07 abril 2010

Coluna C & A















Crítica & Autocrítica - nº 66

* Na noite de ontem (segunda-feira), ocorreu em Porto Alegre a plenária conjunta (fotos) da pré-campanha dos companheiros Júlio Quadros e Paulo Ferreira, que concorrerão à deputado estadual e federal, respectivamente, pelo Partido dos Trabalhadores do RS nas eleições de outubro próximo.

* Mais de duzentas pessoas participaram da plenária, realizada no auditório principal da Casa dos Bancários (Sindicato), com destaque especial para o pessoal ligado à "Cultura Popular' (Carnaval, Hip Hop, especialmente da região metropolitana da capital), que lotaram as dependências da casa.

* Dentre as várias lideranças presentes, destaque para o Presidente do PT de Porto Alegre, vereador Adeli Sell, que também integrou a mesa dos trabalhos (que foi coordenada por este blogueiro) - e que fez uso da palavra, retirando-se após para cumprir outro compromisso político - , assim como os pré-candidatos e vários apoiadores da 'dobrada' que também se manifestaram. (...)

*Leia matéria completa, postada originariamente no blog 'O Boqueirão', Clicando Aqui

**Na foto acima, da esquerda para a direita:Toralles, Caco, Paulo Ferreira (em pé, falando), Júlio Quadros, Júlio Garcia e Lúcia Goulart.

Obs.: Crítica & Autocrítica : coluna que mantenho (i)regularmente no Blog 'O Boqueirão' - http://oboqueirao.zip.net/

06 abril 2010

'A inversão dos preceitos jornalísticos'


Datafolha e os escribas de Kafka

'Ao ocultar os dados da pesquisa Vox Populi que, demonstrando um consistente crescimento de Dilma Rousseff, desmente as últimas projeções do Datafolha, O Globo e Folha de S.Paulo deixam claro que, dependendo do resultado, sondagens de opinião servem para tudo. Ou nada.'

Gilson Caroni Filho* escreve:

Picles não combinam com morangos, mas o jornalismo brasileiro, em anos eleitorais, é a cozinha das combinações intragáveis. Se for do agrado do paladar do patrão, titulares de carteirinha de jornalista se esmeram em preparar saladas que levam o agridoce ao paroxismo. Como já observou Alberto Dines, em artigo publicado no Observatório da Imprensa, "ampliam-se as insignificâncias, criam-se pseudofatos (os famosos factóides), e até confere-se relevância política às matérias produzidas pelos marqueteiros nos seus comerciais. É a inversão total de simples preceitos jornalísticos."

Ao ocultar os dados da mais recente pesquisa Vox Populi que, demonstrando um consistente crescimento da candidatura de Dilma Rousseff, desmente as últimas projeções do Datafolha, O Globo e Folha de São Paulo deixam claro que, dependendo do resultado, sondagens de opinião servem para tudo. Ou para nada, de acordo com a preferência da clientela.

Se o resultado é conveniente para os candidatos das corporações, números teoricamente transitórios são utilizados como tendência definitiva. Se ocorrer o contrário, trata-se de “um retrato do momento" com alta probabilidade de ser modificado até o dia do pleito. Não peçam análise séria em exercícios de imaginação militante.

Pelos caminhos da ficção, Franz Kafka atingiu a realidade da incoerência e da solidão humana. Pelos caminhos da redação partidarizada, se chega com facilidade a uma literatura ridícula, inversamente hilária à verdade factual que pretende distorcer. É uma experiência humorística que não pode ser ignorada, sob pena de perdermos excelente oportunidade de divertimento. Vejamos dois casos recentes. São excelentes exemplos de genuflexão permanente.

Ainda no sábado (3/4), a jornalista Renata Lo Prete, editora da coluna Painel, da Folha de São Paulo, ciente de números que só seriam divulgados à noite pela TV Bandeirantes, lançou dúvidas sobre a metodologia da sondagem que desmontava o resultado obtido pelo instituto de pesquisa da família Frias:

"Chama a atenção, no questionário de pesquisa Vox Populi sobre a sucessão presidencial com campo em 30 e 31 de março, a inclusão de pergunta relativa aos cargos que os candidatos já ocuparam, quebrando o fluxo das respostas espontânea e estimulada sobre intenção de voto. Esse tipo de procedimento é conhecido por distorcer resultados".

É questionável se a ordem da apresentação dos temas (menção espontânea, conhecimento dos candidatos, menção estimulada) pode ou não influenciar nas respostas ao último quesito. Justamente por isso é leviano insinuar, como faz a colunista, que tal procedimento tenha produzido qualquer distorção na pesquisa do Vox Populi. Consultar especialistas não faria mal algum se Lo Prete não soubesse o que querem seus senhores. Seria interessante lembrar que a lisura do processo eleitoral compreende principalmente a lisura da imprensa que o acompanha. E nesse ponto não resta dúvida que, para patrões e seus escribas, eleições ainda são um jogo que não pressupõe qualquer relação com amadurecimento democrático e cidadania ampliada.

Outro exemplo do burlesco travestido de análise pode ser encontrado no jornal O Globo. Em sua coluna de sexta-feira, 2/04, Merval Pereira oferece trechos memoráveis que merecem ser destacados. O servilismo, esteja ou não a serviço de fanfarras eleitorais, oferece imagens que nem de longe configuram um desenho ético ou qualquer propósito respeitável.

Tentando demonstrar traços de subalternidade na postura da ex-ministra Dilma Rousseff, o colunista não titubeia: " ela chegou a usar 28 vezes o tratamento de "senhor" ao se referir ao presidente Lula no seu discurso de despedida, o que é um sinal de subserviência não candidata com o papel de candidata à Presidência da República"

É compreensível o espanto de Merval. Afinal, trabalha em uma organização que obriga jornalista a chamar patrão de colega. Mas, tirando a força do hábito, qual seria o tratamento adequado a ser dispensado a um presidente? Para responder, bastava uma consulta aos acadêmicos que sistematizam suas “reflexões” diárias. Mas o tempo das manobras não permite perda de tempo com esse tipo de questão.

Em seguida, misturando números, épocas e fatos, o sincero partícipe das convicções de quem lhe paga o sal, entra em transe e soçobra diante da falta de senso lógico que ilumina os seus escritos: “Lula não tem se mostrado tão bom de voto quanto sua popularidade atual indica. Perdeu duas vezes no primeiro turno para Fernando Henrique Cardoso, o que certamente é sua maior frustração, e venceu duas vezes no segundo turno".

Impressionante! A popularidade de 2010 não foi capaz de eleger Lula em 1994 e 1998! Se Franz Kafka estivesse entre nós certamente abriria um largo sorriso ao ler o que vai n’alma do jornalista global.Repetindo Odradeck, personagem de um breve conto seu, diria que “o conjunto se apresenta sem sentido, mas no seu gênero é completo"

Renata Lo Prete, Merval Pereira e Datafolha não ganhariam apenas sentido. A semelhança alucinante entre as receitas aventadas por eles e os detalhes que deformam os homens na literatura kafkaniana ganharia contorno definitivo.

*Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil.

Fonte: Agência Carta Maior - http://www.cartamaior.com.br

#Edição e grifos deste blog

05 abril 2010

Jornalismo amestrado é isso aí...















Blogs foram debochados por ousarem suspeitar da polícia yedista

Cristóvão Feil
* escreve:

O diário Zero Hora e seus jornalistas amestrados foram traídos pelo desejo. Para tanto, quiseram corrigir um aspecto do real - que para eles era insuportável - e passaram a introduzir um delírio nessa realidade. Ou seja, a morte de Eliseu Santos não poderia ser um atentado político. Fizeram a correção para latrocínio, modificando a realidade com o adorno floral do delírio róseo: Eliseu foi assaltado e morto pela violência genérica que assola a todos nós a qualquer momento. Ponto.

E todos esperavam que a sociedade fosse acatar - bovinamente - esse delírio.

Foi montada uma versão parcial da morte do ex-secretário de José Fogaça, uma versão abreviada, cômoda, inodora, despolitizada e neutral. Zero Hora e seus jornalistas amestrados logo endossaram essa simulação da verdade. Não houve cogitação para além da cena do crime, ninguém perguntou se havia nexo entre o crime mesmo e o fato de o ex-secretário de Fogaça ter estado na sede da Polícia Federal no dia anterior, depondo por quatro longas horas acerca de graves irregularidades nas contas públicas da secretaria de Saúde de Porto Alegre, do qual era titular. Nada disso foi sequer especulado. A manchete de ZH ainda exaltava a eficácia da ação policial, perfumando como mérito o que agora se revela como pura astúcia diversionista e ocultadora da verdade por inteiro.

Onde fica e como fica agora a reputação do jornal ZH e seus profissionais? Onde fica e como fica a credibilidade dessa imprensa marrom?

A jornalista conhecida como "abelhinha" chegou a criticar - em tom de deboche - aqueles que seriam "adeptos da teoria da conspiração" (crítica oblíqua aos blogs não alinhados com o pensamento bovino-guasca), porque estes "ousaram suspeitar" da rapidez da polícia yedista.

Vejam só: ousamos suspeitar dos funcionários de Yeda!

*Fonte: Diário Gauche - http://diariogauche.blogspot.com/2010/04/reputacao-de-zh-nunca-esteve-tao.html

01 abril 2010

Eleições 2010



Dilma: oposicionistas são “viúvos da estagnação” e “têm medo”

A pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, deixou ontem a chefia da Casa Civil com um discurso de exaltação ao presidente Lula e ao governo e uma crítica aos que, por “medo”, fingem ignorar que a vida do povo brasileiro está melhorando. Eles são, segundo Dilma, os viúvos da estagnação e do Brasil que crescia pouco.

“A vida de milhões e milhões de brasileiros e de brasileiras está mudando. Nós sabemos que aqueles que lamentam, os viúvos do Brasil que crescia pouco, da estagnação, fingem ignorar que essa é uma mudança substancial. Têm medo. Eles não sabem o que oferecer ao povo, que hoje é orgulhoso e tem certeza de que sua vida mudou. Não aceita mais migalhas, parcelas ou projetos inacabados.”

Em outra referência às oposições, Dilma declarou ao presidente Lula o orgulho de todos os ministros em participarem de seu governo, enquanto integrantes de governos anteriores procuram esconder isso.

“(…) Nós podemos dizer em alto e bom som: nós nos orgulhamos de ter participado do seu governo. (…) Não importa, agora, perguntar, por que alguns não têm orgulho dos governos de que participaram. Eles devem ter seus motivos. Mas nós podemos sempre saber que nós temos um patrimônio, nós temos parte da Era Lula.”

Em entrevista posterior à solenidade em que dez ministros deixaram os cargos para concorrer às eleições de outubro, a pré-candidata petista voltou a destacar sua participação no Governo Lula e enfatizou que sua candidatura não é um “voo solo”.

“Eu não pretendo me desvencilhar do governo do presidente Lula. Participar dele foi um momento muito importante da minha biografia. Eu não pretendo escondê-lo. Não é um voo solo, é um projeto”.

Ainda na entrevista, a candidata do PT descartou a hipótese de que evitará debates durante a campanha eleitoral.

“Ninguém vai se esconder de debate”, garantiu Dilma, cuja saída da Casa Civil para a disputa presidencial foi motivada, segundo o presidente Lula, pela esperança.

“Tua saída é um prejuízo para o país, mas é dentro de uma perspectiva de que você seja mais que chefe da Casa Civil”, afirmou Lula depois de exaltar o desempenho da ministra.

“Não existe ninguém insubstituível, mas acho que a Dilma foi de uma competência extraordinária, capacidade de articulação, capacidade de trabalho. Muita gente acha que a Dilma é dura. A Dilma é o que ela é. Ser um pouco dura é, possivelmente, uma das estacas que utiliza para exercer sua função e seu poder”.

“SOMOS AQUELES QUE ESTAMOS DIZENDO ATÉ BREVE”

Leia, a seguir, os principais trechos do discurso de Dilma Roussef ao deixar a Casa Civil:

“(…) Com o senhor, presidente, nós vencemos e vamos vencendo a cada dia. Vencemos a miséria, a pobreza, ou parte da miséria e da grande pobreza deste país. Vencemos a submissão, vencemos a estagnação, vencemos o pessimismo, vencemos o conformismo e vencemos a indignidade.”

“Nós podemos dizer que, em apenas sete anos e meio o nosso governo mudou o Brasil. (…) Nós temos orgulho de termos tirado quase 30 milhões de uma situação de pobreza para as classes médias, de tirarmos mais de 20 milhões da pobreza, de termos empregado com carteira assinada quase 12 milhões de brasileiros.”

“(…) A vida de milhões e milhões de brasileiros e de brasileiras está mudando. Nós sabemos que aqueles que lamentam, os viúvos do Brasil que crescia pouco, da estagnação, fingem ignorar que essa é uma mudança substancial. Têm medo. Eles não sabem o que oferecer ao povo, que hoje é orgulhoso e têm certeza que sua vida mudou. Não aceita mais migalhas, parcelas ou projetos inacabados.”

“ (…) Deixamos o governo renovando o nosso compromisso com as bandeiras que aqui abraçamos e com o juramento que fizemos, cada vez mais, de lutar e melhorar a vida do nosso povo.”

“(…) Nos despedimos, mas não somos aqueles que estão dizendo adeus. Somos aqueles que estamos dizendo até breve. Nós não vamos nos dispersar. Hoje, nós sabemos que o Brasil é um país pronto para dar um novo e decisivo passo rumo ao futuro de prosperidade econômica e social, trilhando rotas já abertas, explorando novas riquezas, como o pré-sal, sempre buscando recuperar milhões de novos empregos.”
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*Fonte: Blog Brasília Confidencial - http://www.brasiliaconfidencial.inf.br/?p=12922

31 março 2010

Sobre o Golpe Militar











Há 46 anos, a ditadura. E a festa da Direita

José Dirceu escreve:

Dia 31 de março de 1964, trabalhando no centro antigo de São Paulo, num escritório da Praça da República para pagar meus estudos, assisti perplexo e indignado às manifestações de júbilo e apoio aos golpistas vitoriosos depois de duas tentativas de implantar a ditadura no Brasil, em 1954 e 1961.
Mais uma vez eram os mesmos de sempre com a UDN à frente - essa mesmo que vocês se lembram, virou ARENA, PDS, PPB, PFL e agora se chama DEM. Vai mudando de nome tentando enganar e achando que o povo esquece.
Derrubavam um presidente constitucional, João Goulart - o Jango - eleito democraticamente para instalar no país uma ditadura militar que durou 21 anos se tomarmos a eleição de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral como marco do seu fim, ou 24 anos se tomarmos como data a Assembléia Nacional Constituinte de 1988.

Os nefastos 21 anos que se iniciavam naquela noite
Naquele momento e com o desfile daquelas imagens da alta classe média paulistana e dos considerados na época "filhinhos de papai" do Colégio/Universidade Mackenzie apoiando entusiasticamente o golpe, iniciava-se a onda de repressão e violência que se abateria sobre o país e contra os democratas, os que defendiam a Constituição e a Liberdade.
Aquela cena e aquele dia mudaram para sempre a minha vida. Naquele momento tomei a decisão de me opor com todas as minhas forças e energias ao golpe militar, decisão que persegui durante vinte anos até a reconquista da democracia.
No momento em que assomei a janela para ver a cena dos estudantes de direita do Mackenzie descerem a Avenida Ipiranga rumo a Praça da República, mal sabia eu que minha vida estava sendo decidida naquela manhã de março, no simpático mês das águas e do meu aniversário.
Mal tinha idéia eu de que naquele dia e com as cenas que presenciava, se iniciava a mais longa e teneborosa noite que desabaria sobre o país, a nefasta ditadura sonhada e instaurada pela direita que sufocaria tantos e tantos democratas, atingiria em maior ou menor grau - e ainda que indiretamente - a todos os brasileiros, e se tornaria o período político e social mais nocivo vivido pelo país.

***
Só aqui imprensa torce contra o Brasil

Só no Brasil vê-se - e ouve-se - ao que assistimos e ouvimos desde ontem. Toda a midia, com algumas raras exceções, criticou o presidente Lula e o governo por lançar um programa de investimentos de R$ 1 trilhão, o PAC II, a nove meses do fim da atual administração federal.
Ao agir assim, ela deixa de reconhecer o óbvio: que o Estado volta a investir no Brasil quatro vezes mais que em oito anos de governo FHC, e que o PAC II é necessário e se constitui em um dos programas e metas mais completos já lançados no Brasil. Traz planos e obras para infraestrutura, gás e petróleo (pré-sal), habitação, saneamento, água e transportes para todo país, além de um grande investimento em energia, sem o que não vamos reduzir nossos custos e aumentar nossa produtividade.
Deixa de reconhecer, principalmente, que a nova fase do PAC concede grande prioridade às obras de infraestrutura econômica, do qual é um exemplo, pelo efeito multiplicador (de negócios e empregos) o Minha Casa, Minha Vida, agora ampliado para a construção de 2 milhões de moradias e o vasto programa de investimento em energia.
Incrível que a mídia adote essa posição, mesmo com o PAC II focado nas cidades, contemplando principalmente os mais pobres e necessitados e centrado em seus maiores problemas tais como falta de esgotos; água; habitação; transportes; obras de macro- drenagem; tratamento de resíduos sólidos do lixo; urbanização de favelas; fim das construções em áreas de risco, das enchentes e alagamentos.
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*Fonte: Blog do Zé - http://www.zedirceu.com.br/

30 março 2010

A renúncia, ainda...



Marco Weissheimer escreve:

José Fogaça (PMDB) renunciou hoje ao cargo de prefeito de Porto Alegre, para o qual foi eleito no final de 2008. Uma das estratégias do PMDB para tentar neutralizar os impactos negativos da renúncia é compará-la, incessantemente, com a renúncia de Tarso Genro (PT) à prefeitura, em 2002. Essa estratégia foi replicada o dia inteiro hoje nos meios de comunicação de Porto Alegre, sendo abraçada por vários colunistas políticos. Além de tentar diluir os danos à imagem de Fogaça, esse movimento tenta puxar Tarso mais uma vez para o tema da renúncia. Um movimento esperado e previsível.

Mas isso não é o mais importante em todo esse episódio. O ofício do prefeito que renuncia não se dirige aos 470 mil e 696 portoalegrenses que acolheram, nas urnas, o pedido de Fogaça para permanecer mais quatro anos na prefeitura. O mínimo que o prefeito deveria fazer neste dia é dirigir-se a esses eleitores explicando suas razões. Fogaça não fez isso, limitando-se a enviar um ofício burocrático ao presidente da Câmara de Vereadores. Um ofício redigido numa linguagem bem distante das incursões emotivas do autor de “Vento Negro” que marcaram boa parte do discurso de campanha do candidato (...).

Tudo se passa como se Fogaça quisesse se livrar rapidamente do cargo e dessa situação incômoda, sem prestar contas à população do que fez até aqui e do porquê de sua decisão e abandonar o cargo para o qual foi eleito. O fato de Tarso Genro ter renunciado à prefeitura em 2002 não legitima politicamente a omissão de Fogaça em prestar contas a seus eleitores. As decisões que Tarso Genro e o PT tomaram no processo eleitoral de 2002 tiveram seu custo político. E esse preço foi pago. Por isso, o PT tem todo o direito (e dever) de se manifestar agora sobre a renúncia do prefeito e emitir seu juízo sobre a administração Fogaça. Quem tem uma conta a acertar agora com a população de Porto Alegre é o sr. José Fogaça. Uma conta cujo valor não pode ser pago com um ofício burocrático.
*Leia a postagem completa, escrita pelo jornalista Marco Weissheimer no blog RS Urgente, Clicando Aqui
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**Edição e grifos deste blog

29 março 2010

Abandono...





PT cobra de Fogaça o abandono de Porto Alegre

A Direção do Partido dos Trabalhadores de Porto Alegre divulgou no dia de hoje, após reunião conjunta realizada com a Executiva Estadual do PT, Nota Oficial onde questiona severamente os resultados da atual administração municipal que, nos últimos 5 anos, foi comandada pelo prefeito José Fogaça (PMDB), que hoje renuncia ao mandato. Na avaliação da legenda, o saldo do balanço é extremamente negativo. Leia abaixo os principais pontos da Nota assinada pelo Presidente do PT da capital, vereador Adeli Sell:

Investimentos: "Os investimentos do Executivo diminuíram e os serviços municipais pioraram expressivamente. Temos uma cidade mais suja, com praças e áreas verdes mal cuidadas. As ruas estão tomadas de buracos e sujeira. Sem falar no trânsito, que está caótico, e nas calçadas quebradas, que em nada garantem a acessibilidade universal garantida a todos os porto-alegrenses. Importa remarcar que não houve, ao longo dessa administração, nenhuma grande obra viária para lidar com nosso conturbado trânsito. A propósito, nossa Capital não afundou ao descalabro administrativo do governo Fogaça por conta das ações do governo do Presidente Lula, que investiu mais de R$ 4,22 bilhões de recursos no município, de 2003 até os dias de hoje. Na verdade, o prefeito Fogaça foi pródigo em perder oportunidades, e deixou de captar para a Capital importantes recursos públicos federais como os programas destinados às áreas de saúde e de assistência social. ".

Corrupção: "Lamentamos, na mesma medida em que avaliamos a inepta performance administrativa do prefeito Fogaça, que a corrupção e os desvios de recursos públicos tenham sido freqüentes nessa administração. Tanto o Ministério Público Federal quanto o Ministério Público Estadual acolheram denúncias e representações contra o prefeito por improbidade administrativa, em virtude dos desvios de R$ 9,6 milhões do Programa Saúde da Família. Sem falar nas suspeitas de fraude nos editais do Programa Sócio Ambiental, em que agentes públicos da confiança do prefeito estão envolvidos e sendo investigados. O fantasma da corrupção ronda o governo Fogaça!"

Abandono: "Frente ao abandono do atual prefeito da cidade, José Fogaça, - que deixa o cargo para disputar o governo do Estado - ficou decidido que a sigla irá cobrar o abandono desses serviços. Sabemos que é um direito constitucional do prefeito abandonar a prefeitura, mas também é um direito do cidadão exigir melhorias para o município. Pois é a vontade popular que, em uma democracia, premia ou sanciona os seus governantes e representantes ".

Cobrança: "Estamos inconformados com esta situação. Vamos continuar cobrando da administração os serviços básicos, debitando este abandono na conta do prefeito que sai, na expectativa de que o novo gestor José Fortunati (PDT) resolva as questões básicas da população de Porto Alegre", afirma o presidente municipal do PT, vereador Adeli Sell. Ele acrescenta ainda que se "não fossem os investimentos de mais de 4 bilhões de reais do governo federal, a situação de Porto Alegre estaria muito pior depois desses 5 anos de governo Fogaça".

*Com Tatiana Feldens, da Asscom - PTPOA

(Atualizado às 22,27 h do dia 29/03/2010)

Mulheres




As políticas públicas para as mulheres no governo Lula

Porto Alegre/RS - A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire (foto), fez um balanço das políticas públicas para as mulheres no governo Lula e apontou os desafios impostos à luta de gênero. Na noite desta sexta-feira (26), ela foi a convidada especial de mais uma rodada do encontro “Diálogos RS”, promovido pelo PT. O debate aconteceu na Câmara Municipal, em Porto Alegre, e teve como foco as políticas públicas de gênero e a experiência do governo Lula.

O encontro contou com as presenças do presidente municipal do PT, Adeli Sell, das vereadoras Sofia Cavedon e Maria Celeste, do vereador Carlos Todeschini, e das deputadas Maria do Rosário e Emília Fernandes, além das militantes petistas.

Nilcéa disse que a Lei Maria da Penha e o Pacto de Enfrentamento à Violência são os grandes marcos do combate à violência contra as mulheres. Além disso, ressaltou o êxito da parceria com o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania. “O Pronasci é um exemplo muito vivo das mudanças no governo Lula. Trabalhamos temas como o protagonismo das mulheres, a qualificação da política penitenciária, as condições dos direitos humanos das mulheres em situação de prisão e construímos a política de enfrentamento ao tráfico”, sublinhou.

Em 2010, a ministra quer impulsionar a campanha “Mais mulheres no poder” e empenhar-se para aprovar o projeto que trata da igualdade das mulheres no mundo do trabalho. Ela lembrou ainda que a Secretaria foi criada para dialogar e implementar políticas para todas as mulheres brasileiras e que o trabalho visa a garantir mais autonomia e reduzir os índices de violência contra as mulheres brasileiras.

As petistas aproveitaram a visita da ministra Nilcéa para lançar o blog http://secretariademulheres.blogspot.com/ e divulgar o Encontro Estadual das Mulheres do PT, que acontece no dia 10 de abril, no City Hotel, e no dia 11 de abril, no auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa, na capital gaúcha.

As inscrições podem ser feitas pelo blog. O ex-ministro Tarso Genro e a ministra Dilma Rousseff são convidados de honra do Encontro, que aprofundará o debate sobre as políticas públicas para as mulheres a fim de ser incorporado ao programa do PT. (Por Stella Máris Valenzuela, do sítio PTSul).

*Fonte: http://www.ptsul.com.br/

28 março 2010

Sollus...















*Fogaça 'In Concert' - via Sátiro-Hupper

(Clique na imagem para ampliar)

FSP: desespero & manipulação...





Quem acredita na FSP (Força Serra Presidente)?

Emir Sader* escreve:

Menos de duas semanas depois de ter que se render às inquestionáveis tendências de subida da candidatura da Dilma e de estagnação e até mesmo descenso da de Serra, a FSP (Força Serra Presidente) se apressou em fazer uma nova pesquisa, que nem esperou a tradicional divulgação de domingo, saindo no sábado.

Sem que nenhum fato político pudesse explicar, fizeram o que se imaginaria que um adepto da campanha serrista faria: levantar o ânimo depressivo da campanha opositora, tentando evitar o anti clímax do lançamento no dia 10 de abril da candidatura do Serra.

A manipulação – que já havia estado presente na não qualificação de empate técnico na diferença de 4 pontos – agora se revela abertamente. A FSP (Forca Serra Presidente) faz parte da direção da campanha do Serra e qualquer divulgação de pesquisa tem que ser caracterizado como manobra da campanha opositora.

Quem acredita na FSP (Forca Serra Presidente), depois de tudo que tem feito, desesperadamente, particularmente nestes últimos tempos, em que tiveram que abandonar a postura de aparente segurança na vitoria do seu colunista, o atual governador de São Paulo (ex presidente da UNE e ex prefeito de Sáo Paulo, ambos cargos abandonados por ele sem concluir o mandato), para se jogar, já sem nenhum escrúpulo, na campanha serrista?

Quem acredita no jornal que emprestou seus carros para dar cobertura à repressão da ditadura militar? Quem acredito no jornal que anunciou que haveria dezenas de milhões de vitimas da gripe suína no Brasil? Quem acredita no jornal que divulgou ficha falsa da Dilma? Quem acredita no jornal que publicou na primeira pagina artigo de suposto psicanalista acusando o governo de ter assassinado (sic) a mais de cem pessoas no acidente da TAM em Congonhas?

Quem acredita na FSP (Forca Serra Presidente), dirigida pelo filho do proprietário e não por nenhum tipo de eleição publica e democrática? Quem acredita em quem dirige o jornal porque é Frias Filho, filho do dono e não por algum tipo de mérito próprio que pudesse ter?

Quem acredita na FSP (Forca Serra Presidente) se o candidato que apóiam é colunista permanente do jornal, circula pela redação como se fosse sua casa, indica jornalistas vinculados a ele para cargos do jornal – como a diretora da redação de Brasilia, colunista da página 2, indicada por ele, conforme declaração de membro do Comite Editorial do jornal?

Como acreditar na FSP (Forca Serra Presidente) se se transformou no Diario Oficial Tucano (DOT), partido da direita brasileira, que dirigiu catastroficamente o país durante 8 anos – tendo mudado a Constituicao durante seu mandato para se beneficiar, com a compra de votos de parlamentares -, com todo o apoio desse jornaleco da Barão de Limeira?

Quem ainda acredita na FSP (Forca Serra Presidente)? Como se fez campanha no Chile, com Allende, contra o correspondente dessa imprensa no Chile, com o lema EL MERCURIO MIENTE, aqui devemos espalhar por todas partes, sobre a FSP (Forca Serra Presidente) e sobre seus congêneres, plásticos e toda forma de divulgação com o lema:

A FOLHA MENTE
O GLOBOMENTE
A VEJA MENTE
O ESTADAO MENTE.
Porque A DIREITA MENTE.

*Sociólogo, professor universitário.

Fonte: Blog do Emir - http://www.cartamaior.com.br/

26 março 2010

Notícias do Brasil



*Ney Matogrosso - Notícias do Brasil (Milton Nascimento/Fernando Brandt)

Saúde, demagogia e 'esquecimento'...


















PSDB-DEM-PPS é que extinguiram a CPMF


José Dirceu escreve:

Em evento nessa 5ª feira em Tatuí (SP), presentes o presidente Lula e a sua candidata à sucessão, ministra Dilma Rousseff, o governador tucano de São Paulo, José Serra, o nome da oposição (PSDB-DEM-PPS) na disputa pelo Planalto, supreendeu ao fazer de forma franca, mas não sincera nem completa, a defesa de melhorias no sistema de saúde brasileiro.

Por ter sido ministro da Saúde durante quatro anos do governo Fernando Henrique (e outros quatro, do Planejamento) Serra julgou oportuno aproveitar a presença de público e de toda a mídia para afirmar: "Temos que aperfeiçoar o nosso sistema de saúde, torná-lo cada vez melhor, com atendimento de primeira classe. Podemos ter em avião primeira, segunda e classe turista, mas não ter na saúde serviços de primeira e de segunda classes. Saúde tem que ser de primeira classe para todo mundo e esse é um trabalho que nós estamos perseguindo".

O presidente Lula o rebateu na hora. "Fiquei muito magoado e ofendido quando a minha oposição no Senado derrubou a CPMF. Eu não conheço um empresário no Brasil que reduziu do custo do seu produto 0,38%, que é o que a gente pagava no (imposto CPMF) cheque. Quem quer que seja o presidente da República depois de mim vai ter que discutir mais dinheiro para a saúde. Não tem alternativa. Não é possível fazer saúde neste país sem dinheiro. Custa caro".

Tucanato quer apagar FHC da história


Serra supreendeu pela forma de sua cobrança e por ela não ser completa, por dar apenas o diagnóstico e não o remédio para atenuar os problemas de Saúde. E ele não o fez porque foi a oposição - o ex-PFL-DEM à frente e o seu PSDB - que extinguiu no Congresso Nacional, na virada de 2007/2008 a CPMF retirando de uma só vez e de forma implacável R$ 40 bilhões do orçamento anual da Saúde.

Surpresa maior - mas, essa no campo político - só mesmo a decisão do tucanato de esconder o ex-presidente FHC na festa em que Serra será lançado candidato ao Planalto no próximo dia 10, em Brasília.Por decisão do partido, o ex-presidente já está fora da lista de oradores e não poderá discursar no evento.

FHC terá de se conformar que, na campanha, não poderá colocar o pé em um palanque nem falar. O tucanato teme que se o fizer dará pretexto a que o PT e a candidata Dilma Rousseff comparem o governo Lula ao seu. Esse é o maior pânico que os tucanos têm nessa disputa eleitoral.

Mas, a decisão é um atentado à memória do país. FHC é o uníco ex-presidente nos quadros do PSDB. Retirá-lo, assim, de toda a trajetória do tucanato é uma falsificação histórica sem precedentes no Brasil. É preciso respeito com a história e até numa crítica como essa feita à área de Saúde - sem lembrar à população quem extinguiu a CPMF - demagogia tem limites.

*Do Blog do Zé Dirceu - http://www.zedirceu.com.br/

25 março 2010

O que realmente está em jogo...
















As hipóteses de 2010

Wladimir Pomar escreve:

Desenvolver empresas estatais, dar força econômica à pequena burguesia industrial e dos serviços, expandir a pequena burguesia agrícola, ampliar a força social dos trabalhadores assalariados das cidades e dos campos e estimular sua participação social e política, num contexto em que parte do governo rema contra esses esforços, e em que, em sua maioria, o aparato do Estado é contrário, não é uma missão fácil.

É verdade que, em alguns terrenos, o governo Lula poderia ser mais audacioso do que vem sendo. Ele poderia criar mecanismos governamentais mais eficazes para apoiar e estimular as micro e pequenas empresas industriais e de serviços. E poderia ser mais criativo no assentamento dos lavradores sem terra nos 90 milhões de hectares dos latifúndios improdutivos.

No entanto, isso não depende apenas dele. Depende, em grande medida, do PT, demais partidos socialistas, sindicatos e movimentos sociais democráticos e populares se voltarem com mais ênfase a organizar os trabalhadores e camadas populares em torno de seus interesses imediatos e de longo prazo. E depende de que essa organização da base social se movimente para pressionar a burguesia a dividir o espaço na sociedade, no governo e no Estado.

É essa pressão que pode fazer com que a harmonização de contrários, praticada pelo governo, funcione como política de acumulação de forças para contrabalançar-se à hegemonia das classes dominantes. Isto vai ser especialmente importante quando os contrários entrarem em rota de colisão na disputa entre seus interesses não-comuns. Será nesse momento que as teses de que o governo Lula tem hegemonia sobre as forças populares ou está sob o comando da grande burguesia sofrerão seu teste decisivo.

Até o momento, o governo Lula parece ter uma maioria política capaz de vencer as eleições de 2010 e manter o projeto de desenvolvimento e integração soberana na globalização capitalista. No entanto, a pauta do programa de críticas ao governo Lula, aparentemente pela esquerda, mostra que a disputa pode ser mais complexa do que parece.

O social-liberalismo tucano, que se esconde sob o manto de uma social-democracia envergonhada, sustenta que seu candidato, caso eleito, não vai retornar à privataria descarada nem à financeirização desbragada que marcou o governo FHC. Segundo porta-vozes não autorizados, Serra deve manter o mesmo projeto de Lula, apenas com modulação diferente. O elogio retardado de Serra a Lula e a tentativa de separar o governo Lula da candidata Dilma mostram que a oposição vai se pautar pela tentativa de não discutir a natureza dos programas de ambos.

Além disso, há um grande esforço intelectual, de mídia e de propaganda explícita para demonstrar que Dilma e Serra são muito parecidos, tendo a mesma visão de mundo. Há quem diga que, se houvesse uma reorganização política, ambos estariam no mesmo partido. Eles seriam a expressão de pessoas que não existiriam mais na política brasileira, gente compromissada com o Brasil e que poderia ser enquadrada no conceito inglês de servidor público.

O que não impede Serra de manobrar para destruir a candidata do PT pelas bordas, estimulando a candidatura Marina Silva, que num primeiro momento arrastou intelectuais católicos e progressistas - e possivelmente boa parte da esquerda que critica o governo Lula. Nem de que o saco de maldades de denúncias envolvendo figuras do PT já esteja com munição suficiente para alimentar a mídia marrom.

Paradoxalmente, a parte da esquerda que está servindo de massa divisionista de manobra para Serra não sabe se ainda é possível um projeto nacional popular no Brasil. Acredita que esse projeto teria sido derrotado, supostamente após ter sido descaracterizado pelo PT e pelo governo Lula, no poder. Nessas condições, embora afirme que a Consulta Popular é o único ator político que retoma o debate sobre um projeto de tal tipo, prefere apostar na promessa tucana, ou em seu derivativo Marina.

O que mostra o quanto há de gente que, mesmo diante da banda passando, não consegue enxergar os passistas, nem ouvir a música. E não sabe o que realmente está em jogo em 2010.

*Wladimir Pomar
é analista político e escritor.

**Fonte: Correio da Cidadania

Foto: Dilma Roussef (PT) e José Serra (PSDB)

24 março 2010

Dois pesos, duas medidas...













Justiça apreende boletim do PT e ignora propaganda do PMDB e da Força Sindical

Do blog RS Urgente: A Justiça Eleitoral do Rio Grande do Sul mandou apreender uma publicação do PT de Porto Alegre contendo críticas ao governo José Fogaça (PMDB). O desembargador Marco Aurélio dos Santos Caminha, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) determinou uma ação de busca e apreensão (realizada na tarde de terça-feira) nas sedes municipal e estadual do PT e também na bancada do partido na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. O boletim informativo do PT trata das denúncias da Polícia Federal e do Ministério Público Federal sobre a ação de um esquema criminoso na Secretaria Municipal da Saúde, que teria desviado cerca de R$ 10 milhões do Programa Saúde da Família. A Justiça Eleitoral considerou o material, propaganda eleitoral antecipada.

Estranhamente, a mesma Justiça Eleitoral não considerou como propaganda eleitoral antecipada o boletim informativo do PMDB, que trata do mesmo tema, defendendo o governo Fogaça. O site do PMDB de Porto Alegre informa que começou a ser distribuído na terça-feira a edição extraordinária do Jornal Metropolitano, “com enfoque na Verdade sobre a saúde em Porto Alegre”. Nesta quarta-feira, o jornal estava sendo distribuído no Hospital de Clínicas, entre outros locais. Até o presente momento, a Justiça Eleitoral também não considerou propaganda eleitoral antecipada os comerciais em defesa do governo Fogaça veiculados pela Força Sindical em rádios da capital.

Aparentemente, a propaganda só é eleitoral e antecipada se for do PT.

*Fonte: http://rsurgente.opsblog.org/

**Foto: Fogaça e Yeda

***

PRESIDENTE DO PT/POA, VEREADOR ADELI SELL, ESTRANHA E LAMENTA AÇÃO DO TRE

A propósito da ação do TRE, o vereador Adeli Sell, presidente do PT de Porto Alegre, segundo release divulgado por sua assessoria, usou a Tribuna da Câmara Municipal no dia de hoje para colocar o seu profundo estranhamento acerca da apreensão do jornal do Partido e da Bancada, realizada pelo TRE, com base numa provocação feita pelo PMDB.

Adeli estranha que, apesar da apreensão, até o momento não recebeu qualquer notificação legal. Houve apenas uma nota deixada na bancada, na qual era dito que estaria sendo cometida injuria e difamação contra o Prefeito.

"Então, o Ministério Público e a Polícia Federal devem sofrer a mesma ação, porque em ambas instituições estão com processos em curso, e é exatamente isto o que noticiamos", diz Adeli.

Em junho de 1998 já ocorrera fato semelhante, quando o então presidente municipal do PT Marcelo Danéris e o Diretório do Partido do Trabalhadores foram condenados, em primeira instância, ao pagamento de 20 mil UFIRS, por publicação de material considerado propaganda eleitoral extemporânea. No dia 11 deste mês, a preliminar foi rejeitada por unanimidade, sendo a denúncia considerada improcedente.

(Atualizado às 9,45 h de 25/04/2010)

Ato em Porto Alegre/RS














*É hoje, às 17h, em frente à Prefeitura.

23 março 2010

Pesquisa Inst. Methodus












Tarso lidera corrida para o Governo do Estado

Candidato do PT chega a 37,6% na pesquisa estimulada

O Instituto Methodus divulgou hoje sua mais recente pesquisa eleitoral para as eleições deste ano no RS. Na pesquisa estimulada (1) para o governo do Estado, Tarso Genro (foto) tem 37,1%, José Fogaça aparece com 31,4%, Yeda Crusius com 9,7% e Beto Albuquerque com 8,7%. Na estimulada (2), com a presença de Luis Augusto Lara (PTB), os números pouco mudam: Tarso tem 37,6%, Fogaça 30,9%, Yeda 9,7% e Beto 8,5%. Lara aparece com 0,9% das intenções de voto. Na pesquisa espontânea José Fogaça (PMDB) tem 7,3% de intenção de voto, Tarso Genro (PT) 6,2% e Yeda Crusius (PSDB) tem 4,0%. Beto Albuquerque (PSB) aparece com 1,7%.

Rejeição: A governadora Yeda Crusius aparece como a mais rejeitada com 55%, Tarso aparece com 13,8% e Fogaça com 8,1%.

Para o Senado: Germano Rigotto (PMDB) aparece com 49,8%, Paulo Paim (PT) com 46,4% e Ana Amélia Lemos (PP) com 33,5%.

Na pesquisa espontânea para presidência da República, José Serra (PSDB) aparece com 12,7%, seguido de Dilma Rousseff (PT), com 10,1% e pelo Presidente Lula, com 9,7%. Na estimulada, Serra tem 41,6%, contra 25,6% de Dilma e 12,5% de Ciro Gomes (PSB) .

O levantamento foi feito em 25 cidades gaúchas, entre os dias 18 e 19 de março, e contou com a participação de mil eleitores. A margem de erro máxima, segundo o Instituto, é estimada em três pontos percentuais para mais ou para menos. Esta pesquisa, encomendada pelo PSB/RS, está registrada no TSE sob número 6211/2010 e no TRE do RS sob número 4735/2010.

*Fonte: Instituto Methodus: http://institutomethodus.com.br/

22 março 2010

Dia da Água



















Água Cristalina

Benfazeja
água pura
caindo das alturas
sobre a relva.

Revigora o corpo
excita a alma
acalenta
estimula
(refrigera).

Água da terra
água da chuva
água do rio
água do mar
(água da Vida)...

Necessária
benévola
cristalina
água limpa
transparente
brotando vigorosa
(virgem)
da vertente

caindo do infinito
lubrificando
refrigerando
nos vales
na serra
a calidez
da terra
a morbidez
(algoz)

Benfazeja
água pura
cristalina
caindo das alturas
(divina)
sobre nós...

Júlio Garcia
(Do livro Cara & Coragem-Poemas-1995)

*Homenagem do blog ao Dia Mundial da Água

Professores X Serra













Em busca de reconhecimento e identidade: A greve na Educação Pública no estado de São Paulo

*Por Wellington Fontes Menezes

Para que a mobilização atinja o êxito necessário, é fundamental a adesão massiva dos professores nesse processo. Naturalmente, ampliando o número de participantes que engrossa a fileira da paralisação, o governador José Serra e seu fiel amigo e secretário da Educação, Paulo Renato, não terão como continuar a saraivada de deboches irresponsáveis contra a categoria docente. Serra vem praticando o jogo do "faz-de-conta que não existe" com a greve dos professores do estado de São Paulo e se recusa peremptoriamente a negociar. Um cínico teste de resistência que o governo aplica para medir a capacidade de mobilização dos professores.

A grande participação dos professores na assembléia do dia 12 de março mostrou a face da indignação da categoria. É pertinente ressaltar que somente a mobilização dos professores e o esclarecimento da população sobre a pauta de reivindicação da categoria poderão garantir fôlego para continuar a manutenção da greve e sua crescente ampliação. Sublinha-se ainda que, muito além de uma óbvia reivindicação salarial, a luta urgente e inadiável deverá ser por um novo modelo de Educação Básica.

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP), assim como o próprio governador Serra, zombam dos professores dizendo que a greve é "política" e realizada por um punhado de descontentes. Como se não fosse "político" o descaso irresponsável dos tucanos com a Educação. E como não ser "político" o ato natural de gritar pela sobrevivência? Como não é de causar estranheza o falso modelo de democratização da informação aonde toda a grande mídia vem apoiando as nefastas políticas neoliberais, estampando passivamente em seus jornais e noticiários televisivos a versão governamental sem os mínimos critérios que mereceria qualquer denominação vulgar de "jornalismo democrático". A deturpação esboçada em perdulárias campanhas publicitárias do governo falseia a realidade e logra a boa-fé e desinformação de números expressivos da população.

Obviamente, toda grave é profundamente política. Assim como todas as decisões dos atores sociais possuem raízes essencialmente políticas. Portanto, todo movimento político não é passível de terceirização ou de se tornar espectador das decisões na cômoda arquibancada. Cada professor é um militante nesta batalha pela dignidade profissional e auto-estima de sua própria condição humana.

Toda alienação permite a virulenta eclosão de espasmos ininterruptos de opressão, despotismo e barbárie. É muito fácil fingir a aneurisma profissional, incutir um olhar rasteiro para os lados ou recitar os velhos chavões da passividade irresponsável do inútil reacionarismo. A alienação engrossa a fileira da miséria humana. Enquanto muitos professores, de forma ingênua ou resignada, acreditam que seja "normal" trabalhar em condições subumanas, de violência cotidiana e precariedade alarmante com uma remuneração cada vez mais irrisória e defasada, o sistema educacional sistematicamente gangrena e apodrece. Para o professor que se julga "profissional", cabe participar do cenário de decisões sobre duas distintas saídas: submeter-se à ordem da calamidade educacional patrocinada há anos por sucessivas gestões acéfalas do PSDB ou lutar por reconhecimento de sua própria identidade e sua condição de existência.

Um movimento grevista não é o fim, mas tão somente um meio de lutar pela construção de um espaço reivindicatório de sobrevivência diante da arbitrariedade. Infelizmente, diante do impasse promovido pelos governos do PSDB e a notória falta de compromisso histórico com a Educação pública no estado de São Paulo, não há outro meio de pressão democrático, digno e persuasivo a não ser a continuidade da greve. Uma greve cujo objetivo é a sobrevida da categoria docente em prol de um novo modelo educacional. Sem direito a recuos ou desistências, a ordem é a ampliação do poder transformador que somente a mobilização popular pode construir no interior de qualquer sociedade.

*Wellington Fontes Menezes é professor da rede pública do Estado de São Paulo.

Fonte: Correio da Cidadania

Foto: Manifestação recente dos professores paulistas em greve.

20 março 2010

Poema











OS DESAPARECIDOS


De repente, naqueles dias, começaram
a desaparecer pessoas, estranhamente.
Desaparecia-se. Desaparecia-se muito
naqueles dias.

Ia-se colher a flor oferta
e se esvanecia.
Eclipsava-se entre um endereço e outro
ou no táxi que se ia.
Culpado ou não, sumia-se
ao regressar do escritório ou da orgia.
Entre um trago de conhaque
e um aceno de mão, o bebedor sumia.
Evaporava o pai
ao encontro da filha que não via.
Mães segurando filhos e compras,
gestantes com tricots ou grupos de estudantes
desapareciam.
Desapareciam amantes em pleno beijo
e médicos em meio à cirurgia.
Mecânicos se diluiam
- mal ligavam o tôrno do dia.

Desaparecia-se. Desaparecia-se muito
naqueles dias.
Desaparecia-se a olhos vistos
e não era miopia. Desaparecia-se
até a primeira vista. Bastava
que alguém visse um desaparecido
e o desaparecido desaparecia.
Desaparecia o mais conspícuo
e o mais obscuro sumia.
Até deputados e presidentes esvaneciam.
Sacerdotes, igualmente, levitando
iam, arefeitos, constatar no além,
como os pescadores partiam.

Desaparecia-se. Desaparecia-se muito
naqueles dias.
Os atores no palco
entre um gesto e outro, e os da platéia
enquanto riam.
Não, não era fácil ser poeta naqueles dias.
Porque os poetas, sobretudo
- desapareciam.
Se fosse ao tempo da Bíblia, eu diria
que carros de fogo arrebatavam os mais puros
em mística euforia. Não era. É ironia.
E os que estavam perto, em pânico, fingiam
que não viam. Se abstraíam.
Continuavam seu baralho a conversar demências
com o ausente, como se ele estivesse ali sorrindo
com suas roupas e dentes.

Em toda família à mesa havia
uma cadeira vazia, a qual se dirigiam.
Servia-se comida fria ao extinguido parente
e isto alimentava ficções
- nas salas e mentes
enquanto no palácio, remorsos vivos boiavam
- na sopa do presidente.
As flores olhando a cena, não compreendiam.
Indagavam dos pássaros, que emudeciam.
As janelas das casas, mal podiam crer
- no que viam.
As pedras, no entanto,
gravavam os nomes dos fantasmas
pois sabiam que quando chegasse a hora,
por serem pedras, falariam.

O desaparecido é como um rio:
- se tem nascente, tem foz.
Se teve corpo, tem ou terá voz.
Não há verme que em sua fome
roa totalmente um nome. O nome
habita as vísceras da fera
Como a vítima corrói o algoz.

E surgiam sinais precisos
de que os desaparecidos, cansados
de desaparecerem vivos
iam aparecer mesmo mortos
florescendo com seus corpos
a primavera de ossos.

Brotavam troncos de árvores,
rios, insetos e nuvens em cujo porte se viam
vestígios dos que sumiam.

Os desaparecidos, enfim,
amadureciam sua morte.

Desponta um dia uma tíbia
na crosta fria dos dias
e no subsolo da história
- coberto por duras botas,
faz-se amarga arqueologia.

A natureza, como a história,
segrega memória e vida
e cedo ou tarde desova
a verdade sobre a aurora.

Não há cova funda
que sepulte
- a rasa covardia.
Não há túmulo que oculte
os frutos da rebeldia.
Cai um dia em desgraça
a mais torpe ditadura
quando os vivos saem à praça
e os mortos da sepultura.

Affonso Romano de Sant'Anna