No segundo dia do encontro, presidente afirma que faltam esforços para manter o aquecimento global em 1,5ºC
O que nos cabe perguntar hoje é: estamos realmente fazendo o melhor possível? A resposta é: ainda não”, declarou Lula - Foto: Bruno Peres/Agência Brasil
O presidente Lula (PT) assumiu que, no atual ritmo de mitigação da crise climática, os governos estão longe de manter o aumento da temperatura global em 1,5ºC.
“O que nos cabe perguntar hoje é: estamos realmente fazendo o melhor possível? A resposta é: ainda não”, declarou Lula, na sessão 10 anos do Acordo de Paris: Contribuições Nacionalmente Determinadas e Financiamento, na tarde desta sexta-feira (7), no segundo e último dia da Cúpula do Clima, em Belém, capital do Pará.
O presidente lembrou que 100 países, representando quase 73% das emissões globais, apresentaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), conjunto de ações para a redução das emissões nacionais e para a adaptação aos impactos das alterações climáticas. As metas, no entanto, ficam longe do esperado para os bons resultados na contenção do avanço da crise climática.
“Em sua maioria, as novas NDCs avançaram ao abranger todos os setores econômicos e todos os gases do efeito estufa. Mas o planeta ainda caminha para um aquecimento de cerca de dois graus e meio”, afirmou Lula.
Em vigor desde novembro de 2016, o Acordo de Paris é um tratado internacional adotado por 195 Partes na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP21), em Paris, França, em 2015. O acordo se baseia no entendimento de que cada país fará o melhor que estiver ao seu alcance para evitar o aumento das temperaturas em mais de 1,5ºC.
Até o momento, no entanto, nada indica que isso será possível. “Fazer da COP30 a ‘COP da verdade’ implica em reconhecer a ciência e os inegáveis progressos. Significa, entretanto, admitir uma verdade desagradável: o mundo ainda está distante de atingir o objetivo do Acordo de Paris”, afirmou o presidente.
Em sua fala, Lula reforçou o objetivo de que o encontro em Belém seja um ponto de virada nas projeções mais catastróficas. “Isso significa não apenas implementar o que já foi acordado, mas também adotar medidas adicionais capazes de preencher a lacuna entre a retórica e a realidade. Por isso, é fundamental que saiamos da COP30 com o compromisso de acelerar o alinhamento de nossas NDCs à Missão 1.5 com a qual nos comprometemos em Dubai”, declarou o presidente.
Na COP28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em 2023, as partes realizaram a conclusão do primeiro “balanço global” dos esforços mundiais para combater a crise climática a partir do que foi estabelecido pelo Acordo de Paris. O diagnóstico apontou para um progresso muito lento em todas as áreas da ação climática, desde a redução das emissões de gases de efeito estufa até o fortalecimento da resiliência às mudanças climáticas e o fornecimento de apoio financeiro e tecnológico às nações vulneráveis.
Diante das péssimas projeções, os participantes responderam com uma decisão sobre como acelerar a ação em todas as áreas até 2030.
“As exigências crescentes de adaptação vão requerer esforço ainda maior de financiamento. Sem incluir o capital privado, a conta não fechará”, pontuou o presidente.
Realizada nos dias 6 e 7 de novembro de 2025, a Cúpula do Clima antecede a COP30 e é um espaço de debates entre representantes de Governo que abordam temas como clima e natureza, transição energética e os diferentes impactos das tragédias climáticas na humanidade.

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