16 junho 2021

TODXS NO 19J!!!

 


PT SANTIAGUENSE CONVIDA: TODOS NO ATO DO DIA 19 DE JUNHO!

 

O Partido dos Trabalhadores – PT, por sua Direção Municipal, convida seus filiados e simpatizantes, bem como os partidos democráticos, entidades e movimentos populares, a cidadania consciente e solidária para participarem das atividades que serão realizadas no próximo sábado, dia 19 de Junho (19J) em todo o pais. Em Santiago será realizado um Ato Público na praça Moisés Viana (‘Esquina Democrática), a partir das 10,30h, centro de Santiago/RS.  A chamada principal do Ato Público é Fora Bolsonaro e Vacina para todos, Já!

 

Na parte da tarde, será realizada a segunda etapa da Campanha PT Solidário, que consiste na distribuição pelo partido de ‘cestas básicas’ (alimentos e produtos de higiene) às famílias já cadastradas que se encontram em condições de vulnerabilidade – passando fome e necessidades, na verdade.

É hora de resistir e lutar! Lembramos que foram os governos do Partido dos Trabalhadores (Presidente Lula e Presidenta Dilma) que tiraram o Brasil do ‘mapa da fome’ e nesse momento nos solidarizamos com as pessoas que têm sido vítimas da incompetência e maldade desse atual des-governo que ameaça a nossa soberania, a democracia, fragiliza a saúde, acaba com empregos, aumenta a desigualdade social e empurra mais de 30 milhões de pessoas para a extrema pobreza.

Direção Municipal do Partido dos Trabalhadores de Santiago/RS

14 junho 2021

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12 junho 2021

O avião, as motos e o jegue

 

Por Fernando Brito*

Jair Bolsonaro, “nem aí” para governar, está como se estivesse em reta final de campanha eleitoral.

Aproveita enquanto pode usar, e usa, a máquina pública para promover seu turismo eleitoral, provocativo e agressivo.

Confia em que haverá, além das falanges fascistóides e orgulhosas de de sua ignorância, uma maioria que adira, outra vez, por manipulação e preconceito, ao “candidato do jegue”, como se referiu ontem a Lula, ao invadir um avião em Vitória para produzir alvoroço e, pelo que se viu nos vídeos, até uma briga dentro da aeronave (artigo 261 do Código Penal: “expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea”).

O ‘teste de popularidade’, claro, não funcionou bem, ao contrário do desfile de motos que ele protagoniza agora, em São Paulo, com um público mais adequado, o de “selvagens das motocicletas”, o jegue dos ricos, que usam para afirmar sua masculinidade decadente, que vive de exibições, como é própria nas gangues.

Animado pelo sucesso de sua motociata e apertado pelas revelações da CPI, mostrando inequívoca desídia (pelo menos) na compra de vacinas, gastos na desinformação da população com o tal “tratamento precoce” e o temor que as quebras de sigilo bancário, fiscal e telemático de ex-ministros e dirigentes do governo, Bolsonaro deve subir mais alguns pontos a sua já temerária escala de agressividade.

Conta com a intimidação geral com suas ameaças de golpe, o medo da pandemia e com o acanalhamento geral das instituições para seguir fazendo isso enquanto o país se estiola na doença, no desemprego, na inflação e na fome.

Sim, aquele país dos jegues, dos pobres que pararam de viajar de avião, para rever a família que deixaram para trás nas décadas de migração.

Alguém deveria lembrar ao presidente que o valente animal sobreviveu a secas, a desgraças, ao jejum e ainda é, pelos fundões do Brasil, o melhor amigo dos humildes.

Metáforas, porém, não são o forte do ex-capitão.

*Jornalista e blogueiro - via Tijolaço

11 junho 2021

Freixo anuncia saída do PSOL e filiação ao PSB para concorrer ao governo do Rio

Freixo estava no PSOL desde a sua fundação, há 16 anos; mudança de partido mira candidatura para o governo do Rio

Na última quinta-feira (10), encontro no Rio reuniu lideranças do campo progressista para falar sobre a situação do estado - Foto: Reprodução

Da Redação do Brasil de Fato*

O deputado federal Marcelo Freixo anunciou na manhã desta sexta-feira (11) pelo Twitter a sua saída do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) após 16 anos. O parlamentar, que estava no PSOL desde a sua fundação, irá se filiar ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) mirando o governo do estado do Rio de Janeiro nas eleições de 2022.

“Hoje, encerro esse ciclo com a certeza de que apesar de não estarmos juntos daqui para a frente no mesmo partido seguiremos na mesma trincheira de defesa da vida, da democracia e dos direitos do povo brasileiro”, escreveu. 

O anúncio ocorre um dia depois do encontro no Rio de Janeiro que reuniu nomes como Lula (PT), os deputados federais Jandira Feghali (PCdoB -RJ) e Alessandro Molon  (PSB-RJ),  o deputado estadual André Ceciliano (PT), além da presidente do Partido dos Trabalhadores e deputada federal Gleise Hoffmann (PT-PR).

Leia mais: RJ: Na Baixada Fluminense, coletivo reúne forças políticas para apoiar Lula em 2022

Em entrevista publicada na Veja, Freixo explica que no PSB terá a possibilidade de construir uma aliança mais ampla para derrotar o bolsonarismo e proteger a democracia. Na avaliação do deputado, o Rio é um local chave para as próximas eleições.

“A disputa no Rio, especialmente, não é da direita contra a esquerda, mas da civilização contra a bárbarie. O PSOL estará conosco, mas, sem dúvida, teria mais dificuldade de fazer uma frente tão abrangente quanto se faz necessária”, disse à revista. 

Para o deputado, nas eleições do próximo ano o que estará em jogo é a Constituição.

"As eleições de 2022 serão um plebiscito nacional sobre a Constituição de 1988, se ela ainda valerá no Brasil. Por isso nós democratas não temos o direito de errar: do outro lado está a barbárie da fome, da morte e da devastação", disse no Twitter.  

Fonte: BdF Rio de Janeiro

*Edição: Jaqueline Deister - Via https://www.brasildefato.com.br/

10 junho 2021

Chefe do Gabinete Paralelo, Osmar Terra usava informações falsas na campanha contra as vacinas


247* - Apontado como organizador do Gabinete Paralelo para uma gestão negacionista da pandemia de Covid-19, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) afirmava nas redes sociais, em setembro de 2020, que o pico da pandemia já havia passado no Brasil e usava informações falsas na sua campanha contra a vacinação. 

O ex-ministro defendia a retomada de atividades, comparava o coronavírus com a H1N1 e classificava a imprensa como “apocalíptica”. Convocado a depor como testemunha na CPI da Covid, ele também organizou a reunião em que médicos defensores da cloroquina sugeriram a criação de um 'gabinete das sombras'. A informação foi publicada pelo jornal O Globo.

O deputado apareceu ao lado de Bolsonaro na reunião em que um grupo de médicos convencia Bolsonaro sobre a possibilidade de tratar a doença com medicamentos como a cloroquina e o tratamento precoce, em detrimento da compra de vacinas. 

O parlamentar sustentava nas redes sociais que o “isolamento radical pode aumentar a mortalidade”, citando uma pesquisa até então inexistente. “Esse rapaz foi um dos inspiradores do ‘fique em casa’ sem qualquer base científica, exacerbado pela mídia e responsável pela quarentena lockdown mais devastadores e letais da pandemia. Triste!”, publicou Terra para mais de 300 mil seguidores no dia 2 de setembro. 

Dois dias após a reunião em que a criação do “gabinete das sombras” foi sugerida a Bolsonaro, o ex-ministro fazia comparações fora de contexto entre o número de mortes totais em 2019 e 2020 em Porto Alegre (RS). Ele utilizou dados do Portal da Transparência do Registro Civil, da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais, e que não levava em conta números demográficos, como o nascimento de pessoas, e epidemiológicos, como a redução de outras causas de morte durante o isolamento social.

Para combater as medidas de restrição, o deputado afirmou: “descobri que em 2019 morreram mais pessoas do que em 2020 e não se quebrou a economia nem fecharam escolas por isso”.

Em diversas publicações, o ex-ministro atacou o isolamento social ao afirmar que a pandemia seria responsável pela “duplicação de famílias na miséria, o aumento sem precedentes no consumo de álcool e drogas ilícitas e o crescimento vertiginoso da população de rua”. 

*Via https://www.brasil247.com/

09 junho 2021

"SENADOR HEINZE (PP/RS) É A VERGONHA DA CPI!!!"


"As declarações do senador Luís Carlos Heinze [PP/RS] na CPI viraram motivo de piada." Professor Leonardo, no seu canal no Youtube

08 junho 2021

O FASCISMO CHEGOU NA COPA AMÉRICA!



*Tite é comunista! Com esta frase simplista Flávio Bolsonaro, o das rachadinhas, classifica o técnico da Seleção. A Seleção que está se recusando a disputar a Copa América. E que se não jogar será também chamada de comunista.
O fascismo é fácil de ser apreendido pelo simplismo de suas afirmações idiotas. (Bemvindo Sequeira)

07 junho 2021

"Pealo de Sangue" - Daniel Wolff/Raul Ellwanger



Alguns “bastidores” da canção “Pealo de Sangue”

 

Por Raul Ellwanger*


Gravada em meu primeiro vinil de 1979, com o produtor Sepé Tiarajú de los Santos não demos muita importancia a esta música, pois ficou na posição 5 do lado B.  Por sorte Fernando Westfalen e Walmor  Jacques da Agencia MPM pediram autorização para sincroniza-la num vídeo comercial para o Natal, e a canção estourou. Até hoje é a mais conhecida e querida das minhas músicas.


No ano anterior, me aventurei no festival regionalista chamado Califórnia da Canção, na cidade de Uruguaiana. Com Aires Potthoff, Tenison Ramos e Geraldo Flach, fizemos uma linda apresentação no Cine Pampa, muito aplaudida pelo público. Para tomar um refresco de ar, logo saí para o saguão. Ali me abordou um casal bem bonito, muito bem vestidos com aquelas jaquetas de couro uruguaias usuais entre o pessoal pudente da fronteira. O cavalheiro me diz:


“ - Tua música é de longe a mais bonita de todas as apresentadas...mas com essa mensagem da letra, aqui em Uruguaiana, nuuuuunca vais ganhar o concurso”.   Suponho que o trecho maldito era; “...quero só um pedaço de terra...”.


Sabias palavras, às quais não dei muita atenção. Em minha ingenuidade de recém-voltado após 10 anos de exterior, não podia supor que houvesse fatores não artísticos nas escolhas dos jurados de um mero evento musical.  O resultado foi certeiro: o tema nem sequer foi indicado para voltar a ser apresentado na noite das finalistas, nem no disco ficou. Agora em 2021, tem mais de 30 gravações em 4 idiomas, incluindo Mercedes Sosa, Nair Terezinha, Osvaldir & Magrão, Renato Borghetti & Chaloy Jara.


Daniel Wolff armou os arranjos para a versão 2021 deste Pealo (pealar é laçar pelas patas, algo a que não se pode resistir), com diferentes técnicas violonísticas onde expõe seu virtuosismo como instrumentista e como arranjador. Fugindo de certa repetição que impregna as 4 estrofes do tema, ele abre com dois solos em diferentes modos-expressões técnicas; novamente no meio do fonograma, se faz uma variação melódica e harmônica buscando acrescentar interesse e frescor na música. Também os vocais finais trazem novidade e emoção, em simbiose com a letra otimista sobre um futuro sonhado.

...

Copio trecho do livro “Nas Velas do Violão”:  

 

“Tem certo tipo de canção que vai sendo gestada lentamente lá dentro da gente, sem esboço, sem escrita, sem anotação para lembrar depois. Quando brota, sai feita, sai pronta e inteira, pois sua alma vinha germinando com rumo certo. Assim parece que foi com Pealo de Sangue, nascida num repente único, sentado em minha cama às 3 horas da tarde na rua Tito Lívio Zambecari, em 1979. Todinha, todinha, sem vacilo, sem correção, brotou a canção. Quando ainda estava na Argentina, havia feito um tema que se frustrou. Tratava dos meus avós Frida e Jacob, de origem alemã, que haviam emigrado do interior para a capital, com alusões à enxada, à vida na encosta do Cerro do Botucaraí. Talvez ali estivesse a origem da nova canção. No exílio, entendi que o migrante tem uma carga de tristeza que é absoluta, faz parte do ar que ele exala. Na verdade, reflete a perda de si mesmo. Ao construir sua nova vida, ele vive sonhando e refazendo algo que não voltará. Quer abrigo, morada, identidade, pão, que serão sempre outros, distintos daqueles que ele deseja por atavismo. Por isso pergunta quando será este sonho. O mistério de seu coração é sua própria tristeza, é seu proprio sonho, cal e cimento de seu novo dia. Já na primeira estrofe aparecem lado a lado as palavras “colono” e “gaúcho”, o que destoa da temática trivial gauchesca onde não existe colono, assim como nela inexiste a citação ao Guaíba. A partir de uma alusão à “melancolia” açoriana, a canção se espraia num enfoque bem rio-grandense, quem sabe derivando na direção de meus avós Laíla e Antônio, missioneiros que também migraram para a capital. Sendo os quatro avós migrantes por falta de terra, me tocou dizer, talvez pela voz calada deles, “quero só um pedaço de terra”.

 

Começando duvidoso, com uma pergunta, vai o texto tomando coragem e ficando afirmativo para pedir terra, casa, colheita e chegar a dizer que haverá um novo dia. Alcança a atribuir importância aos sonhos inspirados nas estrelas. Numa alusão à participação política, diz que este futuro dependerá do esforço de cada um, não cairá do céu. A percepção sensorial se destaca com o cheirinho da mata, a luz do luzeiro e o insignificante e importantíssimo cutuco do lambari na perna, figura poética que repetidamente segue sendo comentada pelos meus amigos como o grande achado do texto. Pois agora, o belisco do lambari... Como esta toada tem as quatro estrofes baseadas numa mesma e modesta estrutura preparada para seis versos, sua melodia vai a cada uma das vezes sofrendo pequenas variações que permitem acomodar a letra e lhe agregam novidade e fogem do óbvio. Nem sequer uma parte B esta canção tem. Dá assim para entender como e porque foi feita de uma só sentada, sem muitas reflexões. Seu pontinho de originalidade está nos compassos 11 e 12 de cada estrofe, quando vem harmonizada sobre o sexto grau rebaixado com sexta (Si bemol 6), seguido do segundo grau rebaixado com sexta (Mi bemol 6), e uma brevíssima diminuta de Mi natural para aceder de volta à dominante do tom original. Pedi a meu antigo professor do Centro Livre de Cultura, o violonista Zé Gomes, que escrevesse o arranjo, fugindo da monotonia das estrofes reiterativas. Após uma primeira exposição genérica da canção, assim foi como se fizeram constantes modulações, passando por quatro tonalidades. Se introduziu um corus de vocalize, quase como um solo, ficando o conjunto do fonograma apoiado no quarteto de cordas, nas trompas, no trio vocal, na harmônica e no violão de 12 cordas em busca de uma variedade de timbres. Merece destaque a interpretação vocal de Nana Chaves, dando uma cor toda especial ao tema. Relegada a um final de lado no disco original, Pealo de sangue foi colocada por Fernando “Judeu” Westphalen na propaganda televisiva de uma rede de lojas, com imagens muito sugestivas. Tornou-se conhecida, foi sendo gravada por outros intérpretes, terminou sendo escolhida uma das “dez mais” em concurso da mídia regional.

 

Teve duas gravações de Mercedes Sosa (português e castelhano), tem versões em alemão e italiano, alcança mais de 30 edições fonográficas, inclusive instrumentais e sertanejas, é favorita de corais comunitários. Na época da seleção musical para seu disco e xou Saudades do Brasil, Elis Regina a tinha copiada manuscrita em uma cadernetinha de bolso, ao lado de Moda de sangue, de Ivaldo Roque e Jerônimo Jardim, para incluir no repertório. Por achar que havia demasiado sangue nas duas, seu diretor optou apenas pela Moda.        


A letra diz:  “Que mistérios trago no peito / Que tristezas guardo comigo / Se meu sangue é colono, é gaúcho / Lá no campo é que encontro abrigo / O  cheirinho da chuva na mata  / Me peala me puxa pra lá / Quero só um pedaço de terra / Um ranchinho de santa-fé / Milho verde, feijão, laranjeira / Lambari cutucando no pé / Noite alta o luzeiro alumiando / Um gaúcho sonhando de pé / Quando será / Este meu sonho / Sei que um dia será novo dia / Porém não cairá lá do céu / Quem viver saberá que é possível / Quem lutar ganhará seu quinhão / Velho Rio Grande / Velho Guaíba / Sei que um dia será novo dia / Brotando em teu coração / Quem viver saberá que é possível / Quem lutar ganhará seu quinhão!” 


*Enviado pelo Autor por e-mail para este blogueiro. 

**Vídeo via YouTube

Substituto de Caboclo na CBF, Coronel Nunes serviu à ditadura e foi prefeito biônico no Pará

Reportagem de Lúcio de Castro em 2016 mostrou que ele recebia, à época, um salário mensal de R$ 14.768,00 da FAB como anistiado

Por Lucas Vasques*

Com o afastamento, mesmo que provisório, de Rogério Caboclo da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), acusado de assédio sexual, quem assume, por um período de 30 dias, é o vice mais velho. No caso, é Antônio Carlos Nunes de Lima, mais conhecido como Coronel Nunes, com 83 anos.

O novo comandante da CBF é aposentado pela Polícia Militar do Pará e já havia assumido a presidência da entidade em outras duas oportunidades, substituindo Marco Polo Del Nero, acusado de corrupção.

De acordo com reportagem de Lúcio de Castro, em 2016, para Agência Pública, o Coronel Nunes foi homem de confiança da ditadura militar e recebia, à época, um salário mensal de R$ 14.768,00 da Força Aérea Brasileira (FAB) como anistiado, “vítima de ato de exceção de motivação política”.

Nunes também foi prefeito biônico (nomeado pela ditadura) em Monte Alegre (PA). Além do salário, o coronel recebeu uma indenização retroativa de R$ 243.416,25 em 2003.q

A longa trajetória de Nunes como militar é cercada de controvérsias. Ainda segundo a reportagem de Lúcio de Castro, do ingresso como militar, em janeiro de 1967, até a aposentadoria como coronel, em fevereiro de 1991, foram mais seis promoções: uma por tempo de serviço e cinco por merecimento. Destas, quatro foram no período ditatorial.

“Em maio de 1971, vem a prova definitiva de confiança do regime em Antônio Carlos Nunes de Lima: é nomeado comandante da Companhia Independente da Polícia Militar de Santarém (CIPM), atual 3º Batalhão PM/PA), onde fica até abril de 1974”, conta Castro.

A posição de comandante do CIPM de Santarém era considerada estratégica para o então presidente, general Emílio Garrastazu Médici. “A cidade foi uma das mais vigiadas pelos militares no início dos anos 1970. Em 21 de setembro de 1969, o governo, através do Decreto-Lei 866, inclui Santarém como ‘Área de Segurança Nacional’”.

Outra controvérsia na história de Nunes é em relação ao processo que assegurou “reparação econômica de caráter indenizatório, em prestação mensal, permanente e continuada”.

Sem comprovação

“Não há comprovação suficiente da existência de razões que justificassem o deferimento do pleito de anistiado político”, determinou o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) e a Advocacia-Geral da União (AGU) à época.

“Tal situação, aliada à ausência de qualquer elemento individualizado nos autos a indicar perseguição política do requerente, indica, pois, a impossibilidade da incidência do reconhecimento da condição de anistiado político. A concessão de anistia sem que tenha havido comprovação de motivação exclusivamente política ofende diretamente a Constituição Federal”, disse a análise.

*Via Revista Fórum

04 junho 2021

Comando do Exército escancara seu ativismo político

"Cabe às instituições e aos integrantes da sociedade civil denunciarem e investigarem o ativismo dos generais, assim como suas responsabilidades sobre o atual genocídio provocado pela gestão do governo que apoiam e integram", defende a historiadora Carla Teixeira

General Eduardo Pazuello e o comandante do Exército, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado | Marcos Corrêa/PR)

Por Carla Teixeira*

Desde a fundação da República, o Exército brasileiro nos ofereceu sucessivas demonstrações do seu fisiológico ativismo político. O movimento tenentista, dos anos 1920 e 1930, pode ser encarado como o embrião do que seria o monstro parido com o golpe de 1964 e a ditadura militar assassina das décadas seguintes. Diante das inúmeras intromissões de militares na vida política do país, principalmente contra governos populares que buscavam a justiça social e a democratização da sociedade, podemos considerar que é ingenuidade (para não dizer má fé) esperar profissionalismo dos quadros militares (de)formados para enxergar a população e a esquerda como “inimigos”, atuando acima do bem e do mal para garantir os interesses da corporação.

Entre os postulantes, o general Eduardo Pazuello desponta para assumir a dianteira do ativismo político dos milicos para as eleições de 2022. Depois de mentir feito Pinóquio à CPI do Genocídio -  jogando na lata do lixo a dignidade e a ética militar que preconizam a “palavra de fé pública” baseada na verdade, honestidade, justiça e respeito -, o “gordo favorito” foi passear de moto com Bolsonaro para protagonizar mais uma “crise militar”. A novela, contada diariamente pelos jornais da grande imprensa que apoiaram a ditadura, narrava a história de uma cisão (inexistente) entre os integrantes do Comando do Exército, tendo Bolsonaro como vetor da divisão.

Convém ressaltar que Jair marmita de milico é rebento autêntico do Partido Militar e depende inteiramente do apoio dos quartéis para se manter no poder, e até mesmo evitar a própria prisão (provavelmente do restante de sua família, também) por todos os crimes cometidos, inclusive contra a vida e a saúde dos brasileiros. A narrativa de “crise” busca orientar que Bolsonaro está ferindo a instituição militar enquanto a situação é exatamente oposta: Bolsonaro sequer existiria na presidência da República sem o apoio dos Oficiais. Diante da política de morte e do retumbante fracasso do governo, os milicos tentam se distanciar evitando estar associados ao capitão através de “fakes crises”. Para isso, forjam o falastrão general Santos Cruz como postulante “oficial” verde oliva enquanto mantêm o capitão na condição de candidato “oficioso” caso os ventos eleitorais sigam soprando pra um segundo turno entre Lula e Bolsonaro, em 2022.

Assim, as recentes manifestações políticas do general Pazuello indicam mais uma manobra diversionista dos comandantes para afastar a instituição do governo por ela própria criado e sustentado. Convocado para uma reunião com o comandante, general Paulo Sérgio, para receber comunicação da abertura de Processo Disciplinar pelos atos cometidos, Pazuello não compareceu por falta de tempo. É 1 colosso! Não há como acreditar que uma instituição que se baseia nos princípios de hierarquia, disciplina e obediência permita que um subalterno deixe de comparecer a uma reunião com superior. Seria cômico se não fosse ridículo que isso tenha sido notícia de insubordinação, principalmente quando os fatos mostram que o general Pazuello é o mais subordinado e condescendente de todos, ele mesmo disse: “um manda, o outro obedece”, ao encenar o lamentável papel de Adolf Eichmann tupiniquim e recusar a compra de vacinas.

Como recompensa por mentir e delinquir a favor do governo e do Exército, o general Pazuello passou a integrar a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência, com salário de R$ 16.944, em cargo ligado diretamente ao presidente da República. Sobre o processo disciplinar dissimulado pelos comandantes para orientar nova “crise”, foi decidido pelo arquivamento. Como o regulamento indica que é vedado ao militar “manifestar-se publicamente sem que esteja autorizado a respeito de assuntos de natureza político-partidária”, a falta de punição por evidente ato político do general da ativa só pode indicar o óbvio ululante: o general Pazuello foi autorizado por superior a participar da manifestação depois de mentir à CPI do Genocídio, salvar Bolsonaro e os comandantes, com a garantia de que não seria punido pelo Comando do Exército e ganharia imunidade jurídica com nomeação feita pelo Palácio do Planalto.

Com cargos no governo, benefícios orçamentários, salariais e previdenciários, os Oficiais seguem ganhando enquanto o povo morre de fome ou da peste (ou dos dois). Cabe às instituições e aos integrantes da sociedade civil denunciarem e investigarem o ativismo dos generais, assim como suas responsabilidades sobre o atual genocídio provocado pela gestão do governo que apoiam e integram. É preciso trabalhar a formação da consciência da população sobre a necessidade de um projeto de Defesa que proteja o Brasil e os brasileiros das ameaças externas, profissionalize as forças armadas e, por fim, extinga o Partido Militar que serve apenas para provocar crises, ameaçar a sociedade e a democracia, e manter a cadela do fascismo sempre no cio.

*Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em História Membro do Conselho Editorial da Revista Temporalidades - Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG  ** Via Brasil247

02 junho 2021

“Estamos na vanguarda da estupidez”, diz médica Luana Araújo durante a CPI da Covid

Ex-chefe da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 falou sobre o chamado “tratamento precoce” da doença

Luana Araújo e Marcelo Queiroga durante cerimônia de lançamento da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 - Marcello Casal jr/Agência Brasil

A médica Luana Araújo, ex-chefe da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, disse que “estamos na vanguarda da estupidez”, durante seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quarta-feira (2).

A médica é uma defensora da vacinação em massa, já disse ser favorável ao isolamento social e contra o chamado “kit covid”, que usa medicamentos sem comprovação científica como um já comprovado ineficaz “tratamento precoce” da doença

As pautas são sensíveis ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido), visto que o presidente já afirmou várias vezes ser contra as medidas de isolamento e ser a favor de drogas sem base científica contra a Covid-19.

:: CPI da Covid e imunidade de rebanho: os crimes de Bolsonaro em julgamento ::

Quando questionada se tinha conversado com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre o “tratamento precoce”, ela respondeu que essa teoria nem chegou a ser levantada pelos dois.

Todos nós somos favoráveis a uma terapia precoce que exista. Quando ela não existe, não pode ser uma política de saúde pública. Essa é uma discussão delirante, esdrúxula, anacrônica e contraproducente”, afirmou.

Para ela, é inadmissível que ainda exista uma discussão sobre esse assunto. “Quando eu disse, há um ano, que nós estávamos na vanguarda da estupidez mundial, infelizmente, eu ainda mantenho isso em vários aspectos. Nós ainda estamos aqui discutindo uma coisa que não tem cabimento”, continuou.

Em sua fala, ela ainda fez uma ironia com aqueles que acreditam na teoria de que a Terra é plana. “É como se estivéssemos discutindo de que borda da terra plana vamos pular. Não tem lógica", disse.

::Contra apelo bolsonarista, 97% dos brasileiros não tomaram cloroquina, diz pesquisa::

Araújo foi anunciada em maio como chefe da secretaria. Porém, deixou o cargo após dez dias de trabalho. Segundo a revista Veja, ela não teria aceitado algumas determinações que foram impostas pelo Palácio do Planalto e abriu mão de sua posição.

No entanto, em sua fala na Comissão, ela disse que não sabia o motivo pelo qual não tinha continuado no governo. A saída dela ocorreu antes mesmo que seu nome fosse publicado em ato no Diário Oficial da União (DOU).

“O ministro com toda hombridade que ele teve ao me chamar, ao fazer o convite, me chamou ao final e disse que lamentava, mas que a minha nomeação não sairia, que meu nome não teria sido aprovado”, explicou.

Questionada sobre se teve algum tipo de resistência ao seu trabalho, ela disse que não e que só teve contato com o ministro e com algumas pessoas da secretaria. Porém, ela disse que teve dificuldades para tentar montar sua equipe por conta da polarização política que o país enfrenta.

“Infelizmente, por tudo que vem acontecendo, por essa polarização esdrúxula, essa politização incabível, os melhores talentos que temos para trabalhar nessas áreas não estavam exatamente à disposição”, disse.

Em seguida, ela foi questionada pelo presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), se as pessoas não estavam à disposição ou se elas não queriam fazer parte do governo de Bolsonaro. Em resposta, ela disse que “não queriam”.

*Edição: Vinícius Segalla - Via Brasil de Fato