Em entrevista à Fórum, professor Reginaldo Nasser analisa operação militar do grupo islâmico-palestino em território israelense e alerta: "Resposta de Israel será violenta e pesadíssima"
A tensão no Oriente Médio escalou neste sábado (6), quando o grupo político islâmico-palestino Hamas lançou um ataque surpresa e sem precedentes contra Israel. O comandante militar do movimento armado, Muhammad Al-Deif, convocou um "levante geral" contra Estado israelense, declarando que "esta é a hora de usar armas".
Denominada "Tempestade Al-Aqsa", em referência a uma mesquita cujo acesso foi bloqueado por Israel, a investida é uma reação dos palestinos à opressão a que são submetidos pelos israelenses em meio à subtração de seu território. O Hamas exige libertação de seus presos políticos, o fim do cerco a Gaza e da ocupação.
"O povo palestino e sua resistência estão a levar a cabo uma operação para defender o povo, a terra e os locais sagrados", diz nota divulgada pelo grupo.
O Hamas afirma ter disparado 5 mil mísseis e foguetes em cidades israelenses e entrou no país com centenas de homens armados via terra, água e ar, o que gerou uma resposta imediata das Forças de Defesa de Israel (IDF), que mobilizaram soldados e declararam "alerta de estado de guerra". Os confrontos já deixaram ao menos 532 mortos entre os dois lados do conflito, além de milhares de feridos.
O conflito entre Israel e Palestina é uma saga de décadas. Sua forma moderna tem raízes em 1947, quando as Nações Unidas apresentaram uma proposta de criação de dois Estados, um judeu e outro árabe, na Palestina, que estava sob o mandato britânico na época. Em 1948, Israel foi oficialmente reconhecido como uma nação independente. No entanto, a história subsequente viu a gradual subtração de território palestino por ocupações israelenses ao longo dos anos, alimentando um ciclo de tensões e confrontos armados contínuos na região.
Para entender melhor os desdobramentos e implicações desta nova escalada do confronto, a reportagem da Fórum conversou com Reginaldo Nasser, professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e autor de "Novas perspectivas sobre os conflitos internacionais" (Unesp).
"Este ataque foi uma surpresa, visto que o Hamas normalmente lançava ações militares mais restritas, como o lançamento de mísseis. No entanto, desta vez, eles pegaram as forças israelenses de surpresa", afirma o professor ao se referir às infiltrações de homens armados do Hamas em território israelense que um dia já pertenceu aos palestinos.
Nasser também aponta para movimentos políticos que antecederam a escalada da tensão entre Palestina e Israel. (...)
CLIQUE AQUI para continuar lendo a matéria assinada pelo jornalista Ivan Longo (via Revista Fórum)
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