“O que vai acontecer com os 65 milhões de brasileiros que estão vivendo a maior crise da história do emprego no Brasil e que vão ficar com renda zero?”, pergunta a ex-ministra Tereza Campello em artigo. Bolsonaro se furta a responder, diz ela
Por Tereza Campello*
Bolsonaro fala sobre continuidade do Bolsa Família, mas se cala sobre o real problema do momento: o corte de 50% do valor do auxílio emergencial e seu fim dentro de 3 meses. A questão que ele se furta a responder é o que vai acontecer com os 65 milhões de brasileiros que estão vivendo a maior crise da história do emprego no Brasil e que vão ficar com renda zero?
O Bolsa Família é o maior, melhor e mais bem sucedido programa de transferência de renda do mundo. Acabar com ele seria, de fato, uma irresponsabilidade. O Bolsa Família não só deve ser defendido e mantido, como necessita ser ampliado, estabelecendo como valor médio do benefício R$ 600, com repasse mínimo por criança seja de R$ 300.
O Bolsa Família é um programa estrutural de combate à pobreza, não é uma ação emergencial de enfrentamento às consequências econômicas da gigantesca crise sanitária gerada pela COVID-19, este papel é do Auxílio Emergencial.
O que está por trás da fala de Bolsonaro é a declaração de que NÃO VAI FAZER NADA PARA SALVAR A POPULAÇÃO POBRE e nem a economia, ou seja, curvou-se à banca, vai submeter-se ao teto de gastos e ao austericídio fiscal.
A verdade é uma só, Bolsonaro vai acabar com o Auxílio Emergencial (R$600/R$300) e não vai colocar nada no lugar.
*Economista, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome nos governos Lula e Dilma - Via Brasil247
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