13 outubro 2025

Troca de prisioneiros: Hamas entrega 20 israelenses e 2 mil palestinos deixam prisões de Israel, 154 para exílio forçado*

Expulsão de palestinos viola direito internacional e os impede de se reunirem com suas famílias

Palestino libertado nesta segunda na capital da Cisjordânia, Ramallah - Zain JAAFAR / AFP


O Hamas libertou nesta segunda-feira (15) todos os 20 prisioneiros israelenses vivos que mantinha na Faixa de Gaza, com a libertação de cerca de 2 mil prisioneiros palestinos por Israel em andamento, enquanto ambos os lados cumprem as condições do acordo de cessar-fogo.

Os preparativos para a libertação de prisioneiros palestinos mantidos em prisões israelenses progrediam, com ônibus sendo vistos do lado de fora da prisão militar de Ofer, na Cisjordânia ocupada. Um porta-voz do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que os prisioneiros seriam libertados assim que Israel recebesse a confirmação de que todos os reféns vivos estivessem em território israelense.

Os prisioneiros israelenses estavam em boas condições, caminhando sozinhos, sem assistência, segundo a imprensa no local. Israel, entretanto, não espera que a repatriação dos corpos dos 28 prisioneiros restantes seja concluída na segunda-feira, apesar do prazo de 72 horas acordado no acordo.

Mas familiares de muitos dos prisioneiros palestinos libertados por Israel sob um acordo de troca dizem que sua tão esperada liberdade é agridoce após saberem que seus entes queridos seriam deportados para terceiros países.

Exílio ilegal para palestinos

Pelo menos 154 prisioneiros palestinos libertados na segunda-feira como parte da troca por prisioneiros israelenses mantidos em Gaza serão forçados ao exílio por Israel, informou o Escritório de Imprensa dos Prisioneiros Palestinos. Os que serão deportados fazem parte de um grupo maior de palestinos libertados por Israel – 250 pessoas detidas em prisões israelenses, além de cerca de 1,7 mil palestinos capturados na Faixa de Gaza durante dois anos de genocídio, muitos dos quais foram “desaparecidos à força”, segundo as Nações Unidas.

Ainda não há detalhes sobre para onde os palestinos libertados serão enviados, mas em uma libertação anterior de prisioneiros em janeiro, dezenas de detidos foram deportados para países da região, incluindo Tunísia, Argélia e Turquia. Especialistas ouvidos pela Al Jazeera disseram que o exílio forçado viola os direitos de cidadania dos prisioneiros libertados e é uma demonstração da duplicidade de critérios que cerca os acordos de troca. “É evidente que é ilegal”, disse Tamer Qarmout, professor associado de políticas públicas no Instituto de Estudos de Pós-Graduação de Doha.

“É ilegal porque são cidadãos da Palestina. Eles não têm outras cidadanias. Saem de uma prisão pequena, mas são enviados para uma prisão maior, longe de sua sociedade, para novos países nos quais enfrentarão grandes restrições. É desumano.”

Muitas famílias palestinas foram surpreendidas com a notícia de última hora. O exílio significa que as famílias não vão conseguir viajar para o exterior para encontrá-los, devido ao controle israelense das fronteiras. À Al Jazeera, Qarmout disse que as deportações visam privar o Hamas e outros grupos palestinos de reivindicar qualquer ganho simbólico com a troca e afastar os prisioneiros deportados de qualquer envolvimento em atividades políticas ou de outra natureza.

“O exílio significa o fim do futuro político deles”, disse ele. “Nos países para onde forem, enfrentarão restrições extremas, de modo que não poderão atuar em nenhuma frente relacionada ao conflito.”

Ele afirmou que as deportações equivalem ao deslocamento forçado dos prisioneiros libertados e à punição coletiva de suas famílias, que seriam separadas de seus entes queridos exilados ou forçadas a deixar sua terra natal se Israel lhes permitisse viajar para se juntar a eles.

“É uma situação vantajosa para Israel”, disse ele, contrastando suas experiências com as dos prisioneiros israelenses libertados, que poderão retomar suas vidas em Israel.

*Da Redação do BdF - Editado por: Rodrigo Durão Coelho

12 outubro 2025

SARAU LITERÁRIO - HOJE, EM SANTIAGO/RS

 


Lula ‘foi para o enfrentamento’ e tende a disputar 2026 ‘mais à esquerda’, dizem ex-presidente do PT e cientista político*

Entrevistados analisam recuperação de popularidade do governo, relação com Congresso e nova comunicação do Planalto

Lula tem ampliado a aprovação do governo e adotado postura mais firme diante do Congresso, avaliam analistas - Ricardo Stuckert/PR

O ex-presidente do PT José Genoíno e o cientista político Paulo Roberto de Souza avaliaram, em entrevista ao podcast Três por Quatro, do Brasil de Fato, que a melhora da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está ligada a uma mudança de postura do governo, mais firme diante do Congresso e mais conectada com pautas populares.

Ambos também projetam que a campanha de 2026 tende a ser “mais à esquerda”, em meio a um cenário de crise global e disputa política intensa no país.

Para o cientista político Paulo Roberto de Souza, o governo vive seu melhor momento desde o início do mandato. Ele destacou que o Planalto acertou ao alinhar ministérios, resultados e discurso, o que ajudou a impulsionar a imagem do presidente. “Sem dúvida, Lula está surfando muito bem, com alguns rearranjos comunicacionais importantes. Isso já vem desde antes da metade do ano. Há uma convergência muito mais explícita entre o governo, seus ministérios e os seus resultados”, afirmou.

Souza lembrou que, em um contexto de crise democrática global, a aprovação de Lula é uma exceção. “Poucas lideranças no mundo democrático têm aprovação razoável há anos. A aprovação do governo Lula pode ser considerada ótima”, avaliou.

José Genoíno avaliou que o contexto internacional de instabilidade econômica e política, com o avanço da extrema direita, tem levado governos progressistas a reforçar posições mais nítidas. “A crise sistêmica que o mundo vive empurra para a esquerda. Governante que quer sobreviver tem que ter posição. O Lula entendeu isso”, disse.

Segundo ele, o presidente conseguiu se recuperar politicamente ao adotar uma postura de enfrentamento, deixando para trás o tom excessivamente conciliador do início do mandato. “Lula percebeu que os caras [a elite dominante e a extrema direita] queriam botá-lo no chão pra ganhar em 2026 e fazer o programa do tudo ou nada. Quando ele percebe isso, ele vai para a briga. Ele tem um instinto de sobrevivência muito forte”, analisou.

Problema da esquerda é projeto estratégico

Apesar da melhora na popularidade, Genoíno defendeu que o campo progressista precisa apresentar um programa mais claro e de longo prazo. “O grande problema nosso, para a esquerda, é ter um projeto estratégico sobre o futuro do país. Não adianta apoio incondicional a Lula. Tem que dizer: ‘Lula, te apoiamos com base nessa plataforma’”, explicou.

O ex-presidente do PT também afirmou que o sucesso do governo depende de medidas estruturais, como a reforma tributária e a reconstrução da política de segurança pública. “São gargalos que têm que estar presentes no programa que vamos disputar em 2026”, indicou.

Na avaliação dos convidados, o cenário eleitoral de 2026 deve ser marcado por uma agenda mais ideológica. “Lula queria fazer um mandato pragmático, mas a conjuntura o empurrou para uma agenda mais à esquerda. A campanha de 2026 vai ser mais à esquerda, pode guardar essa frase”, afirmou Souza.

Agenda internacional e comunicação popular

Na política externa, Genoino avaliou que a atuação do governo vem reforçando o papel do Brasil no cenário global. “Com exceção da Venezuela, Lula acertou na agenda internacional. O fortalecimento do Brics, a postura sobre a Palestina e a Ucrânia, tudo isso se comprova agora”, apontou.

O ex-deputado lembrou que o alinhamento entre a soberania e a integração regional é essencial para a projeção do país. “Se você não faz a integração latino-americana, como vai influenciar no mundo?”, questionou.

Souza também destacou que a virada comunicacional foi decisiva para a melhora da imagem do governo, citando o trabalho do secretário de Comunicação Social da Presidência, Sidônio Palmeira. “Sidônio entendeu a lógica das redes. A comunicação do governo entrou na linguagem do TikTok, dos memes, e está explicando de forma didática. É um esforço claro para falar com o povo”, observou.

Segundo o cientista político, a comunicação mais simples e direta ajudou a reduzir a distância entre o governo e a população, “traduzindo políticas complexas em mensagens compreensíveis para o público”.

Para ouvir e assistir

O videocast Três Por Quatro vai ao ar toda quinta-feira, às 11h ao vivo no YouTube e nas principais plataformas de podcasts, como o Spotify.

11 outubro 2025

27ª FEIRA DO LIVRO DE SANTIAGO/RS

 


*Desde já, agradeço a presença de todos/as/es que me derem a honra de comparecer!!! (Júlio C. S. Garcia)

COMBATE À FOME - Efeito Lula: IBGE revela que lares em insegurança alimentar grave caíram 19,9%

Além da queda de 27,6% para 24,2% na insegurança alimentar, o IBGE mostra que os lares em segurança alimentar subiram de 72,4% em 2023 para 75,8% em 2024


O número de lares que estão em situação de insegurança alimentar grave caiu 19,9% no Brasil, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A insegurança alimentar como um todo (leve, moderada e grave) caiu de 27,6% em 2023 para 24,2% no ano passado, alcançando 18,9 milhões de domicílios e contemplando 54,7 milhões de pessoas. Veja como fica a divisão da redução da insegurança alimentar por categoria:ría

  • leve: de 18,2% para 16,4% dos lares;
  • moderada: de 5,3% para 4,5%; e
  • grave: de 4,1% para 3,2%.

A pesquisa do IBGE também revela que o percentual de domicílios brasileiros em situação de segurança alimentar subiu de 72,4% em 2023 para 75,8% em 2024. Assim, 59,4 milhões de famílias tinham comida garantida nesse período.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou as redes sociais para relembrar que seu objetivo de vida é justamente o combate à fome. Ele também comemorou o feito e aproveitou para comparar a situação atual com a do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando o país voltou a integrar o Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). (Por Letícia Cotta, na Fórum)

10 outubro 2025

FILME "SANTIAGO", da série 'GRANDES MESTRES' já está em cartaz no CINE CULT, em SANTIAGO/RS

 


*"SANTIAGO" é o codinome do santiaguense desenhista, chargista e cartunista Neltair Rebés Abreu. 

Sessões de quinta a domingo, às 18 hs. Entrada promocional R$ 10,00. Não deixe de assistir!!!

POR UM BRASIL MAIS JUSTO E SOBERANO! - Plebiscito Popular*

 


*PLEBISCITO POPULAR: VOTAÇÃO VAI ATÉ DOMINGO! - O Plebiscito Popular 2025 – Por um Brasil mais Justo e Soberano é uma iniciativa da sociedade civil que mobiliza milhões de brasileiros e brasileiras em defesa de um país mais igualitário e soberano.

O Plebiscito Popular Por um Brasil mais Justo e Soberano entra em sua última semana de votação, registro e apuração com um saldo de vitórias políticas importantes e forte mobilização popular em todo o país. Com encerramento no domingo, 12 de outubro, a campanha já contabiliza 1,5 milhão de votos em todas as regiões do Brasil.

Organizado por uma ampla aliança de partidos progressistas, centrais sindicais, movimentos estudantis, entidades civis e expressões de fé, o Plebiscito aborda dois eixos centrais:

-Redução da jornada de trabalho sem redução salarial, com o fim da escala 6×1Justiça tributária, com isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e taxação progressiva sobre rendimentos acima de R$ 50 mil.

A votação segue aberta até o dia 12 de outubro pelo site https://plebiscitopopular.org.br/

Vitórias recentes e força da mobilização

A mobilização tem produzido resultados concretos. No dia 1º de outubro, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais — uma conquista impulsionada pela pressão popular e pelo debate nacional promovido pelo Plebiscito.

Na mesma data, representantes das organizações entregaram simbolicamente os votos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, consolidando o diálogo entre a sociedade civil e o governo federal.

A luta continua

“O projeto agora vai para o Senado e queremos que ele seja aprovado o quanto antes para começar a valer em 2026”, afirmou Igor Felippe Santos, da Secretaria Nacional do Plebiscito.  “Nosso próximo desafio é avançar na pauta da redução da jornada de trabalho e do fim da escala 6×1, com mais mobilização e organização popular”, completou.

Nesta reta final, a campanha faz um chamado à ação: espalhar a luta e fortalecer a participação popular. O Mutirão Nacional de Votação acontece de 6 a 12 de outubro, com ações de rua, coleta de votos presenciais e registro online em todo o país.

A Secretaria Nacional concentra esforços na conferência e registro dos votos físicos na plataforma oficial e na distribuição de guias e materiais de orientação para os comitês locais. (*Com o site https://www.viomundo.com.br/ - Viomundo - Publiquei também na Coluna que assino semanalmente no Jornal A Folha, de Santiago/RS)

05 outubro 2025

Flotilha Global Samud: Sequestro dos heróis brasileiros e dos demais pacifistas da flotilha exige mobilização geral e reação mais forte do Brasil

A luta pela liberdade dos brasileiros sequestrados [a mando do governo sionista de Israel] é a mesma luta pela vida do povo palestino e pela defesa de uma efetiva ordem internacional


Um ato de pirataria moderna foi consumado em águas internacionais. A interceptação pela Marinha israelense da Flotilha Global Sumud, que transportava ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, e o subsequente sequestro de centenas de ativistas pacíficos, incluindo cidadãos brasileiros, representam uma afronta direta à soberania do Brasil e aos princípios mais básicos do direito internacional. Entre os voluntários sequestrados por Israel está o brasileiro Miguel Viveiros de Castro, que, enquanto pôde, participou ativamente da programação da TV 247 a partir de um dos barcos da flotilha, levando ao público brasileiro informações diretas sobre a missão e a resistência pacífica que ela representava. 

Os membros da flotilha, em meio a tantas alegações de fraqueza e até indisfarçadas traições, resolveram tomar em suas mãos as suas ações contra o genocídio sionista em Gaza. A luta muda de qualidade com seu sacrifício. O planeta se mira em sua luta. Como a Comuna de Paris e as brigadas internacionais da Guerra Civil Espanhola, eles resolveram, em nome da consciência internacional, assaltar o céu. Sofrem agora toda a carga de torturas do Estado supremacista. 

Diante de situação de tal gravidade, a resposta do governo brasileiro, ainda que inicialmente correta em sua condenação, mostra-se insuficiente. É hora de uma reação mais enérgica e coerente, que vá além da diplomacia tradicional e mobilize todos os instrumentos de pressão disponíveis, acompanhada por um movimento massivo da sociedade civil. A Colômbia, por exemplo, diante do sequestro de seus cidadãos na flotilha, reagiu expulsando diplomatas israelenses.

A inédita e maciça mobilização de trabalhadores italianos, por outro lado, serve de exemplo e espelho para o que se espera do Brasil. 

A operação de interceptação foi ilegal em sua essência. As embarcações foram abordadas a dezenas de quilômetros da costa palestina, em águas internacionais. Os voluntários, heróis que carregavam alimentos, água potável, medicamentos e brinquedos, foram tratados como combatentes. Relatos indicam que, após a captura, foram forçados a ajoelhar-se com as mãos amarradas por horas. O governo israelense, ao negar inicialmente o acesso consular e jurídico aos detidos, agravou ainda mais essa violação. Os sequestrados da flotilha foram confinados numa prisão no deserto do Negev, a 30 quilômetros da fronteira com o Egito. Esconder o paradeiro de pessoas e depois dificultar seu contato com o mundo exterior são táticas inaceitáveis. 

Perante essa afronta, a posição diplomática do Brasil precisa evoluir de notas de repúdio para ações concretas e consequentes. A liderança brasileira em uma denúncia no Conselho de Direitos Humanos da ONU, apoiada por dezenas de países, é um primeiro passo importante, porém tímido. É imperioso que o governo adote imediatamente todas as medidas necessárias para garantir a vida e a integridade física dos cidadãos sequestrados. Isso exige acionar de forma mais contundente todas as instâncias multilaterais e mobilizar os fóruns dos BRICS e da América Latina para isolar politicamente Israel. (...)

*CLIQUE AQUI para continuar lendo o Editorial do Brasil247 e outras postagens sobre a prisão dos integrantes da Flotilha Global Samud pelos sionistas do exército e marinha israelense.

Isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil: vitória do povo brasileiro

Essa conquista é da professora que paga aluguel, do motorista que faz a feira do fim de semana, da enfermeira que dobra o turno

    Deputada federal Denise Pessôa - PT/RS | Foto: Divulgação

Por Denise Pessôa*

“O que me interessa é o povo brasileiro”, dizia o historiador Capistrano de Abreu. Hoje, é ele quem vence. Aprovamos na Câmara dos Deputados a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. É uma vitória histórica da classe trabalhadora, do povo que foi às ruas cobrar a aprovação de um projeto que muda a vida dos trabalhadores. É também uma resposta das ruas, mostrando a força da mobilização popular. E é uma grande vitória do governo, aprovada por unanimidade, pois este é um projeto do presidente Lula, fruto do compromisso do governo com a justiça social.

Por muito tempo, o sistema tributário penalizou quem ganha menos, consumindo grande parte do salário dos trabalhadores. Essa conquista é da professora que paga aluguel, do motorista que faz a feira do fim de semana, da enfermeira que dobra o turno, do jornalista, do gari, de todos que fazem o país acontecer. É dinheiro que deixa de ir para impostos e garante comida na mesa, estudo dos filhos e dignidade para quem ajuda a sustentar o Brasil. O projeto também reduz impostos para quem ganha até R$ 7.350 e define 10% para quem recebe acima de R$ 50 mil.

Políticas progressistas sempre enfrentaram resistência: Getúlio Vargas foi criticado ao criar a CLT, o salário mínimo era visto como ameaça e o 13º salário considerado um desastre. O presidente Lula cumpriu um compromisso feito ao povo e lutou por justiça tributária, mostrando que é possível conciliar crescimento e sustentabilidade fiscal. Meu voto, como não poderia ser diferente, foi favorável a essa decisão que representa o maior dissídio da classe trabalhadora. É uma vitória para quem acorda cedo, pega ônibus lotado, enfrenta fila em postos de saúde e ainda vê parte do seu salário consumida pelo imposto.

Estamos vivendo uma mudança estrutural conduzida pelo governo Lula, tornando o Brasil mais justo e próspero para todos. Ninguém segura o país: registramos o menor desemprego em anos, 5,6% e três meses consecutivos de deflação dos alimentos (0,8%). É a prova de que, quando políticas públicas são feitas para o povo, o Brasil cresce, se fortalece e proporciona dignidade a quem sempre acreditou que dias melhores eram possíveis.

*Deputada Federal (PT/RS)  e presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados - Fonte: Sul21

30 setembro 2025

Contra o Congresso da direita, o povo reconquista as ruas

 


Pronto, os ataques da reação açulada por Trump não ficaram sem resposta.

Domingo, dia 21, contra a anistia dos golpistas e a PEC da blindagem dos parlamentares em debate no Congresso, uma maré popular nas ruas – convocada com o lema “Congresso Inimigo do Povo” – reuniu centenas de milhares nas 27 capitais e em muitas dezenas de cidades mais, o que há muito não se via.

As ruas dialogam com a resistência palestina, presente nos atos, e olharam par a greve na Itália pela ruptura de relações diplomáticas

No país, a extrema-direita não tem mais o controle das ruas. Tremula a bandeira nacional, não a bandeira dos EUA.

Ganhou força a pauta popular no aumento da faixa IR para R$ 5 mil, a taxação dos super-ricos e o fim da jornada 6X1.

A PEC da bandidagem, o povo enterrou viva.

Anistia (“dosimetria”) para a pacificação do país, diz o centrão? Não há paz sem justiça! Cadeia para todos os golpistas, Bolsonaro, seus generais e suas conexões!

A entrada em cena das massas indignadas nas ruas – não só nas pesquisas – começou a mudar de vez a cena.

O STF, pendurado nos privilégios, não pode negociar um “acordão” para 8 de Janeiro.

Com esse Congresso não dá!

As ruas colocaram o Congresso em questão e, assim, o problema da representação. Não vendemos ilusões de ser maioria neste Congresso, enquanto não mudarem as regras do jogo. A própria licença do Congresso para processar parlamentar vinha da Constituição de 1988 (mudou em 2001). As emendas parlamentares também vem de 1988. Por outro lado, o Judiciário pendurado nos seus privilégios não tem a confiança do povo,

As ruas colocaram em questão os 12 deputados que viraram as costas ao seu mandato, e estão dando desculpas esfarrapadas para a conciliação inaceitável.

Lula pode e deve continuar se recuperando, com uma pauta soberana que rechace a ingerência imperialista, e que dialogue com as reivindicações populares. Atenção para as armadilhas que postas pelos inimigos internos e externos, nenhum passo atrás.

Nós, do Diálogo Petista Associação, estivemos nas ruas com nossos pirulitos, nossa voz foi ouvida. Não vamos baixar a guarda, tem muita coisa a ser feita. Contra Trump, defender o direito à migração de centenas de milhares de compatriotas, e rechaçar a agressão à Venezuela.

Agora, é toda força na organização para aumentar ainda mais a mobilização, nas lutas concretas em desde já, rumo a Lula 2026, com a pauta das reformas populares.

Para se capacitar para tanto, o DAP está numa importante campanha de arrecadação para setembro e outubro. Convidamos todos associados a contribuir e a confirmar a adesão às novas comunidades estaduais criadas e receber nosso boletim Sexta-feira.

Estará o PT à altura de responder aos desafios colocados? O que fazer?

O Comitê Nacional do DAP, nesta conjuntura, reforça a orientação de realizar Encontros Estaduais ainda este ano, para debates estas questões e renovar as Coordenações.

*A Secretaria, por mandato do Comitê Nacional do DAP

-Via site do Diálogo e Ação Petista -  DAP

26 setembro 2025

‘A história não morre’, diz militante contra a ditadura militar homenageada por feira literária em SP

Com o tema Resistência e Memória, SP recebe, até o dia 27 de setembro, a 11ª edição da Feira Literária da Zona Sul*

Ativista Ana Dias era casada com Santo Dias da Silva, operário que foi assassinado pelo regime em 30 de outubro de 1979 - Arquivo pessoal

Com o tema Memória e resistência – “A luta não é para hoje é para sempre”, a capital paulista recebe, até o dia 27 de setembro, a 11ª edição da Feira Literária da Zona Sul (Felizs). A programação é gratuita e acontece em escolas, bibliotecas, centros culturais e outros espaços públicos de São Paulo. Com destaque para a literatura, a atividade reúne a produção de artistas e escritores periféricos. 

Neste ano, a feira escolheu como homenageada Ana Dias, militante histórica, de 82 anos, que foi protagonista no enfrentamento à ditadura militar no estado. A ativista era casada com Santo Dias da Silva, operário que foi assassinado pelo regime em 30 de outubro de 1979 enquanto distribuía panfletos convocando trabalhadores para uma greve. 

Desde a morte de seu companheiro, Dias constrói, cotidianamente, uma trajetória de transformação do luto em luta. Foi uma das fundadoras do Clube das Mães, maior movimento feminino contra a ditadura, atuou nas comunidades eclesiais de base e no movimento contra a carestia. 

“É a teimosia, a força, a coragem e a decisão do nosso trabalho que fazem a diferença. E, neste momento, não é diferente. Tem aqueles que querem atrapalhar, mas tem muita gente para conquistar e estamos conquistando. Se hoje eu estou aqui falando não é de graça, é para manter essa história viva e permanente nos nossos dias”, enfatiza, em entrevista ao Conversa Bem Viver.

Para ela, a realização da feira também é um marco de intercâmbio entre diferentes gerações que se encontram na mobilização em defesa de direitos e de um projeto digno de vida para o Brasil.

“Eu fico muito feliz de conseguir ainda manter a cabeça boa e falar um pouco de toda minha trajetória. Felizs é um nome muito bom. Eu acredito muito nesses momentos, porque a história não morre. A história tem que estar sempre acesa na cabeça do povo, de toda a comunidade antiga e nova”, comemora. 

Para conhecer a programação completa da 10ª edição do Felizs, clique neste link. (...)

*Confira a entrevista clicando AQUI (via Brasil de Fato)