09 junho 2020

SANTIAGO/RS

PT de Santiago organiza-se para as Eleições Municipais deste ano


Partido dos Trabalhadores prepara-se para lançar candidatos ao Legislativo e  Executivo  mas não descarta articular alianças

Da Redação*

A Comissão Executiva e o Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores/PT de Santiago/RS, neste período trágico de pandemia (Covid-19), adotando os cuidados devidos, tem realizado semanalmente reuniões virtuais, abertas à todos os filiados e simpatizantes. Nessas reuniões, no geral, foram mantidas as decisões já tiradas na última reunião presencial do Partido (realizada em março passado), que definia, dentre outras questões, que o PT priorizaria ajudar no esclarecimento da população sobre os cuidados em relação a essa gravíssima situação (diferentemente da forma irresponsável e criminosa com que atua o governo Bolsonaro), especialmente adotando as consignas “fique em casa’, “use máscara”), mas sem descuidar do trabalho pelo fortalecimento do partido. bem como na preparação para as Eleições Municipais que devem ocorrer este ano (mais provavelmente em dezembro).

                          Reunião do DM do PT de Santiago/RS


Segundo foi relatado pelo presidente Rômulo Vargas, são vários os(as) petistas que já confirmaram disposição de concorrer ao Legislativo, sendo que as inscrições continuam abertas. Para concorrer ao Executivo Municipal, confirmou o Presidente do PT que colocou seu nome à disposição do partido - e está registrado como pré-candidato a prefeito de Santiago - o Advogado, consultor, articulista e midioativista Júlio César Schmitt Garcia (membro da Executiva Municipal, um dos fundadores do PT e da CUT, que também integrou os governos petistas liderados por Olívio Dutra, Lula e Tarso Genro). Júlio Garcia também trabalhou (de 2014 a 2016) como Advogado na Procuradoria Geral do Município - PGM de Canoas/RS e no Gabinete do prefeito Jairo Jorge, então filiado ao PT.

Foto: PT, PDT e PPL lançaram chapa conjunta nas Eleições de 2012 em Santiago

Em relação à sua pré-candidatura à prefeito de Santiago, Júlio Garcia manifestou-se reafirmando sua decisão e informando ao conjunto dos eleitores(as) santiaguenses que, apoiado por vários dirigentes, filiados, militantes e simpatizantes do Partido no município (e até fora dele, o que o honra sobremaneira), e para ajudar a fomentar a discussão e o debate político elevado, concordou em colocar seu nome à disposição do PT para concorrer ao Executivo Municipal e representá-los nestas eleições.

 *Foto:  Advogado Júlio Garcia e o ex-Governador
Olívio Dutra nas Eleições de 2014

Disse ainda o pré-candidato petista que “juntamente com a nominata dos pré-candidatos ao Executivo e ao Legislativo - e sem descartarmos a continuidade do debate sobre nossa tática eleitoral e da possível articulação de uma aliança com setores democráticos e populares de Santiago -, temos que oferecer à discussão com a sociedade um bem elaborado Programa de Governo (que inverta prioridades, contemplando especialmente as periferias, os trabalhadores, os jovens, os pequenos empresários e agricultores, dentre outros setores sempre excluídos pelos governos elitistas (especialmente do PP) que se sucedem no município”, finalizou Júlio Garcia.

*Fonte: Portal O Boqueirão Online

(Atualizada em 08/06/2020)

07 junho 2020

Manifestação contra Bolsonaro no Centro de Porto Alegre ganha apoio de moradores



Ato contra o fascismo, o racismo e em defesa da democracia tomou ruas do Centro de Porto Alegre. Foto: Luiza Castro/Sul21

Da Redação*
O Centro Histórico de Porto Alegre foi palco, na tarde deste domingo (7), de mais uma manifestação de protesto contra o governo Bolsonaro. A pauta antirracista, que também foi objeto de manifestações em diversos países no final de semana, também integrou as faixas e palavras de ordem das centenas de pessoas que se concentraram no início da tarde na Esquina Democrática. Esse foi o quinto domingo consecutivo em que o centro da capital foi palco de manifestações contra as manifestações fascistas do atual presidente da República e de vários de seus apoiadores.
Mesmo com o clima úmido e frio, logo após o meio-dia, centenas de pessoas já estavam na Esquina Democrática. “Antifascista pela democracia. Contra a violência racial”, “Fora Bolsonaro”, “Unidade Popular”, diziam algumas das principais faixas carregadas pelos participantes do ato. “Fascistas, fascistas, não passarão”, “Recua fascista, recua, que o poder popular está nas ruas”, “Somos o povo e Bolsonaro nós vamos derrubar”, foram algumas das palavras de ordem mais repetidas durante a concentração na Esquina Democrática e a marcha que se seguiu a ela.

Foto: Luiza Castro/Sul21

Portando máscaras, os manifestantes realizaram uma caminhada por ruas do centro da capital, entoando cantos contra o fascismo e pelo afastamento de Jair Bolsonaro da presidência da República. Ao longo do trajeto, receberam manifestações de apoio de moradores do Centro que, das janelas de seus apartamentos, bateram panelas e repetiram palavras de ordem que eram entoadas na rua. Em outras regiões de Porto Alegre, como Bom Fim e Rio Branco, também ocorreram panelaços contra Bolsonaro ao longo da tarde.
Desta vez, ao contrário de semanas anteriores, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro não foram para a frente do Comando Sul do Exército, como vinham fazendo.
A caminhada se dirigiu até o Largo Zumbi dos Palmares onde a manifestação chegou ao fim. Efetivos da Brigada Militar acompanharam a manifestação, mas nenhum incidente foi registrado ao longo de toda a caminhada. Confira nas fotos de Luiza Castro como foi a manifestação em Porto Alegre neste domingo:

Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21
Foto: Luiza Castro/Sul21

 *Via Sul21

GAUDÊNCIO 7 LUAS




*De Luiz Coronel, com Marco Aurélio Vasconcellos e convidados

06 junho 2020

Nova ordem na Saúde: os mortos são um mito



Por Fernando Brito*
Sabe aquelas centenas de covas cavadas, à espera de corpos? Ou os caixões sendo amontoados em valas abertas com escavadeiras? As pessoas chorando seus parentes mortos? As câmaras frigoríficas? As UTI lotadas de pessoas respirando por ventilação mecânica?
É tudo mentira, diz o governo.
Carlos Wizard, o bilionário dono de cursinhos de inglês e de redes das fast food que assumiu o cargo de homem da ciência no Ministério da Saúde, em meio à explosão de novos casos e mortes, anuncia a sua prioridade: a “recontagem” dos mortos, porque, segundo ele, “o número que temos hoje está fantasioso ou manipulado”. É o que conta Bela Megale, em O Globo:
—Tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesse de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus estados, colocavam todo mundo como covid. Estamos revendo esses óbitos.
A origem da suspeita? “A pasta tem convicção que o número de mortos no Brasil seria menor que o divulgado até agora”, apesar, segundo os melhores, não ter provas. Convicção independe de provas, já “ensinava” a Lava Jato.
Disse ontem aqui que, pior do que a manipulação de números – tão inócua quanto a tentada por Marcello Crivella no Rio, “sumindo” com os mortos que não tinham Covid-19 escrita no atestado de óbito, de resto algo impossível pois as pessoas morriam antes de terem resultados para os testes, que só ficavam prontos dias depois – era a destruição dos sistemas de estatísticas de Saúde, que constituem um dos principais elementos para a definição de políticas sanitárias.
É isso o que está em curso, para além da monstruosidade desta gente que acha que o sofrimento de centenas de milhares de família é uma fraude, armada por gente que teria a cabeça doente que eles têm.
Terra plana, complô biológico comunista, mortos falsos, caixões vazios, nada disso é diferente das “mamadeira de piroca” e das criancinhas sendo “treinadas para serem gays” com que esta gente -, com a cumplicidade de uma mídia odiosa, usou para chegar ao poder e, lá, implantar seu obscurantismo medieval.
Para eles, a realidade é como um cadáver: enterra-se e pronto, logo será esquecida.
Esta gente, é preciso que se diga, é criminosa. Como estamos numa guerra para sobreviver, são criminosos de guerra, pois.
Um dia este país voltará a ter gente que lhes aponte com o dedo o caminho dos tribunais e as faça pagar pelo fato de serem os coveiros de dezena de milhares de brasileiros.
Existiram, viveram, foram pais, mães, irmãos, avós, filhos, cuja memória não pode ser enterrada e se dissolver, como seus corpos. Quem esconde a realidade é cúmplice de suas mortes e, como tal, deve pagar pelo que fez.
*Via Tijolaço

05 junho 2020

ATO PELA VIDA, EMPREGO, RENDA E DEMOCRACIA - EM PORTO ALEGRE/RS, NESTE SÁBADO



E.T.: Este  Editor  foi informado a pouco que o Ato foi cancelado! Maiores informações assim que os organizadores comunicarem os motivos (que devem ser relevantes, segundo preliminarmente avaliamos). Júlio Garcia
...

*Do Sul21: "As organizações que convocaram o ato pela vida, emprego, renda e democracia, neste sábado, às 14h, em Porto Alegre, decidiram suspender a manifestação em função da chuva, umidade e frio que predominam na capital gaúcha, aumentando a necessidade de medidas precauções de saúde em meio à pandemia do novo coronavírus. O ato seria realizado junto ao Monumento ao Expedicionário, no Parque da Redenção. 
A CUT-RS, a Intersindical, o Fórum pelos Direitos e Liberdades Democráticas e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, organizadoras do ato, definirão a realização do ato em outra data." (...)

**Leia na íntegra: Entidades suspendem ato que seria realizado neste sábado em Porto Alegre

PT divulga nota em defesa de manifestações pacíficas contra o fascismo


"Resistir às provocações e isolar os infiltrados"


XL
 

O Partido dos Trabalhadores divulgou uma nota nesta quinta-feira 4/VI em apoio às manifestações em defesa da democracia e contra o fascismo. No texto, o partido pede que os manifestantes “redobrem os cuidados, usando máscaras para evitar contágio, mantendo distância e não entrando em provocações”.

Leia a nota assinada pela presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e pelos líderes na Câmara, Enio Verri, e no Senado, Rogério Carvalho:

As manifestações pacíficas de rua contra Bolsonaro e o fascismo são o fato novo na luta pela democracia e pela vida no Brasil. São ações legítimas, protegidas pelo Artigo 5º. Da Constituição, que garante de forma expressa o direito às liberdades de expressão, reunião e de associação.

Considerando as condições impostas pela pandemia, recomendamos que os participantes das manifestações observem da melhor maneira possível, as medidas recomendadas pela OMS, como uso de máscaras e o distanciamento social.

Os militantes democráticos que participam destes atos devem também resistir às provocações e isolar os infiltrados, que já vêm agindo para tentar desvirtuar o caráter das manifestações e dar pretexto à repressão e ao discurso de fechamento do regime.

Nós, do Partido dos Trabalhadores, somos solidários aos que participam destes atos e sofrem os ataques da repressão e de provocadores.

A tentativa de criminalização dos movimentos sociais e populares e das manifestações democráticas visa a naturalizar o projeto neofascista e autoritário do atual governo, contrário aos interesses nacionais e aos direitos do povo.

Reafirmamos nosso compromisso com a Democracia, com a Constituição e as instituições democráticas, ao mesmo tempo em que repudiamos de forma veemente toda e qualquer iniciativa voltada a criminalizar, reprimir, intimidar ou manipular os reais objetivos de movimentos e manifestações pacíficas e em defesa da democracia no Brasil.

Não aceitaremos que a Democracia seja intimidada!

Brasília, 04 de junho de 2020.

Gleisi Hoffmann – Presidenta Nacional do PT
Enio Verri – Líder da Bancada do PT na Câmara dos Deputados
Rogério Carvalho – Líder da Bancada do PT no Senado Federal

*Via site Conversa Afiada

04 junho 2020

Boulos: “Sei dos riscos, mas o MTST e o Povo Sem Medo estarão nas ruas domingo. E eu também”


Guilherme Boulos. Foto: Reprodução/Twitter
POR GUILHERME BOULOS, líder do MTST
DIÁLOGO COM LUIZ EDUARDO SOARES
Tenho muito respeito por Luiz Eduardo, um intelectual de primeira linha e uma figura humana extraordinária. Como ele, tenho grande preocupação com a ascensão do fascismo bolsonarista e não considero as liberdades democráticas simples formalidades. Foram conquistadas com sangue e luta de toda uma geração de brasileiros. Mas discordo em relação às manifestações de domingo. O que vimos na semana passada, puxado por torcedores organizados, foi um passo fundamental na resistência ao fascismo: a demonstração de que a rua não é deles.
Não basta sermos maioria na sociedade. Não basta assinarmos manifestos unitários, que julgo importantes, aliás subscrevi todos. Mas a hegemonia fascista, mesmo minoritária, se afirma nas ruas. Foi assim com os Camisas Negras de Mussolini e com as milícias hitleristas. Poderia ter sido assim com os integralistas de Plinio Salgado no Brasil se os comunistas não os tivessem enxotado das ruas. Se normalizamos gente defendendo AI-5 e agredindo opositores, jornalistas e enfermeiras em praça pública, daqui a pouco não teremos condições de dar as caras.
Sei que a questão não é simples. Além do mais, estamos em meio a uma pandemia. Mas na conversa entre os organizadores da manifestação do próximo domingo, ao menos em São Paulo, haverá um enorme esforço para manter o distanciamento e as precauções sanitárias.
O Povo Sem Medo organizou uma brigada de saúde para isso com centenas de voluntários. O MTST vai distribuir 4 mil máscaras na Avenida Paulista, feitas pelas cooperativas de costureiras do Movimento. A orientação da organização do ato será uma manifestação pacífica e de inibir infiltrados. Claro que sempre há um risco. Devemos fazer de tudo para minimizá-lo. Mas, convenhamos, o outro lado não precisa de pretextos nossos para endurecer. Se ficarmos parados tampouco temos qualquer garantia. Eles sempre produziram os próprios pretextos.
Lembremos do Rio Centro, em 1981, quando oficiais do Exército contra a democratização iriam explodir bombas no festival do Dia do Trabalhador para culpar a esquerda. Não funcionou por imperícia. Ou do plano de explodir o gasômetro de São Cristóvão, em 1968, em nome dos comunistas, só evitado pela denúncia de um oficial da Aeronáutica. É a velha tática que os nazistas inauguraram no incêndio do Reischtag.
Bolsonaro avança na escalada autoritária. Sei dos riscos, mas não creio que se deixarmos as ruas para eles estaremos impedindo essa marcha.
Por isso, o MTST e o Povo Sem Medo estarão nas ruas no domingo. E eu também estarei lá.
(Publicado originalmente na fanpage de Facebook do autor)

O “fantasma do comunismo” é, de novo, pretexto para ditadura


Por Fernando Brito, jornalista* 
Na TV Afiada, ontem à noite, falo sobre o logo desfeito “mistério” das motivações do General Hamilton Mourão ao escrever o pré-histórico artigo de ontem no Estadão, lançando a velha acusação de “terroristas” aos manifestantes pró-democracia que começaram a surgir pelo país.
Horas depois do jornal chegar ás bancas, Bolsonaro seguiu nas provocações e na tentativa de inverter as iniciativas violentas que seus seguidores – com seu apoio evidente, desde sempre, do próprio ex-capitão – exigindo o fechamento do Congresso, do STF e a prisão de seus ministros.
Está claro feito água que Bolsonaro aposta na repressão e na transformação em conflitos de todos os atos democráticos que ameaçam espalhar-se no país e copia a ridícula – e frustrada – ação de Donald Trump de mandar o exército dispersar as manifestações antirracismo nos Estados Unidos.
Como tudo no governo Bolsonaro, exceto o ódio, não vai funcionar.
*Via Tijolaço

02 junho 2020

Lula com a voz da razão

O ex presidente Luiz Inacio Lula da Silva no braço do povo depois da missa e discursos em frente ao sindicato dos metalurgicos no ABC. SP 07 04 2018 (Foto: Ricardo Stuckert)

Por Paulo Moreira Leire, do Jornalistas pela Democracia* - O reconhecimento  de que os assalariados têm interesses econômicos e políticos próprios, distintos do empresariado e dos setores médios, sempre contribuiu para a conquista de melhores condições de existência dos trabalhadores e das camadas subalternas. 
Muitos daqueles direitos que até pareciam garantidos para sempre, como salários compatíveis com o custo de vida, aposentadoria e assistência médica, jamais foram entregues  espontaneamente por empresários altruístas, mas  conquistados em processos de luta e reivindicação.
Hoje, no capitalismo do século XXI, vivemos um processo na direção inversa, a uberização -- esforço especialmente selvagem de regressão social. 
Como sabemos, no Brasil esse ataque a direitos tradicionais ganhou velocidade a partir do golpe de 2016, recebendo impulso ainda maior no governo Bolsonaro-Guedes.
Mesmo considerando possíveis mudanças na esfera política no próximo período, num processo cujo percurso ainda não é possível vislumbrar como será, nada indica que a guinada socialmente regressiva do bolsonarismo será interrompida automaticamente -- a menos que a parte mais prejudicada esteja organizada e preparada para ir atrás de um indispensável ajuste de contas.
E aqui se enxerga o papel de Lula, sua recusa em entrar "no primeiro ônibus que aparece".
Numa grande síntese: as mesmas forças políticas que em 1984 estiveram no palanque da campanha pelas diretas-já, ajudando a enterrar o regime militar, ressurgiram de casaca virada em 2016 para votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff, no golpe parlamentar que abriu as portas para o bolsonarismo e sua sombra, uma ditadura.
Como farsa, como tragédia, é bom ser cuidadoso. A experiência brasileira ensina que a história costuma repetir-se com frequência indesejável.
Alguma dúvida?

Lula: Ao formar frentão, PT não pode esquecer da trama da Globo com Moro e do golpe contra Dilma Rousseff




Da Redação do Viomundo*: Direitos dos trabalhadores foram retirados desde o golpe contra Dilma Rousseff em 2016, mas não são mencionados nos manifestos dos que se organizam para defender a democracia, diz o ex-presidente Lula em debate interno do PT que divulgou nas redes sociais.
O ex-presidente não fez menção específica a este ou aquele manifesto, mas juristas e intelectuais lançaram movimentos de enfrentamento ao governo Bolsonaro.
Lula pede cuidado ao PT para não embarcar em frentes políticas que desconsiderem os direitos retirados.
Frases de Lula:
Li os manifestos e acho que tem pouca coisa de interesse da classe trabalhadora. Não se fala em classe trabalhadora, nos direitos perdidos.
Sinceramente, eu não tenho mais idade para ser maria vai com as outras. O PT já tem história neste país, já tem administração exemplar neste país. Eu, sinceramente, não tenho condições de assinar determinados documentos com determinadas pessoas.
Nós precisamos apoiar qualquer manifesto que for para resolver o problema do Brasil, não podemos ser levados pela euforia. Muita gente de bem que assinou. E tem muita gente que é responsável pelo Bolsonaro. O PT tem que discutir com muita profundidade, para a gente não entrar numa coisa em que outra vez a elite sai por cima da carne seca, e o povo trabalhador não sai na fotografia.
A declaração de Lula marca uma posição mais à esquerda para o PT, de olho na conjuntura política e econômica, ao mesmo tempo em que o pedetista Ciro Gomes tenta formar uma frente de centro-esquerda distinta do petismo.
Ciro prevê que o auge da crise brasileira será em setembro deste ano.
Lula aparentemente calcula que a profunda crise em que o Brasil estará mergulhado favorecerá um partido mais à esquerda nas eleições municipais deste ano, uma faixa em que o PT poderia, em tese, recuperar votos perdidos anteriormente.

*Via https://www.viomundo.com.br/

01 junho 2020

Falta um gesto para sermos “70%” e estarmos #Juntos




Celso Rocha de Barros, hoje, na Folha, resume em poucas linhas a situação de fraqueza de Jair Bolsonaro que impediu, até agora, que ele desfechasse o golpe autoritário que sempre mirou:
As chances de sucesso de um golpe bolsonarista já foram maiores: quando tinham Moro e o lavajatismo na mão, quando tinham o dobro de aprovação popular, quando a reeleição de Trump parecia certa, quando ainda havia quem acreditasse em Paulo Guedes, quando Bolsonaro ainda não havia sido o pior governante do mundo no combate à pandemia. Mas mesmo um golpe fraco pode ser bem-sucedido se não encontrar resistência.
Na última frase está o cerne da questão: a nossa capacidade de resistência foi desmantelada, erodida, quase destruída pela era do ódio à política que marcou a maior parte deste década.
Para viabilizar-se uma frente política, como é absolutamente necessário hoje, é preciso romper esta prática que, afinal, é a responsável por ter acontecido o inconcebível: legitimar-se, pelo voto, a ascensão de um psicopata com pretensões golpistas, como se a democracia pudesse escolher seu algoz para dirigi-la.
Todos – partidos, políticos, mídia, ministério público, juízes, Polícia Federal – estão na raiz deste processo que hoje as deixou impotentes diante deste monstro que pariram.
A reedição de frente democráticas, a que se refere a manchete de capa da Folha – “Manifestos pró-democracia buscam clima de Diretas Já após ataques de Bolsonaro” – não depende, como diz seu mais importante manifesto – o #Juntos – de ” deixar de lado velhas disputas em busca do bem comum”.
Trata-se de recusar, também, os métodos que estas disputas tomaram e que nos levaram ao que temos, tal como naquele distante 1984 tratou-se de recusar o golpe militar – igualmente apoiado por muito dos integrantes do movimento, duas décadas antes – como forma de ascender ao poder.
Para chegarmos ao movimento das Diretas Já houve, antes, o processo de reintegração na vida brasileira daqueles que dela foram excluídos pelas leis do arbítrio. Sem a volta deles, os cassados e exilados, na plenitude de seus direitos, não teria havido o reencontro do país com a liberdade.
Hoje, como então, mais do que eles exigirem, todos exigiam, mesmo alguns de seus mais ferrenhos adversários.
Nos dias de hoje é preciso que se reconheça que há um personagem que só pode dar a esta frente democrática o vínculo popular que ela precisa ter. Ninguém duvida, a crer no número que intitula um destes movimentos – o Somos 70% – que a metade, ou quase isso, o tem como referência.
Sabe-se que retirá-lo da política foi a pedra de toque do nefasto processo que nos conduziu ao desastre em que nos encontramos e é preciso fazer cessar esta causa quando se quer pôr fim às consequências.
Não é possível reconstruir a democracia sem que se readmita, nos seus anos finais ao menos, o mais importante personagem de duas décadas de sua reedificação no pós ditadura. Tratá-lo como um marginal é manter vivo o que gerou o monstro, o ódio doentio.
É tão forte o sentido disto que, sem citar-lhe o nome, todos sabem de quem se fala.
Formar ombro a ombro com os que ajudaram nas origens do nosso infeliz presente exige superar diferenças e rancores. E para isso acontecer, é preciso que seja mútuo, do contrário será falso.
Há que desfazer o nó central desta trama desastrosa que nos amarou e prendeu a um regime intolerável, se queremos desmanchá-la.
(Por Fernando Brito no Blog Tijolaço, do qual é Editor).
*Grifos deste Blog.