25 setembro 2019

Servidores da Justiça iniciam paralisação por tempo indeterminado




Por Luís Eduardo Gomes, no Sul21*
Começou nesta terça-feira (24) a greve dos servidores da Justiça do Rio Grande do Sul. Aprovada na última quarta-feira (18) em assembleia realizada na Praça da Matriz, a paralisação tem por objetivo reivindicar reposição salarial da categoria, que está há cinco anos com vencimentos congelados e acumularia 80% de perdas salariais, a equiparação do auxílio-refeição dos servidores com os dos juízes e o projeto que tramita na Assembleia Legislativa propondo a extinção do cargo de oficial escrevente.
Coordenador Geral do Sindicato dos Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul (Sindjus-RS), Fabiano Marranghello Zalazar avalia que, das 165 comarcas do judiciário estadual, mais de 110 devem aderir à paralisação. “A cada dia, a cada hora, vem aumentando o número de comarcas que vão aderir ao movimento. Os colegas estão se organizando nos seus locais de trabalho, fazendo reuniões para decidir como vai ser greve, para manter os 30%, no mínimo, de atendimento nos cartórios para não causar prejuízo à população”, disse.
Uma das principais motivações para a paralisação é a ameaça de extinção de 5 mil cargos de oficial escrevente, promovida pelo Projeto de Lei 93 2017, que permite o fim de diversos cargos do Judiciário e que está em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado (AL-RS). De acordo com o Sindjus-RS, os oficiais escreventes representam hoje cerca de 60% da mão de obra do Poder Judiciário.
Fabiano diz que a principal perda da categoria com a extinção do cargo de oficial escrevente é a transformação de todos os atuais servidores da área em cargos de extinção. “Cargo em extinção começa a ter uma perda de direitos muito grande em relação ao cargo novo que virá, e são absolutamente os mesmos cargos”, afirmou Fabiano, fazendo referência aos trabalhadores de empresas públicas privatizadas, como Caixa Econômica Estadual e CRT, que, mesmo permanecendo como servidores, perderam o poder de compra e direitos ao terem seus postos de trabalho transformados em cargos em extinção. “Os aprovados em concursos não têm culpa nenhuma, pelo contrário, vão ser muito bem recebidos lá no Judiciário, mas eles vão ter carreira. E os atuais servidores, oficiais escreventes que lá estão, não vão ter. É exatamente o mesmo cargo, só muda a denominação”.
O sindicalista destacou que, quando a atual gestão assumiu o Sindjus-RS há cerca de três meses, propôs à direção do Tribunal de Justiça a transformação dos atuais ocupantes do cargo de oficial escrevente em técnicos, para que não houvesse perdas para os atuais servidores. No entanto, ele diz que, até o momento, não obtiverem resposta. Diante desse cenário, ele afirma que paralisação será por tempo indeterminado.
Foto: Divulgação/Sindjus

24 setembro 2019

SURPRESA E ISOLAMENTO - Imprensa internacional destaca acusações de Bolsonaro

O jornal espanhol El País ressaltou o “discurso ultranacionalista” de Bolsonaro. O diário francês Le Monde destacou o ataque dele ao líder indígena Raoni, acusado de ser “manipulado por estrangeiros”. Washington Post destacou as negativas dele sobre os incêndios na Amazônia, apesar das evidências que levaram à sua “condenação internacional” no mês passado
O correspondente do jornal britânico The Guardian, Tom Phillips, mostrou surpresa no Twitter com o tom beligerante adotado pelo presidente do Brasil. “Mesmo nos piores pesadelos, não tenho certeza de que diplomatas brasileiros tenham imaginado um discurso de Bolsonaro na #UNGA [Assembleia Geral das Nações Unidas] tão arrogante, tão cheio de bílis e tão verdadeiramente calamitoso para o lugar do Brasil no mundo. #MeDaPenaPorBrasil”, escreveu.
Outro repórter do Guardian, estabelecido no Rio de Janeiro, o jornalista Dom Phillips, também destacou uma linha do discurso do líder brasileiro. “Os ataques sensacionalistas que sofremos por grande parte da mídia internacional devido aos incêndios na Amazônia despertaram nosso sentimento patriótico”, escreveu no Twitter, reproduzindo link da Folha.
O jornalista Vincent Beavis, correspondente do Washington Post na Ásia e que atuou no Brasil pelo jornal americano Los Angeles Times, também acompanhou o pronunciamento do presidente. E escreveu no Twitter“Agora, o mundo certamente está prestando atenção ao Brasil como um país, talvez mais do que nunca. Mas acho que poucos membros importantes das comunidades liberais e pró-democráticas globais gostarão de Bolsonaro menos hoje do que ontem. Já estava muito claro quem ele é”.
Reuters distribuiu material destacando que Bolsonaro acusou a mídia de mentir sobre incêndios e que exige “respeito pela soberania do Brasil”. O despacho repercutiu na imprensa europeiaasiática e do oriente médio. O jornal americano The Wall Street Journal ressaltou o tom “desafiador” adotado pelo presidente, que “acusa líderes globais e a mídia de espalhar mentiras sobre a floresta tropical”.
O influente site americano The Huffington Post apontou que Bolsonaro defendeu o desmatamento ao declarar que “a Amazônia não está sendo devastada”.  A reportagem destaca que “o presidente de extrema-direita do Brasil (…) culpou as organizações internacionais de mídia e ambientais por espalharem “mentiras” sobre os incêndios que assolam a floresta amazônica durante um discurso nacionalista que abriu a Assembléia Geral das Nações Unidas na manhã desta terça-feira”.
Associated Press também destacou as acusações do chefe de Estado brasileiro de que a “mídia está mentindo sobre os incêndios na Amazônia”. O material foi replicado em mais de 2,2 mil veículos globais nos cinco continentes. Já a France Press deu na manchete que o presidente do Brasil “rejeitou a falácia” de que “a Amazônia pertence à humanidade”. O texto ganhou repercussão na Ásia e Europa, sendo reproduzido amplamente em veículos da França, como France 24Radio France InternationaleLe Figaro e News 24. O argentino Clarín também destacou a denúncia da “falácia” da Amazônia, assim como o La Nación.
Reportagem da Bloomberg, com o título “Mundo deve respeitar a soberania do Brasil na Amazônia, diz Bolsonaro”, relata que no discurso de 30 minutos, o presidente brasileiro enfatizou que “o Brasil está se movendo em nova direção depois de chegar à ‘beira’ do socialismo”.
A agência inglesa BBC destacou a declaração do presidente de que a “floresta amazônica pertence ao Brasil“. No material distribuído logo após o pronunciamento de Bolsonaro, o serviço noticioso britânico relatou que ele adotou um tom “desafiador” perante o parlamento mundial: “É uma falácia dizer que a Amazônia é a herança da humanidade, e um equívoco confirmado pelos cientistas de dizer que nossas florestas amazônicas são os pulmões do mundo”.
Entre diplomatas estrangeiros, também houve estupor com as ameaças de Bolsonaro. O chanceler cubano Bruno Rodriguez rechaçou os ataques do líder brasileiro no Twitter“Eu rejeito categoricamente as calúnias de Bolsonaro a Cuba. Ele está delirando e anseia pelos tempos da ditadura militar. Deveria cuidar da corrupção de seu sistema de Justiça, governo e família. É o campeão do aumento da desigualdade no Brasil”, disse.
...
(Por Olímpio Cruz, via https://ptnosenado.org.br)

Morte de Ágatha é reflexo da política de extermínio de Witzel, avalia pesquisadora

A menina de oito anos foi a quinta criança vítima fatal da violência armada no Rio de Janeiro neste ano

Ágatha Felix foi a quinta criança morta no Rio de Janeiro vítima
da violência armada / Reprodução/ Facebook
Por Geisa Marques e Guilherme Henrique, do Brasil de Fato* - A morte da menina Ágatha Félix, de oito anos, na última sexta-feira (20), no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, não se trata de um caso isolado. Segundo um levantamento da plataforma Fogo Cruzado, em 2019, outras dezesseis crianças já foram vitimadas diretamente pela violência armada no estado,  cinco morreram. 
Testemunhas afirmam que a bala que atingiu a menina Ágatha partiu da polícia. A corporação nega e afirma que houve confronto e troca.
Os números da letalidade policial no Rio de Janeiro são alarmantes. A polícia fluminense matou ao menos 5 pessoas por dia, somente em agosto, os dados foram divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) na última quinta-feira (19).
A pesquisadora Daniela Fichino, da Organização de Direitos Humanos Justiça Global, avalia que o cenário de violência tem se intensificado no estado. 
Para ela, a morte da menina Ágatha, assim como a de outras vítimas de confrontos armados, especialmente em comunidades pobres, são consequência de uma política de extermínio da juventude negra implementada pelo governo de Wilson Witzel (PSC).
“Essa é uma característica que a gente vê se exacerbar nesses meses do governo Witzel, o que mostra que o governador está empenhado em implementar suas propostas de campanha, de ‘mirar na cabecinha”, disse a pesquisadora em entrevista à Rádio Brasil de Fato, nesta segunda-feira (23).
“É o aprofundamento de uma política genocida. E, nesse sentido, é uma política de Estado e de extermínio da juventude negra”, afirmou.
Outro ponto destacado pela pesquisadora é o da desmilitarização das polícias. Ela diz se tratar de um problema estrutural, que “está na gênese” da corporação e que afeta não somente a população, mas também os próprios agentes de segurança. Ela cita o aumento dos casos de suicídio entre esses profissionais.
A 13ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado neste mês de setembro apontou que 104 policiais tiraram a própria vida em 2018 — número maior do que o de policias mortos durante o horário de trabalho. Os casos em confrontos com o crime somam 87.
“É uma polícia que foi treinada para o extermínio. Começar a mudar é um percurso histórico, que ainda demorará muito. Mas o debate da desmilitarização da polícia é central para que a gente pense também na vida desses agentes”, pontua.
O sepultamento de Ágatha Felix foi realizado neste domingo (22) em clima de revolta e grande comoção. Ainda no sábado (21), um dia após o ocorrido, a hashtag #ACulpaÉDoWitzel se tornou um dos assuntos mais comentados do Brasil no Twitter.
O governador, porém, se pronunciou sobre o caso somente na tarde desta segunda-feira. Em coletiva de imprensa, Witzel lamentou a morte da menina, culpou o crime organizado e disse que pediu celeridade nas investigações. O presidente Jair Bolsonaro (PSL), até o momento, não se pronunciou.
Daniela Fichino classifica a postura dos governantes em relação às manifestações como “vergonhosa e ao mesmo tempo eloquente”.
“Para eles, que são figuras tão presentes nas redes sociais, sobretudo no Twitter, dizer apenas protocolarmente que lamenta a morte da menina é mais uma evidência de que a atuação desse governo não é em prol da vida. É um governo de morte, que está voltando sua área de segurança pública para o extermínio”, acrescenta.
Investigações
Seis policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Fazendinha, que estavam no local onde Ágatha Félix foi baleada, na sexta-feira, depõem na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) nesta segunda-feira.
A Polícia Civil também realizou perícia na kombi onde a menina estava no momento em que foi atingida.
Mobilização
Na cidade de São Paulo, entidades do movimento negro planejam para a próxima sexta-feira (27), um ato em protesto contra o assassinato de Ágatha.
A manifestação está programada para ocorrer a partir das 18h, na Avenida Paulista, em frente ao vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP). A data foi escolhida por ser o sétimo dia do assassinato da criança.
*Edição: Katarine Flor - Via https://www.brasildefato.com.br

Frente com a direita: o PCdoB não aprendeu nada!

PT e os progressistas não devem repetir a Frente Ampla (1966) que ajudou a ditadura



Por Markus Sokol*

Um ato no Tuca, em SP, no último dia 2, criou uma frente: FHC, os ex-governadores Anastasia e Alckmin (PSDB) que enviaram mensagens, com os partidos Podemos e Cidadania, a Força Sindical, a UGT, um grupo do PSDB, segundo o site Congresso em Foco, junto com Ciro Gomes e o PDT, o governador Flavio Dino e o PCdoB, a UNE e Noam Chomsky. Presentes o arcebispo emérito d. Cláudio Hummes e o vereador Suplicy (o PT não foi convidado, nem se fez representar).

Isso se chama Direitos Já – Fórum pela Democracia. “Democracia” cujo manifesto não pede liberdade nem um julgamento justo para Lula.

Para que é, então?

“A narrativa que nos une no passado nos une quanto ao projeto de nação”, disse o governador Dino (PCdoB).

“Une”? Não uniu contra o impeachment de Dilma, nem contra a eleição de Bolsonaro, pois metade dessa turma foi golpista há 3 anos e bolsonarista há 11 meses! Luciana Santos, presidente do PCdoB, explica que foi “na luta para derrotar a ditadura militar no Colégio Eleitoral e a conquista de uma Constituição avançada”.

Mas o PT nada tem a ver com esta estória: o PT boicotou o Colégio Eleitoral da ditadura em 1984, onde o PMDB-PCdoB traíram a campanha unitária dos milhões pelas Diretas-Já, “elegendo” Tancredo-Sarney. A bancada do PT, liderada por Lula, votou contra a Constituição de 1988, que não contemplava a maior parte das aspirações populares e preservava boa parte das instituições do regime militar.

O que foi determinante para o PT crescer depois e se tornar o principal partido operário e popular da história do Brasil.

O PCdoB, de origem stalinista, não aprendeu nada. E parece que depois de se fechar a porta para governar com o PT, o PCdoB involui para a desastrosa política da Frente Ampla do velho PCB, com o deposto presidente Jango (PTB), atrás de parte da direita golpista (Lacerda) e do ex-presidente Kubistchek (PSD, centro-direita), patronal e pro-imperialista, valentemente denunciados por Brizola (PTB). O que desmoralizou a resistência, sem liderança nem programa, com uma aliança oportunista para eleições que nunca vieram.

E hoje?

No manifesto “Direitos Já”, sequer Bolsonaro é mencionado, apenas “a ascensão política de um discurso ultranacionalista, religiosamente fundamentalista, de ataque a instituições”. Como se Bolsonaro-Mourão pudessem mudar o discurso. “O momento”, conclui, “exige união e vigilância constante. É preciso que as forças democráticas do país superem suas diferenças programáticas e estejam conectadas e engajadas em torno de uma pauta comum: a defesa irrevogável dos direitos conquistados”.

O que quer dizer superar as divergências com Ciro, FHC, Podemos e Cidadania? É não falar da Previdência, nem da reforma agrária, nem do aumento do salário mínimo, nem das estatais nem da soberania nacional! Nem, é claro, de Lula Livre. É um manifesto contrarrevolucionário de colaboração de classes.

*Markus Sokol (foto) é economista, membro do Comitê Nacional do DAP e da Executiva Nacional do PT.

-Fonte:  Diálogo e Ação Petista - DAP  
https://militante.petista.org.br 

23 setembro 2019

Juiz derruba a censura e garante o ato #MoroMente na UFF!

Untitled-8.jpg
(Arte: ABJD)
Garcia defende "absoluta liberdade de manifestação nas universidades"
O juiz José Carlos da Silva Garcia, da 3ª Vara Federal de Niterói, concedeu liminar na tarde desta segunda-feira 23 suspendendo a decisão de Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), que havia proibido a realização do ato #MoroMente nas dependências da universidade.
O evento, organizado pela Associação Brasileira dos Juristas pela Democracia (ABJD) e pela Associação dos Docentes da Universidade Federal Fluminense (ADUFF), acontecerá nesta segunda, às 19h.
As informações são da coluna de Monica Bergamo na Folha de São Paulo.
Segundo Garcia, o Supremo Tribunal Federal (STF) já havia decidido "categoricamente" em favor da "absoluta liberdade de manifestação e expressão no âmbito das universidades, mesmo e inclusive para manifestar preferência ou repúdio de natureza político-ideológica, ou mesmo partidária".
O reitor que tentou censurar o ato #MoroMente obedeceu à pressão de Abraham Weintraub, ministro da Educação, aliado de Moro no governo Bolsonaro.

22 setembro 2019

Editor do blog CloacaNews, Willians Miguel partiu hoje. No mesmo ano que PH Amorim

Willians Miguel foi um pioneiro da chamada "blogosfera" de esquerda

Willians Miguel e Paulo Henrique Amorim (Reprodução)

Por Rodrigo Vianna*

Editor do blog CloacaNews, culto e engraçado, Willians Miguel partiu hoje. No mesmo ano que PH Amorim…
Fomos processados juntos por Ali Kamel – ao fazermos piada sobre a homonimia entre o diretor da Globo e um ator pornô (sim, processados e condenados por uma piada – isso em 2011, prenúncio da onda que viria).
Entrevistamos juntos no Palácio, em 2010, o Lula – que o chamava carinhosamente de “Cloaquinha”.


Ganhou em 2010 o troféu Barão de Itararé, de “Blogueiro do Ano”.
Que saudade do amigo!
Foi um pioneiro da chamada “blogosfera” de esquerda.
Antes, havia trabalhado na Editora Abril, na fase boa da editora.
Paulistano da zona sul, morava em Porto Alegre.
Deixa filhos e a companheira Carla Kunze – militante de esquerda.
Que saudade.
Que tristeza.
Mais um que morre de Brasil.
Descansa, Cloaquinha!

*Jornalista - via Revista Fórum
...
**Nota deste Editor: Que trágica notícia! Grande perda!

O nosso bravo amigo e cda Willians, lúcido, culto, irreverente, combativo e corajoso blogueiro Sr. Cloaca, já está fazendo muita falta.

Carla Kunze, Paulo Henrique Amorim, Willians Miguel e Júlio Garcia

Nós, que restamos, os 'blogueiros sujos', temos que honrá-lo... continuando a luta! 

-Companheiro Willians #CloacaNews: Presente!

21 setembro 2019

Vaza Jato prova que vivemos num bordel de togas


"Para quem não entendeu ainda: Sérgio Moro, o mesmo juiz que iria julgar e condenar Lula, no inacreditável caso do triplex do Guarujá, deu orientações para os procuradores – acusadores de Lula – montarem uma nota pública que lhe salvasse a pele", elucida o jornalista Leandro Fortes "Lula só está preso – e, esses patifes, livres – porque não estamos vivendo em um país, mas em um bordel de togas", acrescenta



Por Leandro Fortes, para o Jornalistas pela Democracia* - Prestem atenção nesse diálogo, o mais recente vazado pelo Intercept Brasil. Nele, os procuradores federais Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, e José Robalinho Cavalcanti, então presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), em 2016, combinam uma nota oficial para ajudar o chefe a sair de uma enrascada: 
Dallagnol – 01:43:21 – Moro pede pra não usar o nome dele... colocaria "no Juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba'
Robalinho – 01:43:34 – Aí sou contra
Robalinho – 01:43:45 – Deltan temos de defender ele com todas as letras
Robalinho – 01:43:49 – O nome mesmo
O chefe, para quem ainda se surpreende, era o juiz do caso, Sérgio Moro, então titular da 13ª Vara Federal de Curitiba. Moro tinha acabado de tornar públicos áudios de conversas entre a então presidenta Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, naquilo que se tornaria o ponto de inflexão da Lava Jato como ação judicial clandestina de caráter golpista e partidário.
Para quem não entendeu ainda: Sérgio Moro, o mesmo juiz que iria julgar e condenar Lula, no inacreditável caso do triplex do Guarujá, deu orientações para os procuradores – acusadores de Lula – montarem uma nota pública que lhe salvasse a pele.
No limite, era uma organização criminosa formada por um juiz e dois procuradores para enganar a população e fraudar os argumentos que seriam colocados, mais tarde, nas explicações ao Supremo Tribunal Federal.
Lula só está preso – e, esses patifes, livres – porque não estamos vivendo em um país, mas em um bordel de togas.

19 setembro 2019

Bolão que ganhou sozinho na Mega-Sena se chamava Lula Livre

Os petistas que dividirão o prêmio de R$ 120 milhões apostavam todas as semanas e chamavam a aposta de “bolão Lula Livre”. Ao todo, 50 famílias serão beneficiadas e cada apostador gastou apenas 10 reais; copeiras também receberão o prêmio 

(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

247* - Os petistas que dividirão o prêmio de R$ 120 milhões apostavam todas as semanas e chamavam a aposta de “bolão Lula Livre”. Ao todo, 50 famílias serão beneficiadas e cada apostador gastou apenas 10 reais. 

Quatro copeiras que não participaram do bolão, mas que sempre apostavam com o grupo de assessores do PT, também receberão o prêmio. 

O clima de festa da noite anterior ainda domina o gabinete petista nesta quinta-feira (19). 

A recepção começou o dia vazia, mas a aposta de servidores do partido é que parte dos vencedores não abandonará o emprego.

— São R$ 2 milhões. Não dá para viver o resto da vida. É hora de não ceder ao impulso, manter os pés no chão e seguir trabalhando — diz um dos vencedores, que pediu à reportagem do jornal O Globo para não ter o nome exibido.


ENTREVISTA


Empreendedora, cuide da sua saúde mental!


Por Gabriela Stahler, da Velvet Comunicação*

Setembro é o mês oficial da prevenção ao suicídio e a saúde mental vira pauta em muitos lugares e grupos sociais.

Uma das coisas que pode desencadear a depressão e o transtorno de ansiedade é o estresse causado pelo trabalho. Por isso, como nós da Velvet* trabalhamos direto com empreendedoras, viemos trazer algumas reflexões sobre o assunto.

Convidamos a psicóloga Laís Garcia (foto) para falar um pouco sobre saúde mental relacionada ao empreendedorismo. Confira:

Como as empreendedoras podem cuidar da saúde mental em meio ao dia a dia de trabalho?

Acredito que estabelecendo limites, não abrindo mão do lazer e vida social, trabalhando no exercício da não-procrastinação, tendo hábitos saudáveis e fazendo terapia.

Como não se cobrar tanto quando você trabalha sozinha?

Uma agenda, planner, buscar algo nesse sentido que funcione para si mesma pode ajudar. Com o auxílio desses dispositivos, é possível organizar melhor o tempo e controlar a ansiedade.

Quando colocamos no papel as tarefas que temos que fazer, muitas vezes percebemos que damos conta e que poderíamos estar catastrofizando ao achar que eram impossíveis de serem concluídas. Organizando melhor o tempo e usando desses limites, estabelecemos uma rotina mais tranquila e conseguimos regular nossa autocrítica, a fim de valorizarmos nossas conquistas e não nos cobrarmos excessivamente.

Como uma psicóloga pode ajudar as mulheres que têm seu próprio negócio?

Na abordagem que eu sigo, a terapia cognitivo-comportamental, partimos do princípio de que não é a situação em si que determina a forma como a gente se sente, mas sim como enxergamos aquilo que acontece com a gente.

A terapia pode ajudar a acertar essa visão, evitando distorções cognitivas – que são muito comuns no nosso dia a dia e as maiores causadoras da ansiedade. Interpretando o que acontece conosco de acordo com a realidade, lidamos com os problemas de uma maneira mais efetiva, tomamos melhores decisões e evitamos a sobrecarga física e mental que empreender pode causar.

Além disso, a partir do treino de habilidades sociais, é possível aprimorar a assertividade – habilidade importantíssima e super necessária de ser desenvolvida especialmente em mulheres num mercado de trabalho muitas vezes opressor e machista.

Por que você acha que a síndrome de Burnout está tão comum?

O esgotamento característico da síndrome de Burnout acaba sendo frequente no mundo em que vivemos principalmente em função do sistema capitalista ao qual estamos inseridos.

Este visa lucro acima de todas as coisas, ignorando o nosso bem estar em prol de uma produtividade exacerbada e muitas vezes inatingível, que faz com que pensemos nunca estarmos produzindo o suficiente – olhamos para nossas falhas com uma ênfase muito maior do que para as nossas conquistas, tornando-nos eternas devedoras de nós mesmas.

Como você faz para ter equilíbrio no seu dia a dia?

Organização, limites e terapia. Aceitando aquilo que não posso mudar, me comprometendo a mudar aquilo que é possível e valorizando as minhas pequenas vitórias cotidianas mais do que aquilo que, por “n” motivos, talvez não tenha conseguido fazer.
...