10 julho 2016

Por que Temer quer matar os sites progressistas?


A plutocracia não quer visões diferentes do mundo
A plutocracia não quer visões diferentes do mundo

Por Paulo Nogueira*
O que realmente incomoda na decisão de Temer de vetar publicidade federal nos sites independentes como o DCM é o grau de hipocrisia e descaro de seus argumentos.
Dizer que estes sites, classificados como “políticos”, não têm “interesse público” é tratar a sociedade como um amontoado de imbecis.
Se Temer ousou até romper unilateralmente contratos publicitários com tais sites, uma coisa horrível que a direita vivia dizendo que Lula faria assim que eleito, devia ao menos ter a coragem, a hombridade, a decência de dizer as razões reais.
Elas podem ser resumidas nisso: os sites atingidos são progressistas. Defendem uma visão de mundo nada parecida com a pregada pela mídia tradicional, da Veja à Globo, da Folha ao Estadão. Querem uma sociedade menos injusta, menos manchada por extremos de opulência e de miséria.
Estes sites representem uma parcela expressiva dos brasileiros. Apenas o DCM tem 4 milhões de visitantes únicos por mês. As visualizações estão na casa dos 15 milhões mensais. Em meses mais quentes, já passaram de 20 milhões.
Outros sites são igualmente expressivos, como o Conversa Afiada de Paulo Henrique Amoim, o GGN de Luís Nassif, o 247 de Leonardo Attuch, a Fórum de Renato Rovai, o Tijolaço de Fernando Brito, a Carta Maior de Joaquim Palhares e o Cafezinho de Miguel do Rosário.
Somados, os principais sites progressistas têm cerca de 40 milhões de acessos mensais e 20 milhões de visitantes únicos. É um público que rejeita visceralmente Globo, Abril, Folha, Estado e coisas do gênero.
E é um público que consome — é objeto de atenção, portanto, dos anunciantes, estatais ou não.
Dizer que os sites progressistas são destituídos de interesse público é um insulto a milhões de brasileiros que os leem em busca de algo que não encontram na mídia convencional.
O que Temer está fazendo é tentando, a serviço da plutocracia, suprimir a difusão de ideias que não sejam as que agradam ao chamado 1%.
Há mentiras abjetas neste debate.
Uma delas, propagada pelos comentaristas fâmulos da mídia corporativa, é que são “sites petistas”. Se a Justiça brasileira funcionasse, este tipo de calúnia custaria caro a seus autores.
O DCM, para ficar num caso, jamais teve vínculo nenhum com o PT. Nasceu de um projeto que concebi em Londres, ao entender que havia espaço para um site “escandinavo” no Brasil — um veículo para mostrar que não há motivos para sermos um país tão socialmente injusto. A missão do DCM foi concebida nas sucessivas visitas que fiz à Escandinávia em minha longa temporada de correspondente na Europa.
Chamar os sites progressistas de sites petistas é uma tentativa espúria de desqualificá-los.
A questão da publicidade estatal na era Temer fica ainda mais dramática diante das notícias de que os sites evangélicos poderão receber dinheiro de Brasília.
Sites evangélicos são de interesse público, segundo esta lógica. Mas sites progressistas não. É um argumento que simplesmente não se sustenta.
Lembre-se, sempre, que as corporações jornalísticas sempre foram beneficiadas por bilhões de reais em propaganda federal — uma mamata inominável em que lamentavelmente nem Lula e nem Dilma mexeram.
Verifique a escala das coisas. Apenas a Globo — falamos só da tevê, não das demais mídias dos Marinhos — vem recebendo 600 milhões de reais por ano de publicidade do governo federal.
Todos os sites progressistas em conjunto receberiam 11 milhões de reais em 2016 — se Temer não rompesse unilateralmente os contratos. É uma miséria, uma insignificância — uma cifra 60 vezes menor que a fatia da TV Globo com suas audiências que despencam a cada dia.
A vontade da plutocracia é exterminar os sites progressistas. Isso não vai acontecer — porque o mercado os quer vivos. Eles têm audiência, e isso se traduz em receitas cada vez maiores de uma coisa chamada publicidade programática.
A publicidade programática é um mecanismo cada vez mais usada por grandes anunciantes: eles compram audiência, e isto os sites progressistas têm em quantidade cada vez maior.
A publicidade programática é capaz de, por si só, financiar os sites progressistas.
Temer sonha nos matar a todos. Mas fracassará também nisso — inapelavelmente.
*Jornalista, Editor do DCM (fonte desta postagem).

09 julho 2016

O que sou nunca escondi/ Vantagem nunca contei/ Muita luta já perdi/ Muita esperança gastei





Cantiga Brava - Geraldo Vandré (1968)

O terreiro lá de casa
Não se varre com vassoura
Varre com ponta de sabre
Balas de metralhadora
Quem é homem vem comigo
Quem mulher fique e chora
To aqui quase contente
Mas agora vou me embora
Como a noite traz o dia
Com presteza ou com demora
Terá quem andar comigo 
Sua vez e sua hora

O que sou nunca escondi
Vantagem nunca contei
Muita luta já perdi
Muita esperança gastei
Até medo já senti
E não foi pouquinho não
Mas fugir nunca fugi
Nunca abandonei meu chão

"Pagamento aos Blogs" (?!!!) - Nota de Esclarecimento (II)



*Abaixo, posto dois e-mails que mandei para o Sr. João Loreci Lemes, diretor do jornal Expresso Ilustrado (Santiago/RS) e sítio Nova Pauta - além de ter enviado também para outros veículos de imprensa, no sentido de não ficar pairando nenhuma dúvida a respeito das insinuações do MPF e certos órgãos midiáticos (que agora vão ter que responder na Justiça pelas inverdades e calúnias publicadas contra nós nesses meios):

" Sr. Diretor João  Lemes (Jornal Expresso e site Nova Pauta): A princípio, gostaria de ressaltar que eu jamais compactuei com nenhum 'mal feito', seja de quem for. Quem me conhece minimamente sabe disso. Em relação às acusações do MPF que pairam sobre o ex-deputado federal Paulo Ferreira, do meu partido (PT), a quem apoiei em 2010 (dobrada com o comp. Júlio Quadros) e, após, fiz uma das dobradas quando fui candidato a deputado estadual em 2014 (a outra dobrada que fiz foi com a Deputada Maria do Rosário), entendo que ele deve ter o mais amplo direito a defesa. Esse é um princípio Constitucional, assim como o da 'presunção de inocência' (Art. 5º, inc. LCVII CF/88). O devido processo legal, em todas as suas etapas, não pode ser atropelado com pré-julgamentos de natureza política/ideológicaSe, após isso, for provada sua culpa, aí é outra história. Mas, até lá, existe a 'presunção de inocência' e eu, sinceramente, espero que ele prove que são infundadas as acusações do MPF que sobre ele pairam, assim como sobre outros dirigentes do partido.

Entendo também importante registrar que eu não estou sendo investigado - nem acusado - de crime algum, muito menos de ter recebido propina. A única menção ao meu nome no referido 'despacho' (via "República de Curitiba") é uma insinuação de que eu teria recebido pagamento para fazer postagens favoráveis ao candidato, coisa que eu refuto veementemente. (...) Meu nome somente apareceu nesse despacho devido ao fato de que {além de eu ser petista} meu Blog integra o movimento mídia livre e tem dado um combate forte às parcialidades do Moro e arbitrariedades da PF, além de denunciar o próprio golpe contra a Presidenta Dilma, como sabes  (...) -  (A propósito disso, lancei Nota de Esclarecimento, que segue anexada).

Att;

Júlio Garcia
Advogado e midioativista

Chove dinheiro na austeridade




Por Saul Leblon*

A indulgência da mídia com a lambança fiscal no país é reveladora da cumplicidade de certo  jornalismo com o golpe que assaltou  o poder democrático no Brasil há 40 dias. 
E que há 40 dias e 40 noites faz chover dinheiro em Brasília. 
Sitiado entre a impopularidade, o fisiologismo  e a vassalagem à finança, o golpe se sustenta com padrões de gastos sem precedente em governos anteriores, acusados diuturnamente de irresponsabilidade nas contas públicas. 
Guardiães da fé num paraíso pavimentado por populações a pão e água, colunistas econômicos mostravam-se implacáveis com as gestões progressistas nesse quesito. 
Foram decisivos em contagiar empresários hesitantes à greve do capital, que paralisou a economia e construiu a profecia do caos.   
Dilma Rousseff pode assim ser excomungada, jogada aos leões, por pecados supostos que o cerco a seu governo semeou.
A gastadora, enrustida em acrobáticas pedaladas -- das quais não se conseguiu prova nem a existência, muito menos a responsabilidade—não teria mais condições de dirigir uma nação carente de confiança, equilíbrio e austeridade. 
Para o mercado retomar o investimento haveria de sair. 
Assim se fez. 
O que se seguiu, porém, exala um cheiro forte de enxofre que vem da sacristia, ao lado do altar erguido aos mercados racionais. (...)
- Para continuar lendo  CLIQUE AQUI (*via Carta Maior)

07 julho 2016

Renúncia de Cunha faz parte de 'acordão' e de estratégia de Temer, dizem parlamentares

Segundo avaliações de deputados e senadores, Cunha renunciou para manter o mandato. Para Lindbergh Farias, estratégia conta "com conivência de PSDB e DEM e regência do presidente interino"
por Redação RBA*

Temer e Cunha
Para deputada Maria do Rosário, “Cunha exerce poder no governo Temer, que nasceu como obra sua"
São Paulo – Deputados que têm trabalhado pela cassação do mandato do agora ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) avaliam que sua renúncia obedeceu a uma estratégia de tentar salvar seu mandato e se relaciona com interesses do presidente interino, Michel Temer. Essa, por exemplo, é a avaliação do senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
Para ele, “a renúncia de Cunha tem cheiro de pizza e o cozinheiro responsável é Michel Temer”. “A cena do crime está montada: Eduardo Cunha renuncia à presidência da Câmara, mas mantém o mandato. Com isso, passa a articular a candidatura do seu sucessor, que terá a missão de evitar a cassação do seu chefe. Tudo isso com a conivência de PSDB e DEM e a regência do presidente interino Michel Temer”, afirma Lindbergh.
Alessandro Molon (Rede-RJ) adverte: "Nós não vamos deixar de ficar alertas e não vamos deixar que passem acordos espúrios nem manobras. Vamos votar a cassação dele (Cunha), de preferência na semana que vem, sob o ponto de vista regimental".
Com análise semelhante, o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) disse que “a renúncia é fruto de um acordo entre Cunha e o golpista Michel Temer para livrar o deputado da cassação de seu mandato”.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) tem a mesma opinião. “A renúncia foi articulada com Michel Temer e outros aliados com dois objetivos. Salvar seu mandato de deputado federal e emplacar um sucessor na presidência da Câmara dos Deputados”, disse o parlamentar em sua página no Facebook. “Cassaremos seu cargo de deputado e evitaremos que ele, juntamente com Temer, coloque um de seus correligionários para assumir o cargo de presidente da Câmara”, promete Teixeira.
Segundo a deputada Maria do Rosário (PT-RS), “a renúncia de Cunha não encerra seus malfeitos, portanto, é responsabilidade dos parlamentares votarem sua cassação em plenário”. Para ela, “Cunha exerce poder no governo Temer, que nasceu como obra sua. Temer não deve o lugar que ocupa ao povo”, registrou a deputada gaúcha em sua conta no Twitter.
Com a renúncia, a Câmara tem agora um prazo de cinco sessões para realizar nova eleição para escolher o próximo presidente da Casa.
O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) disse, em vídeo postado no Facebook, que a renúncia de Cunha “tem a ver com a vontade dele de salvar seu mandato”. O parlamentar do Rio de Janeiro destacou em sua fala que chama a atenção na carta de renúncia a maneira “como ele se vitimizou”. “Ele quis se mostrar como vítima apelando primeiro para o antipetismo da classe média em geral.”
Ele destacou ainda que Cunha não fez “nenhuma menção aos crimes de que é acusado, nenhuma menção aos processos que ele enfrenta no STF (Supremo Tribunal Federal)”. “Ele tentou jogar para a população a ideia de que saiu porque ele votou o impeachment da presidenta na Câmara e quis dizer que saiu porque está livrando o Brasil do governo petista.”
Wyllys ironizou o apelo de Eduardo Cunha falando em Deus em sua renúncia. “Quis sinalizar para a comunidade cristã evangélica, e mesmo católica, que ele é membro dela e que é injustiçado. Outra hipocrisia, tentativa de manipular a comunidade de fé que também não vai se deixar enganar por este apelo a Deus. A relação dele com Deus sempre foi uma relação que buscou o enriquecimento. Entre as peças do Ministério Público está aquela sobre domínios que ele registrou em nome de Jesus, de Deus, domínios que serviram para lavagem de dinheiro."
Já o deputado Ivan Valente (Psol-SP), além de manifestar a mesma opinião, de que o ex-presidente da Câmara “renunciou para tentar evitar a cassação no plenário”. E ironizou os antigos apoiadores do deputado do PMDB. “Onde estão agora aqueles que tratavam Cunha como herói?”, questionou no Twitter. “Não aceitaremos nenhum acordão.”
Com reportagem de Hylda Cavalcanti, de Brasília

06 julho 2016

Meritíssimo palerma desbloqueia conta do PT que bloqueou para afrontar o STF



Qualquer pessoa, mesmo limitada como o autor deste blog, sabia que a decisão do Juiz Paulo Azevedo de bloquear as contas bancárias do PT não resistia a um peteleco jurídico.
Sua excelência, com o devido respeito, foi fazer demagogia e exibiu ignorância.
Se, como diz ele no despacho em que volta atrás, “a investigação não demonstrou nenhum uso ilícito da conta que recebe os valores referentes ao fundo partidário”, por que diabos ele mandou bloqueá-la?
É que o PT é frouxo, senão a esta hora estava no Conselho Nacional de Justiça, representando contra o juiz.
E ainda tem outra, mandou bloquear as  contas de João Vaccari, que já estão há séculos penhoradas pela Lava Jato.
Não é à toa que ele é orientado por Janaína Pascoal no seu mestrado.
É preciso que alguém da bancada da Bíblia vá contar a eles sobre Lucas, 6:39: “Então, Jesus lhes propôs também uma parábola: “É possível um cego guiar outro cego? Não acontecerá que ambos venham a cair em algum buraco? ”
*Por FERNANDO BRITO, Editor do  Blog Tijolaço

Delação




*Charge do Kayser

05 julho 2016

'Parabéns entusiasmados a Marilena Chauí por desconstruir Moro e a Lava Jato'


Clap, clap, clap

Por Paulo Nogueira, do DCM*
Marilena Chauí fez muito bem em dizer certas coisas sobre Moro.
Nem importa exatamente o conteúdo das acusações. Não acredito que Moro tenha sido treinado pelos americanos para nos surrupiarem o pré-sal, embora seja uma possibilidade.
A relevância da fala de Chauí reside na descontrução de um personagem que é uma desgraça nacional.
Quanto Chauí incomodou a direita obtusa que idolatra Moro pode se ver pelo Twitter, onde ela ficou mais de um dia entre os trending topics levando pancadas de toda natureza.
Moro simboliza, ao lado de Gilmar Mendes, a justiça partidária e tendenciosa que castiga o Brasil.
O objetivo da Lava Jato, o tempo deixou claro para os inocentes, jamais foi erradicar a corrupção. Foi, isso sim, erradicar o PT.
Enquanto espetáculos cinematográficos mostravam em rede nacional petistas sendo presos, Eduardo Cunha e Aécio, para ficar em dois casos icônicos, roubavam sem preocupação nenhuma.
As coisas só ficaram mais complicadas para eles, e outros da mesma gangue, quando delatores contaram suas histórias. Não tenho dúvida: se os responsáveis pela Lava Jato pudessem obliterar os depoimentos que mostraram a alta roubalheira no PSDB e no PT, teriam feito.
É que não dava para fazer isso: censurar, deletar e coisas assim.
As delações recentes — sobretudo a de Sérgio Machado — revelaram o que a Lava Jato nunca pretendeu: o PT é mirim em corrupção diante dos profissionais do PMDB e do PSDB.
Pior do que não fazer nada contra a corrupção é fazer alguma coisa apenas contra um alvo. Isso é demagogia, manipulação, enganação. Você finge que está limpando o país quando na verdade está deixando as portas abertas para os gatunos de sempre.
Aconteceu em 1954, com Getúlio. Aconteceu em 1964, com Jango. E aconteceu agora, com Dilma. Sempre a mesma ladainha da plutocracia: a corrupção, o alegado mar de lama.
Dado o golpe, o capítulo seguinte é sempre o mesmo: rouba-se muito mais. Ninguém estava na verdade interessado em combater a corrupção.
Ou você acredita que uma empresa sonegadora e sem escrúpulo nenhum como a Globo pode falar em ética e moral sem ficar vermelha?
Não era Eduardo Cunha o centro da admiração de todos os analfabetos políticos que marchavam contra a corrupção até os suíços — não a Lava Jato — desmascará-lo? Enquanto os idiotas davam vivas a Cunha à luz do sol dos domingos ele tramava na sombra novas formas de achacar empresas e recolher propinas.
Moro foi um personagem central no enredo sinistro que destruiu 54 milhões de votos. Sua parceria com a Globo, da qual a apoteose foi o vazamento de conversas entre Lula e Dilma, ficará marcada como um dos episódios mais indecentes da história política nacional.
A posteridade não perdoará Moro, como não perdoou Lacerda, Roberto Marinho e os militares golpistas.
E é bom ver que uma intelectual brilhante como Marilena Chauí também não o perdoa desde já.
*Paulo Nogueira é jornalista, Editor do Diário do Centro do Mundo
 (Edição final deste Blog)
***
-Veja o vídeo:



04 julho 2016

Nota de Esclarecimento



Nota em respeito aos leitores(as) deste Blog: Em relação às interpretações distorcidas e  inverídicas divulgadas por certos setores midiáticos no dia de hoje, oriundas de supostas declarações proferidas por delator preso na chamada “Operação Lava Jato” onde teria sido citado que, dentre outros pagamentos supostamente realizados pelo ex-deputado federal Paulo Ferreira,  o Blog pessoal que mantenho desde 2006 - “Blog do Júlio Garcia” teria recebido, ainda em 2010, um cheque de R$ 6.000 (seis mil reais), DECLARO peremptoriamente ser leviana e mentirosa tal acusação. Provavelmente o delator (e/ou o MPF/PR) tenha(m) (deliberadamente) ‘ignorado’ o fato de que, além de militante do PT desde sua origem (e midioativista desde 2006), fui um dos coordenadores do Comitê Eleitoral que apoiou as candidaturas dos então candidatos petistas Paulo Ferreira e Júlio Quadros (em 2010). Não se sustenta, portanto,  a versão inverídica de que meu Blog teria cobrado valores para realizar postagens favoráveis ... justamente de candidatos do meu partido,  que já detinham o meu apoio e de cuja coordenação política de campanha eu era integrante.  Certamente ‘ignora’ (?!)  também o delator o fato de que, nas eleições de 2014, eu fui candidato a Deputado Estadual pelo PT/RS, fazendo na oportunidade ‘dobrada’ não só com Paulo Ferreira, mas também com outros candidatos(as) a Dep. Federal, sendo que estes, juntamente com outros apoiadores,  contribuíram então com valores modestos à nossa candidatura conjunta, valores esses declarados junto à Justiça Eleitoral e por esta aprovados. (À propósito, minha prestação de contas está à disposição de quem quiser conferir, basta acessar o site da JE/RS).

 O ‘Blog do Júlio Garcia’, assim como outros que edito ou sou colaborador (Redes Sociais inclusas),  não recebe e nunca recebeu nenhum centavo de dinheiro público (ou privado), muito menos de fontes escusas - ou "propinas".   O Blog (de resistência) que edito ao longo destes anos, com muita honra, é mantido de forma militante e voluntária por mim, como forma de contribuir para a boa informação e para ajudar a fazer o ‘contraponto’ à mídia conservadora e hegemônica (que chamamos, na blogosfera livre, de “Partido da Imprensa Golpista” – o PiG).

Registre-se: também não somos ‘acríticos’ em relação aos problemas que temos, e são vários (a propósito, basta uma rápida visita ao Blog para conferir essa assertiva). Mas somos, acima de tudo, militantes voluntários de uma causa que entendemos ser justa e correta. O que não somos? Não somos mercenários, aliás,  como são - isso é fato! - a maioria dos nossos detratores.

 Então, temos lado sim, e nos orgulhamos disso! Em particular no último período nosso modesto Blog, assim como os demais blogs que integram a blogosfera progressista, vem fazendo uma forte cruzada visando desmascarar o golpe parlamentar/jurídico/midiático em andamento no país, que atenta contra o Estado Democrático de Direito e contra a Democracia. (Tempos sombrios estes onde pessoas são presas e condenadas sem provas, setores do Judiciário, do MP e da PF são seletivos e parciais, a presunção de inocência e o devido processo legal são sistematicamente ignorados). Certamente vem daí os ataques e baixarias que estamos, a exemplo de outros blogueiros e midioativistas país afora, recebendo.

Por fim, informo que estou tomando as  medidas judiciais cabíveis para que a Verdade prevaleça e que os meus direitos – sobretudo em relação à minha honra,  imagem,  credibilidade  e  dignidade – sejam preservados - e todos aqueles que divulgam, reproduzam e/ou fazem eco com as calúnias e mentiras respondam (e paguem)  pelos seus atos - na Justiça!

Canoas/RS, 04 de julho de 2016.

Júlio César Schmitt Garcia
Advogado e midioativista
...

E.T.: Importante registrar que este blogueiro não está sendo investigado - nem acusado - de crime algum, muito menos de ter recebido propina. A única menção ao meu nome no referido 'despacho' (via "República de Curitiba") é uma insinuação de que eu teria recebido pagamento para fazer postagens favoráveis ao candidato, coisa que eu refuto veementemente.

(Atualizada em 05/07/2016)

03 julho 2016

The Crystal Ship





*The Doors - The Crystal Ship (O Navio de Cristal)
(Hoje fazem 45 anos que Jim Morrison partiu para outra dimensão...).

Risco de Temer não completar mandato explica manobras para abafar Lava Jato


Do Viomundo - Michel Temer tem 13% de ótimo e bom na pesquisa Ibope divulgada nesta sexta-feira, 1.
É pouco mais que Dilma Rousseff (10%) em março.
53% desaprovam a maneira do interino de governar.
66% não confiam nele.
23% consideram Temer melhor que Dilma, 25% pior.
Talvez isso ajude a explicar a decisão de dar aumento ao Bolsa Família superior ao proposto por Dilma Rousseff: “A região Nordeste se destaca pela menor popularidade do presidente em exercício, Michel Temer. Para 44% dos residentes nessa região o governo está sendo ruim ou péssimo. 72% não confiam no presidente em exercício e 63% desaprovam sua maneira de governar. Nas demais regiões as avaliações são similares. Para 38% dos residentes na região Nordeste, o governo Temer está sendo pior que o governo Dilma. Esse percentual cai para 25% entre os residentes no Norte e Centro-Oeste, 20% no Sudeste e 19% no Sul”.
Temer tenta consolidar o golpe com medidas que contrariam a austeridade prometida ao mercado. O arrocho deve vir se o Senado decidir pelo afastamento definitivo de Dilma Rousseff.
Para manter sua base parlamentar, manobra para salvar o mandato de Eduardo Cunha. Temer teria convencido o PSDB a apoiar Cunha na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara, a CCJC. Cunha recorreu à CCJC contra a decisão da Comissão de Ética, que recomendou a cassação de seu mandato.
A CCJC é presidida pelo peemedebista Osmar Serraglio.
O esforço pode se revelar um tiro no pé, diante das prisões de Fábio Cleto e Dilson Bolonha Funaro. O primeiro, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal, já entregou o esquema de Eduardo Cunha no FGTS. O doleiro Funaro, que a mídia chama de “corretor”, se fizer delação premiada pode entregar o esquema de tráfego do dinheiro. (...)
CLIQUE AQUI para continuar lendo.

02 julho 2016

ODE AO DOUS DE JULHO - Castro Alves



Era no Dous de Julho. A pugna imensa
Travara-se nos cerros da Bahia...
O anjo da morte pálido cosia
Uma vasta mortalha em Pirajá.
"Neste lençol tão largo, tão extenso,
"Como um pedaço roto do infinito...
O mundo perguntava erguendo um grito:
'Qual dos gigantes morto rolará?!..."

Debruçados do céu... a noite em os astros
Seguiam da peleja o incerto fado...
Era a tocha - o fuzil avermelhado!
Era o circo de Roma - o vasto chão!
Por palmas - o troar da artilharia!
Por feras - os canhões negros rugiam!
Por atletas - dous povos se batiam!
Enorme anfiteatro - era a amplidão!

Não! Não eram dous povos, que abalavam
Naquele instante o solo ensanguentado...
Era o porvir - em frente do passado,
A liberdade - em frente à escravidão,
Era a luta das águias - e do abutre,
A revolta do pulso - contra os ferros,
O pugilato da razão - contra os erros,
O duelo da treva - e do clarão!...

No entanto a luta recrescia indômita...
As bandeiras - como águias eriçadas -
Se abismavam com as as asas desdobradas
Na selva escura da fumaça atroz...
Tonto de espanto, cego de metralha,
O arcanjo do triunfo vacilava...
E a glória desgrenhada acalentava
O cadáver sangrento dos heróis!...

Mas quando a branca estrela matutina
Surgiu do espaço... e as brisas forasteiras
No verde leque das gentis palmeiras
Foram cantar os hinos do arrebol,
Lá do campo deserto da batalha
Uma voz se elevou clara e divina:
Eras tu - Liberdade peregrina!
Esposa do porvir - noiva do sol!...

Eras tu que, com os dedos ensopados
No sangue dos avós mortos na guerra,
Livre sangravas a Colúmbia terra,
Sagravas livre a nova geração!
Tu que erguias, subida na pirâmide,
Formada pelos mortos de Cabrito,
Um pedaço de gládio - no infinito...
Um trapo de bandeira - n'amplidão!...                         
                       
                     Castro Alves                                          

    (Declamado pelo Poeta no Teatro de S. Paulo, em Julho de 1868)
***
No vídeo abaixo, a atriz Majorie Gerardi (como Maria Quitéria) recita o Poema  'Ode ao Dous de Julho' (em 3 partes) - via You Tube

"NÃO ME VENDO / NÃO SE VENDA / NÃO SE VENDE "


Poeta Augusto de Campos



Por Augusto de Campos, na FSP*

Vestindo tosca pele de cordeiro e fingindo espanto, Ferreira Gullar se faz de vítima para contestar a réplica com a qual respondi a mais um acinte que, por estranha compulsão, voltou a me fazer. 

Nunca me provocou –se lamenta. Nunca atacou os poetas concretos. Limitou-se, coitado, a discordar civilmente de nossas ideias. "Não é do meu feitio...", agrega. E desfila com cinismo um rol de lamúrias, dizendo-se insultado por um "feroz inimigo". 

Assim se apresenta o angélico articulista que, nos últimos tempos, sem ter nada de novo a falar em literatura ou em arte, pôs-se a fazer virulenta campanha contra Dilma e seus defensores. 

Não quer ter razão mas apoia a deposição da presidente eleita, operada cirurgicamente por uma trama vergonhosa de mídia, elites e altos poderes da República, num golpe ilegítimo em nossas instituições democráticas. 

Ora, só se insulto for sinônimo de documento. O poeta aposta na desinformação dos leitores. Esquece, como certos políticos, que há jornais, revistas e entrevistas publicados. E imagina que o ataque é a melhor defesa, mesmo confrontado com impressos, datas e fatos que venho arrolando desde que abalroado pela acrimônia do poeta, como constantemente tenho sido. 

Já desmontei, em artigos anteriores, a farsa da precedência de Gullar sobre o reconhecimento de Oswald pelos poetas concretos. Com documentação irrefutável sobre a qual silenciou. Que sentido teria a nova menção ao meu nome se não a de voltar a inculcar a balela de que descobriu Oswald para nós? 

Mas não é só. Volta a afirmar que publicamos um "manifesto" no "Jornal do Brasil" apregoando que a poesia concreta seria feita a partir de "equações matemáticas". Não é verdade. Tratava-se de artigo de Haroldo, postulando o que entendia por "matemática sensível" do poema, na linhagem de Poe, Lautréamont ("Ó matemáticas severas"), Pound ("poesia, matemática inspirada") Maiakóvski ("eu à poesia só permito uma forma: concisão, precisão das formulas matemáticas"). 

Gullar nunca telefonou para mim ou para Haroldo (que mal conhecia). Não tinha intimidade, telefone ou peito para isso. Publicou, sem aviso, e com uma réplica, o artigo de Haroldo. E quando este mandou sua tréplica, Gullar e Reynaldo Jardim a vetaram. 

Durante mais de meio século, passou ele, destemperado, a agredir-nos em artigos e entrevistas, nos quais repetia que a poesia concreta era bobagem e Haroldo e Décio não eram poetas, excetuando-me com a ressalva de que havia sido corrompido por eles. Jamais o provoquei, limitando-me a responder-lhe. 

Não redargui ao seu artigo com ressentimento, embora não tenha qualquer respeito por seu perfil ético. Nossos caminhos não mais se cruzam. Não me interesso por sua poesia, que considero apenas regular. Cutucado, não o insultei. Usei do humor oswaldiano que lhe falta, porque não conhece realmente Oswald. Conhece apenas o seu próprio umbigo. 

Se há alguém ressentido é ele, porque a poesia concreta é a vanguarda que deu certo, seu prestígio internacional é inquestionável. O prêmio Pablo Neruda só fez comprová-lo. 

Para piorar, o Acadêmico Ferreira Gullar acena-me com um prêmio de R$ 300 mil da Academia Brasileira de Letras, que eu deixaria de levar, apesar do seu "placet", por ter criticado a entidade. Ora, somos mesmo pessoas completamente diferentes. Como somos poetas diferentes. Isso, sim, é um insulto. Jamais aceitaria qualquer prêmio, de que valor fosse, vindo dessa instituição, que considero inútil, caduca e até nociva, pelo mau exemplo que dá a cultura brasileira, acolhendo gente que nada tem a ver com literatura –velhos políticos, governantes, empresários e jornalistas conservadores– uma confraria de mediocridades que se chamam despudoradamente de "imortais", envergando fardões, espadas, colares e medalhas. Com raríssimas exceções. 

Nego-lhes autoridade para conferir prêmios e prebendas. E encerro com as palavras de um poema instrutivo e fácil de entender: NÃO ME VENDO / NÃO SE VENDA / NÃO SE VENDE. 
...
Controvérsia: Em 12/6, Ferreira Gullar publicou em sua coluna na "Ilustrada" texto retomando antiga discordância entre ele e os poetas concretos paulistas sobre Oswald de Andrade.Augusto de Campos replicou. Gullar voltou ao assunto. Como é praxe na Folha, para pôr fim à controvérsia foi oferecido aos dois um derradeiro artigo com o mesmo espaço. Gullar declinou da tréplica final. (FSP)

*Via Blog Conversa Afiada 

(Edição final deste Blog)