20 março 2011

O discurso da Presidenta do Brasil


Um discurso  para entrar, ao melhor, para ficar  na História

(Leia a seguir a  íntegra do discurso proferido ontem pela Presidenta Dilma Rousseff na recepção ao presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama)

“Excelentíssimo senhor Barack Obama, presidente dos Estados Unidos da América, senhoras e senhores integrantes das delegações dos Estados Unidos da América e do Brasil, senhoras e senhores jornalistas, senhoras e senhores, Senhor presidente Obama, A sua visita ao meu País me enche de alegria, desperta os melhores sentimentos de nosso povo e honra a histórica relação entre o Brasil e os Estados Unidos. Carrega também um forte valor simbólico.
Os povos de nossos países ergueram as duas maiores democracias das Américas. Ousaram também levar aos seus mais altos postos um afrodescendente e uma mulher, demonstrando que o alicerce da democracia permite o rompimento das maiores barreiras para a construção de sociedades mais generosas e harmônicas.
Aqui, senhor presidente Obama, sucedo a um homem do povo, meu querido companheiro Luiz Inácio Lula da Silva, com quem tive a honra de trabalhar. Seu legado mais nobre, presidente, foi trazer à cena política e social milhões de homens e mulheres que viviam à margem dos mais elementares direitos de cidadania. Dos nove chefes de Estado norte-americanos que visitaram oficialmente o Brasil, o senhor é aquele que encontra o nosso País em um momento mais vibrante.
A combinação de uma política econômica séria com fundamentos sólidos e uma estratégia consistente de inclusão fez do nosso país um dos mais dinâmicos mercados do mundo. Fortalecemos o conteúdo renovável da nossa matriz energética e avançamos em políticas ambientais protetoras de nossas importantes reservas florestais e de nossa rica biodiversidade.
Todo esse esforço, presidente Obama, criou milhões de empregos e dinamizou regiões inteiras antes marginalizadas do processo econômico. Permitiu ao Brasil superar, com êxito, a mais profunda crise econômica da história recente, mantendo, até os dias atuais, níveis recordes de geração de postos de trabalho.
Mas são ainda enormes os nossos desafios. Meu governo, neste momento, se concentra nas tarefas necessárias para aperfeiçoar nosso processo de crescimento e garantir um longo período de prosperidade para o nosso povo.
Meu compromisso essencial é com a construção de uma sociedade de renda média, assegurando oportunidades educacionais e profissionais para os trabalhadores e para a nossa imensa juventude, garantindo também um ambiente institucional que impulsione o empreendedorismo e favoreça o investimento produtivo.
O meu governo trabalhará com dedicação para superar as deficiências de infraestrutura, e não pouparemos esforços para consolidar nossa energia limpa, ativo fundamental do Brasil. Enfim, daremos os passos necessários para alcançar nosso lugar entre as nações com desenvolvimento pleno, forte democracia e ampla justiça social.
É aqui, senhor presidente Obama, que enxergo as melhores oportunidades para o avanço das relações entre nossos países. Acompanho com atenção e a melhor expectativa seus enormes esforços para recuperar a vitalidade da economia americana. Temos assim, como o mundo todo, uma única certeza: a de que o povo americano, sob a sua liderança, saberá encontrar os melhores caminhos para o futuro dessa grande nação.
A gentileza da sua visita, logo no início do meu governo, e o longo histórico de amizade entre nossos povos me permitem avançar sobre dois temas que considero centrais nas futuras parcerias que fizermos: a educação e a inovação. Aproximar e avançar em nossas experiências educacionais, ampliando nosso intercâmbio e construindo progresso em todas as áreas do conhecimento é uma questão chave para o futuro dos nossos países.
Na pesquisa e inovação, os Estados Unidos alcançaram as mais extraordinárias conquistas nas últimas décadas, favorecendo a produtividade em diferentes setores econômicos. O Brasil, senhor presidente Obama, está na fronteira tecnológica em algumas importantes áreas, como a genética, a biotecnologia, as fontes renováveis de energia e a exploração do petróleo em águas profundas.
Combinar as nossas mais avançadas capacidades no campo da pesquisa e da inovação certamente trará os melhores frutos para as nossas sociedades. Tomo como exemplo o pré-sal, a mais recente fronteira alcançada pela tecnologia brasileira. Acreditamos que os enormes desafios de cada etapa da exploração dessas riquezas poderão reunir uma inédita conjunção do conhecimento acumulado pelos nossos melhores centros de pesquisa. Mas, senhor Presidente, se queremos construir uma relação de maior profundidade é preciso também, com a mesma franqueza, tratar de nossas contradições.
Preocupam-me em especial os efeitos agudos decorrentes dos desequilíbrios econômicos gerados pela crise recente. Compreendemos o contexto do esforço empreendido por seu governo para a retomada da economia americana, algo tão importante para o mundo. Porém, todos sabem que medidas de grande vulto provocam mudanças importantes nas relações entre as moedas de todo o mundo. Este processo desgasta as boas práticas econômicas e empurra países para ações protecionistas e defensivas de toda natureza.
Somos um país que se esforça por sair de anos de baixo desenvolvimento, por isso buscamos relações comerciais mais justas e equilibradas. Para nós é fundamental que sejam rompidas as barreiras que se erguem contra nossos produtos – etanol, carne bovina, algodão, suco de laranja, aço, por exemplo. Para nós é fundamental que se alarguem as parcerias tecnológicas e educacionais, portadoras de futuro.
Preocupa-me igualmente a lentidão das reformas nas instituições multilaterais que ainda refletem um mundo antigo. Trabalhamos incansavelmente pela reforma na governança do Banco Mundial e do FMI.
Isso foi feito pelos Estados Unidos e pelo Brasil, em conjunto com outros países. E saudamos o início das mudanças empreendidas nestas instituições, embora ainda que limitadas e tardias, quando olhada a crise econômica. Temos propugnado por uma reforma fundamental no desenho da governança global: a ampliação do Conselho de Segurança da ONU.
Aqui, senhor Presidente, não nos move o interesse menor da ocupação burocrática de espaços de representação. O que nos mobiliza é a certeza que um mundo mais multilateral produzirá benefícios para a paz e a harmonia entre os povos.
Mais ainda, senhor Presidente, nos interessa aprender com os nossos próprios erros. Foi preciso uma gravíssima crise econômica para mover o conservadorismo que bloqueava a reforma das instituições financeiras. No caso da reforma da ONU, temos a oportunidade de nos antecipar.
Este país, o Brasil, tem compromisso com a paz, com a democracia, com o consenso. Esse compromisso não é algo conjuntural, mas é integrante dos nossos valores: tolerância, diálogo, flexibilidade. É princípio inscrito na nossa Constituição, na nossa história, na própria natureza do povo brasileiro. Temos orgulho de viver em paz com os nossos dez vizinhos há mais de um século, agora.
Há uma semana, senhor presidente, entrou em vigor o Tratado Constitutivo da Unasul, que deverá reforçar ainda mais a unidade no nosso continente. O Brasil está empenhado na consolidação de um entorno de paz, segurança, democracia, cooperação e crescimento com justiça social. Neste ambiente é que devem frutificar as relações entre o Brasil e os Estados Unidos.
Senhor Presidente, quero dizer-lhe que vejo com muito otimismo nosso futuro comum. No passado, esse relacionamento esteve muitas vezes encoberto por uma retórica vazia, que eludia o que estava verdadeiramente em jogo entre nós, entre Estados Unidos e Brasil.
Uma aliança entre os nossos dois países – sobretudo se ela se pretende estratégica – é uma construção. Uma construção comum, aliás, como o senhor mesmo disse no seu pronunciamento sobre o Estado da Nação. Mas ela tem de ser uma construção entre iguais, por mais distintos que sejam esses países em território, população, capacidade produtiva ou poderio militar.
Somos países de dimensões continentais, que trilham o caminho da democracia. Somos multiétnicos e em nossos territórios convivem distintas e ricas culturas. Cada um, à sua maneira, temos o que um poeta brasileiro chamou de “sentimento do mundo”.
Sua presença no Brasil, senhor presidente, será de enorme valia nessa construção que queremos juntos realizar.
Uma vez mais, presidente Obama, bem-vindo ao Brasil”.

(Atualizada às 12,53 h)

18 março 2011

Mil perdões...



*Mil Perdões  - Chico Buarque

A ONU e a Líbia


Teatro das potências encobre intervenção na Líbia

José Dirceu*  escreve:

Como esperado - e, infelizmente, numa repetição da história - tivemos a decisão da Organização das Nações Unidas (ONU), de intervir na Líbia, declarando a zona de exclusão aérea no país. A mesma ONU silencia ante a invasão do Bahrein por tropas da Arábia Saudita, Estados UNidos e Qatar.

Sim, porque ninguém tem dúvidas de que esta invasão se fez, na verdade, com autorização e direção de Washington, ainda que, cinicamente, o Departamento de Estado diga que não sabia previamente, não a coordenou e nem a aconselhou.

Balela, a entrada dos tanques, tropas e de todo o aparato militar que ocupou o Bahrein é uma forma disfarçada - que não engana ninguém - de intervenção norte-americana.

Não se está aqui defendendo o regime do presidente Muamar Kaddhafi, ou esta ou aquela decisão que provocou a guerra civil que se alastrou na Líbia. Mas, o fato é que este grave conflito eclodiu com o apoio aberto e direto, em armas e assessores, das potências ocidentais aos rebeldes.

Ajudam oposição líbia e abandonam a do Bahrein

As mesmas que, ao mesmo tempo, abandonam à própria sorte, a seu próprio destino, a oposição às ditaduras nos outros países árabes e do Oriente Médio.

No Bahrein, a repressão do regime monárquico sunita - etnia que constitui apenas 30% da população do emirado, enquanto os outros 70% são da etnia xiita - contra a população rebelada, ampliada por esta invasão da Arábia Saudita, EUA e Qatar é, proporcionalmente, tão ou mais violenta do que a desencadeada pela ditadura Kaddhafi na Líbia.

Mas, no Bahrein, a oposição que ocupou ruas e praças só tem um muro de silêncio. Não recebe nem apoio nem declarações formais da ONU ou das potências ocidentais contra a dinastia sunita absolutista que governa o emirado há dois séculos. (...)
Clique Aqui para ler o artigo, na íntegra.

*Fonte: Blog do Zé Dirceu

17 março 2011

PT - Porto Alegre/RS


DM promove Jantar/Baile em homenagem aos 31 anos do PT

O Diretório Municipal do PT não poderia deixar de comemorar os 31 anos do Partido dos Trabalhadores. Para tanto, está organizando um Jantar/Baile, que será realizado no próximo dia 18 de março (sexta-feira), no Clube Farrapos.

“Queremos com esta festa fazer a nossa homenagem ao partido junto com os militantes porto-alegrenses”, frisou Adeli Sell, presidente da sigla na Capital. A atividade será realizada na semana em que Porto Alegre festeja seu aniversário – comemorado no dia 26 de março.

Os convites para o evento podem ser adquiridos na sede municipal e nos gabinetes dos vereadores, na Câmara Municipal. Há convites para o Jantar/Baile no valor de R$ 20,00 e de R$ 50,00. Para aqueles que optarem apenas pelo baile, serão vendidas entradas a R$ 5,00.

Serviço

O que: Jantar/Baile 31 anos do PT

Quando: 18 de março

Onde: Clube Farrapos, Av. Professor Cristiano Fischer, 1331

Hora: 20:00

Convites: sede municipal

Informações: com Fátima Hasan pelo fone 3211-4888

Asscom PT-POA

Colheita do Arroz Agroecológico



Tarso participa da abertura de colheita de arroz agroecológico

A produção de arroz agroecológico em 16 assentamentos de 11 municípios da região Metropolitana, em uma área total de 3,8 mil hectares, deve aproximar-se das 400 mil sacas, com uma produtividade superior a 90 sacas por hectare. Para conhecer de perto esta realidade e exemplo bem sucedido de Reforma Agrária, além de participar da cerimônia de abertura da VIII colheita do Arroz Agroecológico, o governador Tarso Genro esteve Eldorado do Sul, na manhã desta quinta-feira (17). Além do cumprimento dos atos oficiais, o chefe do Executivo gaúcho ainda dirigiu uma colheitadeira.

A previsão é de que a comercialização da safra 2010/11 da região atinja os R$ 6 milhões, sendo que os assentados participam de todo o ciclo da produção, com o desenvolvimento da semente, plantio, secagem, armazenamento, beneficiamento e comercialização, através da marca própria: Terra Livre, com registro no Ministério da Agricultura e selo que indica ser produto de assentamento. "Os resultados obtidos neste assentamento provam a importância da Reforma Agrária", destacou Tarso.

"Já temos um grupo trabalhando para transformar todos os assentamentos gaúchos em exemplo de produção, de organização e de qualidade, e pretendemos que o nosso exemplo se irradie para todo o país", acrescentou Tarso Genro. Para o governador gaúcho, a reforma agrária é muito mais do que jogar as pessoas na terra. Ela, diz, tem de ser acompanhada por um conjunto de ações, além das condições de infraestrutura.

Estratégia eficiente

Sobre o arroz agroecológico, o governador diz ser uma estratégia eficiente e que garante uma fatia do mercado. "Se tivermos um arroz orgânico, temos um produto sadio diferenciado e que atende a uma fatia da população. Com isso, temos uma garantia de preço e um valor até melhor", sustentou Tarso Genro. O governador usou este exemplo para destacar que o mercado não pode ser absoluto na vida das pessoas. "Nós temos de colocar o mercado dentro de um projeto social para que ele funcione em favor das pessoas e não para esmagá-las, como está ocorrendo hoje com a super produção de arroz aqui no Estado, e que estão ocasionando esta crise do setor orizícola", disse, lembrando que a farta oferta fez com que o preço caia. "Estamos pagando pela nossa eficiência".

O arroz ecológico, de acordo com o coordenador dos assentamentos da região Metropolitana, Emerson José Jacomelli, é produzido por meio de técnicas agrícolas que garantem a conservação do meio ambiente, preservam a biodiversidade e não utilizam agrotóxicos ou adubos químicos. "Trabalhamos com muita organização e amor. Isto para nós é a vida das famílias e sua principal atividade econômica", disse. Jacomelli enfatizou que os assentados e seus familiares têm uma relação muito forte com o meio ambiente. Ele lembrou que a terra utilizada para o assentamento Apolônio de Carvalho, onde ocorreu a solenidade, e que acomoda 72 famílias, era um latifúndio improdutivo e utilizado para operações de tráfico.

Merenda escolar

A maioria das 430 famílias assentadas na Região Metropolitana ou mais de 1,2 mil pessoas, de acordo com Emerson Jacomelli, veio da região Norte, de Sarandi, Ronda Alta e Missões. Além da produção de arroz, são plantados hortifrutigranjeiros. O arroz Terra Livre é comercializado para supermercados, Conab, e faz parte da merenda escolar em diversos municípios. Cada agricultor recebe R$ 30 por saca.

"É possível construir um desenvolvimento casado com cooperação agrícola, com desenvolvimento de renda e junto construir esta reforma agrária que todos nós queremos", destacou o diretor do MST, Cedenir de Oliveira. Para o superintendente federal do Ministério da Agricultura no RS, Francisco Signor, os governos federal e estadual estão alinhados em uma política que traga desenvolvimento econômico e social. "Nós, no ministério, estamos atentos a tudo o que acontece no Rio Grande do Sul e somos parceiros para o que der e vier", enfatizou.

Lavoura orgânica

"Estamos, neste momento, travando um debate riquíssimo sobre o arroz. Nós temos uma grande produção e temos problemas. Não sabemos como vamos fazer para melhorar o preço, porque tem muito arroz e pouco consumo. Precisamos encontrar alternativas e, uma delas, nós temos aqui, com esta lavoura orgânica", salientou o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi. (Do Portal do Governo do RS)

Foto: Caco Argemi    -   Edição deste blog

16 março 2011

Código Florestal



* As 'Mudanças' no Código Florestal Brasileiro - As propostas do latifúndio (ou 'agronegócio', mais palatável), segundo o chargista Moa.

15 março 2011

'Roda Viva'


Roda histérica

   Eduardo Guimarães*  escreve:

Ao fim da edição desta semana do programa Roda Viva, da TV Cultura, fiquei sem saber quem me provocou o maior sentimento de que joguei fora mais de uma hora da minha vida, se a roda de jornalistas emocionalmente descontrolados ou o entrevistado pelo programa, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, do PT gaúcho, que, à diferença do show que deu José Dirceu no mesmo programa no mês passado, poderia ter se poupado, e ao público, daquela perda de tempo.

Para entrevistar Maia, a tevê estatal tucana escalou jornalistas que continuam em campanha eleitoral, acorrentados ao discurso anti-Lula de José Serra e Fernando Henrique Cardoso. Quem adivinhar do que trataram Augusto Nunes (Veja), Eliane Cantanhêde (Folha de São Paulo), Marília Gabriela (Globo News e TV Cultura), Paulo Moreira Leite (Época) e Delmo Moreira (IstoÉ), ganha um fim de semana inteirinho ao lado dos dois tucanos que fazem a cabeça desse grupelho pseudojornalístico.

Se você disser que, basicamente, se limitaram a abordar o “mensalão” e as picuinhas com o Irã, acertará em cheio. Por incrível que pareça.

No início do programa, a “mediadora”, Marília Gabriela, anunciou que o presidente da Câmara estava lá “para falar de política, de seus planos, dos compromissos assumidos, de corporativismo e de governabilidade”. Não foi o que se viu. Maia foi levado até lá apenas para servir de saco de pancadas, para ouvir insultos ao governo Lula e a si mesmo e para atuar como coadjuvante das cenas de verdadeira histeria de Nunes, Cantanhêde e Gabriela, que disputavam entre si o troféu descontrole emocional.

Alguns que possam ter assistido ao programa ou que clicarem neste link e tiverem paciência de assisti-lo dirão que Maia se comportou da única forma que lhe cabia diante de cinco entrevistadores que nada mais faziam além de insultar o partido do entrevistado, ele próprio e, sobretudo, o ex-presidente Lula, e que, quando lhe era concedida a palavra, era impedido de falar, aos berros, pelo grupo de “entrevistadores”.

O presidente da Câmara passou os quatro blocos do programa fugindo do confronto, até que, a certa altura, refugiou-se em um mantra de que os jornalistas deveriam olhar também para o “lado positivo” do que acontece no Brasil, recitando os exemplos de tudo que melhorou. Como a cada vez que respondia assim os entrevistadores ficavam mais belicosos, o mantra foi se tornando robotizado, o que deve ter produzido no telespectador a sensação de estar assistindo a um teatro do absurdo. (...)
Clique Aqui para ler a postagem, na íntegra.
 
*Editor do Blog da Cidadania

Boas notícias!


Geração de empregos formais no país em fevereiro é recorde

Brasília/DF - Agência Brasil -  - O Brasil gerou 280.799 empregos formais em fevereiro deste ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados hoje (15) pelo Ministério do Trabalho. Esse saldo representa um recorde para o mês de fevereiro.
No período, o número de pessoas demitidas (1,51 milhão) e o de contratadas (1,79 milhão) também foi recorde. Em janeiro, as admissões somaram 1,65 milhão e as demissões, 1,49 milhão.
O ministério revisou de 152.091 para 167.943 o número de empregos gerados em janeiro, em função das vagas declaradas pelas empresas fora do prazo. No ano, o saldo é de 448.742, já com os ajustes.
Os setores que mais contribuíram para o saldo positivo em fevereiro foram os de serviços (134.342), da indústria de transformação (60.098) e da construção civil (30.701). "A construção civil passou muito tempo estacionada e começou a dar os primeiros passos em janeiro", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Ele destacou também a criação de empregos na indústria de transformação, "que cresceu acima da média”. Segundo ele, além desses setores, os de produtos alimentícios e educação devem ter destaque em março.
A Região Sudeste foi a que gerou o maior número de postos de trabalho, 165.523; seguida pelo Sul (59.095) e Centro-Oeste (32.255).
Os estados que tiveram os maiores saldos de emprego foram São Paulo (105.803), Minas Gerais (36.053) e o Rio Grande do Sul (20.380).
A meta para 2011 é de geração de 3 milhões de empregos formais.

14 março 2011

'O Boqueirão'



Blog 'O Boqueirão' - O Retorno!

(Do Blog 'O Boqueirão'-Santiago-RS) - Atendendo vários pedidos e sugestões de leitores, amigos e conterrâneos de Santiago e Região, estamos voltando a postar regularmente em 'O Boqueirão' que, desde o final do ano passado, estava 'congelado', tendo ficado nesse período 'linkado' ao 'Blog do Júlio Garcia'.

Como o Blog do Júlio Garcia (com quem manteremos nossa exitosa e gratificante parceria) trata, na maioria das vezes, de questões e temas mais gerais, cujas abordagens priorizam acontecimentos e informações políticas/culturais/econômicas que ocorrem mais no universo estadual, nacional e internacional, é de entendimento dos editores deste blog a necessidade da reativação de 'O Boqueirão', que visa fundamentalmente dar espaço e voz aos santiaguenses e vizinhos regionais que continuam carentes de um espaço na blogosfera terrunha que seja mais crítico, propositivo, informativo e progressista (no antigo sentido do termo!) - com lado, portanto, como sempre tivemos desde o surgimento deste blog.

Nossa proposta, essencialmente, continua a mesma: pretendemos ser um 'blog coletivo', aberto a contribuição de Editores Independentes, que, além de postagens próprias, editem também postagens de blogs cujas matérias entendam ser de interesse e conhecimento dos nossos prezados leitores.

Saudações Democráticas!

Os Editores

*ET: Como todo blog que se preza, o nosso manterá seu espaço para os necessários e bem-vindos 'comentários' dos leitores. Os mesmos serão mediados (mas não serão aceitos comentários anônimos ou que contenham baixarias ou ataques pessoais).
...

**Nota deste blog: 'Vida longa e sucesso ao coirmão 'O Boqueirão'!
-Para acessar o blog 'O Boqueirão' clique: http://oboqueirao.zip.net/

Lobo em pele de cordeiro


Tucanos vendem ilusão e acham que trabalhadores não percebem

*Por José Dirceu

Na terceira década de vida - o PSDB foi fundado dia 25 de junho de 1988 - os tucanos acordaram. Aproximam-se, ou tentam aproximar-se, agora, das centrais sindicais dos trabalhadores, já que das patronais, como a FIESP, FEBRABAN/FENABAN e congêneres no país, sempre estiveram próximos.


Divulgam a tentativa de aproximação e medidas nesse sentido como se fosse algo inédito. Não é. Tentam cativar as centrais sindicais com a história de que o governador tucano de São Paulo, Geraldo Alckmin "deu" a Secretaria Estadual do Trabalho a um sindicalista e, seu colega de Minas, Antônio Anastasia criou um Comitê de Assuntos Sindicais.

Tudo inspirado, ou sob a regência do novo líder nacional da oposição, pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), que tenta ser o interlocutor do partido com o movimento sindical. Outros governadores tucanos paulistas já deram a secretaria do Trabalho, antes, a sindicalistas.


PSDB sem preocupação com os trabalhadores

A novidade nessa história pode ser a criação desse Comitê de Assuntos Sindicais em Minas, já que os tucanos que governam o Estado há mais de uma década (Anastasia-Aécio-Eduardo Azeredo) nunca tiveram preocupação antes em se aproximar dos trabalhadores.

Mas, o grande erro dessa história está no fato dos tucanos venderem esta "aproximação" à opinião pública como inédita. Escondem, assim, que já foram aliados da Força Sindical durante os 8 anos de governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. A Central, inclusive, surgiu impulsionada pelo movimento que levou Fernando Collor a Presidência da República (de cujo ministério os tucanos pretendiam participar) e pelo PSDB.

De qualquer forma, a tentativa do senador Aécio e do governador Alckmin de se aproximarem das centrais marca um movimento que pode significar uma reorientação no tucanato, que durante os dois governos do presidente Lula deu uma guinada para a direita deixando ao PT todo espaço de centro esquerda e no movimento sindical como um todo.


Passado e história sem políticas sociais

Mas não basta se aproximar, e como eu disse, não é a primeira vez que setores sindicais ocupam espaço no governo tucano de São Paulo. No passado a Força Sindical já o fez. Para aproximar-se dos trabalhadores é preciso elaborar políticas sociais e executá-las quando e onde são governo, o que até hoje os tucanos não fizeram, nem na era FHC nem nos governos estaduais que ocuparam e ocupam.

Do contrário, só aproximar-se sem um passado e história de políticas sociais, apenas confirma o que diz o sociologo Rudá Ricci na reportagem que a Folha de S.Paulo publicou neste domingo a respeito: "Os tucanos perceberam que precisam se unir a trabalhadores para não perder a 4ª eleição nacional." Eles tem a ilusão de que a base social não percebe sua manobra. Percebe.
 
*Fonte: Blog do Zé Dirceu - http://www.zedirceu.com.br
 
Foto: O sen. tucano Aécio Neves e o dep. Paulinho 'pelego' Pereira (PDT/SP), da FS. - 
Edição final  deste blog

12 março 2011

Poema





Poética

Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações
[ de apreço ao Sr.diretor
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo
[ de um vocábulo

Abaixo aos puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inúmeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo o lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.

De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem
[ modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare

— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

                                                                    Manuel Bandeira

Militares (II)



ATROCIDADES DA DITADURA: DEPOIS DA IMPUNIDADE, O ESQUECIMENTO?

'Os militares admitem que as famílias dos desaparecidos políticos têm o direito de buscarem seus restos mortais, mas parecem querer o impossível, ou seja, que a evocação desses dramas chocantes não provoque a justa indignação dos homens de bem e alimente anseios por justiça'.

Celso Lungaretti*  escreve:

É compreensível que partam do Exército as iniciativas para enquadrar a Comissão Nacional da Verdade: parafraseando a frase imortal de um ex-ministro da Justiça sobre um ex-torturador, foi a Arma que, durante os anos de chumbo, mais emporcalhou com o sangue de suas vítimas as fardas que deveria honrar.

Assim é que, conforme revelou O Globo, o Comando do Exército elaborou no mês passado um documento de críticas à Comissão da Verdade, endossado a seguir pela Marinha e Aeronáutica. (...)
-Clique Aqui para ler a íntegra da postagem.
 
*Fonte: Blog Náufrago da Utopia  - Charge: Eugênio Neves

11 março 2011

Solidariedade


Governo gaúcho anuncia crédito de R$ 50 milhões para socorrer São Lourenço do Sul

Porto Alegre/RS - Portal do Estado do RS - O Governo do Estado colocará à disposição, a partir de segunda-feira (14), uma linha de crédito emergencial de R$ 50 milhões do Banrisul para auxiliar pessoas físicas, jurídicas e famílias que tiveram prejuízos com as chuvas em São Lourenço do Sul, que deixaram 15 mil desabrigados. O financiamento foi anunciado pelo governador Tarso Genro, que visitou a cidade para acompanhar o trabalho de auxílio aos atingidos pela enxurrada feito pela Defesa Civil do Estado em conjunto com a Prefeitura. "Esta linha de financiamento deverá ser suficiente, mas se houver necessidade o Governo do Estado irá aportar mais recursos", disse Tarso Genro.(...)

-Leia a matéria completa Clicando Aqui

Foto:  Prefeito José Nunes, Governador Tarso Genro, Presidente da AL-RS dep.  Adão Villaverde e vice gov. Beto Grill. Foto Eduardo Seidl/Palácio Piratini

Mais uma tragédia assola o Japão



* JAPÃO HOJE: Terremoto, tsunami, destruição geral, incêndios, milhares de vítimas...   TV japonesa transmite, ao vivo, a nova tragédia japonesa.    Clique Aqui para asssistir.

10 março 2011

Militares


Militares não têm o que querer

      Por Eduardo Guimarães*

'Quem tem que ser investigado e punido são aqueles que fizeram do Estado brasileiro uma organização criminosa que se colocou a serviço das famílias Marinho, Frias e Mesquita, entre outras, para usurpar o poder pela força...'

Enquanto Argentina, Chile e Uruguai punem crimes de tortura e assassinato – já que é extremamente difícil punir os crimes de corrupção – cometidos pelas ditaduras militares nesses países durante o século passado, no Brasil não conseguimos nem mesmo investigar o destino daqueles que a ditadura militar fez sumir da face da Terra.

Causou polêmica matéria da última quarta-feira do jornal O Globo que dava conta de que “as Forças armadas” teriam feito “pesadas críticas” à proposta do Poder Executivo de criar a Comissão Nacional da Verdade, que se pretende que investigue o sumiço de cidadãos brasileiros e outras barbaridades cometidas pela ditadura militar. (...)
-Leia a íntegra da postagem Clicando Aqui

*Editor do Blog da Cidadania

09 março 2011

E no entanto é preciso cantar...




* Marcha da Quarta-feira de Cinzas

De Vinicius De Moraes / Carlos Lyra - canta: Elis Regina

Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou
Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri
Se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando cantigas de amor

E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade

A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir
Voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida, feliz a cantar


Porque são tantas coisas azuis
E há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe
Quem me dera viver pra ver
E brincar outros carnavais
Com a beleza dos velhos carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz
Seu canto de paz

Mais uma da (não) Veja


REVISTA VEJA MENTE E SERÁ PROCESSADA POR DANO MORAL

Luciana Genro*  escreve:

O Projeto Emancipa já é um sucesso. As incrições ainda não terminaram, mas já temos mais inscritos do que as 100 vagas disponíveis. O apoio que temos recebido é enorme. Este apoio se expressou inclusive na imprensa gaúcha, que através de vários comunicadores e jornalistas ajudou a divulgar o projeto pela sua relevância social, não se prestando a reproduzir as “denúncias” da revista Veja. Todos sabem da lacuna existente na preparação dos jovens oriundos das escolas públicas que desejam entrar na universidade. Então, quem poderia querer detonar um projeto que oferece preparação para o vestibular e o Enem GRATUITAMENTE para estudantes de escolas públicas? Aqui no Rio Grande do Sul, só os “viúvos” de Yeda Crusius.

Entretanto, em respeito às pessoas que me apoiam e respeitam e que têm sido questionadas por quem não conhece a minha trajetória, esclareço:

- Vou processar a revista Veja por danos morais, visto que o jornalista que assina a matéria sequer me ouviu, publicando uma reportagem absolutamente fantasiosa sobre o Projeto Emancipa, coordenado por mim no Rio Grande do Sul.

- A Secretaria de Educação não me concedeu nenhum privilégio como insinua a reportagem. A direção do Colégio Júlio de Castilhos, assim como outras escolas estaduais, proporciona a execução de diversos projetos nas suas dependências. O Emancipa é um deles e paga à escola R$ 600,00 por mês pelas duas salas.

- Os (as) professores(as) não serão “bem remunerados” como maliciosamente diz a reportagem. Receberão R$ 20,00 a hora aula. Como são apenas duas turmas, a média de remuneração de cada professor deverá ser por volta de R$ 300,00.

- A cota de patrocínios do Emancipa está fechada com 5 empresas e não estamos em busca de mais patrocinadores como mentirosamente afirma a reportagem.

-Sobre a Icatu Seguros, um empresa que atua no mercado gaúcho através do Banrisul há mais de 10 anos, muito me estranha que somente agora, para me atacar, a Veja levante suspeitas sobre esta relação. Eu não respondo pelas atividades de nenhuma empresa, mas a verdade é sempre útil: basta verificar o balanço 2010 do Banrisul, disponível na internet, para comprovar a mentira. A seguradora Icatu não tem contrato de exclusividade com o Banrisul. Além disso esta empresa apóia diversas OSCIPs e ONGs, não apenas o Emancipa.

- Quanto à afirmação de que “Luciana, que na política criticava o pai, na vida empresarial usa de seu prestígio para lucrar”, quem terá que se explicar é a Veja. E terá que fazê-lo no Justiça. Primeiro, porque não estou “lucrando” e nem sequer estou na “vida empresarial”. O Emancipa não é uma empresa e não pode dar lucro. Não é por que deixei de ser deputada que vou abrir mão de realizar atividades socialmente relevantes, mesmo que de forma privada, mas que respondam a interesses coletivos. Quanto ao suposto uso do prestígio do meu pai, Tarso Genro, minha trajetória me autoriza a ter certeza que os parceiros do Emancipa avaliaram em primeiro lugar o meu próprio prestígio para decidir pela participação no projeto.

*Luciana Genro, ex-deputada federal (PSOL),  é  Coordenadora do Projeto Emancipa-RS.


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08 março 2011

CUBA vence - também - na Avenida!


'CUBA SIM! EM NOME DA VERDADE!'

Com o tema "Cuba sim! Em nome da verdade", a União da Ilha da Magia (UIM) foi a grande campeã do Carnaval 2011 de Florianópolis-SC.
Com uma proposta ousada, inovadora,  que caiu nas graças do público e mereceu as melhores notas dos jurados, a escola conseguiu fazer um desfile considerado impecável e superar as concorrentes em quase todos os quesitos, sagrando-se a grande vencedora do carnaval da Ilha.
A médica e revolucionária cubana Aleida Guevara (filha do comandante Ernesto 'Che' Guevara) foi destaque na passarela (foto acima) e, após,  participou da apuração na arquibancada ao lado da comunidade da Lagoa da Conceição.
Clique Aqui para assistir ao desfile da escola de samba na Passarela Nego Quirido, em Florianópolis, no dia 06/03/2011. 

*Foto: Aleida Guevara, médica cubana, filha do Che com Aleida March, durante o desfile.   (Fabricio Escandiuzzi/Terra)

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Dia Internacional da Mulher


8 de março: origens e atualidade

Emir Sader*  escreve:

O Dia Internacional da Mulher foi estabelecido pela ONU no dia 8 de março graças à grande e trágica mobilização de trabalhadoras norte-americanas, nesse dia, em 1857, operárias têxteis de uma fábrica de Nova York entraram em greve, ocupando a fábrica, reivindicando a diminuição da jornada de trabalho de até mais de 16 para 10 horas. Elas, que recebiam menos de um terço dos homens, foram fechadas na fábrica, onde ocorreu um incêndio e 130 delas morreram queimadas.

Desde então, é inegável que, vindo de uma situação tão degradante, a mulher conquistou direitos, espaços, voz. O século XX foi praticamente o primeiro em que ela passou a ser protagonista da história, obtendo certos espaços institucionais, mas principalmente se firmando na produção artística e cultural.

Mas a situação da mulher segue bem distante da situação de igualdade de direitos que o movimento feminista tem reivindicado. Veja-se, antes de tudo, nos espaços privados, como a desigualdade na distribuição de tarefas continua a ser flagrante, com um peso brutal ainda recaindo desproporcionalmente nas costas das mulheres, situação ainda agravada pela quantidade crescente de famílias em que ela dirige sozinha a unidade familiar.

Mesmo nos espaços públicos, os lugares de poder real na sociedade continuam a ser exercidos usualmente por homens. Costuma-se até dizer que quando a mulher chega a uma atividade ou a um nível de direção de uma função, seria sinal de que ela perdeu importância.

O fato do Brasil e da Argentina terem duas mulheres presidentas é significativo. Mas elas tiveram que superar obstáculos e preconceitos adicionais para chegar a esses postos. Não foi casual que no Brasil a direita levantou o tema do aborto quando uma mulher era a candidata da esquerda, buscando associar a imagem feminina a um papel negativo em relação à natalidade. (Tampouco o é o fato de que o candidato opositor foi mobilizar sua esposa para desatar os ataques a Dilma.)

Depois de um início explosivo, os movimentos feministas passaram a ter também dificuldades de seguir agrupando as mulheres dos distintos setores sociais e se organizar como força social e politica importante. Um momento de virada na luta das mulheres pela sua emancipação foi a virada conservadora no mundo a partir dos anos 1980. Elemento essencial de essa virada foi a campanha de Ronald Reagan e de toda a direita norteamericana para criminalizar o aborto.

Reivindicação essencial do movimento feminista nas décadas anteriores, o direito ao aborto, pelo que representa no direito da mulher a decidir sobre sua vida, sobre seu corpo, sobre a decisão da gravidez. A ofensiva conservadora passou a transformar a mulher em culpada, assim como os médicos vinculados ao aborto, ao transferir a discussão para a existência ou não de alma no feto, o que levaria o aborto à condição de “crime”, de “assassinato” de uma vida humana. O que mudou o quadro, colocou o movimento feminista na defensiva, assim como todos que defendem os direitos das mulheres.

Nem seria necessário voltar sobre a forma como o tema entrou na campanha presidencial e como reflete o peso que os setores conservadores na formação da opinião das pessoas ainda tem, refletido na instrumentalização da questão no marco eleitoral. Mas as leis que permitem o aborto o restringem a casos muito específicos e limites, impedido que uma mulher, em condições normais, possa decidir sobre sua vida.

Na realidade, a discriminação se expressa no conjunto das mulheres, por razões econômicas e sociais. Aquelas que dispõem de condições fazem regularmente abortos em clinicas ilegais, mas toleradas, em condições de relativa segurança, enquanto as outras são relegada ao abandono – a ter os filhos que não queriam ter ou a métodos graves de aborto, que provocam, via de regra, mortes – uma a cada dois dias no Brasil – ou danos irreparáveis nas mulheres.

É uma questão que revela um enorme atraso, um dos temas mais importantes da democratização social no Brasil, que assusta políticos e governantes – dependentes do eleitorado, com temor a ser diabolizados pelas igrejas. No entanto, não haverá condições mínimas de igualdade de direitos, sem o direito ao aborto.

Ninguém será obrigado a nada, as opções de valores de cada uma definirão seus comportamentos. Mas um Estado democrático – portanto, laico – tem obrigatoriamente que disponibilizar para as mulheres que queriam apelar para essa circunstâncias, condições seguras e gratuitas de fazê-lo.

Que o conhecimento das origens da data de 8 de março sirva para avançar na consciência de como as questões de gênero se articulam estreitamente com as questões sociais e cuturais.

*Via Blog do Emir (Carta Maior)

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Carnificina


Polícia Rodoviária já registra 166 mortes no feriado de carnaval
 
Brasília/DF - Agência Brasil - Desde o início do feriado de Carnaval, na sexta-feira (4), até a meia-noite de ontem (7) 166 pessoas morreram em estradas federais do país. O número já supera o total de mortes registradas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em todo o carnaval de 2010, que foi 143.

Somente ontem (7), a PRF contabilizou 410 acidentes, 310 feridos e 37 mortes nos 66 mil quilômetros de rodovias federais que cortam o país.

De acordo com o balanço da operação, ontem (7) foram realizados 5.867 testes de alcoolemia – o bafômetro. Em 184, o resultado foi positivo para consumo de bebida alcoólica em excesso. Oitenta e cinco pessoas foram presas por embriaguez.
 
A Operação Carnaval da PRF continua até a meia-noite de quarta-feira (9). (por Luana Lourenço).

04 março 2011

Ô Abre Alas!



* Ô Abre Alas - de Chiquinha Gonzaga.  Cantam: Marlene, Emilinha e Angela Maria


Ô abre alas
Que eu quero passar
Ô abre alas
Que eu quero passar
Eu sou da Lira
Não posso negar

Ô abre alas
Que eu quero passar
Ô abre alas
Que eu quero passar
Rosa de Ouro
É quem vai ganhar
 
* Esta é a 1ª marchinha de carnaval, composta em 1899 por Chiquinha Gonzaga para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro, do Rio de Janeiro.

Reflexões necessárias



NADA COMO UM DIA DEPOIS DO OUTRO

Carta Maior - Menos de 24 horas depois de o BC elevar a taxa de juro para 11,75% -- medida profilática para desaquecer a economia e conter ‘pressões inflacionárias' decorrentes do descompasso entre oferta e demanda ,explicam os consultores dos mercados financeiros-- o IBGE divulgou dados do PIB de 2010.

O confronto entre os sinais emitidos pela economia real e as justificativas para a decisão do BC deveria inspirar, no mínimo, alguma reflexão em círculos saltitantes, dentro e fora do governo, unidos pela ciranda-cirandinha do ‘corta-corta'.

Vejamos: a) o PIB brasileiro cresceu 7,5% no ano passado em relação a 2009. Sim, a base de comparação era modesta. Em 2009 o país enfrentou galhardamente, com ferramentas keynesianas, a maior crise mundial do capitalismo desde os anos 30, mas seu PIB estagnou; b) a retomada em 2010, todavia, não se mostrou apenas vigorosa na recuperação do tempo perdido: ela foi sobretudo notável na sua consistência; c) o crescimento do PIB foi puxado, com dianteira folgada, pela formação bruta de capital que registrou um crescimento histórico de 21,8% ; d) e foi principalmente a produção de máquinas e equipamentos que impulsionou esse salto na agregação de capacidade produtiva: o avanço nesse segmento atingiu 30,5% em 2010 (havia caído 13,1% no ano anterior); e) sim, a expansão do consumo também foi robusta. Puxada por ganhos reais de salário e maior disponibilidade de crédito, subiu 7% no ano. Os números, porém, são categóricos: o investimento em estruturas e máquinas para promover a ampliação da oferta está crescendo a uma velocidade três vezes superior à da demanda corrente.

Ainda que existam razões prudenciais para o governo cortar algum gasto, como foi feito, de modo a calibrar a maturação desses investimentos (porque investimento, num primeiro momento, também aquece a demanda) e assim assegurar o equilíbrio macroeconômico mais adiante, a pergunta é: o padrão de crescimento comprovado em 2010 requer, de fato, novas altas no custo financeiro da economia para ganhar consitência? Um tempero final : segundo a FIPE, os preços ao consumidor (IPC) na cidade de São Paulo fecharam fevereiro com alta de 0,60 -- é a metade da taxa registrada em, janeiro ( 1,15%; ainda: seis das sete capitais pesquisadas pela FGV exibiram redução nos preços ao consumidor (IPCS) coletados na última semana de fevereiro.  (Carta Maior; 5º feira-, 03/03/2011)

03 março 2011

Patéticos...


A patética ação da oposição contra o mínimo

*Por José Dirceu

Das fotos na chegada ao Supremo Tribunal Federal (STF) à proposta em si de entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN), é patética a atuação da oposição contra o aumento do salário mínimo. Da postura do grupo na chegada à Corte à argumentação usada na ADIN, os oposicionistas evidenciam estar sem bandeiras, metas e sem rumo.

Virou uma geléia, ou confusão geral, já que o PSDB foi para a direita, o DEM já é e sempre foi de direita e o PPS cada vez mais confirma ser apenas um apêndice dos tucanos. Resultado: o PT ocupou todo o espectro de centro e de esquerda, e do diálogo com amplos setores da centro-direita.

Assim, o PT acuou os tucanos e deixou-os numa posição insustentável: ou mudam, ou vão para a mesma vala comum e caminho do DEM. Ficou ridícula e patética esta cena dos representantes dos partidos de oposição no STF, com visível aspecto de perdidos e desarvorados.

Nem as centrais encamparam proposta da oposição.

Além de transmitir, claramente, que eles não têm algo mais forte a fazer como ação oposicionista, a cena - e a ADIN - é uma prova de que o populismo de direita deles só não custa mais caro porque contam com uma escandalosa conivência da imprensa.

Neste processo de aprovação do novo mínimo - que trouxe, também, a instituição de uma política salarial para o país - a mídia, com raras exceções, não cobrou nada da oposição. Nem mesmo o absurdo de sua proposta de aumento para R$ 600,00, que ela (mídia) é contra.

Deixou correr, como se não fosse algo que a economia do país não comporta no momento - o que, aliás, a própria imprensa está cansada de saber. Proposta tão absurda que nem as centrais sindicais tiveram a ousadia de encampar e defender (a delas era de R$ 560,00) por saberem que era um tiro no pé dos próprios trabalhadores.


Foto: Antonio Cruz/ ABr  -  

*Via Blog do Zé Dirceu

02 março 2011

Emir Sader


A queda de Emir Sader: o professor fala!

Rodrigo Vianna*  escreve:

Emir Sader caiu antes de assumir a presidência da Casa de Rui Barbosa. Caiu depois de dar uma entrevista à “Folha”. À “Folha”?

Sim. Na minha humilde opinião, o professor cometeu um erro básico: confiou na “Folha”. O objetivo do jornal era derrubá-lo. Estava na cara. Emir Sader pode ter sido inábil em uma ou outra declaração. Ok. Mas ele esperava o que da “Folha”?

No governo Lula, havia três personalidades que a velha mídia não perdoava – pelas posições claras, pela disposição de travar o combate político e ideológico: Marco Aurélio Garcia, Márcio Pochmann e Franklin Martins.

Franklin decidiu não permanecer no governo de Dilma. Emir se somaria aos outros dois, nesse time que não abre mão de ser de esquerda, nem baixa a cabeça para o consenso liberal – seja na economia, seja na política externa, seja na política.

Pochmann e Marco Aurélio seguem por lá. Até quando?

Bom saber que o professor Emir Sader segue disposto a travar o mesmo combate, agora fora do governo. É o que ele revela no texto que reproduzo abaixo.

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Sobre a Casa Rui Barbosa

por Emir Sader

Consultado sobre a possibilidade de assumir a direção da Fundação Casa de Rui Barbosa, elaborei proposta, expressa no texto “O trabalho intelectual no Brasil de hoje”. No documento proponho que, além das suas funções tradicionais, a Casa passasse a ser um espaço de debate pluralista sobre temas do Brasil contemporâneo, um déficit claro no plano intelectual atual.

Como se poderia esperar, setores que detiveram durante muito tempo o monopólio na formação da opinião pública reagiram com a brutalidade típica da direita brasileira. Paralelamente, o MINC tem assumido posições das quais discordo frontalmente, tornando impossível para mim trabalhar no Ministério, neste contexto.

Dificuldades adicionais, multiplicadas pelos setores da mídia conservadora, se acrescentaram, para tornar inviável que esse projeto pudesse se desenvolver na Casa de Rui Barbosa. Assim, o projeto será desenvolvido em outro espaço público, com todas as atividades enunciadas e com todo o empenho que sempre demonstrei no fortalecimento do pensamento crítico e na oposição ao pensamento único, assumindo com coragem e determinação os desafios que nos deixa o Brasil do Lula e que abre com esperança o Governo da Presidente Dilma.

Rio de Janeiro, 2 de março de 2011

Professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

...

*Do Blog O Escrevinhador http://www.rodrigovianna.com.br/

Bolsa Família


Governo publica decreto que reajusta os benefícios do Programa Bolsa Família

Brasília - Agência Brasil - O Diário Oficial da União publica hoje (2) o decreto presidencial que reajusta os benefícios do Programa Bolsa Família a partir de abril. O reajuste de 19,4% foi anunciado ontem (1º) em Irecê, na Bahia, pela presidenta Dilma Rousseff.

O aumento deve provocar uma elevação de R$ 2,1 bilhões nas despesas do governo, este ano. Com o reajuste, os valores destinados às famílias de baixa renda passam para R$ 32 a R$ 242 por mês. O valor representa um aumento real de 8,7% acima da inflação do período de setembro de 2009 a março de 2011, superando a correção dada pelo governo ao salário mínimo.

Para os valores pagos na faixa etária até 15 anos de idade, o aumento poderá chegar a 45%. Os novos valores vão ajudar 50 milhões de pessoas, segundo o governo. Assim, uma família com dois filhos que hoje ganha R$ 112 passará a receber R$ 134. Atualmente, o programa atende a 12,9 milhões de famílias, que recebem de R$ 22 a R$ 200. (Por Christina Machado)

01 março 2011

Debate



O destino do Brasil

Emir Sader*  escreve:

O Brasil precisa e merece grandes espaços de debate, de reflexão, de trocas de opiniões, de elaboração coletiva. As universidades têm tido um papel, mas não tem sido suficiente. A mídia deixou de ser pluralista, abrigando praticamente só porta vozes com uma única concepção.
 
Precisamos de centros, de novas publicações, de um clima de efervescência no debate. Confesso que às vezes o fervor das polêmicas não favorece a assimilação dos argumentos alheios. Eu mesmo devo dizer que às vezes me deixo levar por essas polarizações, pelo fervor colocado no debate.

(Toda a entrevista à FSP foi falseada pela editorialização da matéria. Ao invés de primeiro ouvir o entrevistado, com perguntas e respostas, e depois colocar a opinião do jornal, essa mistura, com off, gerou um monstrengo, pelo qual não posso me responsabilizar. As referências, antes de tudo à Ministra da Cultura, mas também ao Gil e ao Caetano, apareceram de forma totalmente deturpada. Não houve intenção nenhuma de desqualificação, seguir polemizando nesses termos é ser vítima desse tipo de matéria, de que todos já fomos vítimas: dizer que disseram que alguém disse. Diz-se, entre outras coisas e se repete no dia seguinte, que eu fui favorável a fuzilamentos em Cuba. Que o jornal mostre as provas, porque é mais uma mentira.)

Não se pode dizer que contamos hoje com interpretações que dêem conta do que o Brasil se tornou, depois de duas décadas de grandes transformações. A visão amplamente difundida pela mídia se revelou não menos amplamente equivocada, a ponto que a vítima privilegiada do seus ataques – Lula – saiu do governo como o presidente mais popular da história do país, quem mais logrou unificar o Brasil, tendo apenas 4% de rejeição – se supõe que seja a cifra lograda pela mídia.

Por outro lado, a academia tampouco pode exibir um leque de interpretações que permitam suprir esses vazios. Os estudos avançam, se multiplicam, mas é como se as grandes abordagens, as grandes interpretações se mostrassem mais complexas e difíceis de abordar.
 
A imprensa brasileira nunca foi um espaço suficientemente pluralista para abrigar esses debates, mas em alguns momentos – particularmente na passagem da ditadura à democracia – se aproximou de ser um espaço que abrigou uma parte razoável dos progatonistas da vida brasileira. O alinhamento em bloco contra o governo Lula foi fatal para a imprensa, que perdeu interesse, objetividade na informação e espaços de reflexão antagônica.

Quando novas gerações se incorporam aos debates, mediante as distintas formas da nova mídia, ampliam como nunca no Brasil a possibilidade de participação de um número incalculável de pessoas, de setores e regiões distintos, o que permite a democratização das discussões de forma inaudita. Não se concebem mais conferências, mesas redondas, seminários, que não sejam transmitidos por internet on line, para que um número cem ou mil vezes maior de pessoas possam participar, intervir com pessoas, para que a gravação possa ficar acessível, ser vista posteriormente ou ser gravada.

Entramos na segunda década de um século que promete ser ímpar para o Brasil e a América Latina. Os processos históricos têm avançado mais rapidamente que a reflexão e as propostas conscientes e globais sobre seus destinos. Existem muitas interrogações de cuja resposta depende o tipo de sociedade que vamos ter ao final da primeira metade do século. É um desafio aberto, mas ao nosso alcance, contanto que preenchamos a distância entre a prática e a teoria, os processos reais, a consciência deles.

*Do Blog do Emir (sítio da Carta Maior)