21 agosto 2011

Líbia


A verdade da Líbia que a mídia não fala

       Por Leonardo Severo*

“Quantos filhos eu tivesse, daria por esta revolução, pois eles continuam vivos no sorriso das crianças e em cada uma das suas conquistas”. A afirmação da senhora nicaragüense, presidente da Associação de Mártires e Heróis da cidade de Matagalpa, foi – de longe - a maior declaração de amor que já ouvi. Ela havia perdido todos os seus cinco filhos em combate com a contrarrevolução, bandos de mercenários armados e financiados pelo governo dos Estados Unidos para retroceder aos tempos da dinastia dos Somoza.

Os pormenores do crime estão fartamente documentados e envolvem armas e drogas, tudo documentado no escândalo Irã-Contras. Na época, embora não fosse pai e, portanto, sem ainda conseguir mensurar a real dimensão do significado das palavras daquela mãe cinco vezes morta em vida, fui marcado a ferro e fogo por elas. Participava junto com meu irmão Leandro de uma brigada de solidariedade colhendo café nas montanhas do Norte, próximo à fronteira com Honduras, em 1987. Passamos dois meses no país de Sandino, Carlos Fonseca e Ruben Darío. Os braços que faltavam para a agricultura encontravam-se mobilizados para deter a invasão. Então, jovens de todo o mundo foram estender suas mãos.

Enquanto isso, no Brasil, a Veja e outros veículos privados divulgavam que tínhamos ido ser “carne de canhão”. Isso fez com que uma das avós passasse de cama todo o período em que estivemos na Nicarágua. Tomada de horror com tudo o que lia e ouvia pela rádio e televisão, por jornais e revistas, vó Tina procurava ajudar à distância, com caprichadas rezas com as quais evocava proteção aos netos e seus companheiros. Na época, houve um brigadista idiota que voltou falando asneiras, passando a receber, imediatamente, todos os holofotes possíveis e imagináveis dados aos “revolucionários” arrependidos. A nós era reservado o silêncio.

Obviamente, nenhuma palavra sobre o processo de erradicação do analfabetismo e das tantas conquistas sociais da revolução sandinista, nem dos mutilados e assassinados pelas bombas e sabotagens da intervenção ianque. Nem da luta pela superação da miséria a que o país havia sido submetida por décadas de ditadura da família Somoza, aliada fiel dos EUA na América Central. Até o dinheiro da ajuda humanitária para as vítimas do terremoto de 1972, que não deixou prédio em pé na capital, Manágua, o “presidente” deposto, Anastácio Somoza Debayle, levou para o Paraguai no seu exílio, onde foi recebido pelo também ditador pró-EUA Alfredo Stroessener e devidamente justiçado com um bazucaço. Para o governo dos EUA e sua mídia, os contras eram os “combatentes da liberdade”; nós, “os mercenários”.


Em visita à Palestina, em 2000, lembro dos soldados israelenses e das centenas de crianças árabes vitimadas por suas balas de aço revestidas com borracha. O objetivo não era matar, mas “apenas” cegar, mandando um recado para que os jovens e suas famílias não participassem do levante popular, a Intifada. Para que não ousassem levantar a mão nem atirar pedras contra a “incursão” dos tanques nos territórios ocupados.


Lembro de crianças com vendas no olho alvejado, erguendo cartazes de Yasser Arafat e ostentando, orgulhosas, a bandeira da Organização para a Libertação da Palestina (OLP). No mesmo hospital, com o pai ao lado do leito, um menino me mostrava em Gaza seu braço dilacerado pelas balas de fuzil dos invasores. Com o outro braço, erguido, a pequena criança fazia o “V” da vitória, confiante no dia que está por vir. Roubo de mais de 80% da água, assalto às terras palestinas, a ocupação se alastrando como um câncer... Tudo ao alcance da vista, palpável, mas distante – longe mesmo -, das cadeias internacionais de rádio e televisão.


Ainda hoje, os canais pelos quais nossa população é intoxicada cotidianamente reproduzem seriados estadunidenses relacionando os que vestem a kafia, o lenço árabe, com terroristas sanguinários e insensíveis que se explodem por aí E o governo dos EUA continua despejando bilhões de dólares para manter o seu país filial, incrustrado no Oriente Médio. Desta forma fica fácil você saber por que não vê imagens dos campos de refugiados ou do gigantesco muro do apartheid de Israel, construído pela mesma multinacional que ergueu o muro que segrega os mexicanos? Quantas vezes você viu a devastação de oliveiras centenárias ou a derrubada de casas palestinas em Jerusalém? O mundo real não passa na telinha.


Até o momento, a intervenção militar estadunidense no Iraque já custou mais de um milhão de vidas. O despejo de urânio depletado em Faluja, um dos berços da resistência, foi um verdadeiro crime contra a Humanidade, onde a contaminação supera a de Hiroshima, e as crianças – aquelas que conseguem vir ao mundo sem duas cabeças ou outras aberrações - continuam nascendo deformadas. Um verdadeiro circo de horrores, vítimas de um genocídio que os conglomerados de mídia servis ao império, à indústria armamentista e às empresas petrolíferas, se esmera em acobertar.

O bombardeio “cirúrgico” a um dos imensos abrigos de Bagdá, onde morreram mais de três centenas de mulheres, idosos e crianças, ilustra até onde pode chegar a prepotência dos EUA. Mas bem poucas linhas foram publicadas a respeito. Imagem? Não lembro de ter visto divulgadas pelos cúmplices da invasão. O governo estadunidense alegou que embora houvesse uma gigantesca sinalização do Crescente Vermelho – a Cruz Vermelha do Oriente – e de que, portanto, o alvo era um abrigo, jamais poderia confiar em Saddam Hussein, que ”possuía armas de destruição em massa e as poderia estar escondendo ali”.

O fúnebre local foi transformado posteriormente em museu anti-imperialista. Meu irmão Luciano relatou o que viu durante uma visita de solidariedade contra a agressão de Bush pai: entre tantos corpos incinerados colados à parede, uma mãe segurando um bebê. Era como se os mais de trezentos cadáveres falassem, mas nem assim conseguiram romper o silêncio sepulcral das redações. E por sede de sangue e petróleo das grandes corporações, uma das nações mais promissoras do Oriente Médio foi reduzida a escombros e cinzas. Além do custo em vidas humanas, a natureza também agoniza. Os rios Tigre e Eufrates foram contaminados pelo derramamento de petróleo, transformados em “esgoto a céu aberto”.

Mas, para os que se crêem donos da verdade e da última palavra, este é um drama menor, que diz respeito a um país já invadido, uma carta fora do baralho, que já não merece atenção da mídia venal. A Resistência continua.

Agora a campanha de demonização chega a Líbia, contra Muamar Kadafi, pintado e deformado com photoshop na capa da Veja, como o “bandido”, “terrorista” e todos os demais qualificativos utilizados pelos barões da mídia para os que não rezam na sua cartilha. Os mesmos meios de comunicação que calaram e continuam sem dizer um pio sobre o assassinato da filha de Kadafi durante o bombardeio dos EUA a Trípoli em 1986, da vergonhosa impunidade deste e de outros crimes cometidos – e assumidos com pompa - pelos sucessivos governos estadunidenses, passados 25 anos.

O silêncio se expande sobre os avanços conquistados pelo governo líbio nos serviços públicos e gratuitos de educação e saúde, na elevação da renda e de um salário mínimo que supera em muito os do Brasil e da Argentina, como bem lembra o amigo Beto Almeida. Mas, fazendo tábua rasa do real, as primeiras “informações” das agências noticiosas internacionais – todas de rabo preso com o império - falaram de “bombardeios contra civis” e “revolta popular” por “liberdade” nas ruas de Trípoli. Assim que ganharam a rede tais “notícias”, o embaixador do Brasil no país, George Ney de Souza Fernandes, informou que “não houve bombardeio sobre Trípoli. Isso foi um bombardeio noticioso da Al-Jazeera”. A mesma Al-Jazeera que à la CNN está em campanha pela volta da monarquia ao país, entrevistando um príncipe e outros democratas de latrina. Monitorando a região com satélites super sofisticados, a inteligência militar russa também negou a ocorrência dos tais bombardeios: “não foram detectados”.


Daí a importância da Telesul estar presente, para informar – e não para deformar – os fatos. E de existirem governos, como o venezuelano, que não se deixam intimidar pelo tom monocórdico da campanha pró-invasão. O próprio presidente Chávez bem sabe, porque o sentiu na pele, como se constrói o processo de satanização. Nas ruas de Caracas, atiradores de elite da CIA e da direita venezuelana abriram fogo contra manifestantes oposicionistas, gente que caiu no conto do vigário e marchava próxima ao Palácio de Miraflores contra Chávez. Foram fulminados com tiros na nuca, para que a conta dos assassinatos fosse paga pelo presidente. As redes privadas ecoaram a posição da direita de que “"Chávez foi quem ordenou disparar contra a multidão". Felizmente, câmaras de televisão capturaram a origem dos disparos e um excelente filme desnudou a trama: “A revolução não será televisionada”.

Na Bolívia, igualmente, os EUA tentaram secessionar a região de Beni, Santa Cruz e Tarija, até que o seu embaixador, Philip Goldberg, que já havia atuado na fragmentação da Iugoslávia, fosse expulso do país. A bandeira desfraldada pelos oposicionistas tinha a suástica nazista.


Em Cuba, onde o criminoso bloqueio continua afetando a vida de milhões de pessoas, quantas frustradas vezes a CIA, o Pentágono e seus indigentes espiões tentaram, comprovadamente e sem disfarces, assassinar a Fidel Castro?


Como bem apontou o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, “nestes dias em que tanto se fala de bombardeios, que o exército da Líbia está disparando seus canhões, tanques, artilharia contra o povo da Líbia, nenhum desses meios que querem a derrocada de Kadafi têm conseguido apresentar uma única foto de aviões bombardeando o povo, nem tanques, nem soldados metralhando. A mídia repete que o povo líbio está sendo bombardeado, mas, o que sabemos, porque vemos, é que têm sido bombardeados os povos do Iraque e do Afeganistão. Sabemos porque vemos, que é bombardeado o povo palestino na Faixa de Gaza. Na Líbia vemos um povo resistindo com o líder da revolução, Kadafi, à frente”. Ortega também conhece de perto as tramas estadunidenses, que tentaram dividir a Nicarágua com a fundação de um “território livre”, na área próxima ao Pacífico, a Miskitia, onde habitam os índios misquitos, que chegaram a ser cooptados inicialmente pela propaganda da contrarrevolução.


Há mais de dois mil e quinhentos anos, Esopo deixou como ensinamento em uma de suas fábulas que “a infelicidade de uns é fonte de sabedoria para outros”. Engane-se quem quiser, alertou recentemente Fidel, o objetivo da campanha de agressão à Líbia é claro e único: o assalto às riquezas petrolíferas do país.


A verdade da Líbia não fala – nem nunca falará - pela boca da mídia venal.


* Leonardo Wexell Severo é jornalista do jornal Hora do Povo e integra o Conselho Consultivo do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé. - Via Blog do Miro

19 agosto 2011

Participa RS foi um sucesso!!!


Mais de 1 milhão de gaúchos participam na Votação de Prioridades

Porto Alegre/RS - O Governo do Estado apresentou, na manhã desta quinta-feira (18), os números gerais da Votação de Prioridades, ferramenta de participação popular que permite aos cidadãos incidir diretamente sobre a aplicação dos recursos para o Orçamento do Estado para 2012. Através de votação presencial e pela internet, um total de 1.134.141 gaúchos apontaram as suas prioridades regionais. O número representa quase 15% da população do Estado.

O governador Tarso Genro saudou os resultados obtidos pela consulta, destacando o desafio do Estado em criar e estimular novas formas de participação. "À medida em que aumenta a população e a fragmentação social, cabe ao estado apreender e implementar o que vem sendo construído no mundo em termos de participação", disse.

Ambiente virtual

Tarso reafirmou a disposição de tornar o Rio Grande do Sul um exemplo internacional nos processos de participação, lançando mão das ferramentas tradicionais, mas também dedicando especial atenção ao ambiente virtual. "Se as redes sociais não forem observadas como elementos democratizantes, estas poderão se tornar elementos de desconstituição das relações do estado com a sociedade", alertou. A apuração das prioridades recebeu 135.996 votos pela internet.

O secretário do Planejamento, João Motta, relembrou o conjunto de debates e audiências que precederam a votação, destacando as cidades com maior participação: Porto Alegre (23.728), Alvorada (22.378) e Carazinho (21.319). Pela internet, a maior participação veio da cidade de Pelotas (5.814), seguido de Porto Alegre (3.428) e Caxias do Sul (3.392).

Até o final da semana, a Secretaria de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, apresentará um ranking das prioridades mais votadas pela população.

***
14% dos eleitores gaúchos participaram do processo

A participação de 1,13 milhão de gaúchos na Votação de Prioridades do Orçamento Estadual 2012 é equivalente a 14% do total de eleitores do estado. Um número classificado como "espetacular" pelo Governador Tarso Genro, durante anúncio da totalização da apuração, na manhã desta quinta (18).

De acordo com estudiosos do tema da participação, este percentual é considerado altamente significativo. "Esses valores de participação que atingimos são muito expressivos, eu diria até surpreendentes. O interesse do povo gaúcho neste tema é muito grande, considerando que é um processo facultativo e para definições que não estão relacionadas a eleições de fato", avalia Pedro Bandeira, doutor em Ciência Política e professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFRGS. Bandeira pesquisa os sistemas de representação e articulação regionais.

Para o Secretário do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, João Motta, a adesão da população gaúcha ao processo demonstra "o fortalecimento da relação do Governo do Estado com os municípios". O governador Tarso Genro também observou que a atuação dos Coredes é reconhecida como fundamental na construção do Sistema de Participação Popular e Cidadã.

Três municípios tiveram mais de 70% do eleitorado participante

Entre os números que chamam a atenção na totalização da Votação de Prioridades, estão três municípios que tiveram mais de 70% do eleitorado participando do processo. Todos ficam na região do Corede Médio Alto Uruguai:

Pinheirinho do Vale - 85,59%

Taquaruçu do Sul - 79,1%

Vista Alegre - 71,1%

Pela internet, os municípios que tiveram o maior percentual de votação eletrônica foram:

Picada Café (Hortênsias) - 47%

André da Rocha (Campos de Cima da Serra) - 40,78%

Ipê (Campos de Cima da Serra) - 25,77%

Entre os projetos mais votados nas 28 regiões dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes), as áreas predominantes são para investimento em Saúde, Educação e Segurança. A definição dos projetos que receberão recursos do Orçamento 2012 passa agora por uma análise técnica, que considera o valor total de verba para cada região, e o valor necessário para a execução de cada projeto. O número de votos por projeto será divulgado nesta sexta (19).

18 agosto 2011

Reforma Política


Deputado Henrique Fontana, relator da reforma política na Câmara, vê exaustão do sistema eleitoral

Porto Alegre/RS - Sul 21 -  O relator da Comissão de Reforma Política da Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), apresentou nesta quarta-feira (17) as conclusões de seu trabalho. O deputado elaborou um anteprojeto que altera o sistema de eleições proporcionais e institui o financiamento público de campanha, além de quatro propostas de emenda à Constituição, que alteram questões mais pontuais, como a suplência do Senado. Fontana diz confiar no avanço da reforma política, uma vez que a população estaria sentindo “os sinais de exaustão” do atual sistema eleitoral.

“Eu destaco o financiamento exclusivamente público de campanha, considero a mudança mais estrutural, porque hoje temos uma democracia cada vez mais pautada pelo poder econômico”, afirma Fontana ao Sul21. Quanto ao sistema das eleições proporcionais, Fontana estabeleceu que o eleitor votará duas vezes para cada cargo – um voto em uma sigla e outro em um candidato. Metade das cadeiras conquistadas por cada partido será de acordo com a lista partidária e metade para os candidatos mais votados.

O relatório de Fontana será discutido pela comissão e deverá ser votado em, no máximo, três semanas. Em seguida, vai para votação no plenário da Câmara. Entretanto, mesmo que as propostas sejam aprovadas, ainda haverá o trabalho de concatenar as mudanças do Senado e da Câmara. Ainda assim, Fontana se diz confiante de que a reforma saia do papel. “Minha expectativa é bastante grande. A sociedade quer um sistema político melhor que o atual, ela sente os sinais de exaustão deste sistema”.
O deputado destacou também que para as alterações mais importantes não é preciso mudar a Constituição. Assim, o anteprojeto principal precisa apenas de maioria simples no plenário, não de dois terços de aprovação. (...)
-Clique Aqui para ler a íntegra da postagem, assinada por Felipe Prestes, do sítio Sul 21.

17 agosto 2011

Mendes Ribeiro Filho


Mendes Ribeiro Filho  é o  favorito do PMDB para o lugar de Rossi no Ministério da Agricultura

Brasília - R7 - O nome do líder do governo no Congresso, deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS), é apontado como favorito para o lugar de Wagner Rossi no Ministério da Agricultura. O nome foi confirmado por lideranças do PMDB que se encontram reunidas com o vice-presidente Michel Temer para discutir a sucessão de Rossi, que pediu demissão no final da tarde desta quarta-feira (17).

Caso o PMDB bata o martelo pelo nome de Mendes, essa escolha teria de ser levada à presidente Dilma Rousseff. Mendes não tem experiência na área de agricultura. No entanto, tem a simpatia de Dilma. Foi um dos únicos peemedebistas a fazer campanha pra ela no Rio Grande do Sul.

Fonte: http://noticias.r7.com/

16 agosto 2011

Porto Alegre 2012


Raul Pont admite concorrer novamente à prefeitura de Porto Alegre

O vereador Adeli Sell, Presidente do PT da capital gaúcha,  também já manifestou sua disposição em disputar a indicação do partido

Porto Alegre/RS - RS Urgente - “Não se trata de arrogância ou hegemonia. Seria um brutal retrocesso não ter candidato em Porto Alegre em 2012”. A frase é do deputado estadual Raul Pont (PT) que, durante reunião da executiva municipal do PT de Porto Alegre na última segunda-feira, colocou seu nome à disposição do partido para a construção de uma candidatura de consenso à prefeitura da capital nas eleições do ano que vem. Para o ex-prefeito da capital gaúcha, cabe ao PT a tarefa de construir um nome de consenso. “Criamos a tese, cabe a nós agora apresentar alternativas e meu nome está à disposição para esta construção. Não podemos recusar dirigir esta cidade”, acrescentou.

No início de agosto, o PT da capital aprovou uma resolução sobre as eleições 2012. Além da continuidade ao debate da Carta a Porto Alegre, a resolução anuncia que o partido buscará, entre outras coisas, “a unidade partidária, através de um processo de debate e diálogo internos, para construir a nossa candidatura à prefeitura de Porto Alegre de maneira consensual, evitando a realização de prévias.”

O atual presidente do PT de Porto Alegre, vereador Adeli Sell, também já manifestou sua disposição em disputar a indicação do partido para a eleição municipal de 2012. (Por Marco Weissheimer, do Blog RS Urgente).

Fonte: http://rsurgente.opsblog.org/    - Edição final  e grifos deste blog

14 agosto 2011

Concerto de Aranjuez


* Concierto de Aranjuez - Parte 1 - de Joaquín Rodrigo, com Paco de Lucía

Revolta popular na Inglaterra


Não foi o Twitter que causou a insatisfação popular 

                Por Cristina Rodrigues*

Apesar da intensa cobertura da onda de violência na Inglaterra – o vespertino gratuito Evening Standard dedicou 20 de suas 52 páginas às manifestações na terça-feira (9) –, os jornais parecem simplesmente não querer falar sobre suas causas, como se ocorressem por geração espontânea. Dos jornais locais, destaca-se pela qualidade e extensão da cobertura o The Guardian, que atualizou o site com informações recentes ao longo de todo o tempo. O excesso de informações desnorteia um pouco, e torna-se difícil filtrar e acessar conteúdo realmente útil, mas o interessante é que, além das notícias fresquinhas e factuais que vinham pelo minuto a minuto ou pelas matérias constantes, publicou uma série de artigos tentando analisar o que estava acontecendo. O jornal exerce não apenas o papel de produtor de notícia, mas também de filtro, já que seleciona entre as muitas informações circulando na internet as que são relevantes e verdadeiras. É o desafio do jornalismo atual, que teve mais uma prova durante os últimos dias em Londres.

Twitter, Facebook, celulares e outras tecnologias mais uma vez foram protagonistas, como já tinha acontecido durante a Primavera Árabe – especialmente no Egito – e nas manifestações dos “indignados” na Espanha, entre outros. Em 1968, os estudantes imprimiam jornais e distribuíam panfletos para organizar sua mobilização. Sem querer comparar o conteúdo político e social, mas apenas o meio de organização, agora os jovens usam a internet e os celulares. É o meio de que dispõem e que facilita a concentração de muito mais gente em muito menos tempo. A revolução, quando ela acontece, ou os protestos e a violência, não são feitos pelas redes sociais, mas elas são usadas como instrumento de mobilização. Nos anos 1990, nos comunicávamos por telefone. Agora, os meios multiplicaram-se, mas continuamos sendo nós a decidir o que fazer, com quem falar e qual o conteúdo de cada ação. Não foi o Twitter que causou a insatisfação popular, e adotar esse tipo de afirmação é partir para uma análise extremamente simplista da sociedade. (...)
-Leia a postagem, na íntegra, Clicando Aqui

*Jornalista, Editora do Blog Somos Andando

11 agosto 2011

Participa RS!!!



Votação de Prioridades teve 135 mil votos pela internet

Porto Alegre/RS - A Votação de Prioridades do Orçamento Estadual 2012 alcançou uma expressiva participação pela internet. Através da mobilização nas redes sociais, foram totalizados 135.996 votos em todas as regiões do estado. As Regiões Sul e da Serra foram as que registraram o maior número de votos: 15.141 na primeira, e 13.670 na segunda. A cidade campeã de votos on-line foi Pelotas, que teve 5.814 eleitores pela internet na Votação de Prioridades.

"A mobilização foi intensa e a participação muito significativa. Precisamos considerar vários fatores: a mudança do processo, da identidade visual, um período curto de divulgação e a característica de um governo que está começando o seu trabalho. Estamos aprendendo com todos os processos, mas acreditamos que este primeiro processo de votação sinaliza a retomada da legitimidade da participação popular", avalia o diretor do Departamento de Participação Cidadã, Davi Schmidt.


A apuração da votação presencial, em cédulas de papel, iniciou na noite desta quarta (10), mas ainda não apresenta números consolidados. A previsão é de que até esta sexta (12), seja divulgada uma estimativa de votos nas urnas espalhadas pelo estado.

No total, estavam em votação 442 projetos para definir prioridades de investimento nas 28 regiões dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes). São R$ 165 milhões distribuídos pelo Governo do Estado em recursos para a Votação de Prioridades do Orçamento Estadual 2012.

09 agosto 2011

Em votação as prioridades dos gaúchos


'Participa RS' ocorre nesta quarta-feira

Votação de Prioridades: simulação de voto pela internet é apresentada à equipe do Planejamento

A equipe da Secretaria do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã assistiu na tarde desta terça (9) a uma simulação da Votação de Prioridades pela internet. O sistema, desenvolvido pela Procergs, foi apresentado pelos assessores do Departamento de Participação Cidadã, Paulo Augusto Coelho de Souza e Dionifer Silveira. Além dos campos de votação, é possível rever as cédulas com a relação do projetos de cada região, e acessar a listagem dos locais onde estão instaladas as urnas para o processo presencial.

Para votar pela internet, o eleitor precisa preencher os campos de carteira de identidade e título eleitoral. O número do título é preenchido de forma automática com o preenchimento do nome completo do eleitor. Podem ser votados os projetos cadastrados para a região de domicílio eleitoral.

A votação acontece nesta quarta (10) em todo o Rio Grande do Sul, das 8h às 24h, na internet, por meio do Portal da Participação www.participa.rs.gov.br e, das 8h às 21h, nas 12 mil urnas de lona e papelão. No total, as 28 regiões dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes), apresentam 442 projetos para a eleição. O processo que substitui a Consulta Popular e incorpora elementos do Orçamento Participativo, está inserido no Sistema de Participação Popular e Cidadã, que já realizou o Plano Plurianual (PPA) Participativo neste ano.

As cédulas de cada região, com a listagem completa dos projetos, já estão disponíveis na internet, no endereço do Portal da Participação http://www.participa.rs.gov.br/ . A relação pode apresentar no mínimo 10 e no máximo 20 projetos, que no total de R$165 milhões na Votação de Prioridades, serão distribuídos em recursos orçamentários do próximo ano.
Durante toda esta quarta, a Procergs vai manter um plantão de monitoramento com capacidade de captar possíveis fraudes por meio da votação eletrônica.
...

*Saiba mais como votar  acessando o sítio http://www.participa.rs.gov.br/

Foto: Secretário do Planejamento, João Motta, e diretor de Participação Cidadã, Davi Schmidt, conheceram abertura da página de votação (foto Carine Prevedello). Fonte: http://www.seplag.rs.gov.br/ 

A CUT na luta, sempre!


A CUT mobilizada

CUT realiza mobilização e pressão sobre o Congresso, o governo federal e o TST nesta quarta, 10 de agosto, em Brasília

Nesta quarta, 10 de agosto, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) realiza uma mobilização em Brasília com o objetivo de pressionar o governo federal, o Congresso Nacional e a Justiça do Trabalho a encaminhar e aprovar matérias do interesse da classe trabalhadora.

Centenas de dirigentes sindicais de todas as categorias, setores econômicos e regiões do País estão na cidade e vão realizar audiências e panfletagens nos gabinetes e corredores da Câmara e do Senado, vão entregar a pauta de reivindicações para representantes do governo Dilma e vão realizar audiência com os ministros do TST.
-Clique Aqui para ver a programação da mobilização da CUT.

Foto: Artur Henrique, Presidente Nacional da CUT

08 agosto 2011

As finanças do RS


O parecer do TCE e o desafio das contas públicas


As recomendações feitas ao Governo pelo Tribunal de Contas (TCE), por ocasião da análise do exercício de 2010, decorrem dos problemas estruturais do Rio Grande do Sul. A falta de recursos para aplicação suficiente em saúde e educação está relacionada a essa situação, tendo também como reflexo a insuficiência de verbas para a segurança e outras áreas que o Estado historicamente se propõe a atender.

Já é de longa data que o TCE ressalva tais pontos para a aprovação das contas dos governadores. E, dada a sua magnitude, não se pode estabelecer ou exigir uma solução de um ano para outro - é preciso que se atue nas causas que levaram a esse quadro. O governador Tarso Genro vem mostrando disposição em enfrentar os problemas e encaminhar soluções, também estruturais, em prazo factível. Mostrou que buscará a aplicação dos percentuais mínimos já no início do ano, quando elevou a remuneração do magistério e deu um passou em direção ao piso nacional.

A elevada distância entre o valor constitucional e os atuais níveis de aplicação é um desafio a ser vencido, pois representa volume de recursos que o Estado ainda não dispõe e a sua simples realocação não é possível. Isso afetaria outras áreas deficientes e que precisam ser igualmente recuperadas para melhorar a qualidade dos serviços públicos - e sequer seria suficiente para resolver a situação.

Recentemente, o Governo iniciou o programa de sustentabilidade com a aprovação da Assembleia Legislativa. Na intenção de buscar uma solução para o futuro, criou um fundo de capitalização para a Previdência e tomou providências que permitem um mínimo de planejamento. Potencializamos ações em parceria com o Governo Federal e buscamos recursos de financiamentos para sustentação dos investimentos. Além disso, estamos apostando em um sistema de desenvolvimento econômico articulando iniciativa privada e diversas esferas de Governo.

Estas iniciativas nos permitem criar um cenário estruturado para as contas estaduais a partir de novas fontes para financiar as políticas sociais e investimentos no crescimento da economia gaúcha. Sem isto, o Estado se limitará à educação, saúde e segurança, com mínimo espaço orçamentário para as demais políticas em áreas que historicamente temos participação como agricultura, assistência social e cultura, entre outros - restando somente a busca de recursos em convênios com áreas afins com o Governo Federal.

*Odir Tonollier (foto) é Secretário de Estado da Fazenda - RS


*Por Odir Tonollier

07 agosto 2011

Cultura


Jornalista gaúcho traduz livros de Machado de Assis para o espanhol

Sul 21 - por Núbia Silveira - Tradutor de livros do argentino Julio Cortázar e do peruano Mario Vargas Llosa, o jornalista gaúcho Remi Gorga Filho jogou-se em uma nova empreitada: verter para o espanhol parte da obra de Machado de Assis. Os primeiros livros, em formato de bolso, saíram há três anos pela editora Libresa, que vende suas obras em toda a América hispânica. Agora, pela Compañía de Lectura Eugenio Espejo, lança os contos El Alienista (O Alienista), El caso de la vara (O Caso da Vara) e La señora de Galvão (A Senhora Galvão). Antes disso, preparou uma antologia chamada La iglesia del diablo y outros cuentos, da qual constam 17 contos. Entre eles, Misa de gallo (Missa do Galo) e Unos brazos (Uns braços).

Remi, que há mais de 10 anos dirige o Centro de Estudos Brasil-Equador, em Quito, afirma: “O que me levou a traduzir Machado foi a grandeza de sua obra, a imortalidade de sua arte”. Já podem ser lidos em espanhol mais de 40 contos, escolhidos pelo próprio Remi, “a partir das seleções e antologias publicadas por grandes cultores da obra machadiana”. Também foram vertidos os romances Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Quincas Borba e Memorial de Aires, todos “dos melhores anos de Machado”, como afirma o jornalista.

Memórias Póstumas de Brás Cubas – entusiasma-se Remi – foi escolhido pelo ator e cineasta norte-americano Woody Allen como um dos cinco melhores romances do mundo. A citação feita em uma entrevista coletiva e lida por Remi no jornal inglês The Guardian. O tradutor ressalta que a ideia é traduzir, além dos quatro romances já passados para o espanhol, “o melhor dos contos” de Machado de Assis.

Dom Casmurro, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Memorial de Aires já ganharam versões feitas na Argentina, México e Espanha. A mais nova versão é a do Memorial do Aires, feita no México. Qual o diferencial entre estes trabalhos e o de Remi? O tradutor responde:

“Não sei se poderia dizer que o diferencial na tradução tem por base o “amor” que um menino de 10 anos descobriu em ‘Helena’, inflamado nos romances de sua maturidade, e na obra inigualada do ‘bruxo do Cosme Velho’. Talvez, também, esteja no cuidado que se deve ter ao traduzir um texto escrito em anos do século XIX para um leitor do XXI”.

Para o bom entendimento do leitor de língua espanhola, Remi recorreu às “notas de pé de página, às visitas constantes aos dicionários, às consultas a filólogos e escritores que convivem com o idioma”. (...)
-Leia a postagem, na íntegra, Clicando Aqui

06 agosto 2011

Inverno II



Inverno em Porto Alegre

Dos plátanos as folhas
'a mil', caem dos galhos
inundando com sua cor amarelo-ouro
as toscas calçadas da 'Praça de Maio'.

Na praça - que antes tinha outro nome
(oficialmente, 'Argentina')
ainda hoje se ouvem os ecos das manifestações
dos estudantes, dos populares,
em idos não mui distantes...

O vento frio agita o que resta
das copas das árvores centenárias
cravadas no coração desta cidade.

- Êta vento que sopra inclemente
castigando ainda mais o corpo franzino
desta gente
- 'hóspedes' permanentes dos viadutos...

Neste inverno
mais uma vez Porto Alegre apresenta-se gélida
(o Sul do país
está 'antártico'...)

              Júlio Garcia

*Do livro 'Cara &Coragem - Poemas' - 1995  e http://arquipelago.blogspot.com/

Foto: Jean Scharlau - Porto Alegre/RS

05 agosto 2011

Para o bem da República

 

A República se consolida

 

Por Mauro Santayana*

 

O Ministro Nelson Jobim, respeitemos os fatos, é um político singular na história recente do país. Ele surge no cenário nacional em 1987, ao eleger-se para a Câmara dos Deputados. Rapidamente, impressionou seus pares pelo desembaraço. Sua vida acadêmica é rica:  professor-adjunto de Direito da Universidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em que se formou, nela também  obteve o mestrado em Filosofia Analítica e Lógica Matemática.  Não obstante esses títulos, Jobim é intelectualmente discreto: nunca demonstra todo o seu saber nos pronunciamentos políticos ou em seus escritos. A vaidade ele a guarda para a prática cotidiana da política. É um homem que, em todos os  atos, parece dizer que nasceu para mandar. Mas, pelo que vemos, não entende que o poder depende da legitimidade. Em seu caso, a legitimidade é conferida pela confiança da Presidente. Quando falta legitimidade a qualquer poder, ele é tão sólido quanto uma nuvem de verão.

 

No duelo de grandeza entre ele e Fernando Henrique, registre-se  a verdade, o sociólogo levou vantagem sobre o filósofo e jurista. Matreiramente, como  sempre foi, o então presidente valeu-se da intemperança de Jobim, sem que esse percebesse. Fez como se seguisse a orientação do gaúcho, dando-lhe corda, enquanto o conduzia pelos cordéis da lisonja. Jobim tem uma relação quase pavloviana com a real ou falsa admiração alheia. Nesses momentos, ele consegue inflar a alma por dentro do corpo.

 

Em uma visita que lhe fez, quando ocupava o Ministério da Justiça, o saudoso jornalista Márcio Moreira Alves anotou que o Ministro demonstrava sua cultura, ao ter, sobre a mesa, o conhecido compêndio de ensaios políticos de John Jay, James Madison e Alexander Hamilton, The Federalist. Os três grandes pensadores e políticos norte-americanos, mais do que discutir os fundamentos constitucionais da jovem república, redigiram uma espécie de manual republicano, a partir do pensamento clássico e dos filósofos ingleses do século 17. É, na certa, um bom estudo, principalmente para o uso daqueles que se sentem desestimulados a visitar o pensamento original e mais complexo  dos clássicos, de Aristóteles a Locke, de Santo Tomás a Montesquieu, que inspiraram os políticos norte-americanos. Marcito, que se encontrava em  fase serena de sua carreira, tratou Jobim com tal bonomia que os maliciosos poderiam ter considerado irônica.

 

Jobim é vaidoso, embora, pelo que se sabe, não se mete em negócios estranhos. Tal como Romero Jucá, porém,  sua adesão ao governo independe de quem o chefie ou do partido que nele exerça hegemonia. É o terceiro período presidencial em que  se destaca, nos  poderes republicanos, como parlamentar, ministro, juiz e presidente do STF.

 

Em nenhum cargo Jobim se sentiu tão ele mesmo como no Ministério da Defesa. Seu entusiasmo foi o do escoteiro ao ser admitido no grupo. Tanto assim, que não titubeou: em poucas horas já envergava o uniforme de campanha dos oficiais superiores do Exército. Jobim é assim construído: tem o seu lado lúdico, e algum psicanalista de botequim poderia concluir que ele brinca sempre.

 

Mandar é com ele mesmo. Lula, que tem outro tipo de astúcia, bem diferente da que esgrime Fernando Henrique, também manobrou bem com Jobim. É certo que Lula não ficou muito à vontade quando Jobim, ao substituir um dos homens mais dignos de nossa história política, o baiano Valdir Pires, cometeu a grosseria de insinuar que seu antecessor não ocupara o cargo com a autoridade que lhe competia. A diferença é que Valdir administrava um ministério de militares em tempo de paz, enquanto Jobim parecia sonhar com o desempenho de Rommel e de Patton nos desertos africanos, e de Eisenhower e Zhukov,  no desembarque na Normandia e no avanço sobre a Alemanha. Os chefes militares logo descobriram que Jobim estava encantado em brincar de marechal, e com ele se ajeitaram. Enfim, como Jobim fingia que mandava, eles, mais experientes, fingiam que obedeciam.

 

Ele se encontrava pouco à vontade, quando despachava com a presidente. Convenhamos que não é cômodo para Jobim submeter-se ao mando de uma mulher. Talvez mais para justificar-se diante de seus amigos paulistas do que para expressar um sentimento real, disse o que disse na festa dos oitenta anos de Fernando Henrique, a propósito dos “idiotas” do governo, com os quais era forçado a conviver hoje, bem diferentes dos “geniais” ministros do excelso intelectual. As suas declarações à Revista Piauí – que ele, sem muito jeito, tentou desmentir – ajustam-se à sua personalidade. A mais grave delas se refere ao episódio da nomeação de José Genoíno como seu assessor, quando afirma que, diante da hesitação da presidente sobre a capacidade do ex-guerrilheiro para o cargo, cortou logo a dúvida: quem sabia se Genoíno desempenharia bem a sua função era ele, Jobim, e não ela, Dilma. Se o diálogo realmente houve, ele não só contrariou as normas do poder, mas, ainda mais,  violou as regras do cavalheirismo.

 

Por mais Dilma Roussef tenha recebido o apoio de Lula, ao assumir o cargo ela se tornou a chefe de Estado do Brasil, com todas as responsabilidades e prerrogativas do cargo, legitimada pela vontade da nação. Ela só tem que obedecer aos interesses nacionais, e cumprir a Constituição e as leis, de acordo com a sua própria consciência. E os que se sentirem incomodados com sua liderança, se assim lhes parecer melhor, podem deixar o governo. O Brasil tem centenas de milhares de cidadãs e cidadãos, patriotas e de probidade, capazes de exercer bem o múnus republicano – mesmo que não conheçam os endereços de Brasília.

 

Foi assim que se desfez a pequena crise: Jobim se demitiu no início da noite e um grande e sensato brasileiro, Celso Amorim, já foi nomeado para substituí-lo. O Brasil se consolida como República.

 

*Jornalista - Artigo postado originalmente no JB online (via Conversa Afiada)

 

Edição final deste blog

04 agosto 2011

'Johnbim' já vai tarde...


Amorim na Defesa: Dilma é Lula, Lula é Dilma

Brizola Neto* escreve:

A melhor notícia do dia é a que saiu agora há pouco. Celso Amorim (foto) é o novo ministro da Defesa.

Não podia ter sido mais feliz a escolha da Presidenta Dilma.

Não apenas porque não falte nem preparo, nem capacidade e muito menos conhecimento ao embaixador, ex-ministro das Relações Exteriores no Governo Lula. Aliás, é quem, fora da área militar, tem maior conhecimento dos programas de modernização de nossas Forças Armadas.

Mas é feliz, sobretudo, porque dá um tranco nas intrigas que tentam fazer entre Lula e Dilma.

Poucos ministros se tornaram tão próximos a Lula. Poucas pessoas poderiam, neste momento, prestar tão grande serviço ao Governo Dilma, ainda mais neste momento de crise internacional.

Diz o Paulo Henrique Amorim que o diplomata era a escolha de Dilma, mas que “o que fazer com o Jobim” impediu sua nomeação.

Bem, se antes era uma escolha, agora foi uma benção.

*Deputado Federal pelo PDT/RJ.
...

-Nota: O Editor do blog concorda em gênero, número e grau com a postagem acima... e assina embaixo! JG

(Grifos deste blog)

03 agosto 2011

AL/RS


Gestão e transparência

       Por Adão Villaverde*

No balanço semestral do parlamento que divulgamos dias atrás, em entrevista coletiva, destacamos três eixos de atuação que julgamos emblemáticos desta primeira oitava parte da 53 Legislatura (2011-14). Os três são, sem a menor dúvida, extremamente importantes. Mas, aqui, escolhemos detalhar o aspecto da administração compartilhada, que se opõe à rotineira mudança de procedimentos a cada novo presidente que assume. Isso, sobretudo, pela alteração cultural que passamos a processar ao reunirmos os quatro presidentes comprometidos com os quatro exercícios da legislatura.

O primeiro e mais importante passo foi a implantação do Comitê Gestor integrado pelos quatro deputados que presidirão a ALRS na 53 Legislatura - Adão Villaverde (PT), Alexandre Postal (PMDB), Pedro Westphalen (PP) e Gilmar Sossela (PDT) -, com suas respectivas assessorias, que passam a ter a responsabilidade de desenvolver uma gestão compartilhada com base num plano de trabalho comum a ser executado durante os quatro anos. Daí sobressaiu, por exemplo, a adoção do sistema de software livre que reduz a dependência tecnológica e o pagamento de licenças para o uso de softwares fechados. Estabeleceu-se que a legislatura valorizaria o brasão de armas como marca do parlamento em todos os espaços de divulgação, em detrimento da criação de uma logomarca publicitária de gestão.

Acentuou-se a responsabilidade social com a implantação do Programa Assembleia Inclusiva, que busca tornar o Legislativo totalmente acessível às pessoas com deficiência, adotando uma postura inclusiva que envolve acessibilidade nos espaços da Casa, realização de debates, cursos e sensibilização para consolidar a nova cultura comportamental, além da produção de uma cartilha de dicas de convivência em convênio com a Faders.

Avançou-se também no aprimoramento do site Transparência do Legislativo, que disponibiliza mais dados sobre diárias, como data e número da nota fiscal ou do bilhete aéreo, a cidade de origem da nota e o CNPJ do estabelecimento que a forneceu ou o e-ticket. Aprimora-se o processo de controle e aumenta-se a transparência, pois, como ensina Norberto Bobbio, a vida pública transcorre em palco público. São com medidas como essas, somadas a outras programadas para este segundo semestre, que trabalhamos no sentido de recolocar o parlamento gaúcho no centro das grandes questões e aproximá-lo cada vez mais da sociedade gaúcha.

*Deputado Estadual (PT/RS), Presidente da Assembleia Legislativa do RS.

(Postado originalmente no jornal Correio do Povo)

02 agosto 2011

'Sejamos sujeitos e não meros objetos da política'


PT da capital gaúcha realiza plenária de filiação e formação política

No Ato, Olívio Dutra pregou aos novos filiados que 'sejam sujeitos e não objetos da política'

O Partido dos Trabalhadores de Porto Alegre realizou ontem à noite mais uma Plenária de Filiação e Formação Política. Na presença do ex-governador e presidente de honra do PT Olívio Dutra, e da Executiva Municipal, cerca de 70 pessoas compareceram à sede metropolitana para participar da atividade. A grande maioria novata no partido. Outros tantos vindos do interior e transferindo sua filiação para a Capital dos gaúchos. Mas juntos, manifestavam o mesmo desejo: ajudar o PT a reconquistar o seu protagonismo na cidade.

“Sempre mantive contato de forma não oficializada. Decidi me filiar por que o momento é agora. O PT está numa encruzilhada: ou se mantém fiel às suas origens e programas ou se perde, por conta do poder que tem hoje. É hora da gente se colocar a serviço do partido. Quero ajudar nesta construção socialista e garantir espaços já conquistados”, resumiu Ana Carolina Martins da Silva, professora da UERGS.

O ex-vereador e delegado de polícia Cyro Martini, que havia se afastado do PT por alguns anos, contou que estava retornando devido a sua identificação partidária. “Tenho algumas figuras que prezo muito aqui no partido, com as quais mantenho um carinho todo especial. É por eles que retorno”, disse ele.

Vindo de Bagé, onde construiu toda a sua história partidária, Isabelino Garcia dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada no Estado do Rio Grande do Sul - SITICEPOT / RS, efetivou ontem a transferência da sua filiação. Ele sintetizou sua admiração pelo partido ao afirmar que o PT segue sendo “um forte elo existente entre a sociedade e o trabalhador com a política dos nossos governantes”. (...)
-Clique Aqui para ler  a matéria, na íntegra (originalmente postada no Blog do Adeli Sell.

*Foto acima: Adeli Sell, Ubiratan de Souza e Olívio Dutra - (Por Tatiana Feldens).

01 agosto 2011

PPA Participativo no RS

 
Governo entrega projeto de lei do PPA à Assembleia nesta segunda-feira

O governador Tarso Genro entrega às 15h desta segunda-feira (01) ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adão Villaverde, o projeto de lei do Plano Plurianual (PPA) 2012- 2015. O documento foi elaborado em conjunto com a sociedade e terá um período de discussão no Parlamento gaúcho até 1º de outubro. Depois disso, retorna para sanção do governador.

Existe um esforço processual, de acordo com o secretário João Motta, que visa à recuperação da capacidade de investimentos do Governo, ainda limitada pelo pagamento da dívida do Estado, com despesas de precatórios, RPVs, bem como, despesas de financiamentos com a previdência do Estado. "Nesta proposta estamos incluindo os empréstimos com o Banco Mundial (Bird) e BNDES, que giram em torno de R$ 2,3 bilhões", explica Motta.

No Plano Plurianual, cuja base é o Programa de Retomada de Desenvolvimento (pró-Redes), o Governo propõe atingir a soma de R$ 12 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos a partir das seguintes diretrizes:

-Criar condições para implementar no horizonte temporal do PPA recursos para o piso nacional do professores
-Ampliação dos gastos em educação rumo ao cumprimento do mínimo constitucional
-Ampliação dos gastos em Saúde rumo ao cumprimento do mínimo constitucional
-Garantia de R$ 2 bilhões para investimentos em malha viária (duplicações, acessos municipais e ligações intermunicipais)

Estes investimentos resultam de recursos do próprio Tesouro do Estado, estatais e empréstimos internacionais. As ações e projetos do PPA também foram elaborados de forma participativa, reunindo mais de 6 mil pessoas e resultando em cerca de 2 mil propostas. O Plano Plurianual Participativo ainda instituiu o Conselho do PPA, formado por representantes da sociedade civil, que vai acompanhar e fiscalizar a execução do Plano até 2015.

Foto: João Motta, Secretário do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã do RS

Fonte:  http://www.estado.rs.gov.br/