13 março 2022

Janio de Freitas: 'Bolsonaro e deputados mercenários são milícia especializada em política como negócio imoral'

"São muitas as formas de milícias. Com meios e áreas diversas. Mas convergentes no alvo, na conivência e no ganho", afirma o jornalista

                                     Arthur Lira e Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)

247* - O jornalista Janio de Freitas afirma, em sua coluna na Folha de S. Paulo, que “Bolsonaro e os deputados mercenários sob o domínio de Arthur Lira compõem uma espécie de milícia especializada em política como negócio imoral”.

“Tornar legal o garimpo em terras indígenas e a liberação prática do desmatamento são favorecimentos diretos às milícias criminais, que invadem as áreas preservadas, e ao empresariado que toma áreas imensas para plantio de soja ou criação de gado”, diz o jornalista sobre a tramitação do projeto de urgência do Projeto de Lei 191/2020, batizada de PL da Mineração. 

Segundo ele, “a imobilização do Ibama, da Funai e de tantas outras entidades de controle e estudo foi a preparação, iniciada já pela súcia dos dirigentes nomeados, para o que agora o governo e os mercenários da Câmara procuram oficializar. Entraram na fase culminante do Plano Pró-Milícias, favorecida pelos desvios de atenção e apressada pelo risco de derrota eleitoral”. “A propósito, nunca se saberá o quanto custa a liberação, que Arthur Lira empurra na Câmara, para 69 cassinos, 6.000 bingos e 300 bicheiros empresariais”, ressalta mais à frente. 

Janio também avalia que “o empresariado influente, que financia coisas como o MBL fundado pelo marginal Arthur do Val, preocupa-se é com o sério Stedile do MST em possível governo petista; e com hipotética relação de Lula e Maduro, ao qual Joe Biden recorre em um espetáculo de cinismo só igualado por ele mesmo, com sua corrida ao Irã”.

*Via https://www.brasil247.com/

11 março 2022

PASÁRGADA

 


VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA


Manuel Bandeira

 

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

 

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconsequente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive

 

E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!


E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe d’água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada


Em Pasárgada tenho de tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar

 

E quando estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

– Lá sou amigo do rei –

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei


Vou-me embora pra Pasárgada.

...


-Escute (e assista) o áudio/vídeo com o Poeta clicando AQUI

10 março 2022

Stela Farias [PT] deve assumir cadeira de deputado cassado na Assembleia Legislativa, diz TRE

Stela Farias assumirá vaga do deputado Luís Augusto Lara, que foi cassado. Com 9 cadeiras, bancada do PT passa a ser a maior da Assembleia

     Stela Farias (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Sul21 - O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) encaminhou comunicado à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, na tarde desta quarta-feira (9), informando que, após a realização de uma nova totalização de votos da eleição de 2018, a vaga do deputado Luís Augusto Lara (PTB) deverá ser ocupada por Stela Farias (PT). Este será o quarto mandato de Stela no Parlamento gaúcho.

Com a nova parlamentar, a bancada do PT passa a contar com 9 deputados, a maior da Assembleia. Stela Farias foi prefeita de Alvorada, município da Região Metropolitana de Porto Alegre, atuou por três mandatos na AL/RS e era a primeira suplente da bancada.

A perda de mandato do deputado Luís Augusto Lara (PTB) foi publicada na edição desta quarta-feira (9) do Diário Oficial da AL, com efeito imediato. O Legislativo recebeu na tarde de sexta-feira (4) a comunicação do TRE sobre a confirmação da perda de mandato. O documento foi formalmente trazido ao conhecimento da Mesa Diretora da AL na terça-feira (8). Recebida a comunicação do TRE, a Mesa acolheu e homologou a decisão.

“Em um ano tão importante para a vida da população brasileira e gaúcha, receber este reforço na Bancada será muito importante”, afirmou a Bancada do PT em nota. “Stela Farias traz seu acúmulo de professora, de gestora e de profunda conhecedora da realidade da Região Metropolitana de Porto Alegre. Sua posse como deputada significa o fortalecimento da luta das mulheres, das lutas das periferias, da defesa da saúde mental, da educação e de tantas outras bandeiras que estarão muito bem representadas no seu mandato”, acrescentou.

Mesmo sob protesto popular, Câmara aprova urgência de PL sobre mineração em áreas indígenas

Enquanto Caetano reunia milhares do lado de fora nesta quarta (9), requerimento de Bolsonaro obteve placar de 279 a 180


Lideranças indígenas estiveram presentes em grande ato popular que precedeu votação do requerimento de urgência - Billy Boss/Câmara do Deputados


Por Cristiane Sampaio* 

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira (9), o requerimento de urgência para tramitação da proposta que libera a exploração mineral em terras indígenas. Foram 279 votos favoráveis à ideia e 180 contrários, em um placar precedido por uma série de protestos puxados pelo cantor Caetano Veloso, entre outros atores sociais que, durante o dia, pediram a rejeição da pauta. Três parlamentares se abstiveram.

Leia também: Caetano reúne artistas e movimentos contra o Pacote da Destruição; veja fotos e vídeo

A medida tramita como projeto de lei (PL) 191/2020 e teve o requerimento de urgência apresentado e articulado pelo líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Também nesta quarta (9), mais cedo, o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), havia dito que o texto seria avaliado por um grupo de trabalho (GT) e que seria colocado em pauta na segunda semana de abril.

Reações contrárias

O PL 191 foi um dos alvos de um grande ato popular que reuniu artistas e uma série de lideranças populares nesta quarta-feira no Congresso Nacional. O segmento havia demandado a rejeição da proposta, que tem apoio de Lira e outros aliados de Bolsonaro no Legislativo.

“Este projeto é desnecessário, inconstitucional e se baseia em fatos falsos, inexistentes, na necessidade de exploração de terras e jazidas indígenas e numa tramitação que ainda viola o regimento interno da Casa”, queixou-se  o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), durante a votação.

“O PL deveria ter ido pra uma comissão especial e foi designado pra um GT, que é uma figura inexistente no regimento da Casa, e ainda querem trazer o PL a plenário sem sequer ele passar por alguma comissão”, bradou o pessebista, um dos opositores que foram a Brasília pra tentar frear o avanço da pauta.

A deputada Joênia Wapichana (Rede-RR), única parlamentares originalmente indígena na Casa, disse que os povos tradicionais não têm interesse em PLs dessa natureza. Outros parlamentares também se queixarem da colocação do requerimento em votação.

Para mostrar quem manda

“Votar no dia de hoje esta urgência significa uma provocação ao ato de artistas e organizações sociais que estiveram aqui hoje contra esse pacote. É uma provocação, é pra dizer quem manda, quem é a maioria, mas eu dou um recado à maioria: ser maioria não garante grandeza”, disse Marcelo Freixo (PSB-RJ), que acusou os apoiadores do PL de “pequenez moral e política”.

Durante a votação, defenderam a aprovação da urgência as siglas PP, PL, PSD, PSDB, PV, Novo, Cidadania, Solidariedade, Republicanos e União Brasil. Os votos contrários vieram dos partidos PT, PSB, PDT, Psol e Rede.  

“Essa votação não está separando uma direita e uma esquerda. Está separando quem vive e pensa com a cabeça no século 18 e quem tem responsabilidade com o século 21”, criticou Freixo.

O requerimento foi liderado por Ricardo Barros e contou ainda com a assinatura de outros nove líderes de bancadas que apoiam o governo.

Edição: Rodrigo Durão Coelho -*Via Brasil de Fato

08 março 2022

8 de Março - II

 


*Via face

8 de Março: Primavera feminista, Marcha das Mulheres Negras, #EleNão: quais os contextos do 8M em 2022?

O Dia Internacional de Lutas chega em momento em que, para mulheres, o desafio é se contrapor a várias guerras em curso

Depois de dois anos, as manifestações do 8 de março voltam às ruas de todo o país - Comunicação Marcha Soledad

Por Gabriela Moncau*

“As guerras que estão acontecendo agora – todas elas, as guerras dos bolsonaristas, a dos evangélicos conservadores extremistas, as guerras culturais - são, de alguma forma, contra nós”, avalia Jurema Werneck, médica, ativista do movimento de mulheres negras, cofundadora da ONG Criola e diretora-executiva da Anistia Internacional no Brasil. 

“Não são guerras só contra as mulheres na dimensão dos corpos”, detalha Werneck, “mas contra uma visão de mundo que a gente estava pleiteando e de certa forma implantando. E que significa que o mundo dominado pelo macho, branco, heterossexual, rico, tem que acabar”.  

O Dia Internacional de Luta das Mulheres chega, no ano de 2022, em um contexto em que, para Werneck, “é preciso compreender que existe essa guerra contra nós: as negras, as trans, as indígenas, etc., um nós muito grande e plural”. A partir daí, defende, “o desafio é transformar a contraposição a isso em pauta conjunta. E inundar as ruas - as físicas e as digitais”. 

Com o lema “Pela vida das mulheres, Bolsonaro nunca mais – por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome”, atos estão sendo realizados em todos os estados. Desde que a pandemia de covid-19 chegou ao país em março de 2020, esse é o primeiro 8 de março com a maioria da população brasileira vacinada. 

É, portanto, o retorno mais robusto às ruas por parte dos movimentos feministas, LBTQIA+ e de mulheres dentro de um histórico recente em que, a despeito do aumento de ideias e grupos totalitários no Brasil, esses setores protagonizaram mobilizações de massa.  

O breve retrospecto abarca as Marchas das Mulheres Indígenas realizadas em Brasília em 2021 e 2019, os atos do #EleNão às vésperas do pleito que elegeu Bolsonaro em 2018 e uma série de mobilizações que fizeram de 2015 um ano divisor de águas. Rebobinemos.  

Marcha das Margaridas 

Coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), a Marcha das Margaridas aconteceu pela primeira vez em 2000, reunindo 20 mil mulheres - entre camponesas, ribeirinhas, quilombolas, agricultoras e marisqueiras – em frente ao Congresso Nacional. 

Mas sua quinta e última edição presencial foi em agosto de 2015. As mulheres do campo, das florestas e das águas chegaram a 100 mil no ato em Brasília, em defesa de um “desenvolvimento sustentável” com “autonomia, igualdade e liberdade”.  

Mulheres do campo durante a Marcha das Margaridas, em Brasília, em 2015 / Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O nome da marcha homenageia Margarida Maria Alves, que presidiu o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, e foi assassinada em 12 de agosto de 1983, a mando dos latifundiários da região. Profética, Margarida costumava dizer que “é melhor morrer na luta do que morrer de fome”. 

“Na Marcha das Margaridas daquele ano a gente cantou pela primeira vez a música do Fora Cunha”, lembra Nalu Faria, psicóloga, feminista e ativista da Marcha Mundial de Mulheres. Poucos meses depois, a canção contra o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB), ecoaria em vários estados brasileiros. 

“Primavera feminista” 

Em outubro e novembro de 2015, enquanto a hashtag #MeuPrimeiroAssédio e seus relatos viralizaram nas redes sociais, seguidas manifestações de rua, com dezenas de milhares de mulheres, foram organizadas em capitais brasileiras com o mote "Fora Cunha".  

O objetivo, posteriormente alcançado, foi barrar o Projeto de Lei (PL) 5069/2013, de autoria de Cunha. A proposta dificultava o acesso ao aborto mesmo para mulheres cuja gestação fosse decorrente de estupro, um dos restritos casos em que a interrupção da gravidez é prevista na legislação brasileira.  

Para Nalu Faria, mais do que a defesa da legalização do aborto e a reação ao risco de um passo atrás nessa luta, a experiência manifestava, de forma mais ampla, “a consciência da eminência de retrocessos”. 

Alguns veículos de imprensa, como a revista Época, batizaram o período de “primavera feminista”. A alcunha se popularizou.  

Marcha das Mulheres Negras 

Depois de dois anos de preparação com núcleos de bairro em todo o país, a Marcha das Mulheres Negras aconteceu em 18 de novembro daquele intenso ano de 2015. “Contra o racismo, a violência e pelo bem viver”, 50 mil mulheres negras se manifestaram em Brasília.  

A Marcha das Mulheres Negras reuniu manifestantes de todos os estados do Brasil / Foto: Janine Moraes | Marcha das Mulheres Negras

“O movimento de mulheres negras já pauta muito do feminismo no Brasil desde os anos 1980”, ressalta a jornalista e escritora Bianca Santana. Em 1984 Lélia Gonzalez publicava seu clássico artigo Racismo e sexismo na cultura brasileira.  

Autora de Quando me descobri negra e do livro biográfico Continuo preta: a vida de Sueli Carneiro, Bianca salienta, no entanto, que o movimento de mulheres negras ganha muita força a partir da marcha de 2015. “Ela torna visíveis muitos núcleos organizados que estão fazendo trabalho de base e resistência na ponta”, diz.  

Jurema Werneck acompanhou de perto a organização da Marcha de 2015: na época era secretária executiva da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras. “Só não tinha mais gente porque o deslocamento é muito custoso para mulheres negras, em sua maioria moradoras de favelas, quilombos, terreiros e comunidades tradicionais”.  

Mas foi uma mobilização que chamou “o Brasil e a diáspora”, opina Werneck, ao citar a presença de Phumzile Mlambo-Ngcuka, sul-africana que naquele momento dirigia a ONU Mulheres.  

Os quatro tiros e o prenúncio 

Quando se aproximava do Congresso Nacional, quatro tiros foram disparados contra a Marcha das Mulheres Negras. “Todo mundo correu para tentar se proteger. Quando finalmente, depois de muita insistência, se conseguiu tirar os dois policiais à paisana dali, a marcha se recompôs e continuou”, conta Jurema.  

“Foram tiros disparados por esses extremistas que agora todo mundo conhece. Era um prenúncio de muitas coisas. Uma reação difícil e violenta a essa força e visibilidade pública da organização das mulheres negras”, avalia Werneck. 

“E nós fomos as únicas que nos importamos com isso. O Brasil não parou diante de uma marcha de mulheres negras sendo alvejada por quatro tiros. Por todos esses significados, essa marcha foi muito importante. Para mim é um antes e um depois, minha vida mudou demais depois disso”, enfatiza. 

Desde então, coletivos locais da Marcha das Mulheres Negras seguiram organizados. “São Paulo é um deles. Se constitui hoje como um grupo político que, além do ato no dia 25 de julho todo ano [Dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha], faz uma série de ações ao longo do ano”, ilustra Santana. 

#EleNão 

Considerada pela historiadora Celi Regina Pinto como a maior manifestação de mulheres da história do Brasil, a mobilização contra o então candidato Jair Bolsonaro (antes PSL, hoje PL) aconteceu em cerca de 100 cidades no Brasil e no mundo. Reuniu dezenas de milhares de pessoas em 29 de setembro e 20 de outubro de 2018. Estima-se que no Largo da Batata, em São Paulo, havia 100 mil manifestantes na primeira edição do #EleNão.  

#EleNão no Largo da Batata, em São Paulo, no dia 29 de setembro / Rovena Rosa

Apesar de ter sido a maior reação popular que, diante do crescimento político de Bolsonaro, tentou evitar sua eleição, o #EleNão foi alvo de ampla difamação por meio de fake news. Fotos pornográficas, por exemplo, circularam em grupos de whatsapp principalmente de setores evangélicos, veiculadas como se fossem o registro das manifestações.  

Olhando para trás, Nalu Faria considera que faltou uma “estratégia organizativa para o dia seguinte”: “o que fazer frente à reação da direita? Acho que foi uma das nossas fragilidades”.  

Por outro lado, salienta, “mesmo que tenha tido essa reação do setor  bolsonarista, a expressão da votação contra Bolsonaro entre as mulheres foi bem importante. E nesses anos todos, essa criticidade segue”.  

Uma pesquisa do PoderData feita entre 31 de janeiro e 1 de fevereiro de 2022 indica que 59% das mulheres brasileiras consideram o presidente “ruim” ou “péssimo”. Entre os homens o índice é de 47%.  

Marcha das Mulheres Indígenas 

Em agosto de 2019, por deliberação feita durante o Acampamento Terra Livre, 2.500 representantes de 130 povos realizaram a Primeira Marcha de Mulheres Indígenas em Brasília, com o eixo “Território, nosso corpo, nosso espírito”.  

No manifesto da mobilização, as indígenas afirmavam que “a vida e o território são a mesma coisa, pois a terra nos dá nosso alimento, nossa medicina tradicional, nossa saúde e nossa dignidade”. 

Em setembro de 2021, durante as mobilizações que levaram 6 mil indígenas a acamparem em frente ao Supremo Tribunal Federal para pressionar contra a aprovação do Marco Temporal, cuja votação foi adiada, se realizou a Segunda Marcha das Mulheres Indígenas.   

2ª Marcha das Mulheres Indígenas, em 10 de setembro de 2021 / Alass Derivas | @derivajornalismo

Cinco mil mulheres de 172 povos indígenas marcharam sob o tema “Mulheres originárias: reflorestando mentes para a cura da nossa Terra”.  

8 de março de 2022 e as lutas em aberto 

Ano eleitoral, polarização política, queda nos índices de contaminações por covid-19 com o avanço da vacinação, guerra na Ucrânia, quatro anos da execução de Marielle Franco e Anderson Gomes, ocupação militar no Jacarezinho, assassinato brutal de Moïse. Nesse contexto, chega mais um 8 de março.  

“A expectativa é mostrar a força vinda das mulheres, de que 2022 é um ano de mudança”, resume Bianca Santana. 

“Eu acho que grande parte do que está acontecendo de ruim no mundo, ruim no Brasil, se deve a uma reação: a uma tentativa de reposicionamento dessas forças com as quais a gente se contrapõe”, avalia Jurema Werneck. 

“Nação? A minha nação é de outro jeito. Não é fruto da violência como as nações ocidentais. É fruto da coexistência, que está sendo perseguida há séculos. As trans querem outra visão, querem uma nação, uma família, onde caibam. As negras querem outro lugar, que não seja essa guerra armada contra quem tem a pele escura. As feministas querem um lugar que não tenha feminicídio”, ilustra. 

“Pode haver de novo uma Marcha de Mulheres Negras, uma marcha "Ele Não". Mas tudo isso precisa ser um passo em relação a essa conjuntura, que é muito maior. Tem a ver com uma noção compartilhada de coexistência, em contraposição a uma guerra contra nós”, afirma Werneck. “Esse é o desafio: transformar isso em pauta. Atualizar nossas concepções e usar isso para transformar.”

Em sentido similar, Nalu Faria defende que a auto-organização das mulheres esteja atrelada a uma visão antissistêmica ampla. “Nós não estamos trabalhando só com a ideia de reivindicações específicas das mulheres, por mais que existam. Queremos debater a agenda da economia, da ecologia, da segurança, sempre colocando a sustentabilidade da vida no centro.”

“Acho que o grande desafio é esse”, conclui a integrante da Marcha Mundial de Mulheres, “garantir um processo de enraizamento da mobilização debatendo também um projeto político para o Brasil, no qual as formas de desigualdade - que entrelaçam raça, classe, gênero e sexualidade – se desmantelem conjuntamente”. 

Edição: Vivian Virissimo - *Via Brasil de Fato

06 março 2022

Vídeo mostra a manipulação midiática sobre grupos nazistas na guerra da Ucrânia; legendas em português


Um vídeo imprescindível sobre a manipulação midiática em tempos de guerra

Por Jair de Souza*

Com a guerra acontecendo na Europa entre a Rússia e as forças dos Estados Unidos e da OTAN, representadas nominalmente pela Ucrânia, estamos presenciando ao vivo aquilo que caracteriza uma clara manipulação midiática com vistas a ganhar corações e mentes para a causa do imperialismo a nível mundial.

Ao longo de todo nosso planeta, os meios de comunicação que seguem a hegemonia dos Estados Unidos (ou seja, a esmagadora maioria dos meios existentes) entraram todos de cabeça na tarefa que lhes foi designada: a de demonizar Vladimir Putin e tudo o que pudesse servir de boa referência em relação à Rússia.

O mais interessante de tudo isto é que, pelo estudo da história, aprendemos que a manipulação comunicacional foi uma das principais ferramentas usadas pelos dirigentes do nazismo (tanto o italiano como o alemão) para mobilizar suas bases e lançá-las como cães ferozes sobre os inimigos escolhidos.

O que estamos constatando nesta oportunidade, é que a manipulação flagrante e grosseira está sendo deslanchada exatamente por aqueles que querem nos passar a imagem de respeitadores da verdade.

Como respeitar a verdade amparando-se em mentiras?

Esta é uma indagação à qual, até o presente, nem os “sábios” bolsonaristas sabem dar resposta.

Como eliminar e cancelar uma nação e seu dirigente, ao tempo em que o lado com o qual nos identificamos é notoriamente reconhecido como um covil de nazistas? E não tão somente de nazistas em termos teóricos, pois a Ucrânia atual alberga no seio de seu governo e de suas forças armadas agrupações direitistas claramente vinculadas ao nazismo.

Por isso, ver este vídeo de RT com atenção vai nos ajudar a entender um pouquinho melhor o que está por trás daquilo que estamos vendo e ouvindo pelos meios de comunicação ao redor do planeta.

Também poderemos entender melhor porque nossa extrema direita brasileira passou a considerar a Ucrânia como sua Meca santificada desde 2014.

*Via Viomundo

04 março 2022

Na defesa cega dos EUA-Otan-Ucrânia, a mídia brasileira mente e presta desserviço ao País



“A PRIMEIRA VÍTIMA” E A PAZ

Por Ângela Carrato, especial para o Viomundo*

Quem conhece um mínimo de história, sabe que não é a primeira vez que a mídia corporativa brasileira é porta-voz de uma espécie de gritaria generalizada em defesa de um dos lados em guerras nas quais o Brasil não tinha qualquer envolvimento.

Até aí não haveria muita diferença em relação ao que se verifica agora com a Guerra na Ucrânia, se não fosse o papel central que a mídia assumiu na contemporaneidade. Se não fossem, também, os grandes e gravíssimos prejuízos que tal envolvimento pode trazer para o Brasil e os brasileiros.

Desde que esta guerra começou oficialmente, todos os noticiários de jornais, rádios e TVs da mídia corporativa brasileira deixaram de lado qualquer assunto relativo ao país e só falam no conflito no Leste Europeu, apresentando-o da forma mais unilateral possível.

Seguem à risca as visões e interesses de uma das partes envolvida: os Estados Unidos e seus aliados europeus, integrantes do Tratado do Atlântico Norte, (OTAN) uma aliança militar, que deveria ter acabado, quando da extinção de seu equivalente, o Pacto de Varsóvia, após o fim da URSS, em 1991.

Pela visão “Ocidental” (leia-se Estados Unidos e Europa), a Rússia, país que vem sendo paulatinamente cercado por bases militares da OTAN, foi transformado em agressor.

O presidente Vladimir Putin, por reivindicar segurança para seu país e seus habitantes, está sendo pintado como ditador sanguinário. As ações russas, demandando negociação e cumprimento de compromissos por parte do Ocidente, são demonizadas e proteladas.

O presidente da Ucrânia, Zelensky, de neonazista e fantoche dos Estados Unidos, virou “herói nacional” e o Ocidente é apresentado como “mocinho” e “salvador da humanidade”.

É com esse quadro, absolutamente distorcido e radicalizado, que a mídia corporativa brasileira presta mais um desserviço ao país. Como se não bastasse desinformar e deformar os fatos, ainda cobra definição pró-Estados Unidos/OTAN do governo brasileiro.

Cobrança em parte já contemplada, com o voto do Brasil na Assembleia Geral Extraordinária da ONU somando-se aos que condenam a Rússia e alinhando-se aos Estados Unidos e à Europa.

Havia outra solução? Claro que sim. O Brasil poderia insistir na defesa da paz, na busca de negociações rápidas para por fim à guerra e ter se somado aos 35 países que se abstiveram nesta votação, entre eles dois pesos-pesados mundiais, China e Índia.

Aliás, China, Índia e Brasil, integrantes dos BRICS – junto com a própria Rússia e a África do Sul -, teriam legitimidade para se apresentar como mediadores num processo tão delicado e complexo. Tudo indica que a China cumprirá esse papel.

Quanto ao Brasil, perdeu-se outra vez na irrelevância e subserviência ao imperialismo estadunidense, que marcam o governo Jair Bolsonaro.

Recuperada do que foi o período em que teve como ministro das Relações Exteriores o terraplanista Ernesto Araújo, a diplomacia brasileira bem que tentou. A nota divulgada pelo Itamaraty e as primeiras manifestações do representante do país na ONU foram em defesa da paz e das negociações, características do soft power brasileiro. (...)

*CLIQUE AQUI para continuar lendo (via Viomundo)

PT SANTIAGO/RS


 

PT DE SANTIAGO/RS COM NOVA DIREÇÃO

Durante reunião realizada na noite de ontem, 03/03, em Santiago/RS, os filiados petistas presentes (de forma física e virtual), dentre outros assuntos, debateram  a conjuntura política e, em especial,  sobre a situação vivenciada pelo PT no município (cuja direção, por maioria, havia decidido em dezembro passado renunciar e abrir espaço para possibilitar a reorganização/repactuação e fortalecimento da agremiação).

Após profundo diálogo com a Direção Estadual – e com base no Estatuto do Partido -, decidiram então eleger uma nova Direção Municipal (Comissão Provisória - CP) que terá por função comandar política e organizativamente o PT local, em especial durante o processo eleitoral que se avizinha. A nova CP do PT santiaguense perdurará até a realização do novo PED – Processo de Eleições Diretas do PT, que deverá ocorrer ao final do ano vindouro.

A seguir, a relação dos membros da nova Direção Municipal petista (CP), composta - de forma paritária, entre homens e mulheres - por seis membros titulares. São eles:

Presidente: Júlio César Schmitt Garcia

Secretaria de Organização: Jocieli Minosso Lamana

Secretaria de Finanças: Cristian de Freitas Cezar

Luiz Rodrigues

Gladis Silvane de Andrade

Mariana Fraga de Vargas


Santiago/RS, 04 de março de 2022.

CP do Partido dos Trabalhadores – Santiago/RS

03 março 2022

*Crimes ambientais em profusão lá (Porto Alegre/RS) e aqui! (Santiago/RS) ...

 


Do jornalista Moisés Mendes (Porto Alegre/RS), em seu face:

"Estão espalhando, como uma onda de terror, que a prefeitura de Porto Alegre vem jogando asfalto em cima do paralelepípedo.

É um ato criminoso. Inafiançável. É como derrubar árvores.

Os calçamentos de paralelepípedo de áreas da Aberta dos Morros podem ser comparados ao de ruas históricas da cidade.

Eu moro numa região em que o calçamento tem uma cor única. É um artesanato que chega perto da perfeição.

Esses crochês de paralelepípedos são obra de artesãos dedicados e talentosos.

Sahry e eu avisamos. Não cheguem perto dos paralelepípedos da Aberta dos Morros." 

...

*Meu comentário: Prezado companheiro jornalista Moisés Mendes: Aqui em Santiago/RS esse tipo de crime vem sendo realizado há anos, especialmente nos governos (?!!!) do PP. Poluição, aumento excessivo do calor, correrias no trânsito com acidentes graves e alagamentos ...  viraram rotina. (Vide foto abaixo, via jornal DSM).


-Mais do que na hora está de dar um basta nisso! 

...

E.T.: Ao invés de consertar as ruas esburacadas e, muitas delas,  calçadas com bons paralelepípedos - que, felizmente, ainda temos em profusão em Santiago/RS -, o Executivo Municipal investe milhões de R$ (segundo o mesmo, angariados com o governo do Estado, etc.) e vai também jogar asfalto  sobre os  paralelepípedos da Rua 20 de Setembro (dentre outras)... tudo sem a menor necessidade... 

Mais um crime ambiental (e cultural!) que - se concretizado - vai ocorrer em nossa cidade. Lamentável! (Júlio Garcia)

**Via Blog O Boqueirão Online