Tarso participa da abertura de colheita de arroz agroecológico
A produção de arroz agroecológico em 16 assentamentos de 11 municípios da região Metropolitana, em uma área total de 3,8 mil hectares, deve aproximar-se das 400 mil sacas, com uma produtividade superior a 90 sacas por hectare. Para conhecer de perto esta realidade e exemplo bem sucedido de Reforma Agrária, além de participar da cerimônia de abertura da VIII colheita do Arroz Agroecológico, o governador Tarso Genro esteve Eldorado do Sul, na manhã desta quinta-feira (17). Além do cumprimento dos atos oficiais, o chefe do Executivo gaúcho ainda dirigiu uma colheitadeira.
A previsão é de que a comercialização da safra 2010/11 da região atinja os R$ 6 milhões, sendo que os assentados participam de todo o ciclo da produção, com o desenvolvimento da semente, plantio, secagem, armazenamento, beneficiamento e comercialização, através da marca própria: Terra Livre, com registro no Ministério da Agricultura e selo que indica ser produto de assentamento. "Os resultados obtidos neste assentamento provam a importância da Reforma Agrária", destacou Tarso.
"Já temos um grupo trabalhando para transformar todos os assentamentos gaúchos em exemplo de produção, de organização e de qualidade, e pretendemos que o nosso exemplo se irradie para todo o país", acrescentou Tarso Genro. Para o governador gaúcho, a reforma agrária é muito mais do que jogar as pessoas na terra. Ela, diz, tem de ser acompanhada por um conjunto de ações, além das condições de infraestrutura.
Estratégia eficiente
Sobre o arroz agroecológico, o governador diz ser uma estratégia eficiente e que garante uma fatia do mercado. "Se tivermos um arroz orgânico, temos um produto sadio diferenciado e que atende a uma fatia da população. Com isso, temos uma garantia de preço e um valor até melhor", sustentou Tarso Genro. O governador usou este exemplo para destacar que o mercado não pode ser absoluto na vida das pessoas. "Nós temos de colocar o mercado dentro de um projeto social para que ele funcione em favor das pessoas e não para esmagá-las, como está ocorrendo hoje com a super produção de arroz aqui no Estado, e que estão ocasionando esta crise do setor orizícola", disse, lembrando que a farta oferta fez com que o preço caia. "Estamos pagando pela nossa eficiência".
O arroz ecológico, de acordo com o coordenador dos assentamentos da região Metropolitana, Emerson José Jacomelli, é produzido por meio de técnicas agrícolas que garantem a conservação do meio ambiente, preservam a biodiversidade e não utilizam agrotóxicos ou adubos químicos. "Trabalhamos com muita organização e amor. Isto para nós é a vida das famílias e sua principal atividade econômica", disse. Jacomelli enfatizou que os assentados e seus familiares têm uma relação muito forte com o meio ambiente. Ele lembrou que a terra utilizada para o assentamento Apolônio de Carvalho, onde ocorreu a solenidade, e que acomoda 72 famílias, era um latifúndio improdutivo e utilizado para operações de tráfico.
Merenda escolar
A maioria das 430 famílias assentadas na Região Metropolitana ou mais de 1,2 mil pessoas, de acordo com Emerson Jacomelli, veio da região Norte, de Sarandi, Ronda Alta e Missões. Além da produção de arroz, são plantados hortifrutigranjeiros. O arroz Terra Livre é comercializado para supermercados, Conab, e faz parte da merenda escolar em diversos municípios. Cada agricultor recebe R$ 30 por saca.
"É possível construir um desenvolvimento casado com cooperação agrícola, com desenvolvimento de renda e junto construir esta reforma agrária que todos nós queremos", destacou o diretor do MST, Cedenir de Oliveira. Para o superintendente federal do Ministério da Agricultura no RS, Francisco Signor, os governos federal e estadual estão alinhados em uma política que traga desenvolvimento econômico e social. "Nós, no ministério, estamos atentos a tudo o que acontece no Rio Grande do Sul e somos parceiros para o que der e vier", enfatizou.
Lavoura orgânica
"Estamos, neste momento, travando um debate riquíssimo sobre o arroz. Nós temos uma grande produção e temos problemas. Não sabemos como vamos fazer para melhorar o preço, porque tem muito arroz e pouco consumo. Precisamos encontrar alternativas e, uma delas, nós temos aqui, com esta lavoura orgânica", salientou o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi. (Do Portal do Governo do RS)
Foto: Caco Argemi - Edição deste blog
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