Líder sindical paraibana, assassinada há 40 anos, inspirou marcha
São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que inscreve no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria o nome da líder sindical Margarida Alves, que dá nome à Marcha das Margaridas. A Lei 14.649 foi publicada na edição desta quinta-feira (17) do Diário Oficial da União.
Presidente durante 12 anos do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande (PB), Margarida foi aguerrida defensora dos direitos dos camponeses e da reforma agrária. Foi assassinada com um tiro de espingarda no rosto, às 17h de 12 de agosto de 1983, na porta de casa, diante de sua família. Uma semana antes, completara 50 anos.
Lula, que participou de mais uma edição da Marcha, encerrada ontem (16), esteve em 1981 com Margarida, “símbolo dessa marcha e de muitas lutas. Inspiração para tantas outras mulheres”. A Presidência da República lembrou que o livro, cuja visitação é aberta ao público, tem outras mulheres, como Laudelina de Campos Melo, sindicalista pioneira no movimento pelos direitos das trabalhadoras domésticas.
A lei tem origem no Projeto de Lei Complementar (PLC) 63/2018, da deputada Maria do Rosário (PT-RS). O texto foi aprovado na última terça-feira (15) no plenário do Senado, com relatório favorável de Paulo Paim (PT-RS) na Comissão de Educação e Cultura (CE).
Para Paim, também com origem no movimento sindical, o projeto é importante “para que mulheres e meninas, em especial da zona rural, possam se reconhecer na história daquela que dizia que nunca fugiria da luta”. Assim, a inclusão de Margarida no livro “é uma vitória para todos aqueles que acreditam na justiça social e na igualdade de direitos”.
A Marcha começou a ser realizada em 2000, reunindo agricultoras, indígenas, quilombolas, pescadoras. Teve neste ano sua sétima edição, com aproximadamente 100 mil trabalhadoras em Brasília.
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