabelecer uma política de relações internacionais para atrair investimentos produtivos; retomar o crescimento no estado tendo como ponto de partida a base produtiva local, voltados para a renovação da nossa base tecnológica; fazer um “déficit” responsável sem cair na armadilha neoliberal de reduzir políticas de proteção e promoção social, deixando os pobres a ver navios".

4- A utilização das redes socias e dos blogs para responder à grande mídia

"Eu passei a responder através dos “blogs” e das redes, porque esta forma de colunismo que estamos falando é, também, uma armadilha: constrói fatos para promover a sua visão de mundo, de Estado e de política, e também quer monopolizar o debate, frequentemente só publicando parte das respostas daqueles que são alvos da suas invenções. Quando se tratam de matérias que contam fatos verdadeiros e que pendem, sobre ela, uma interpretação política, ideológica ou econômica, acho adequado que se responda pelo próprio jornal, quando ele permite a resposta, como, aliás, é o caso da Zero Hora".

5- Direito de resposta também em tom crítico

"Tenho respeito pela colunista Rosane de Oliveira. Acho que ela cumpre rigorosamente o seu papel crítico, que é esperado pelo jornal a que serve, que, como sabemos, não pode ser considerado simpatizante do projeto que nós, do PT e da esquerda, representamos. Mas ela merece, da nossa parte, a atenção e respeito que temos com todas as forças políticas democráticas do estado. Nem acho que se trata de má-fé, mas de miopia ideológica: se os fatos não tem confirmado que o Tarso é incoerente, mas, ao contrário, tem confirmado que temos aplicado o nosso programa de governo de forma coerente, é preciso “adaptar” os fatos e repetir a acusação de incoerência para, ao final, consolidar uma “verdade” pela repetição. E também, imediatamente, para salvaguardar a defesa do “déficit zero”, que sempre foi apresentado pela colunista como um exemplo de boa gestão pública".

6- Sugestão

"Assim como fui cobrado como governador, também defendo que a colunista seja mais responsável e não crie falsas incoerências ou irresponsabilidades. Recomendo à ela, por exemplo, que leia todas as colunas do falecido Carlos Castello Branco, do Márcio Moreira Alvez e do grande Newton Carlos, paradigmas da seriedade no jornalismo político".

Por Assessoria de Imprensa do Palácio Piratini - (via PTSul) - Edição final deste blog

28 abril 2012

Gregory Corso



A BAGUNÇA TODA... QUEM SABE

Subi seis lances de escada
até meu pequeno quarto mobiliado
abri a janela
e comecei a jogar fora
as tais coisas mais importantes na vida

Primeiro, a Verdade, ganindo como um dedo-duro:
“Não! Direi coisas terríveis de você!”
“Ah, é? Não tenho nada a esconder... FORA!”
Depois, Deus, assombrado, corado e choroso de espanto:
“Não é culpa minha! Não sou a causa de tudo isso!” “FORA!”

Depois o Amor, aliciando subornos: “Você não conhecerá a impotência!
As garotas da capa da Vogue, todas suas!”
Apertei sua bunda gorda e gritei:
“Seu destino é um desvalido!”

Peguei a Fé, a Esperança e a Caridade
as três juntas abraçadas:
“Você não vai sobreviver sem nós!”
“Estou pirando com vocês! Tchau!”

Depois a Beleza... Ah, a Beleza –
Tão logo a levei até a janela
disse: “Você eu amei mais na vida
... mas é uma assassina; a Beleza mata!”
Sem querer realmente atirá-la
desci correndo as escadas
chegando a tempo de apanhá-la
“Você me salvou!” sussurrou
Coloquei-a no chão e disse: “Anda.”

Subi de volta as escadas
procurei o dinheiro
não havia dinheiro pra jogar fora.
Só restava a Morte no quarto
escondida atrás da pia da cozinha:
“Não sou real!” gritou
“Não passo de um rumor espalhado pela vida...”
Atirei-a fora com a pia e tudo, sorrindo
e então notei que o Humor
era tudo que havia restado –
Tudo que pude fazer com o Humor foi dizer:
“A janela fora com a janela!”

                                        Gregory Corso

Tradução: Márcio Simões
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Gregory Corso (1930-2001) compõe com Allen Ginsberg e Lawrence Ferlinghetti a tríade de poetas centrais do muito incensado, mas insuficientemente compreendido, movimento de renovação poética e literária ocorrido na segunda metade do século XX nos Estados Unidos, fazendo parte do núcleo que viria a ser conhecido por geração Beat. A poesia de Corso é a mais bem-humorada do grupo, com forte influência dos românticos e dos surrealistas, produzindo muitas vezes poemas impagáveis, de fatura primorosa, calcados numa imaginação delirante e sem-limites. [MS]

27 abril 2012

PT da capital gaúcha 'aquecendo os tambores'...


Plenária do PT/Porto Alegre mobiliza militantes para campanha eleitoral

O auditório do Ritter Hotel (centro da capital gaúcha) ficou lotado na noite de ontem (26.04) para mais uma Plenária de Mobilização e Trabalho do Partido dos Trabalhadores de Porto Alegre. Os presidentes municipal e estadual do partido, vereador Adeli Sell e deputado Raul Pont, respectivamente, o secretário Marcelo Danéris, além de vereadores, lideranças e militância, que apesar da chuva e do frio, compareceram em peso à atividade, foram até o local para escutar o pré-candidato do PT ao Executivo Municipal, Adão Villaverde.

A ideia central do partido neste ano será apresentar um programa que aprofunde um projeto de esquerda popular, visando colocar Porto Alegre na vitrine do Estado, do Brasil e do mundo. De acordo com o pré-candidato, o processo se dará num período de consolidação política e de reafirmação de um projeto de esquerda, largamente aprovado pelos brasileiros.

“Somos um projeto e temos uma candidatura. Vamos defendê-la de A à Z junto às nossas relações”, afirmou Villaverde, ao ressaltar a capacidade de diálogo e disputa do partido.

Villa também explicou a importância do “Diálogos com Porto Alegre”, programa partidário que busca promover uma interação direta com diversas vilas, regiões, bairros e setores da cidade. Trata-se de um projeto que vai ouvir a sociedade e buscar elementos que auxiliem na construção de um programa de cidade moderna, para o presente e para o futuro, sem perder o acúmulo dos seus 240 anos.

Na oportunidade, também foi apresentada pelo coordenador-geral da campanha Gerson Almeida a equipe que trabalhará no processo.

Libras

A Plenária também contou com uma iniciativa inusitada. Foi traduzida para a linguagem dos sinais para contemplar militantes com deficiência auditiva. “Temos a obrigação e o dever de nos comunicarmos plenamente com todos os nossos filiados”, explicou o presidente municipal do PT, vereador Adeli Sell.

*Por Tatiana Feldens, Asscom PT-POA - http://ptpoa.com.br

Foto: Deputado Adão Villaverde e o vereador Adeli Sell durante a plenária do PT de Porto Alegre/RS.

26 abril 2012

Cotas: Parabéns, Brasil!


Cotas raciais em universidades são consideradas constitucionais por unanimidade no Supremo

Brasília/DF –  Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram hoje (26), por unanimidade, que a reserva de vagas em universidades públicas com base no sistema de cotas raciais é constitucional. Durante dois dias de julgamento, os ministros analisaram a ação ajuizada pelo partido Democratas (DEM), em 2009, contra esse sistema na Universidade de Brasília (UnB).

O último ministro a se manifestar, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, disse que a política compensatória é justificada pela Constituição. Para ele, os erros de uma geração podem ser revistos pela geração seguinte.

“O preconceito é histórico. Quem não sofre preconceito de cor já leva uma enorme vantagem, significa desfrutar de uma situação favorecida negada a outros”, explicou Britto.

Nove ministros acompanharam o voto do relator, Ricardo Lewandowski. O ministro Antônio Dias Toffoli se declarou impedido de votar, porque quando era advogado-geral da União posicionou-se a favor da reserva de vagas. Por isso, dos 11 ministros do STF, somente dez participam do julgamento.

Para o ministro Celso de Mello, as ações afirmativas estão em conformidade com a Constituição e com as declarações internacionais às quais o Brasil aderiu. De acordo com a ministra Cármen Lúcia, as políticas compensatórias garantem a possibilidade de que todos se sintam iguais.

“As ações afirmativas não são as melhores opções. A melhor opção é ter uma sociedade na qual todo mundo seja livre par ser o que quiser. Isso é uma etapa, um processo, uma necessidade em uma sociedade onde isso não aconteceu naturalmente”, disse a ministra.

A UnB foi a primeira universidade federal a instituir o sistema de cotas, em junho de 2004. Atos administrativos e normativos determinaram a reserva de 20% do total das vagas oferecidas pela instituição a candidatos negros (entre pretos e pardos).

A ação afirmativa faz parte do Plano de Metas para Integração Social, Étnica e Racial da UnB e foi aprovada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. No primeiro vestibular, o sistema de cotas foi responsável pela aprovação de 18,6% dos candidatos. A eles, foram destinados 20% do total de vagas de cada curso oferecido. A comissão que implementou as cotas para negros foi a mesma que firmou o convênio entre a UnB e a Fundação Nacional do Índio (Funai), de 12 de março de 2004.

*Com a Agência Brasil

Plenária do PT/Porto Alegre

 
PT de Porto Alegre realiza Plenária

Apostando em sua militância e ativismo, o Partido dos Trabalhadores de Porto Alegre/RS está convidando  seus filiados e simpatizantes para participar de mais uma Plenária de Mobilização. A atividade será realizada nesta quinta-feira (26.04), às 18:30, no Ritter Hotel  (frente à Estação Rodoviária).

Na pauta, o debate sobre a conjuntura política, as ações dos governos Dilma e Tarso e a preparação da pré-campanha de Adão Villaverde (foto) ao Executivo Municipal nas próximas eleições.

Participe! Traga a sua bandeira! Junte-se a nós!

*Via Asscom PT-POA  -  ptpoa.com.br  -  Foto: Ramiro Furquim (Sul21) 

(13,17h) 

25 abril 2012

Viva a Revolução dos Cravos!



* Grândola Vila Morena  - de Zeca Afonso - por vários artistas (via  TV da Galicia/Portugal) 

(Singela homenagem do Blog no transcurso dos  38 anos da vitória da 'Revolução dos Cravos')

1 bilhão para o Metrô - Porto Alegre


Presidenta Dilma anuncia R$ 1 bilhão para implantação do metrô em Porto Alegre

Membro titular da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados, Paulo Ferreira (PT/RS) acompanhou na manhã de hoje a cerimônia de anúncio dos projetos que serão contemplados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana. A presidente Dilma Rousseff, acompanhada pelo ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, divulgou que serão investidos R$ 32 bilhões para a implantação de metrôs, veículos leves sobre trilho (VLT) e corredores de ônibus em cidades com mais de 700 mil habitantes. Serão beneficiados 51 municípios em 18 estados brasileiros, atingindo cerca de 53 milhões de cidadãos.

Em seu discurso, a presidente Dilma afirmou que o país precisa investir em metrôs. "Antes, as cidades não tinham condições de fazer isso porque era muito caro. Hoje, os governadores têm enorme dificuldade para construir metrôs com a cidade funcionando. É um duplo desafio", disse. O deputado Paulo Ferreira observou que o PAC Mobilidade é o maior programa de intervenção no transporte urbano já realizado pelo governo federal. "É um programa que melhorará o acesso dos usuários aos centros urbanos, diminuindo o tempo de permanência das pessoas no interior dos coletivos", ressaltou.

O projeto de construção do metrô em Porto Alegre receberá R$ 1 bilhão de recursos federais - o valor total da obra é de R$ 2,4 bilhões. O governador do Estado, Tarso Genro, e o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, compareceram ao evento, bem como o pré-candidato do PT à prefeitura da Capital gaúcha, deputado estadual Adão Villaverde. "O recurso destinado a Porto Alegre vai garantir a concretização de uma demanda histórica dos cidadãos e contribuir para uma cidade cada vez mais sustentável", salientou Paulo Ferreira.

*Texto Natália Alles - com informações da Agência Brasil -  Fonte: pauloferreira.net.br

23 abril 2012

Jornalismo investigativo?!


A CPI e o fim do jornalismo investigativo de araque

Leandro Fortes* escreve: 

Há oito anos, escrevi um livrete chamado “Jornalismo Investigativo”, como parte do esforço da Editora Contexto em popularizar o conhecimento básico sobre a atividade jornalística no Brasil. Digo “livrete” sem nenhum desmerecimento, muito menos falsa modéstia, mas para reforçar sua aparência miúda e funcional, um livro curto e conceitual onde plantei uma semente de discussão necessária ao tema, apesar das naturais deficiências de linguagem acadêmica de quem jamais foi além do bacharelado. Quis, ainda assim, formular uma conjuntura de ordem prática para, de início, neutralizar a lengalenga de que todo jornalismo é investigativo, um clichê baseado numa meia verdade que serve para esconder uma mentira inteira. Primeiro, é preciso que se diga, nem todo jornalismo é investigativo, embora seja fato que tanto a estrutura da entrevista jornalística co mo a mais singela das apurações não deixam de ser, no fim das contas, um tipo de investigação. Como é fato que, pelo prisma dessa lógica reducionista, qualquer atividade ligada à produção de conhecimento também é investigativa.

A consideração a que quero chegar é fruto de minha observação profissional, sobretudo ao longo da última década, período em que a imprensa tornou-se, no Brasil, um bloco quase que monolítico de oposição não somente ao governo federal, a partir da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, mas a tudo e a todos vinculados a agendas da esquerda progressista, aí incluídos, principalmente, os movimentos sociais, os grupos de apoio a minorias e os defensores de cotas raciais. Em todos esses casos, a velha mídia nacional age com atuação estrutural de um partido, empenhada em fazer um discurso conservador quase sempre descolado da realidade, escoltado por um discurso moralista disperso em núcleos de noticiários solidificados, aqui e ali, em matérias, reportagens e editoriais de indignação seletiva.

A solidez – e a eficácia – desse modelo se retroalimenta da defesa permanente do grande capital em detrimento das questões sociais, o que tanto tem garantido um alto grau de financiamento desta estrutura midiática, como tem servido para formar gerações de jornalistas francamente alinhados ao que se convencionou chamar de “economia de mercado”, sem que para tal lhes tenha sido apresentado nenhum mecanismo de crítica ou reflexão. Essa circunstância tem ditado, por exemplo, o comportamento da imprensa em relação a marchas, atos públicos e manifestações de rua, tratados, no todo, como questões relacionadas a trânsito e segurança pública. Interditados, portanto, em seu fundamento social básico e fundamental, sobre o qual o jornalismo comercial dos oligopólios de comunicação do Brasil só se debruça para descer o pau. (...)

CLIQUE AQUI  para ler a postagem, na íntegra (via blog 'Brasília, eu vi'*).

-Edição e grifos deste blog

21 abril 2012

Poema



BELO BELO

Belo belo minha bela

Tenho tudo que não quero
Não tenho nada que quero
Não quero óculos nem tosse
Nem obrigação de voto

Quero quero

Quero a solidão dos píncaros
A água da fonte escondida
A rosa que floresceu
Sobre a escarpa inacessível

A luz da primeira estrela
Piscando no lusco-fusco

Quero quero

Quero dar a volta ao mundo
Só num navio a vela
Quero rever Pernambuco
Quero ver Bagdá e Cusco

Quero quero

Quero o moreno de Estela
Quero a brancura de Elisa
Quero a saliva de Bela
Quero as sardas de Adalgisa

Quero quero tanta coisa
Belo belo

Mas basta de lero-lero
Vida noves fora zero.

    Manuel Bandeira - 1948

(Quadro:  'Les Demoiselles D’Avignon', de Pablo Picasso )

20 abril 2012

O PiG** no banco dos réus



 Por Eduardo Guimarães*

CPI do Cachoeira, CPI da empreiteira Delta, CPI do Agnelo… A mídia passou dias e dias construindo versões sobre o foco que terá a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que ela mesma disse que não sairia porque, pasme-se, “o governo” teria “medo” da investigação.

As ameaças dos meios de comunicação de inverterem o foco da CPMI e de jogá-lo contra os partidos da base aliada e contra o governo Dilma de fato surtiram algum efeito. Parlamentares de todos os partidos se preocuparam. Mas a preocupação decorreu da campanha midiática. Ponto.

Todavia, essa investigação tem tanta chance de se voltar para a relação da Veja com o esquema Cachoeira quanto contra qualquer outro alvo.

Jornalistas de alguns grandes meios de comunicação, sobretudo os da Folha de São Paulo, começaram a tocar no assunto como este blog previu que fariam. Ao tratarem das relações da Veja com Cachoeira, dizem o óbvio: criminosos podem, sim, ser fontes da imprensa.

Alguns desses jornalistas reconhecem que tiveram contato com Cachoeira e explicam que foram contatos fortuitos, o que os torna explicáveis. Agora, no caso da Veja, não. São CENTENAS de ligações e sabe-se lá quantos encontros presenciais.

Quando um jornalista fala com uma fonte criminosa uma vez, cinco vezes, dez vezes, é uma coisa. Quando fala CENTENAS de vezes, é casamento.

Eis, aí, o potencial da CPMI que transpareceu da clara resposta que, ao aprová-la maciçamente, o Congresso deu a uma imprensa que dizia que o Poder Legislativo abafaria o caso. E esse potencial é o de, pela primeira vez na história, a imprensa sentar-se no banco dos réus.

Uma fonte muitíssimo bem informada me diz que anda por volta de mais de duas centenas de parlamentares o contingente deles que tem a imprensa atravessada na garganta. E claro que dirão que isso ocorre porque são todos corruptos que temem o trabalho da imprensa livre, blábláblá.

O fato, porém, é o de que as gravações da Operação Monte Carlo revelam que ao menos no caso da Veja não se trataram de relações fortuitas com uma fonte, mas de um crime continuado.

Não há mera relação entre imprensa e uma fonte que possa assim ser caracterizada diante da descoberta de que aquele veículo falava várias vezes por semana, durante anos, com um criminoso, e de que a quadrilha desse criminoso deu TODAS as matérias que o veículo publicou contra o PT.

A Veja argumenta, literalmente, que a relação que mantinha com Cachoeira era a mesma que os criminosos mantêm com a Justiça quando optam pela “delação premiada”. Ora, então a pergunta é uma só: se a delação é premiada, que prêmio a revista ofereceu a Cachoeira em troca de suas denúncias contra o PT?

Parlamentares petistas, peemedebistas, comunistas, pedetistas e de quantos partidos se possa imaginar não assinaram essa CPI à toa. Há um clima no Congresso para que venham à tona os métodos que setores da imprensa brasileira usam.

Isso porque todos têm muito claro que uma imprensa que se alia a determinado grupo político e usa seu poder e até concessões e dinheiro público para fazer luta política, é uma imprensa que não serve a ninguém além de seus proprietários e aos políticos amigos deles.

A CPMI aprovada pela esmagadora maioria do Congresso terá um viés inédito na história da República. Será a primeira vez que o país irá esmiuçar o comportamento do dito “quarto Poder”. E já fará isso tarde. Depois dessa investigação, o Brasil nunca mais será o mesmo.

*Eduardo Guimarães é representante comercial e Editor do Blog da Cidadania, fonte desta postagem.

**PiG: Partido da Imprensa Golpista