18 dezembro 2008

Coluna














Crítica & Autocrítica - nº 46

* A coluna começa esta 'edição' com duas notícias auspiciosas. E, não por acaso, ambas contrárias aos 'interesses' do governo Yeda Crusius (como diria o ex-governador Brizola). A primeira: a retirada, realizada pelos deputados estaduais gaúchos da pauta de votações da Assembléia do vergonhoso projeto que insistia na prorrogação dos pedágios nas estradas gaúchas. Escore: 53 votos a zero. Nocaute!

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* A segunda: Os deputados estaduais gaúchos aprovaram o projeto que determina o pagamento integral dos salários a professores e policiais que fizeram greve ou participaram paralisações. Portanto, os salários 'descontados' recentemente dos professores e policiais que, corajosamente, desafiaram o autoritarismo de Yeda e exerceram sua cidadania ao lutar por seus direitos, estão duplamente de parabéns. É claro que ela poderá vetar. Faz parte de seu DNA. Mas o governicho conservador/autoritário, está desmoralizado.

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* Mais duas derrotas 'de peso' do atual (des)governo tucano/peemedebista/pepista/petebista...

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* Eleito com 52,63% dos votos dos cidadãos canoenses, no segundo turno, o futuro prefeito Jairo Jorge (PT/BOM) inova mesmo antes de assumir o comando da prefeitura desse importante município da região metropolitana de Porto Alegre: com o objetivo de agradecer à população os votos recebidos, debater questões relativas ao Programa de Governo e definir prioridades que marcarão o início do novo governo, Jairo Jorge tem realizado uma série de atividades no município, incluindo reuniões com representantes de entidades, associações de bairros, onde os ítens Educação, Emprego, Saúde, Segurança e Transporte são as demandas mais sentidas ... e discutidas.

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* Participei recentemente, como convidado da Direção Municipal do PT de Canoas (convite recebido dos companheiros Roberto Tejadas, Presidente, e Celso Barônio, Secretário Geral), de importante reunião partidária que tratou da atual 'transição municipal'. Na oportunidade os companheiros que integram a Comissão de Transição apresentaram um primeiro 'diagnóstico' da situação administrativa do município. Deveras preocupante, para dizer o mínimo! (...)

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* Semana passada tive também uma longa conversa com o companheiro Mário Cardoso, vice-presidente do PT canoense e um dos principais assessores do futuro prefeito Jairo Jorge. Na pauta, questões relativas a transição, conjuntura local, bem como composição, desafios e prioridades do novo governo. Foi uma conversa muito positiva e, também, muito produtiva.

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* Igualmente muito produtiva - e prazerosa - foi a conversa que tive com o vereador Adeli Sell, do PT de Porto Alegre, que realizou-me uma visita de cortesia. Adeli foi releito pela quarta vez vereador na capital dos gaúchos. Um dos mais votados e, diga-se de passagem, merecidamente!

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* Adeli Sell é, além de companheiro de primeira hora, meu amigo particular há quase 30 anos. Estivemos juntos desde os 'ásperos tempos', no final da década de 70 e início de 80: no movimentos estudantil e sindical, quando militávamos na O.S.I. (Organização Socialista Internacionalista), cujo 'braço estudantil' era a gloriosa corrente 'Liberdade e Luta'. Combatemos lado a lado na luta contra a ditadura militar, em inúmeras passeatas pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita, nas greves e enfrentamentos com a repressão realizados naquele período e nos seguintes. Juntos também estivemos na fundação do PT, da CUT, nas primeiras eleições após o fim do bipartidarismo e após a redemocratização parcial do país, assim como na histórica capanha pelas 'Eleições Livres e Diretas, Já'.

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* Adeli e eu fizemos ainda uma 'dobrada' por ocasião das eleições de 1990, quando ele concorreu à deputado estadual e eu, a deputado federal. Eu tinha retornado à Santiago dois anos antes e fui lançado candidato pela Regional Fronteira Oeste do PT, cuja sede ficava no Alegrete, à qual Santiago e muncípios próximos pertenciam. Não nos elegemos mas, com nossa modesta votação (alcançada com o apoio da militância de verdade, o que significa sem 'cabos eleitorais pagos') contribuimos para aumentar a nominata dos nossos deputados. Atingimos assim nosso objetivo de construção e fortalecimento partidário. E a certeza do dever cumprido.

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* Tínhamos Partido, tínhamos militância, formação política; tínhamos camaradagem, solidariedade, garra; tínhamos certeza na vitória final dos trabalhadores. Bons tempos, aqueles!

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* É sempre muito bom conversar com o Adeli. Temos também registrado nossa preocupação comum quanto aos rumos atuais do partido, o papel das tendências e mesmo em relação ao futuro do PT. Mas, independente de correntes internas, convergências ou divergências que tenhamos tido ao longo deste tempo todo (mais convergências que divergências), o que prezo mais no Adeli Sell, além de sua integridade e capacidade de trabalho, de sua combatividade, é um sentimento que anda muito escasso na esquerda - e no PT, em particular: o companheirismo, a solidariedade ativa com os companheiros de verdade e o reconhecimento pela história de cada um.

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* Este é para os que vieram depois: "E vós, que vireis na crista da onda em que nos afogamos, quando falardes de nossas fraquezas, não esqueceis do tempo sombrio a que haveis escapado". (Bertold Brecht)

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* Falando novamente sobre Santiago, 'minha querência amada', no final de semana estarei por lá, atendendo (com prazer) a um compromisso familiar - e aproveitando para rever e conversar com os familiares, amigos e companheiros de luta. Até mais ver! (Por Júlio Garcia, especial para 'O Boqueirão').

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** Crítica & Autocrítica: coluna que mantenho (i)regularmente no Blog 'O Boqueirão' http://oboqueirao.zip.net

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