20 julho 2016
19 julho 2016
Minha foto com Paulo Ferreira
Por André Pereira, no Sul21*
"Sim, presto serviços ao PT há um bom tempo e somente para esta sigla pois, por questões ideológicas, de princípios e valores, não trabalharia em outro partido que respeito sem compartilhar lógicas e filosofias. É claro que podem – e vão – fazer ilações caluniosas os jornalistas velhacos – como um blogueiro balofo e indecente que me acusou sem provas de ganhar ‘por fora’ do PT, inconformado com o salário modesto que está exposto no site transparência."
Deixo claro, de cara.
Para mim, é na cadeia, o recanto ideal para corrupto descarado, ladrão do setor público e líder da iniciativa privada que sonega tributos ou corrompe conselheiros do Conselho Administrativos de Recursos Fiscais, o famoso Carf da Operação Zelotes.
Isso nem se discute.
Não interessa o partido ou o tipo de colarinho branco que enxovalhe.
É cana dura, sol quadrado, xilindró; não conheço outro jeito de pagar o pecado de amealhar, no alheio, o indevido capital.
Mas, para postar nas redes sociais, procurei em todos os escaninhos da web, em arquivo do partido e nas minhas escassa coletânea de fotografias pessoais, uma imagem minha com Paulo Ferreira, ex- deputado federal e alvo favorito do jornal da RBS.
Duvido que alguém tenha merecido mais espaço consecutivo e suitado diariamente nos últimos dias, nas páginas do periódico, do que o ex- tesoureiro do PT, indiciado por corrupção. Sequer foi julgado ou condenado mas ficou 12 dias incomunicáveis na cadeia da PF de São Paulo, graças ao novo regramento jurídico instituído no país, que elimina o direito de defesa e onde se golpeia a presidência por um certo “conjunto da obra”, que inclui, como referência essencial, o quesito “baixa popularidade”.
(Hoje, 14, porém, ao inverso, a Zero Hora sequer noticia o que os outros diários da capital publicaram, que a superempresa Gerdau perdeu quatro ações no Carf e será obrigada a devolver aos cofres públicos da Receita Federal, quase R$ 4 bilhões).
Não encontrei, porém, um retrato meu ao lado do Ferreira.
Mas tive oportunidade, pretérita, por óbvia, de ter este registro visual pois encontrei Ferreira em muitos eventos petistas.
Ouço no rádio que ele virá ao estado para ver o pai, gravemente adoentado. Pode ser que o encontre para prestar solidariedade à família.
Uma vez ele pediu meu e-mail para repassar à esposa, Teresa Campello, depois que escrevi sobre a luta heroica de sobrevivência dela durante a gravidez de Luiza, filha do casal. Tereza, que fez um trabalho sério e maravilhoso no Bolsa Família, como titular do Ministério do Desenvolvimento Social, queria me contatar para falar acerca do escrito.
Costumava ler Paulo Ferreira na revista Voto onde os seus artigos iluminavam o opaco ranço direitista da publicação.
Não privei de sua amizade, embora ele tenha um jeito cordial e bem humorado que agrega muitas pessoas.
Só troquei impressões casuais com ele, sobre política essencialmente.
Conheço seus dois outros filhos já adultos.
E nem sei bem se é gremista ou colorado.
Mas, acima de tudo, não há nada que me envergonhe nesta relação que, mesmo superficial, autorizaria uma fotografia ocasional.
Por razões profissionais jornalísticas devo ter fotografias em coletivas dos Gerdau ou encontros em que compareceram os Sirotsky.
Não me envergonho, também. Como não sou seletivo em culpar ninguém, até prova em contrário são tão inocentes como frágeis suspiros.
O desembargador José Paulo Bisol foi indenizado em mais de R$ 1 milhão pela RBS por calúnia, ou injuria ou difamação.
Secretário da Segurança Pública de Olívio Dutra foi também acusado de envolvimento com o jogo do bicho e indiciado com o petista bigodudo e outras 41 pessoas na CPI da Segurança, comandada por este mesmo vieira da cunha, que também abandonou os governos Tarso Genro e Ivo Sartori.
Todos foram inocentados. Alguém viu alguma retratação decente da mídia?
Bisol venceu disputas judiciais também contra O Globo, O Estado de S. Paulo e Correio Brasiliense e a revista IstoÉ.
Quem noticiou que ele foi injustamente vilipendiado?
Então, sintam-se à vontade para imaginar ou mesmo fazer montagens minha com o Paulo Ferreira.
Porque esconderia o que faço, na minha atividade profissional de assessor parlamentar vinculado ao PT, se nada pratico de errado ?
Sim, presto serviços ao PT há um bom tempo e somente para esta sigla pois, por questões ideológicas, de princípios e valores, não trabalharia em outro partido que respeito sem compartilhar lógicas e filosofias.
É claro que podem – e vão – fazer ilações caluniosas os jornalistas velhacos – como um blogueiro balofo e indecente que me acusou sem provas de ganhar ‘por fora’ do PT, inconformado com o salário modesto que está exposto no site transparência.
É sócio atleta do mesmo grupelho que generaliza o ódio anti-petista, estimula a intolerância, apequena a função social do jornalismo e, mais que defender os interesses dos patrões, criminaliza a política. Com esta postura de raiva preconceituosa contaminam todo tipo de exercício da cidadania ativa e comprometida com um mundo melhor.
.oOo.
*André Pereira é jornalista.
Fonte: http://www.sul21.com.br/
***
-Nota do Editor do Blog:
Foi muito oportuno e corajoso o companheiro jornalista André Pereira nessa postagem. Só que, diferentemente dele, eu já tive minha foto divulgada juntamente com o companheiro Paulo Ferreira - em mais de uma oportunidade e em momentos distintos: nas 'boas' e também nas 'más horas' (nestas últimas por sites e jornalecos mercenários e provocadores, que não perdem por esperar). Mas, assim como o André, nada que me envergonhe, pelo contrário.
Paulo Ferreira, ex-deputado federal e ex-tesoureiro do PT, assim como os demais dirigentes petistas presos ilegalmente, merecem ter, no mínimo, a 'presunção de inocência' (Art. 5º, inc. LCVII CF/88) assegurada.
O Devido Processo Legal, em todas as suas etapas, não pode ser atropelado com pré-julgamentos de natureza política/ideológica e pelos atropelos à Constituição e ao Estado Democrático de Direito, como está acontecendo hoje no Brasil - especialmente na chamada 'Operação Lava Jato (ou vaza jato, melhor dizendo). Até agora, só delações e ilações - produzidas pela 'República de Curitiba' - apareceram. Prova cabal, nenhuma.
Sem provas, o que vale é a presunção de inocência. E o ônus da prova é de quem acusa. Ponto final. (Júlio Garcia)
-A propósito desse tema, clique AQUI para ler mais.
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18 julho 2016
17 julho 2016
Lava Jato atiça a "tiragem" na caçada a Lula - Como na ditadura, República de Curitiba usa os jornais para destruir os inimigos
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Por Ricardo Amaral, via Conversa Afiada*
Nos últimos dez dias, Globo, Folha e Estadão republicaram antigos vazamentos da Lava Jato contra o ex-presidente Lula. Notícias velhas foram requentadas e servidas como carne fresca a quem perdeu a memória dos desmentidos: uma sede do Instituto Lula que nunca existiu, uma rodovia na África e o acervo que Lula tem de guardar por força da lei. Isso se chama publicidade opressiva, violência inerente ao estado de exceção e essencial aos “julgamentos pela mídia”.
Não pode ser coincidência. A ofensiva dos vazadores e seus repórteres amestrados segue-se à ação da defesa de Lula, que levantou a suspeição de Sérgio Moro para julgá-lo, por perda da imparcialidade. Essa é a notícia nova do caso, que a imprensa brasileira escondeu. Deu no New York Times, mas não saiu no Jornal Nacional.
A ação aponta 12 afirmações de Moro antecipando a decisão prévia de condenar Lula. Registra os abusos que ele cometeu – da condução coercitiva sem base legal à divulgação criminosa de grampos telefônicos. No estado de direito, Moro deveria declinar do caso para outro juiz, isento, imparcial, condição que ele perdeu em relação a Lula.
O Datafolha também ajuda a entender a ofensiva. Só Lula cresceu. Tem um terço dos votos válidos no primeiro turno e mais de 40% no segundo, contra os três tucanos e a insustentável Marina. Só perde, hoje, para o antipetismo; e debaixo de uma campanha de difamação sem precedentes.
É preciso acabar com Lula, fazer sua caveira, antes que ele tenha chance de voltar pelo voto. E antes que sua defesa desmoralize a Lava Jato. Tem de bater na cabeça da jararaca. Mas como, se não há crime para acusá-lo? Se há só pedalinhos, obras de alvenaria, propriedades imaginárias, palestras profissionais, presentes de governos estrangeiros.
Desde a reeleição de Dilma (aliás, por isso mesmo), Lula, seus filhos, sua empresa de palestras e o Instituto Lula tornaram-se alvos de 9 inquéritos do Ministério Público e da Polícia Federal, 3 proposições de ação de penal, 2 fiscalizações da Receita e 38 mandados de busca. Quebraram e vazaram seus sigilos bancário, fiscal e telefônico.
Numa afronta à Constituição e a princípios universais do Direito, adotados pelo Brasil em tratados internacionais, Lula é investigado pelos mesmos fatos em inquéritos simultâneos: da Procuradoria-Geral da República, de procuradores regionais do Paraná e Brasília e de promotores do Estado de São Paulo. É tiro-ao-alvo.
Essa verdadeira devassa – insisto: sem precedentes no Brasil – não encontrou nenhum depósito suspeito, conta no exterior, empresa de fachada ou contrato de gaveta; nenhum centavo sonegado, nenhuma conversa de bandido. Nada que associe Lula direta ou indiretamente aos desvios na Petrobras investigados na Lava Jato ou qualquer ilegalidade.
Nem mesmo os réus delatores, que negociam acusações sem provas em troca de liberdade e (muito) dinheiro, apontaram fatos concretos contra Lula. No máximo, ilações, do tipo “ele devia saber”, conduzindo à esfarrapada tese do domínio do fato. No estado de exceção midiática, apela-se à tese da obstrução da justiça (o maldito direito de defesa), a partir do pré-julgamento de grampos ilegais.
O fato é que a Lava Jato e a Procuradoria-Geral da República não têm como entregar – na só-base da prova, da lei e do direito – a mercadoria esperada desde sempre por seus patrocinadores: Lula na cadeia. Não em julgamento justo, com policias e procuradores apartidários, juiz natural e imparcial, tribunais fiscalizadores da primeira instância. Não no estado de direito democrático.
Para tirar Lula do jogo, precisam desesperadamente da cumplicidade dos meios de comunicação; a Rede Globo à frente e o rebotalho dos impressos na retaguarda. Precisam promover um julgamento pela mídia, com base na publicidade opressiva. Precisam espalhar que Lula estaria metido “nessa coisa toda”; silenciar e até intimidar quem duvide disso, para sancionar uma condenação sem prova.
Quem foi jornalista na ditadura tem amarga lembrança de colegas que serviam à repressão (alguns em dupla jornada, como na Folha da Tarde, da família Frias). Noticiavam assassinatos de presos como “atropelamentos”, tratavam torturas como “rigorosas investigações”. Faziam a caveira dos “subversivos”. Eram chamados jornalistas de “tiragem” – a serviço dos “tiras”, é claro, não da verdade.
Recordo sem intenção de ofender os jornalistas “investigativos” de hoje que comem na mão dos “investigadores” anônimos. Podem acreditar sinceramente que contribuem para “combater a corrupção”. Ganham as manchetes, mas abrem mão do jornalismo, que é a busca da verdade. Quando a meganha pauta e o repórter obedece, cegamente, quem perde é a notícia. E perde a democracia.
*Ricardo Amaral é jornalista
15 julho 2016
Precisamos falar sobre o golpe
Assim como no amor e na vida, o Brasil que se vê na tevê e nos jornais, ave, é um país que escolheu a fantasia do golpe político
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Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira durante a votação do novo presidente da Casa. FERNANDO BIZERRA JR. EFE |
Por Xico Sá, no El Pais*
Precisamos falar sobre o jornalismo brasileiro que só julga puta, preto e petista, quase sempre atendendo um juiz moral de primeira instância. O resto é só tornozeleira eletrônica ou, se for tucano, inimputável, jamais cadeia. Resta uma pergunta sobre a ideia de justiça: todos iguais perante a lei, não sei?
Rapaz, que prendam os petistas, mas por que só os petistas? Por que o juiz Sérgio Moro, o mesmo do escândalo do Banestado, rombo maior que o Petrolão, nunca prendeu um tucano, ave tão envolvida quanto? O Banestado talvez seja o maior roubo de todos os tempos no Brasil, mas quem diz que isso interessa à imprensa brasileira!
Chega de pergunta. Para. Parei. Moro deve ter suas razões nesse caso, que se explique.
Precisamos falar sobre o jornalismo brasileiro que só julga puta, preto e petista Não sou puta, quem dera...
Não sou porra nenhuma, mas já votei com muito gosto em Lula, o maior presidente da República do Brasil de todos os tempos, o cara que botou o Nordeste na bonita roda da ciranda do avanço, só Luiz Inácio fez a grandeza, repito, que fodido (sic), com todo respeito.
Só há uma ideia de justiça: a que vale para todos. Se não for assim, não há justiça, a humanidade toda sabe disso. Não adianta a TV foder só e sempre um lado, minha mãezinha tá de olho e sabe das coisas da vida, caro Vonnegut. Não adianta.
Deixa quieto, fica a provocação de fato, meu meu amado Kurt? Sofreria deveras se me interessasse, por exemplo, sobre como o jornalismo brasileiro cobre a realidade. Deixa o sorvete da vida popular sem cobertura. Não cobre.
Sim, andei lendo o “número zero”, livro de Umberto Eco, que porrada no jornalismo mentiroso, mas deixa quieto. Prefiro falar sobre outro tipo de ficção. O amor de fato, por exemplo, se vinga, moçada.
Golpe do golpe
Assim como no amor e na vida, o Brasil que se vê na tevê e nos jornais, ave, é um país que escolheu a fantasia do golpe político. Que triste. Óbvio que a esquerda brasileira, de tão desunida, nossa!, acaba referendando, a maior sacanagem de direita, com ajuda midiática golpista, de todos os tempos.
Deixa quieto um caralho. Epa! Sem palavrão, seu cronista. Cadê o lirismo de Paulo Mendes Campos, cadê?
Yes, sempre careço da ajuda do velho Kurt Vonnegut. Ele que me deixa instigado. Também me segura. Já iria mandar a direita pra puta q o...
Como pode, por exemplo, o golpe seguir com esse silêncio todo? O golpe parlamentar sem um editorial contra essa safadeza, sem um jornal digno contra essa escrotidão toda.
O Brasil vive o maior golpe de Estado silencioso de todos os tempos...
O que mais intriga é que o golpe, com ajuda midiática, não tenha mais ninguém nas ruas contra essa barbárie.
Perdão. Tem sim. Os brasileiros de verdade, os sem-teto e os sem terra, num país que não conseguiu fazer reformar agrária desde 1500, estão na peleja. Estou com eles, sempre.
*Fonte desta postagem: http://brasil.elpais.com/
**Xico Sá, escritor e jornalista, é autor de “Big Jato” (editora Companhia das Letras), e comentarista do “Redação Sportv”. Colunista do jornal espanhol 'El Pais'
13 julho 2016
12 julho 2016
Repudiar os ataques ao PT e à Democracia
PF invadiu a Sede do PT Nacional, em SP |
Não aceitamos o silêncio das direções frente aos ataques ao nosso Partido!
Caros companheiros(as) do Partido dos Trabalhadores:
A situação é grave, como todos sabem. Depois do golpe efetivado no Congresso que afastou a Presidenta eleita pelo povo, os ataques aos direitos dos trabalhadores e às riquezas nacionais se intensificam pelo governo ilegítimo do usurpador Temer.
Em 23 de junho a sede nacional do PT foi invadida pela Polícia Federal, fato inédito desde a ditadura militar, que expõe uma realidade gravíssima! A operação Lava-jato, com suas delações premiadas e seletivas servem para atacar e destruir o PT e todas as organizações construídas pelos trabalhadores! Esse é o objetivo (de setores) do Judiciário, do MP e da PF, sempre respaldados pela mídia aliada (e golpista). É essa operação que encoraja, há meses, agressões a petistas e ataques a sedes do partido em todo o Brasil.
Enganam-se redondamente aqueles que pensam que a Lava-jato visa apenas 'combater a corrupção'; a máscara já caiu, essa operação - seletiva, parcial -, visa realizar, isto sim, um ataque sistemático ao nosso direito de organização, portanto deve ser refutada por todos aqueles que lutam pela democracia e pelos direitos! As prisões sem provas dos dirigentes do PT, como a de Delúbio, Vaccari e agora Paulo Ferreira; os vazamentos seletivos, cheios de ilações que visam atingir militantes históricos, demonstram o verdadeiro caráter criminoso dessa operação!
Nada nos garante que, sem resistência, o partido estará vivo até as eleições. Há poucos dias as contas do PT foram bloqueadas pelo juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, responsável pela Operação Custo Brasil, desdobramento da Lava-jato. Bloquear os recursos de um partido político, na prática, significa impedi-lo de funcionar e, portanto, de existir! A decisão foi revogada, mas evidencia a gravidade da situação: o partido está constantemente em risco.
Tudo isso também está para servir de munição contra o PT nas próximas eleições municipais. Por isso a luta contra o golpe, pelo fora Temer, em defesa dos direitos e em defesa do PT deve estar no centro da nossa campanha, e desde já.
O momento político exige vigilância constante! As direções do PT precisam estar na linha de frente da nossa defesa. Não é aceitável nos calarmos diante das prisões dos dirigentes, das denúncias sem qualquer prova e da invasão da sede nacional do PT!
Não aceitamos o silêncio das nossas direções, inclusive da direção estadual, frente às últimas “operações” que envolvem dirigentes do partido no Estado. A presunção da inocência tem que ser preservada, caso contrário todos - e qualquer um - podem ser atingidos.
É o momento de levantarmos nossas bandeiras e defendermos a nossa organização. O PT foi construído como instrumento das lutas da classe trabalhadora e assim deve permanecer.
Defender os militantes é defender o partido!
...
*Por Laércio Barbosa, Representante Comercial, membro do Diretório Estadual do PT/RS - Tiago Maciel, professor, membro do Diretório Municipal do PT de Porto Alegre. Integram a corrente 'O Trabalho' do PT e o 'Diálogo e Ação Petista' - DAP (articulação supra tendencial de militantes do Partido dos Trabalhadores). -Edição e grifos deste Blog.
RS: Servidores comemoram derrubada de vetos de Sartori a reajustes salariais
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Servidores de diferentes categorias comemoraram a derrubada dos vetos que garantiu a recomposição de 8,13%|Foto: Joana Berwanger/Sul21 |
Por Jaqueline Silveira, no Sul21*
Com as galerias lotadas de servidores, a Assembleia Legislativa derrubou, na sessão da tarde desta terça-feira (12), o veto do governador José Ivo Sartori (PMDB) à reposição salarial de 8,13% aos funcionários do Judiciário estadual, da Defensoria Pública, do Ministério Público, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do próprio Legislativo. Os reajustes das categorias são retroativos ao mês de janeiro e terão um impacto de cerca de R$ 194,5 milhões no orçamento do Estado neste ano.
Para os vetos serem derrubados, eram necessários 28 deputados, mas todos foram rejeitados por mais de 30 votos, muitos deles, inclusive vieram da base aliada de Sartori. Para barrar a reposição salarial, o governador, mais uma vez, alegou as dificuldades financeiras dos cofres. “Saliento que o projeto de lei se insere em um contexto de dificuldades financeiras, em que a concessão de vantagens, a criação de cargos e o reajuste de vencimentos têm sido contingenciados para que se obtenha o tão necessário equilíbrio das combalidas finanças públicas. É conhecida a grave situação financeira do Estado, cuja despesa se apresenta em níveis inferiores à receita, estimando-se um déficit orçamentário superior à casa dos R$ 6 bilhões”, diz um trecho da justificativa do governador ao veto. Com a derrubada dos vetos, só os funcionários do Executivo não receberão a reposição da inflação.
Os vetos foram derrubados rapidamente com poucas manifestações na tribuna. Apenas integrantes da bancada de oposição foram à tribuna. O deputado Pedro Ruas (PSOL) relembrou que o reajuste dos servidores do Judiciário estadual foi acertado há um ano e fez parte do acordo com o Tribunal de Justiça do Estado para o fim da greve da categoria, em 2015. “Esses 8,13 são um recomposição mínima salarial”, completou Ruas. “No mínimo, a reposição inflacionária nos temos que assegurar a todos os senhores”, prosseguiu Ronaldo Santini (PTB), o próximo parlamentar a se manifestar. A exemplo de Ruas, o petebista foi bastante aplaudido pelas categorias, que desde a manhã desta terça-feira estavam mobilizadas e há alguns dias pressionavam os parlamentares fazendo um corpo a corpo nos gabinetes.
Líder da bancada do PT, Luiz Fernando Mainardi enfatizou que os servidores do Rio Grande do Sul têm o direito de ter os salários recuperados anualmente e que é preciso, ainda, a recomposição referente a 2015 e logo em seguida a deste ano, já que o índice de 8,13% são perdas de 2014. “Os ajustes que o governo pretende fazer não pode passar por arrocho salarial”, alertou o petista. Integrante da base de Sartori, Enio Bacci (PDT) foi à tribuna para anunciar seu voto pela derrubada do veto, acrescentando que não se tratava de reajuste e sim de preposição, a partir de janeiro deste ano. Os dois parlamentares também receberam aplausos e ao final das votações, teve muita comemoração nas galerias. (...)
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11 julho 2016
Se (If), de Rudyard Kipling
Se
Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.
Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!
Rudyard Kipling (1910)*Tradução de Guilherme de Almeida
10 julho 2016
Sair para Ficar
Por André Singer, na Folha*
A renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara na quinta-feira (7) parece resolver o mistério que envolvia o estranho encontro noturno entre ele e o presidente Michel Temer há duas semanas. Ali, no Jaburu, certamente foi acordada a liberação do cargo máximo da Casa do Povo, saída que interessa a ambos. O interino da República, aliás, quase o explicitou em entrevista à “Veja” nesta semana, ainda que a seu modo elíptico.
A convergência de pontos de vista entre os responsáveis pelo golpe constitucional que derrubou Dilma Rousseff tem nome e sobrenome: Waldir Maranhão (PP-MA). O atual interino no lugar que era de Cunha nutre, por razões que a minha razão desconhece, visível proximidade com forças ligadas ao governo deposto. Tanto é assim que no 17 de abril votou contra o impeachment e logo que assumiu a interinidade tentou nada menos que anular a votação daquela data fatídica.
Obviamente não convinha nem a Eduardo Cunha nem a Michel Temer que outras decisões importantes, como a cassação do primeiro ou a PEC do gasto público, passaporte do segundo para a Presidência definitiva, fossem presididas por tal personagem. Para ter chance de escapar da guilhotina, no caso do parlamentar carioca, e de chegar tranquilo à decisão do Senado sobre o destino da presidente afastada, é necessário substituir Maranhão por político confiável tanto a um quanto a outro.
O Underwood brasileiro renunciou para abrir tal caminho (o quanto deve ter se arrependido de ter colocado Maranhão como vice…). Note-se, contudo, que Cunha não se mexeu antes que o inquilino do Planalto adiantasse parte do que deve ter prometido na noite daquele obscuro domingo, 26/6. Na manhã da última quarta-feira (6), o “Diário Oficial da União” ostentava a nomeação de um afilhado do deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF) como diretor do Arquivo Nacional. Em seguida, Fonseca leu na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o parecer no qual defende anular a sessão do Conselho de Ética (14/6) que aprovou o pedido de cassação do congressista fluminense.
Consumada a renúncia, o palácio começa a pagar o restante da fatura: eleger um presidente da Câmara capaz de ajudar Cunha na luta para manter o mandato. Note-se que nomes históricos como o de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) que, embora do campo governista, poderiam infundir alguma esperança de mudar, passam longe das cogitações.
O país patina. A Lava Jato, a mídia e o STF derrubaram Cunha da presidência da Câmara sob o peso de incríveis acusações. Porém o seu principal aliado no projeto de tirar o PT do poder é agora chefe de Estado. Juntos vão eleger um sucessor no Parlamento que representa a continuidade do mesmo sistema agora escancarado.
*Via Blog Tijolaço
Por que Temer quer matar os sites progressistas?
Por Paulo Nogueira*
O que realmente incomoda na decisão de Temer de vetar publicidade federal nos sites independentes como o DCM é o grau de hipocrisia e descaro de seus argumentos.
Dizer que estes sites, classificados como “políticos”, não têm “interesse público” é tratar a sociedade como um amontoado de imbecis.
Se Temer ousou até romper unilateralmente contratos publicitários com tais sites, uma coisa horrível que a direita vivia dizendo que Lula faria assim que eleito, devia ao menos ter a coragem, a hombridade, a decência de dizer as razões reais.
Elas podem ser resumidas nisso: os sites atingidos são progressistas. Defendem uma visão de mundo nada parecida com a pregada pela mídia tradicional, da Veja à Globo, da Folha ao Estadão. Querem uma sociedade menos injusta, menos manchada por extremos de opulência e de miséria.
Estes sites representem uma parcela expressiva dos brasileiros. Apenas o DCM tem 4 milhões de visitantes únicos por mês. As visualizações estão na casa dos 15 milhões mensais. Em meses mais quentes, já passaram de 20 milhões.
Outros sites são igualmente expressivos, como o Conversa Afiada de Paulo Henrique Amoim, o GGN de Luís Nassif, o 247 de Leonardo Attuch, a Fórum de Renato Rovai, o Tijolaço de Fernando Brito, a Carta Maior de Joaquim Palhares e o Cafezinho de Miguel do Rosário.
Somados, os principais sites progressistas têm cerca de 40 milhões de acessos mensais e 20 milhões de visitantes únicos. É um público que rejeita visceralmente Globo, Abril, Folha, Estado e coisas do gênero.
E é um público que consome — é objeto de atenção, portanto, dos anunciantes, estatais ou não.
Dizer que os sites progressistas são destituídos de interesse público é um insulto a milhões de brasileiros que os leem em busca de algo que não encontram na mídia convencional.
O que Temer está fazendo é tentando, a serviço da plutocracia, suprimir a difusão de ideias que não sejam as que agradam ao chamado 1%.
Há mentiras abjetas neste debate.
Uma delas, propagada pelos comentaristas fâmulos da mídia corporativa, é que são “sites petistas”. Se a Justiça brasileira funcionasse, este tipo de calúnia custaria caro a seus autores.
O DCM, para ficar num caso, jamais teve vínculo nenhum com o PT. Nasceu de um projeto que concebi em Londres, ao entender que havia espaço para um site “escandinavo” no Brasil — um veículo para mostrar que não há motivos para sermos um país tão socialmente injusto. A missão do DCM foi concebida nas sucessivas visitas que fiz à Escandinávia em minha longa temporada de correspondente na Europa.
Chamar os sites progressistas de sites petistas é uma tentativa espúria de desqualificá-los.
A questão da publicidade estatal na era Temer fica ainda mais dramática diante das notícias de que os sites evangélicos poderão receber dinheiro de Brasília.
Sites evangélicos são de interesse público, segundo esta lógica. Mas sites progressistas não. É um argumento que simplesmente não se sustenta.
Lembre-se, sempre, que as corporações jornalísticas sempre foram beneficiadas por bilhões de reais em propaganda federal — uma mamata inominável em que lamentavelmente nem Lula e nem Dilma mexeram.
Verifique a escala das coisas. Apenas a Globo — falamos só da tevê, não das demais mídias dos Marinhos — vem recebendo 600 milhões de reais por ano de publicidade do governo federal.
Todos os sites progressistas em conjunto receberiam 11 milhões de reais em 2016 — se Temer não rompesse unilateralmente os contratos. É uma miséria, uma insignificância — uma cifra 60 vezes menor que a fatia da TV Globo com suas audiências que despencam a cada dia.
A vontade da plutocracia é exterminar os sites progressistas. Isso não vai acontecer — porque o mercado os quer vivos. Eles têm audiência, e isso se traduz em receitas cada vez maiores de uma coisa chamada publicidade programática.
A publicidade programática é um mecanismo cada vez mais usada por grandes anunciantes: eles compram audiência, e isto os sites progressistas têm em quantidade cada vez maior.
A publicidade programática é capaz de, por si só, financiar os sites progressistas.
Temer sonha nos matar a todos. Mas fracassará também nisso — inapelavelmente.
*Jornalista, Editor do DCM (fonte desta postagem).
09 julho 2016
O que sou nunca escondi/ Vantagem nunca contei/ Muita luta já perdi/ Muita esperança gastei
Cantiga Brava - Geraldo Vandré (1968)
O terreiro lá de casa
Não se varre com vassoura
Varre com ponta de sabre
Balas de metralhadora
Quem é homem vem comigo
Quem mulher fique e chora
To aqui quase contente
Mas agora vou me embora
Como a noite traz o dia
Com presteza ou com demora
Terá quem andar comigo
Sua vez e sua hora
O que sou nunca escondi
Vantagem nunca contei
Muita luta já perdi
Muita esperança gastei
Até medo já senti
E não foi pouquinho não
Mas fugir nunca fugi
Nunca abandonei meu chão
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