07 julho 2020

Infecção de Bolsonaro faz Brasil virar chacota no mundo



Por Fernando Brito*
Toda a imprensa brasileira registra a forte repercussão do anúncio de que Jair Bolsonaro teve resultado positivo num teste para o Covid-19 e sempre, claro, agarrada às inúmeras declarações de deboche que, ao longo de quatro meses, fez sobre a doença.
Muito embora haja palavras de desejo de boa recuperação, em tudo há um certo tom de “bem-feito” por tudo o que ele protagonizou, como ator coadjuvante do líder da epidemia, os Estados Unidos.
Um vírus chamado “Bozid-17“, diz o Frankfurten Allgemeine, importante diário alemão:
O nome faz referência a Bozo, o palhaço americano (que era popular na televisão brasileira na década de 1980), cujo nome é usado por figuras da oposição como uma abreviação de Bolsonaro. O número 17 refere-se ao fato de Bolsonaro ter sido listado como número 17 nas eleições presidenciais de 2018. A tese de que o Bozid-17 é transmitido de ratos (através de porcos ou talvez antas) para humanos ainda não está comprovada. A origem do vírus ainda não está clara, mas os sintomas são bem conhecidos.

Nos estágios iniciais, o vírus afeta a capacidade dos infectados de ver o presidente sob uma luz crítica. Diante das inúmeras declarações públicas de Bolsonaro, nas quais ele elogiou a ditadura, tortura e assassinatos ou todos aqueles que negam as mudanças climáticas, rejeitam os direitos humanos e negam o perigo da pandemia de coronavírus, o paciente apenas diz: “Isso ele nunca disse." E se você lhe mostrar declarações que mostram exatamente isso, ele explica: "Sim, mas ele não quis dizer dessa maneira." 

Bolsonaro tornou-se um personagem caricato como seu “guru” norte-americano, com a diferença que com muitíssimo menos poder de pressão sobre o mundo.

Pior, com um quadro que só melhora no final de semana, com a incapacidade burocrática de registrar novos casos e novos óbitos.

Hoje, com os dados de ontem, voltamos a ultrapassar 1.200 mortes diárias e mais de 45 mil novos casos registrados na segunda-feira.
Continuamos na escalada que nos levará bem próximo das 100 mil mortes até o final do mês.
Mas, para o presidente, mesmo infectado, existe um “superdimensionamento” da doença.
*Jornalista e blogueiro, Editor do Tijolaço

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