Deputado defende que manutenção da empresa como estatal garante tarifa mais baixa
Deputado diz que Trensurb permanecerá pública | Foto: Divulgação
Por Luís Gomes, no Sul21*- O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, aceitou nesta terça-feira (23) a reivindicação de parlamentares gaúchos para que a Trensurb seja retirada da lista de empresas que constam no Programa Nacional de Desestatização (PND) para serem privatizadas. A informação foi confirmada pelo deputado estadual Miguel Rossetto (PT), que participou do encontro do ministro com representantes das bancadas estadual e federal gaúchas da Federação Brasil da Esperança (PT-PCdoB-PV) e com a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL).
Em conversa com o Sul21 nesta quarta, Rossetto classificou a retirada como uma decisão a ser comemorada. Ele explica que as bancadas, juntamente com o senador Paulo Paim (PT), já haviam adotado a posição pública de defender a retirada da Trensurb da PND e da necessidade de ser proposta uma agenda de investimentos para o sistema de trens metropolitanos.
“A população da Região Metropolitana enfrenta uma crise no transporte público e nós temos que oferecer um transporte de qualidade, confortável, de tarifa razoável e sustentável ambientalmente. Quem melhor responde a isso é a Trensurb”, diz. “O ministro Rui Costa conhece profundamente essa situação, compreendeu a natureza estratégia do sistema e a inviabilidade do aumento da tarifa, que seria insustentável para a região”.
Em 2022, a Trensurb transportou 31,998 milhões de passageiros, uma média diária de 107 mil pessoas. O custo total da operação no ano passado foi de R$ 245 milhões, dos quais R$ 126 milhões são oriundos da tarifa cobrada do usuário, sendo o restante subsidiado pelo governo federal. Atualmente, a tarifa do trem é de R$ 4,50. “A tarifa só é possível porque o governo federal subsidia metade do custo”, diz.
Parlamentares do PT, PCdoB e do PSOL participaram da reunião com o ministro Rui Costa | Foto: DivulgaçãoPara o deputado, um eventual fim do subsídio em consequência da privatização aprofundaria a crise do transporte coletivo na Região Metropolitana, uma vez que estimativas indicam que a tarifa poderia passar de R$ 10. “O que seria criminoso com a população, por isso estamos comemorando a manutenção da empresa pública federal”, afirma.
Uma nova diretoria da Trensurb será escolhida no mês de junho, em assembleia geral marcada para o próximo dia 16 — o ex-prefeito de Pelotas e ex-deputado federal Fernando Marroni será o indicado pelo governo federal para presidir a empresa. A partir da posse, a nova diretoria deve elaborar um plano de investimentos para melhorar a operação do trem e a expansão na Região Metropolitana.
Rossetto avalia que essa agenda de investimentos deverá passar, por exemplo, pela expansão do serviço para os eixos Alvorada-Cachoeirinha-Gravataí e Campo Bom-Sapiranga. “Essa é a agenda que nós apresentamos”, diz.
A retirada da Trensurb do PND é reivindicada pelos trabalhadores. No último dia 8, eles organizaram 24 horas de paralisação para pressionar o governo a retirar a empresa dos planos de privatização.
*Fonte: Sul21
Nenhum comentário:
Postar um comentário