19 novembro 2023

Argentinos elegem hoje novo presidente, numa das eleições mais importantes da história do País

Javier Milei propõe reduzir o Estado argentino e Sergio Massa defende programas sociais

                               Sergio Massa e Javier Milei (Foto: Reuters)

Agência Brasil* – Os argentinos irão às urnas neste domingo (19) para escolher quem governará o país nos próximos quatro anos. O segundo turno da eleição presidencial está sendo disputado entre o atual ministro da Economia, o governista Sergio Massa, do partido Unión por la Patria, e o economista ultraliberal Javier Milei (La Libertad Avanza).

O primeiro turno, ocorrido em 22 de outubro, o governista teve 36,69% dos votos válidos, enquanto Milei levou 29,99%. Para chegar à Casa Rosada, sede da presidência da Argentina, os dois candidatos têm propostas distintas sobre como governarão o país caso eleitos. Javier Milei propõe reduzir o Estado argentino ao mínimo e acredita que a economia do país se desenvolverá a partir de incentivos ao comércio e exportações argentinas. Ele também propõe uma revisão dos valores de igualdade e justiça social dentro da sociedade argentina.

O candidato liberal também destacou que o Mercosul “está preso”, criticando o bloco. Além disso, rejeitou a entrada da Argentina no grupo BRICS, de economias emergentes. Já Sérgio Massa propõe a manutenção de um Estado forte. E no campo econômico, promete alcançar o equilíbrio fiscal e cumprir as metas acordadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), além de reconstruir os rendimentos prejudicados pela inflação e converter os planos sociais em empregos aos cidadãos argentinos. Massa pretende ter mais parceiros comerciais e mais mercados para atrair divisas ao país platino. O governista ainda propõe a que o Estado seja garantidor dos direitos dos cidadãos, de forma mais eficiente e transparente.

Incertezas

O bisavô de Catalina Cepernic, Jorge, proprietário de uma fazenda de ovelhas na Patagônia argentina, foi o primeiro membro da família conquistado pelas ideias de Juan Domingo Perón, o ex-presidente que gerou o movimento político mais poderoso do país. Os discursos de Perón em meados dos anos 1940 - defendendo melhores condições trabalhistas, salários e aposentadorias estatais - ressoaram com Jorge, segundo sua família, enquanto ele ouvia o líder carismático pelo rádio na sua fazenda em um canto remoto da América do Sul.

A família Cepernic continua peronista, três gerações do clã disseram, mas o apoio ao movimento enfraqueceu. Isso pode ser um sinal de alerta antes da eleição presidencial deste domingo (19). Isso acontece em meio a pior crise econômica da Argentina em cerca de duas décadas, com inflação em 143%, dois quintos dos argentinos vivendo na pobreza e uma recessão no horizonte, com muitos culpando os peronistas pelos problemas econômicos, especialmente a poderosa ala de esquerda do movimento. “Em casa, a política sempre esteve presente antes”, disse Catalina. “Hoje, eu não me identifico com o peronismo e não tenho certeza se suas políticas refletem o que meus parentes lutaram todos aqueles anos atrás”, finalizou.

*Via Brasil247

Editora do Estadão é denunciada ao MPT-DF por armação no caso da “dama do tráfico”

 

                                   Andreza Matais na TV Estadão. Foto: Reprodução

*Por Daniel Amorim, no DCM - Editora-chefe de Política do jornal O Estado de S. Paulo (Estadão), Andreza Matais, foi denunciada ao Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal (MPT-DF).

O texto diz que a jornalista “assediou e obrigou repórteres recém-contratados” a publicar uma matéria que relacionasse o ministro da Justiça, Flávio Dino, a uma mulher identificada “dama do tráfico do Amazonas”. Na semana passada, o jornal publicou que Luciane Barbosa, mulher de um líder do Comando Vermelho, encontrou o ministro durante sessões na pasta de Direitos Humanos.

“Somos colaboradores do jornal Estadão e queremos denunciar aqui que a editora-chefe de política do Estadão (jornal Estado de S. Paulo), Andreza Matais, assediou e obrigou repórteres recém-contratados por ela (todos no ano de 2023) a preparar e publicar uma reportagem enviesada que foi previamente concebida por ela para denunciar supostas ligações do ministro da Justiça, Flávio Dino, com uma mulher apresentada jocosamente como ‘dama do tráfico do Amazonas'”, começa o documento.

O mesmo texto ainda afirma que Andreza arquitetou a matéria com intenção de desmoralizar Dino em prol do ministro Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União (TCU). Ambos disputam a vaga da ex-ministra Rosa Weber no STF. “Para viabilizar esse seu interesse pessoal oculto de ajudar Dantas e desmoralizar Dino, Andreza também usou uma entrevista do ministro Gilmar Mendes, do STF, igualmente amigo pessoal de Bruno Dantas e de Andreza Matais para inflar a gravidade da visita da ‘dama do tráfico’ e, assim, conferir ares de gravidade ao ‘factoide’ que é o encontro de uma suposta chefe do tráfico com autoridades do governo”.

O documento procede: “A tática imita operações de desinformação de arapongas e outros profissionais de ‘inteligência’, pois, na ausência de fatos que indiquem um favorecimento ou uma comunhão de desígnios com a tal chefe do tráfico, a fabricação de notícia busca conferir verossimilhança a uma narrativa pela qual Dino pareça alguém ligado ou simpático ao narcotráfico e, assim, seja considerado um nome impróprio para o STF”.

Por fim, a denúncia ao Ministério do Trabalho diz que Andreza chefia cerca de 30 jornalistas que foram obrigados a escreverem tal texto. “Recém-contratados, oriundos de cidades fora de Brasília, os jornalistas não tiveram alternativas que não fossem cumprir as ordens arbitrárias e enviesadas da chefe. Em paralelo, foram submetidos a jornadas degradantes sem contabilização ou pagamento de horas extras, como denunciado anteriormente, e com o emprego de recursos e objetivos escusos na prática diária do jornalismo, protegido constitucionalmente”.

Andreza Matais, por sua vez, nega as acusações: “A denúncia é improcedente e a direção de jornalismo já encaminhou o caso para o jurídico, que tomará as providências cabíveis”, declarou a editora-chefe de política do Estadão.

Confira parte dos prints da denúncia, que foram divulgados pela revista Fórum:

Parte de denúncia ao MP-DF. Foto: Reprodução
Parte de denúncia ao MP-DF. Foto: Reprodução
Parte de denúncia ao MP-DF. Foto: Reprodução
*Diário do Centro do Mundo

14 novembro 2023

FIM DA ESPERA - Lula recebe brasileiros que viveram o massacre de Israel em Gaza

Após espera de 12 dias desde o início da saída humanitária, contarão com suporte do governo federal em sua repatriação

Grupo de resgatados da Faixa de Gaza chega a Brasília - Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Redação - Brasil de Fato* - Os brasileiros que amargaram viver na Faixa de Gaza durante cinco semanas de ataque israelense finalmente estão em território nacional. Desembarcaram em Brasília na noite desta segunda-feira (13), às 23h24, num avião da Força Aérea Brasileira (FAB), e foram recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. São 32 passageiros, sendo 17 crianças, nove mulheres e seis homens. Destes, 22 têm nacionalidade brasileira e 10 são seus parentes próximos.

Enquanto o avião voava em direção ao Brasil, Lula fez um discurso enfático sobre a maneira como os palestinos estão sendo tratados. Afirmou que Israel está “matando inocentes sem nenhum critério” e que as consequências dos ataques israelenses são tão graves quanto foi o ataque do Hamas no dia 7 de outubro, que deixou cerca de 1,2 mil israelenses mortos, 240 sequestrados e serviu de pretexto para o massacre que Israel vem protagonizando em Gaza. 

Desde que os primeiros estrangeiros e pessoas com dupla nacionalidade começaram a deixar Gaza pela fronteira com o Egito, em 1º de novembro, esse grupo teve de esperar 12 dias até sentir o alívio de poder sair da zona de guerra, de um território que vem sendo bombardeado e invadido de forma inclemente por Israel. Quando finalmente saiu uma lista com seus nomes, ainda tiveram que aguardar dois dias até pisar em solo egípcio, porque a fronteira havia sido fechada na sexta-feira. No domingo, eles enfim a cruzaram.

:: De Gaza a Cuba eles perguntam: vocês são humanos como nós? ::

Outros 4 mil cidadãos foram autorizados a sair antes deles, a imensa maioria estadunidenses, num processo que provocou mal-estar e desconfianças em relação aos critérios usados pelas autoridades locais (israelenses e egípcias) na escolha dos nomes autorizados a deixar a região de conflito.

Os 32 brasileiros e acompanhantes poderão ficar dois dias hospedados na capital federal, numa estrutura da Força Aérea Brasileira (FAB), e depois seguirão ao encontro de suas famílias. Aqueles que não têm familiares no Brasil, que equivalem a quase metade do grupo, contarão com serviços de abrigo, documentação, alimentação, apoio psicológico, cuidados médicos e imunização, segundo o governo.

:: 'Estão matando inocentes sem nenhum critério', diz Lula sobre ataques de Israel a Gaza ::

Não há prazo de validade para o atendimento aos repatriados. “Estamos preparados para o tempo que for necessário, para que essas pessoas possam se integrar ao país”, afirmou Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça. “Eles ficarão em um local com longa experiência de acolhimento de refugiados”.

Com mais essa viagem, a Operação Voltando em Paz, do governo federal, completa 1.477 cidadãos resgatados na zona de conflito — além de 53 animais domésticos —, a maior parte em Israel, uma logística que envolveu cerca de 150 militares e 37 profissionais de saúde (13 médicos, nove psicólogos e 15 enfermeiros). Foram usadas três aeronaves da Força Aérea Brasileira e duas da Presidência.

Desde o dia 7 de outubro, o conflito na região já deixou cerca de 11 mil pessoas mortas em Gaza, sendo milhares de crianças, e outras 1.200 do lado de Israel.

:: Hamas pode libertar até 70 reféns israelenses em troca de trégua de 5 dias, diz porta-voz ::

*Edição: Vivian Virissimo - Via BrasildeFato

13 novembro 2023

O silêncio dos indecentes

 

(Foto: Reprodução/Gerada por inteligência artificial)

Por Hildegard Angel*

Expressiva essa foto, não? Comovente, triste. Pois se trata de Inteligência Artificial. Até a IA se manifesta, mostra serviço nessa hora em que Gaza clama ao mundo por socorro. Já a Inteligência Natural brasileira está impávida, muda. 

Onde estão as organizações médicas brasileiras, nossas entidades e organizações humanitárias, que não protestam, que não se manifestam em cartas abertas nos jornais, que não dão entrevistas se posicionando contra esse genocídio, esse holocausto em tempo real nas redes sociais? Onde estão as organizações e lideranças católicas? A Pastoral, a Cúria, a CNBB? O único padre que vimos se manifestar foi o caridoso Júlio Lancelotti. Será que dom Helder Câmara e dom Paulo Evaristo Arns vão precisar ressuscitar para a comunidade católica brasileira ouvir uma voz que pregue a mensagem do palestino Jesus Cristo? 

As seitas neopentecostais milionárias badaladas na mídia parece que apoiam o massacre de crianças, mulheres grávidas e pessoas inocentes. São extremistas de direita, neofascistas, neonazistas. Os demais sacerdotes evangélicos nada falam, a não ser alguns poucos, como o pastor Henrique Vieira, que eu tenha visto [também o pastor Caio Fábio e o teólogo Francisco Luiz Ribeiro].*** Os budistas, os kardecistas, as religiões afro-brasileiras não vão falar nada? Esse caos afrontoso, essa catástrofe humanitária não incomodam os homens e mulheres de fé? 

E as academias? Todas fazendo vista grossa? Ser a favor da paz e da vida agora é proibido? Quem proibiu? Que entidade poderosa paralisa todas as gargantas, vozes e sentimentos solidários? Que lobby autoritário é este que domina sentimentos, caráter, humanismo, moral, empatia, compaixão, princípios? Ora, façam-me o favor! O mundo silencioso e silenciado ainda há de se arrepender muito. #gaza #guerra #war.

*Jornalista, ex-atriz, filha da estilista Zuzu Angel,  irmã do militante político Stuart Angel Jones e cunhada da professora e militante Sônia Maria Lopes de Moraes Angel Jones, santiaguense também assassinada pela ditadura militar.

**Via Brasil247

***Edição final deste blogueiro

12 novembro 2023

VIOLÊNCIA NO CAMPO - MST denuncia assassinato de dois trabalhadores na Paraíba

Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra denuncia mortes de Ana Paula Costa Silva e Aldecy Viturino Barros, do Quilombo do Livramento

    Mortes foram no Quilombo do Livramento

São Paulo* – O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra da Paraíba (MST) denunciou neste domingo (12) o assassinato de Ana Paula Costa Silva e Aldecy Viturino Barros. De acordo com o movimento, ambos eram acampados do Quilombo do Livramento, no Sítio Rancho Dantas, município de Princesa Isabel, Paraíba. O crime teria ocorrido por volta das 15h30 da tarde de sábado (11). A Polícia Civil da Paraíba investiga o caso.

“Basta de Violência! É com extrema indignação e exigindo justiça, que o MST denuncia os assassinatos de Ana Paula Costa Silva e Aldecy Viturino Barros e pede celeridade nas investigações”, publicou o movimento social no X. Eles afirmam, em nota oficial, que o “crime aconteceu por volta das 15h30 da tarde deste último sábado (11), no acampamento Quilombo do Livramento, Sítio Rancho Dantas, no município de Princesa Isabel, na Paraíba.”

Morte a tiros

Ana Paula Costa Silva tinha 29 anos e três filhos. Aldecy Viturino Barros, tinha 44 anos, dois filhos e era coordenador do acampamento. “De acordo com relatos dos moradores, eles foram assassinados a tiros por dois homens que chegaram em uma moto dizendo que Aldecy precisava assinar um documento que estava sob posse dos assassinos.” Aldecy, explica a nota, estava consertando o telhado do barraco do pai de Ana Paula. Ao começar a descer a escada para atender os homens que o procuravam, “Aldecy foi covardemente surpreendido com vários tiros, ao quais também acertaram Ana Paula. Ele morreu na hora. Já Ana Paula, chegou a ser levada para o hospital, mas não resistiu.

*Fonte: Rede Brasil Atual

Brasileiros cruzam fronteira com Egito em grande vitória do governo Lula e do Itamaraty

Quando a aeronave da Presidência tocar o solo da capital federal, a Operação Voltando em Paz terá transportado um total de 1.477 passageiros

Brasileiros que estavam em Gaza cruzam a fronteira (Foto: Selfie de Hassan Rabee)

Agência Gov* – O grupo de brasileiros acompanhado pelo Governo Federal que aguardava permissão de autoridades de Egito, Israel e da Autoridade Palestina cruzou a fronteira entre Gaza e Egito, no Portal de Rafah, neste domingo, 12 de novembro. “O grupo de 32 brasileiros e familiares já se encontra em território egípcio, onde foi recebido por equipe da embaixada do Brasil no Cairo, responsável pela etapa final da operação de repatriação”, oficializou uma postagem do Itamaraty às 5h41 desta madrugada na rede social X (antigo Twitter). “Duas pessoas do grupo que constava da lista original, de 34 nomes, desistiram da repatriação e decidiram permanecer em Gaza”, completou o comunicado.

"Bom dia, gente: a gente chegou na fronteira. Daqui a pouco vamos para o lado do Egito. Rezem por nós", afirmou  Hasan Rabee, num vídeo que gravou instantes antes de concretizar a saída. "Estamos saindo da Palestina e indo para o Egito. Esse é o caminho para o Egito. Não falta muita coisa. Um segundo, um minuto", festejou Hasan, já num ônibus entre o Portão de Rafah e o lado egípcio.

"Já estão chamando os nossos nomes. Tenho o papel da saída agora", celebrou Shahed Al-Banna, uma jovem 18 anos que integra o grupo. Os dois se tornaram figuras conhecidas dos brasileiros por gravarem diariamente vídeos relatando a rotina de ansiedade e de restrições impostas pela guerra na Faixa de Gaza.

EM PAZ - Após o cruzamento da fronteira, o grupo embarca em um ônibus fretado pelo Governo Federal. Vão seguir viagem até um aeroporto designado pelo Egito. A aeronave VC2, da Presidência da República, aguarda o grupo para iniciar o décimo voo de repatriação de brasileiros desde o início da crise no Oriente Médio. Quando a aeronave da Presidência tocar o solo da capital federal, a Operação Voltando em Paz terá transportado um total de 1.477 passageiros, além de 53 animais domésticos. Três aeronaves da Força Aérea Brasileira e duas da Presidência da República foram utilizadas.

ACOLHIMENTO – Na chegada ao Brasil, o Governo Federal já tem uma operação de acolhimento montada. Em complemento ao apoio que terão de suas famílias no Brasil, eles terão à disposição serviços de abrigo, documentação e alimentação, além de apoio psicológico, cuidados médicos e imunização. Ficarão dois dias hospedados em Brasília.

“Alguns brasileiros já têm destino certo porque têm familiares aqui, então serão deslocados para esses locais. Uma parcela significativa, quase a metade do grupo, não tem onde ficar, mas o Governo Federal já disponibilizou, através do Ministério do Desenvolvimento Social, um local onde essas pessoas ficarão acolhidas. Vai ser no interior de São Paulo”, afirmou Augusto de Arruda Botelho, secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Augusto de Arruda Botelho

Segundo ele, não há prazo específico para o atendimento que será fornecido pelo Governo Federal aos repatriados. “Estamos preparados para o tempo que for necessário, para que essas pessoas possam se integrar ao nosso país. Não há prazo limite fixado. Estamos prontos para recebê-los da melhor forma. Eles ficarão em um local com longa experiência de acolhimento de refugiados da forma mais completa, mais digna, sem prazo”, concluiu.

ACOMPANHAMENTO - Durante o período em Gaza, os brasileiros tiveram acompanhamento diário da diplomacia brasileira. Receberam recursos para garantir alimentação, água potável, gás de cozinha e medicamentos, tiveram acesso a atendimento médico e psicológico de forma online. Além disso, foram estabelecidos em residências alugadas pelo Governo Federal em Khan Yunis e Rafah e fizeram deslocamentos seguros em ônibus fretados pela representação brasileira em Ramala. Tanto os veículos quanto os imóveis eram identificados e informados às autoridades de Gaza e de Israel para evitar bombardeios.

Por meio de aplicativos WhatsApp, os diplomatas brasileiros mantinham contatos diários com o grupo para identificar necessidades e garantir, dentro da realidade de uma zona conflagrada, que todos estivessem nas melhores condições até que o cruzamento da fronteira fosse autorizado pelas autoridades.

ARTICULAÇÃO - O trabalho do Governo Federal exigiu intensa articulação da diplomacia nacional e envolvimento direto do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na quinta-feira, 9/11, por exemplo, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, teve o quarto contato telefônico com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, para garantir a presença dos nomes dos brasileiros nas listas de saída de estrangeiros.

AÇÃO DIRETA - O presidente Lula, desde o início do conflito, com um atentado terrorista executado pelo Hamas em 7 de outubro, manteve intensas tratativas. Condenou veementemente os ataques, exigiu a liberação de reféns israelenses e, diante da guerra estabelecida na região na sequência, atuou para garantir ajuda humanitária, por negociar uma possibilidade de cessar-fogo e para permitir a abertura da fronteira para o retorno dos brasileiros.

Lula teve diálogos por telefone com dirigentes dos Emirados Árabes Unidos, de Israel, da Palestina, do Egito, da França, da Rússia, da Turquia, do Irã, do Catar e do Conselho Europeu. Também conversou com os brasileiros em Gaza e com parentes de civis israelenses sequestrados pelo Hamas. O Brasil também presidiu em outubro o Conselho de Segurança da ONU e atuou de forma reiterada para tentar aprovar uma resolução consensual que ajude a levar ao diálogo e à paz na região.

*Via: Brasil247

10 novembro 2023

Israel controla saída da Faixa de Gaza e afeta brasileiros, afirma Vieira

O chanceler também reiterou sua preocupação com os brasileiros retidos na zona de conflito, lembrando que vários outros países já tiveram seus cidadãos evacuados


Mauro Vieira | Palestinos caminham em meio a destroços de prédios em Gaza destruídos por ataques de Israel 09/10/2023 (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil | REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa)

247* - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta sexta-feira (10) que Israel controla a lista de pessoas autorizadas a deixar a Faixa de Gaza através da passagem de Rafah, na fronteira do enclave com o Egito. Brasileiros e seus familiares seguem aguardando para deixar a região, com a passagem sendo fechada mesmo após receberem autorização do governo israelense para tal.

"Israel, sim, tem uma palavra definitiva com relação a quem sai. Há militares de Israel em Gaza, e a abertura é feita do lado de Gaza com autorização e participação direta de Israel", disse Vieira durante coletiva no Palácio do Planalto, em Brasília.

O chanceler também reiterou sua preocupação com os brasileiros retidos na zona de conflito, lembrando que vários outros países já tiveram seus cidadãos evacuados. 

"Meus contatos com os ministros do Exterior de Israel e do Egito são muito claros e objetivos, expusemos desde o início a nossa preocupação com os cidadãos brasileiros e tivemos o compromisso de que seríamos atendidos e que os brasileiros seriam permitidos a sair, tendo em conta de que até o momento vários outros países tiveram parte de seus cidadãos removidos de Gaza. Do Brasil, não saiu nenhum de Gaza, nenhum brasileiro, mas também porque é um grupo menor. Nem por isso deixamos de ter todo o empenho e continuar falando e negociando com os dois lados", complementou Vieira. 

*Fonte: Brasil247

08 novembro 2023

Motivos para Brasil e o mundo romperem com o “israel” (FEPAL)*



O Brasil e o mundo não podem seguir fazendo de conta que o regime sionista colonial degenerado, supremacista, racista, de apartheid e genocida autodesignado “estado” e autodenominado “israel”, que age na Palestina ocupada há 76 anos, é normal. As demonstrações de selvageria genocida deste regime, que busca o extermínio da população palestina em Gaza, deixam claras as reais intenções históricas do sionismo, uma ideologia colonial baseada no racismo e limpeza étnica.

Diante das atrocidades israelenses na Palestina, transmitidas ao vivo para um mundo incrédulo, os governos de todo o mundo devem romper todas as relações políticas, diplomáticas, econômicas, científicas, acadêmicas e esportivas com este regime, bem como revogar os acordos de cooperação, seja para frear o holocausto em andamento na Palestina, seja para impedir que o mundo sofra eventuais consequências decorrentes da delinquência e degeneração sionista. E razões para tanto não faltam, dentre as muitas as que elencamos:

  1. 1. O regime colonial sionista se fez de plano por meio de genocídio, à base da tomada pela força e pelo terror da maior parte (78%) da Palestina a partir de dezembro de 1947, levando à limpeza étnica de 88% da população palestina originária desta parcela de sua terra primeiramente tomada;

    2. Em nova agressão, em 1967, o regime colonial sionista ocupou o restante da Palestina Histórica, na qual aplica, desde então, um governo militar, confisca terras e implanta nelas, em lugar dos palestinos que expulsa, estrangeiros judeus extremistas, designados colonos, em desrespeito ao Direito Internacional e todas as resoluções da ONU aplicáveis à Questão Palestina;

    3. O genocídio que o regime racista de “israel” pratica sobre o povo palestino ficou mais claro com a Resolução 260 da ONU (CONVENÇÃO PARA A PREVENÇÃO E A REPRESSÃO DO CRIME DE GENOCÍDIO), que define este crime de lesa-humanidade como conjunto de atos “cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”, destacando-se dentre eles o “assassinato de membros do grupo”, o “dano grave à integridade física ou mental de membros do grupo” e “submissão intencional do grupo a condições de existência que lhe ocasionem a destruição física total ou parcial”;

    4. O regime colonial sionista também desrespeita a Resolução 1514 da ONU (DECLARAÇÃO SOBRE A CONCESSÃO DA INDEPENDÊNCIA AOS PAÍSES E AOS POVOS COLONIAIS), para a qual a “subjugação, dominação e exploração” dos povos é “negação dos direitos humanos fundamentais” e “contrária à Carta das Nações Unidas”, além de asseverar que “os povos têm o direito de livre determinação” e a viverem sobre a base da igualdade, da não intervenção nos assuntos internos dos demais Estados e do respeito aos direitos soberanos de todos os povos e de sua integridade territorial;

    5. O regime supremacista sionista em vigor na Palestina, conforme relatórios da ONU e das maiores ONGs internacionais de direitos humanos, aplica sobre todos os palestinos sistema de Apartheid, definido pela CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A SUPRESSÃO E PUNIÇÃO DO CRIME DE APARTHEID como “crime contra a humanidade” porque as “políticas e práticas de segregação e discriminação racial” são “crimes de violação os princípios do direito internacional” e constituem “séria ameaça à paz e segurança internacionais”. Esta importante convenção manda declarar criminosas as “organizações, instituições e indivíduos que cometem o crime de apartheid”;

    6. Para a CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A SUPRESSÃO E PUNIÇÃO DO CRIME DE APARTHEID, o crime de Apartheid se verifica quando se nega a grupo/os racial/ais o “direito à vida e à liberdade individual” por “assassinato de membros”, imposição de “sérios danos físicos ou mentais, por violação de sua liberdade ou dignidade”, assim como a “tortura ou a tratamentos cruéis”, a “prisão arbitrária ou aprisionamento ilegal”, e, também de “condições de vida calculadas para causar sua destruição física”;

    7. É defino, ainda, como crime de Apartheid “medida legislativa e outras medidas calculadas para impedir grupo ou grupos raciais da participação social, econômico e cultural da vida política do país”, às quais se somam negar “direito de deixar e retornar ao seu país”, o direito a “uma nacionalidade”, à “liberdade de circulação e de residência”, bem como “dividir a população segundo critérios raciais”, a “proibição dos casamentos mistos”, a “expropriação de propriedades territoriais”, além da “exploração do trabalho” e da “Perseguição de organizações ou pessoas”;

8. Das centenas de resoluções da ONU que o regime sionista desrespeita, destacam-se a 181 (pela qual um estado palestino na própria Palestina teria ao menos 42,9% do território), 194 (que reconhece a limpeza étnica e determina o retorno dos atuais 6,2 milhões de palestinos refugiados), esta combinada com a 303, que reafirmou o direito de retorno, a 63/30 (“todas as ações de Israel… de impor suas leis, jurisdição e administração na Cidade Santa de Jerusalém são ilegais”), combinada com a 478, do Conselho de Segurança, para a qual a ocupação de Jerusalém é ilegal, a 2334, também do Conselho de Segurança, de 2016, cujo texto diz que a ocupação israelense de Jerusalém ““não tem validade legal e viola a lei internacional”;

9. A própria condição do regime racista de “israel” de estado-membro da ONU é ilegal, pois nunca cumpriu a Resolução 273/III, de sua admissão na organização, de 11 de maio de 1949, que tem por cláusula condicionante acatar e implementar as resoluções 181 e 194, o que não apenas descumpriu, como roubou mais território palestino e dali expulsou mais palestinos; e

10. Se faltassem provas cabais do quanto o regime supremacista sionista afronta o que colocado, ele mesmo as dá, em especial com a adoção da chamada “LEI BÁSICA: ISRAEL – O ESTADO-NAÇÃO DO POVO JUDEU”, de 2018, na qual se lê que “A realização do direito à autodeterminação nacional no ‘Estado de Israel’ é exclusiva do ‘Povo Judeu’” (letra C do item 1, dos “Princípios básicos”), isto é, negada a não-judeus, bem como que “O Estado vê o desenvolvimento da colonização judaica como um valor nacional, e deve agir para incentivar e promover o seu estabelecimento e consolidação” (item 7, do “Assentamento judaico”), ou seja, roubar terras palestinas e colocar nelas colonos é ação obrigatória do regime.

Todos estes argumentos, que não abrangem senão milésimos da orgia criminosa do sionismo e sua forma estatal, são de conhecimento dos estados, de seus governos de plantão e de suas diplomacias perenes, o que nos leva a estranhar a normalização de “israel”. Seria assim com uma nova Alemanha nazista?

O que o mundo viu hoje, 28º dia de orgia genocida sobre a população palestina de Gaza, seria o bastante para a exclusão de “israel” do mundo civilizado e de suas instituições, bem como prisão de todos os seus dirigentes, embaixadores incluídos, para julgá-los por crimes de lesa-humanidade. Hospitais, ambulâncias com feridos e comboios com centenas de pessoas em fuga atacados, com centenas de mortos e feridos, a maioria, novamente, crianças e mulheres, foram a cena vampiresca proporcionada pelos assassinos sionistas hoje.

Já são quase 10 mil os assassinados. Podem chegar a 12 mil, considerados os desaparecidos, aproximando-se dos 15 mil mortos entre dezembro de 1947 e 1951, quando da limpeza étnica que levou à expulsão de 88% dos palestinos do que se tornou o encale colonial denominado “israel”, sobre 78% da Palestina Histórica, a maior remoção demográfica forçada da história.

As crianças assassinadas já arranham as 4 mil, ou 5 mil se consideradas as desaparecidas (1.050), dificilmente ainda com vida em meio aos escombros.

As mulheres assassinadas, consideradas as desaparecidas, podem já ter atingido 4 mil. Quando se assassinam em escala industrial mulheres e crianças, claramente estamos diante da tentativa de esterilizar a sociedade palestina, evidente intento genocida.

Os feridos beiram os 25 mil, a maioria com gravidade ou mutilada. Novamente a maioria é de crianças e mulheres.

Considerando a destruição da maioria dos hospitais e demais estruturas de saúde, de água e esgoto, energia, casas, bloqueio de água, alimentos e remédios e demais insumos médicos, não há dúvidas de que estamos diante de um genocídio programado, de um holocausto sionista na Palestina.
A questão é: calaremos? Não podemos admitir que o mundo se cale, menos ainda o Brasil. Por isso pedimos imediato rompimento de todas as relações com o regime genocida de “israel”, bem como a revogação de todos os acordos de cooperação, pois estes implicam o Brasil com os crimes de lesa-humanidade praticados pelos sionistas contra o povo palestino.

Palestina livre do Apartheid sionista a partir do Brasil, 3 de novembro de 2023, 76º ano da Nakba.

*FEPAL - Federação Árabe Palestina do Brasil

06 novembro 2023

BASTA DE GENOCÍDIO EM GAZA E PALESTINA! (Coluna Crítica & Autocrítica - nº 223)

 


Por Júlio Garcia**

*‘QUEM CALA DIANTE DO GENOCÍDIO EM GAZA É CÚMPLICE’- O Ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, o gaúcho Paulo Pimenta (PT), em recentes postagens realizadas em sites e redes sociais (dentre os quais o X e o site Brasil247, depois também repostado por mim num dos blogues que edito,  ‘O Boqueirão Online’), chamou de "cúmplice" quem silencia diante do genocídio promovido por Israel na Faixa de Gaza. -Leia a seguir a síntese das mesmas, assim como as declarações do Presidente Lula:

"Quem cala diante do genocídio em Gaza é cúmplice. Nada, nada justifica a morte de crianças e civis inocentes. Não podemos silenciar. Condenamos os atos terroristas e os sequestros, mas nada justifica o extermínio de palestinos. É preciso um imediato cessar fogo e um corredor humanitário", publicou neste domingo (29) no X, antigo Twitter.

Em outras postagens nos últimos dias, o ministro também condenou os bombardeios contra os palestinos. Um vídeo publicado por Pimenta mostra crianças feridas sendo atendidas no chão de um hospital. "Ninguém pode silenciar diante disso", escreveu, acrescentando a hashtag '#BastadeGenocídio'.

Na última quarta-feira (25), o presidente Lula (PT) classificou claramente os ataques israelenses contra Gaza como genocídio. "É muito grave o que está acontecendo nesse momento no Oriente Médio. Não se trata de ficar discutindo quem está certo e quem está errado, quem deu o primeiro tiro e quem deu o segundo. O problema é o seguinte: não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase duas mil crianças que não têm nada a ver com essa guerra, que são vítimas dessa guerra. Sinceramente, não sei como um ser humano é capaz de guerrear sabendo que o resultado dessa guerra é a morte de criança inocente”. (...)

-E. T.: O número de civis palestinos mortos pelo exército terrorista de Israel (crianças, mulheres e idosos, principalmente), já supera a casa de 9 mil pessoas! 

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*SOBRE INJUSTIÇAS “Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos Companheiros. (...) Acima de tudo, procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um Revolucionário."  (Comandante Ernesto ‘Che’ Guevara)

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**Júlio César Schmitt Garcia é Advogado, Pós-Graduado em Direito do Estado, Consultor, dirigente político (um dos fundadores do PT e da CUT), 'poeta bissexto', articulista e midioativista. -Coluna originalmente publicada no Jornal A Folha (do qual é Colunista) - que circula em Santiago/RS e Região - Edição 912,  de 03/11/2023.

04 novembro 2023

UM COMUNISTA - Caetano Veloso



*Há 54 anos (4 de novembro de 1969) o Comandante Carlos Marighella ("Um Comunista") era assassinado em SP por agentes da  famigerada ditadura militar brasileira (1964/85). 

#Companheiro Marighella: Presente!

Eu não durmo mais, mas não é sobre a minha cabeça que as bombas explodem


Paulo Pinto/Agência Brasil   Mais de 9 mil palestinos já morreram desde os ataques de Israel contra Gaza

Por Carol Proner*

Eu já não durmo mais. Mas não é sobre a minha cabeça que explodem bombas. Não posso fazer muito, mas o silêncio a respeito do que está acontecendo em Gaza é mais do que impotência, é derrota. Ou cumplicidade com a selvageria.

“A guerra será longa”, afirmou o primeiro-ministro de Israel, e será por terra, ar e mar: “nossa meta é destruir o inimigo e assegurar que eles não existam em nosso país. (...), nós garantimos que nós faremos tudo, absolutamente tudo, para que os reféns voltem para as suas famílias.”, disse Benjamin Netanyahu.

Os dados das organizações humanitárias divulgados após o último ataque a um campo de refugiados mostram a real natureza da guerra: 9.500 massacres foram cometidos pelas forças israelenses desde 7 de outubro, o total de mortes confirmadas até o momento é de 8.796, dos quais 3.648 de crianças, 2.290 de mulheres e milhares de feridos privados de água e comida. Os desaparecidos estão subestimados, apenas 2.300 denúncias nos canais de acesso, dos quais 1.130 são crianças. A cada ataque, somem corpos sob os escombros e não há possibilidade de resgate ou estimativas de números.

Entre alvos, especialmente protegidos pelo direito humanitário, 98 centros médicos ou hospitais foram atingidos e 60 estão fora de operação, 25 ambulâncias foram destruídas,130 médicos foram mortos. 

O Hospital Turco, especializado em tratamento de câncer, neste exato momento não possui combustível. Os pacientes estão sentenciados à morte em algumas horas. O estreito de Rafah foi aberto essa madrugada, mas a ajuda não chega a 1% do necessário para evitar morticínio.

Também têm sido alvo de ataque planejados os campos de refugiados, espaços habitados por centenas de civis já cercados e agora deliberadamente atacados. E isso combinado com o infame uso da fome e da sede (starvation crime) como arma de guerra. Israel usa o deslocamento forçado para limpar o terreno de acesso ao território já ocupado e sabe que essas pessoas não têm saída. 

E como se fosse o bastante, constata a Anistia Internacional e outras agências especializadas o uso do fósforo branco como arma sobre civis. Isso vai além de um debate sobre se é ou não genocídio, é uma estratégia total de desumanização de qualquer regra jurídica e dos seres humanos escolhidos como alvo.

Fósforo branco (Willy Pete, na Primeira Guerra Mundial), foi aprimorado, é feito de um material químico que, em contato com a pele, não cessa de queimar até chegar nos ossos. Trata-se de arma química e incendiária absolutamente proibida pelo direito internacional. 

O grupo político que conduz a resposta militar de Israel, aparentemente, não distingue entre civis e militares. Todos são terroristas, sejam crianças ou mulheres, idosos, médicos, funcionários humanitários, jornalistas, todos são inimigos. Sendo um homem, jovem ou não, trata-se imediatamente de um terrorista. 

Certamente eu, enquanto escrevo e assim que publicar este desabafo, já serei considerada apoiadora de terroristas ou antissionista, uma inimiga do Estado de Israel. Em grupos de WhatsApp vão me segregar porque escolhi meu lado. E mais inimiga ainda se ousar trazer dos escombros da racionalidade a questão palestina. Devo seguramente já constar em alguma lista de inimigos. Mas meus amigos, muitos deles judeus, estão como eu: sem dormir, chorando diante da impotência e da miséria humana. Hão de se lembrar do massacre de Sabra e Chatila. 

(*) Carol Proner – Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e integrante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).

**Via Opera Mundi

02 novembro 2023

Rogers Waters protesta em show e denuncia Biden em telão: “Criminoso de guerra”*

Mensagem foi exibida durante a passagem de sua turnê “This is Not a Drill” por Porto Alegre

   Roger Waters em Porto Alegre. Wikimedia Commons

Roger Waters está realizando a turnê "This is Not a Drill" ao redor do país e na noite desta quarta-feira (1), o ex-Pink Floyd se apresentou em Porto Alegre. Durante o show, um telão exibiu uma imagem polêmica que caracterizou o presidente americano, Joe Biden, como um "criminoso de guerra"

O músico se apresentava na Arena do Grêmio, após passar por Brasília e Rio de Janeiro. A projeção no telão é uma característica incorporada à turnê, que em 2022 abrangeu várias nações europeias. Nela, líderes mundiais são colocados em uma espécie de galeria de imagens, sob o título de "criminoso de guerra".

Waters está se apresentando em Porto Alegre pela quarta vez. Sua primeira apresentação na cidade ocorreu em 2002, no Estádio Olímpico. Posteriormente, em 2012 e 2018, ele realizou shows no Beira-Rio.

A série de shows de “This is Not a Drill”, programada para acontecer em 2020 e adiada para julho do ano passado por conta da pandemia, teve sua estreia nos Estados Unidos em 2022. E agora chegou ao Brasil, contemplando 20 clássicos do cantor e canções marcantes de quando esteve na banda Pink Floyd, da qual ficou conhecido como um dos fundadores no ano de 1965, junto de Nick Mason, Richard Wright e Syd Barrett.

Antes de iniciar os shows ao redor do mundo, em uma de suas falas, o ex-Pink Floyd comentou sobre como seria a turnê de despedida. Segundo ele, “This Is Not A Drill” é uma nova e inovadora extravagância cinematográfica/rock and roll, é uma acusação impressionante da distopia corporativa na qual todos nós lutamos para sobreviver e um apelo à ação para amar, proteger e compartilhar nosso precioso e precário lar planetário”, afirmou o músico. 

“O show inclui uma dúzia de ótimas canções da Era de Ouro do Pink Floyd ao lado de várias novas, palavras e música, mesmo escritor, mesmo coração, mesma alma, mesmo homem. Pode ser seu último viva. Uau! Minha primeira turnê de despedida! Não percam”, destacou.

 *Fonte: Revista Fórum