28 fevereiro 2025

Alexandre de Moraes repudia tentativa dos EUA de interferir no Judiciário brasileiro: ‘Pela soberania do Brasil’*

Outros ministros do STF também se manifestaram contra ação de Trump e Rumble

Donald Trump quer impedir a entrada de Moraes nos EUA - Valter Campanato/Agência Brasil


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes reagiu a um projeto aprovado na Câmara dos Estados Unidos chamado “Sem censores em nosso território”, que prevê medidas para barrar estrangeiros que “infrinjam o direito de liberdade de expressão ao censurar cidadãos dos Estados Unidos em solo americano”, que tem o magistrado como principal alvo.

O projeto foi aprovado logo após a plataforma de vídeos Rumble e a Trump Media, grupo de comunicação do presidente dos EUA, Donald Trump, apresentarem uma denúncia à Justiça estadunidense acusando Moraes de censura por, supostamente, prejudicar a liberdade de expressão ao impor a legislação brasileira às redes sociais.

“Pela soberania do Brasil, pela independência do Poder Judiciário e pela cidadania de todos os brasileiros e brasileiras. Pois deixamos de ser colônia em 7 de setembro de 1822 e, com coragem, estamos construindo uma República independente e cada vez melhor, independente e democrática. E construindo com coragem. Como sempre lembra a eminente ministra Cármen Lúcia, citando Guimarães Rosa: ‘O que a vida quer da gente é coragem’”, afirmou Moraes, durante audiência do STF.

Outro ministro da Corte, Luís Roberto Barroso, também repudiou o ataque estadunidense e criticou os atores da tentativa de golpe no Brasil. “A tentativa de fazer prevalecer a narrativa dos que apoiaram o golpe fracassado não haverá de prevalecer entre as pessoas verdadeiramente de bem e democratas”, disse Barroso. “Nós bem sabemos o que tivemos que passar para evitar colapso das instituições e golpe de Estado.”

Mais cedo, em suas redes sociais, o ministro Flávio Dino também declarou apoio a Moraes e disse que a “autodeterminação dos povos; não-intervenção; e igualdade entre os Estados”, previstas no artigo 4º da Constituição, “são compromissos indeclináveis, pelos quais cabe a todos os brasileiros zelar, por isso manifesto a minha solidariedade pessoal ao colega”.

Em seguida, Dino ironizou a possibilidade de Moraes ser proibido de entrar nos EUA. “Tenho certeza de que ele permanecerá proferindo ótimas palestras em todo o território brasileiro, assim como nos países irmãos. E se quiser passar lindas férias, pode ir para Carolina, no Maranhão. Não vai sentir falta de outros lugares com o mesmo nome.”

*Fonte: Brasil de Fato - Edição: Nicolau Soares

26 fevereiro 2025

"ARTEMÁGIKA' APRESENTOU MAIS UM ESPETÁCULO 'POESIA AO AR LIVRE' EM SANTIAGO/RS

 


No último sábado, dia 22 de fevereiro, pela manhã, o Grupo Teatral Artemágika realizou mais uma apresentação do espetáculo "Poesia Ao Ar Livre", na Avenida Getúlio Vargas (‘Calçadão’, centro de Santiago/RS), em frente à Loja Dona Dona, parceira do evento, que desta vez teve por título “De Onde Nasce O Poema”, apresentando vários poemas do livro “Cara & Coragem  - Volume II – Poemas Reunidos, de autoria do advogado, poeta e escritor santiaguense Júlio César Schmitt Garcia (o escritor homenageado da vez). Participaram dessa atividade as atrizes e atores Cláudia Larre, Dilnei Chagas, Geovana Simões, Isadora Perez, Lilian Balbueno e Renato Polga. A Cenografia esteve a cargo da professora e empresária Eunice Viero.





O Grupo Teatral Artemágika, de Santiago/RS, comemorou recentemente 36 anos de atividades. Contabiliza, até agora, 41 montagens, sendo 20 espetáculos infantis e 21 espetáculos adultos, tendo participado ainda de vários Festivais, dentre os quais o Festival Gaúcho de Teatro (etapas Santiago e São Borja), FIT - Festival Itaquiense de Teatro, FERTAI - Festival de Teatro de Ibirubá, Festival Rosário Em Cena, Festival de Teatro de Uruguaiana e do  Festival ‘Santiago Encena’.

O Artemágika já conquistou mais de 70 prêmios (categoria infantil/categoria adulto) em espetáculo, direção, ator, atriz, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, iluminação, sonoplastia, cenografia, figurino, maquiagem, dramaturgia e prêmio especial do júri. Além de Santiago, realizou diversas apresentações nas cidades de Jaguari, São Pedro do Sul, São Vicente do Sul, São Francisco de Assis, São Luiz Gonzaga, Nova Esperança do Sul, Unistalda, Bossoroca e Mata, todas do RS .


O grupo teatral santiaguense idealizou também o 'Projeto Teatro na Escola',  além do 'Poesia Ao Ar Livre', acima citado  (com o apoio Cultural da Loja Dona/Dona e do Centro Cultural Aureliano de Figueiredo Pinto). Foi também o grupo pioneiro na idealização e encenação, em Santiago, dos espetáculos  'O Auto de Natal' e  'A Paixão de Cristo'. 

Cláudia Larre, Dilnei Chagas, Enadir Vielmo, Geovana Simões, Isadora Perez, Lilian Balbueno, Sandra Mara, Thiago Fiorenza, Volnei Sartori são os atuais integrantes do Artemágika. Segundo a direção do Grupo teatral, vários espetáculos estão previstos para serem realizados neste ano, dentre os quais “Perverso” (público adulto) e “Restolandia” (infantil).

*Informações com a contribuição da direção do Artemágika

(Edição final deste Blog).

21 fevereiro 2025

"Poesia Ao Ar Livre" - SANTIAGO/RS - Convite*

*ARTEMÁGIKA convida: Neste sábado, 22 de fevereiro/2025, às 10h, em frente à Loja Dona/Dona (Calçadão de Santiago ) é dia de "Poesia Ao Ar Livre"

(Obra: Cara & Coragem II - Poemas Reunidos), Escritor Homenageado: Júlio Garcia. Venha conferir !!!!

(...) " Não reconheço a poesia
Que não procure clarear
As trevas
Que não se esforce para agitar
A tempestade " (...)



“O Judiciário não tem alternativa senão condenar e prender”, diz José Genoino sobre denúncia contra Bolsonaro

Ex-presidente do PT defende decisão firme do Judiciário e reformas institucionais para evitar novas tentativas de golpe no futuro

     (Foto: ABR | CARLA CARNIEL/REUTERS)

247* - José Genoino, ex-deputado federal e ex-presidente do PT, comentou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro e seus aliados, baseada na delação do tenente-coronel Mauro Cid. Em entrevista ao Bom Dia 247, Genoino afirmou que o processo judicial que envolve os militares golpistas e o ex-presidente é um marco inédito e impõe ao Judiciário uma resposta firme. 

“O Judiciário não tem outra alternativa senão caminhar no sentido de aceitar a denúncia, de condenar e de prender, porque a própria legitimidade do sistema de Justiça vai estar em jogo”, declarou Genoino. Ele ressaltou que a extrema direita sempre adotou uma estratégia de confronto com as instituições e que esse embate se repete em outros países. “Veja o que está acontecendo com a extrema direita nos Estados Unidos e na Argentina. Esse confronto com o sistema de Justiça é um dado da realidade.” 

O ex-presidente do PT defendeu que a esquerda não pode se limitar a acompanhar os desdobramentos jurídicos da denúncia contra Bolsonaro, mas deve atuar politicamente para promover mudanças estruturais no país. “Não podemos apenas ficar batendo palma. Temos que fazer um debate político sério e avançar na reforma das instituições que participaram da tentativa de golpe, particularmente as Forças Armadas.” 

Genoino destacou que a presença de três generais e um almirante no banco dos réus não pode ser tratada como um fato isolado, mas sim como um indicativo da necessidade de mudanças profundas. “Isso não aconteceu por acaso. Chegamos a esse ponto porque as Forças Armadas foram capturadas por uma ideologia golpista. Nós não podemos repetir o erro da transição da ditadura para a democracia, quando não fizemos reformas institucionais profundas.” 

A disputa entre a extrema direita e a “direita gourmet”

Genoino também avaliou o impacto da denúncia para o futuro político da direita no Brasil e alertou que a velha direita tentará capitalizar a crise para se apresentar como alternativa viável ao bolsonarismo. “Essa denúncia não significa o fim da extrema direita. Eles vão seguir com a tática de provocação, narrativa mentirosa e mobilização. Mas a velha direita já está tentando ocupar esse espaço, e a esquerda não pode se perder nessa disputa.” 

Para ele, o erro estratégico seria buscar uma aliança genérica contra Bolsonaro e acabar diluindo a identidade da esquerda. “A esquerda não pode se confundir com a velha direita. Ela precisa se apresentar com suas bandeiras, sua ação política e atrair setores do centro para uma aliança tática, sem abrir mão de suas posições.” 

Governo Lula e as reformas ministeriais

Sobre as mudanças no governo Lula, Genoino alertou que a reforma ministerial não pode ser conduzida de forma hesitante e deve priorizar o fortalecimento da base progressista. “O governo não pode ficar nesse vai e vem com a reforma ministerial. O Lula precisa evitar desgaste e fazer uma mudança que fortaleça o núcleo político de sustentação do governo, e não aprofundar a aliança com o centro.” 

Ele também defendeu que o presidente continue adotando uma postura cautelosa em relação à denúncia contra Bolsonaro. “O Lula está corretamente evitando transformar isso numa questão política, porque a extrema direita quer se vitimizar e dizer que está sendo perseguida. Ele tem que continuar afirmando o devido processo legal, o direito de defesa e a presunção da inocência. A politização desse julgamento só favorece a narrativa da extrema direita.” 

O risco de anistia e o embate no Congresso

Questionado sobre a possibilidade de anistia para os golpistas, Genoino disse que essa bandeira continua sendo um objetivo da extrema direita, mas que a esquerda deve enfrentá-la diretamente. “Eles falam em anistia antes mesmo de haver julgamento. Primeiro tem que ter denúncia aceita, depois condenação e prisão. Não podemos subestimar essa estratégia deles, porque eles querem criar um factoide político e dar sobrevida ao movimento golpista.” 

Ele ressaltou que a mobilização política será fundamental para impedir que essa pauta avance no Congresso. “A extrema direita fala alto, tem ousadia e busca pautar o debate público. A esquerda tem que assumir uma posição de vanguarda no combate a eles, como a esquerda francesa tem feito, como o governo do México tem feito. Não dá para cair na ilusão de uma aliança ampla que, no fim, fortalece a direita em vez de derrotá-la.” 

Reformas estruturais para evitar novos golpes

Por fim, Genoino reforçou a necessidade de reformas institucionais, especialmente nas Forças Armadas, para evitar que o país volte a enfrentar tentativas golpistas. “Não basta comemorar o fato inédito de termos generais no banco dos réus. Precisamos entender por que chegamos a esse ponto. Como essa mentalidade golpista se formou dentro das Forças Armadas? Por que a Operação Punhal Verde e Amarelo foi planejada? Se não tratarmos dessas questões, o risco de um novo golpe continuará existindo.” 

O ex-presidente do PT defendeu a criação de uma nova política de defesa nacional, alinhada a um projeto democrático e popular. “O Brasil precisa discutir uma agenda de mudanças estruturais. O papel das Forças Armadas tem que ser redefinido, assim como o funcionamento do sistema de segurança pública e dos órgãos de controle do Estado. Esse é um debate que precisa ser feito agora, e não apenas quando estivermos diante de outra ameaça à democracia.” 

A entrevista de Genoino reforça que a denúncia contra Bolsonaro não é um ponto final, mas sim o início de uma disputa política intensa que exigirá da esquerda uma atuação firme, sem concessões à velha direita e com um projeto claro para o país.  -Assista clicando Aqui

 *Fonte: Brasil247

19 fevereiro 2025

Bolsonaro é o líder da organização criminosa do golpe, diz denúncia da PGR

"A responsabilidade pelos atos lesivos à ordem democrática recai sobre organização criminosa liderada por Jair Messias Bolsonaro, baseada em projeto autoritário de poder', diz o documento da Procuradoria-Geral da República


Por Glauco Faria*

Segundo a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República na noite desta terça-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro liderava uma organização criminosa para promover um golpe de Estado no Brasil.

"Aqui se relatam fatos protagonizados por um Presidente da República que forma com outros personagens civis e militares organização criminosa estruturada para impedir que o resultado da vontade popular expressa nas eleições presidenciais de 2022 fosse cumprida, implicando a continuidade no Poder sem o assentimento regular do sufrágio universal", diz a denúncia. 

E a peça jurídica segue: "A organização tinha por líderes o próprio Presidente da República e o seu candidato a Vice-Presidente, o General Braga Neto. Ambos aceitaram, estimularam, e realizaram atos tipificados na legislação penal de atentado contra o bem jurídico da existência e independência dos poderes e do Estado de Direito democrático."

Antes mesmo dos trechos acima, a PGR já havia indicado para a liderança do ex-presidente. "A responsabilidade pelos atos lesivos à ordem democrática recai sobre organização criminosa liderada por JAIR MESSIAS BOLSONARO, baseada em projeto autoritário de poder. Enraizada na própria estrutura do Estado e com forte influência de setores militares, a organização se desenvolveu em ordem hierárquica e com divisão das tarefas preponderantes entre seus integrantes", aponta o texto.

Ao longo do documento, são descritos os fatos e também a participação de Bolsonaro em diversos atos voltados para "seu propósito ilícito de permanência autoritária no Poder".

'Preocupação zero'

Nesta terça-feira, Jair Bolsonaro comentou sobre a possibilidade de ser denunciado pela PGR. Após almoço com parlamentares da oposição no Senado, ele falou com jornalistas.

“Que golpe é esse? Não tenho nenhuma preocupação com as acusações, zero”, falou o ex-presidente. Os crimes atribuídos a Bolsonaro pelas investigações da Polícia Federal e pela denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral de Justiça são abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. As penas somadas podem chegar a 28 anos de prisão.

“Foi uma conversa, convidamos o ex-presidente. Toda terça-feira que a oposição se reúne, vamos iniciar um novo ano legislativo e o ex-presidente, como o maior líder da direita do país, veio conversar com a oposição aqui no Senado para tratar de pautas que interessam a população brasileira e também interessam o nosso grupo político”, afirmou o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), segundo o Correio Braziliense.

*Fonte: Revista Fórum

13 fevereiro 2025

EXTREMISMO - Deputada Laura Sito (PT-RS) denuncia 'ataque coordenado' com agressões e ameaças virtuais*

Redes sociais de deputada estadual gaúcha sofreram difamações e agressões racistas

Laura Sito tem atuação na área da defesa dos direitos humanos - Foto: Thanise Melo

Grupos de extrema direita do Rio Grande do Sul retomaram ações criminosas na internet atacando lideranças expressivas de partidos de esquerda. A deputada estadual Laura Sito (PT) tem sido uma de suas principais vítimas e vem sofrendo calúnias, difamações e agressões racistas em suas redes sociais desde a tarde de sábado (8).

As novas agressões começaram após a circulação de um vídeo no qual a parlamentar criticava os preços dos alimentos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). No vídeo, gravado em junho de 2022, Laura Sito realiza uma intervenção em um supermercado de Porto Alegre, destacando a disparidade nos preços de produtos básicos entre os dois períodos governamentais. 

A deputada explica ao Brasil de Fato RS que o vídeo antigo tinha o objetivo de evidenciar o impacto das políticas econômicas na vida cotidiana dos brasileiros. "Quando fui ao supermercado em 2022, o que eu fiz foi escancarar a realidade de milhões de brasileiros que estavam – e continuam – pagando caro pela comida. Denunciar a fome e o impacto das políticas econômicas na vida do povo não é crime".

Recentemente, o vídeo voltou a circular nas redes sociais em páginas de direita, levando a uma onda de ataques direcionados à deputada. Além de questionamentos sobre sua atuação, a deputada tem recebido comentários ofensivos, misóginos e racistas. Laura Sito publicou um vídeo informando do ataque organizado sofrido em suas redes.

Uma usuária do Instagram a chama de “puta negra”. No X (antigo Twitter), um perfil comemorava sua suposta morte, evidenciando a gravidade da situação. Um vídeo construído através de inteligência artificial, ridicularizava a imagem da deputada gritando e rolando no chão. Esta última postagem chama atenção pela falta de regulação do uso de inteligência artificial, especialmente em casos de difamação.

Laura Sito destaca que já enfrentou ataques anteriormente. "Ameaças diretas e até agressões físicas no exercício do meu mandato. E sigo aqui porque minha luta não é solitária. Somos muitas. E é justamente essa força coletiva que assusta aqueles que apostam no ódio e na desinformação." 

A deputada afirma que seu mandato está tomando todas as medidas judiciais cabíveis para responsabilizar os autores dos crimes, mas que não vai se limitar a isso. "Seguiremos ocupando as ruas, as redes e os espaços de decisão para garantir que a política seja, de fato, um espaço para todos e todas”, pontua.

Histórico de agressões

A deputada estadual Laura Sito, conhecida por sua atuação em defesa dos direitos humanos e pela luta contra o racismo, já foi alvo de agressões em outras ocasiões. Em dezembro de 2021, enquanto atuava como vereadora em Porto Alegre, ela e outros membros da bancada negra da Câmara Municipal receberam ameaças de morte por e-mail. 

Mais recentemente, em setembro de 2023, já como deputada estadual e presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, foi agredida por agentes da Guarda Municipal de Porto Alegre enquanto acompanhava a entrega de alimentos e água a famílias do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) que ocupavam um prédio no centro da cidade.

*Fonte: Redação BdF Rio Grande do Sul

Edição: Katia Marko

11 fevereiro 2025

PT, 45 anos: Virar à esquerda e romper o cerco neoliberal

"O PT precisa combinar o apoio institucional ao governo com a pressão da rua, de massa, por baixo, contribuindo à auto-organização do povo", diz Milton Alves

Lula e a bandeira do PT (Foto: Ricardo Stuckert)

Por Milton Alves*

O Partido dos Trabalhadores (PT) completou 45 anos nesta segunda-feira (10), um momento de celebração e de reflexão para um partido que nasceu com o projeto de defender a classe trabalhadora e transformar socialmente o país.

Nestes 45 anos, o PT teve uma presença marcante e decisiva em diversos momentos da vida política nacional: nas greves de trabalhadores nos anos 80′, na etapa final da luta contra a ditadura militar, a liderança na campanha das diretas já, no enfrentamento ao neoliberalismo dos governos Collor e FHC, impeachment de Collor em 1992, as vitórias eleitorais para a presidência da República em 2002, 2006, 2010, 2014 e 2022, resistiu aos crimes da operação Lava Jato e ao lawfare de setores do Ministério Público e do Poder Judiciário que investiu contra os líderes da legenda.

Ao longo de mais de quatro décadas, acumulamos vitórias expressivas e duras derrotas. Na última década, uma campanha odiosa foi movida contra o PT, que tinha por objetivo a destruição e a desmoralização político-ideológica do partido aos olhos do povo trabalhador. Instrumentos persecutórios como a Ação Penal 470, que prendeu parte da direção histórica do partido, a operação Lava Jato, o golpe contra o mandato legítimo da presidenta Dilma Rousseff e a prisão de Lula foram parte dessa ofensiva criminosa. Resistimos!

O PT, no plano programático e organizativo, vive toda sorte de pressões para abrir mão de seus princípios fundadores. É um desafio presente em cada jornada na trajetória atual do partido: o rebaixamento programático, a crescente influência do social- liberalismo entre os seus quadros dirigentes no partido e no governo, a burocratização das instâncias partidárias, as “federações de mandatos parlamentares” por cima dos diretórios e a ausência de uma agenda de ação própria e autônoma do partido junto à sociedade.

Valorizar a militância - Os milhares de militantes de base e apoiadores do PT, em cada território e segmento de atuação, são as antenas de referência e as nossas raízes mais profundas. É junto ao povo trabalhador que a militância sente os limites de uma política de acomodação e de alianças com os políticos traíras, que ameaçam os nossos objetivos imediatos e futuros. Uma militância que precisa ser mais ouvida, organizada e valorizada nas instâncias partidárias.

A derrota definitiva do bolsonarismo e do neoliberalismo exige a mobilização popular e uma clareza de objetivos na defesa de um programa de transformação e a permanência da identidade de esquerda e socialista do partido.

O PT precisa combinar o apoio institucional ao governo com a pressão da rua, de massa, por baixo, contribuindo para a auto-organização do povo, criticar as cedências programáticas ao neoliberalismo, defender um novo curso econômico de desenvolvimento e distribuição de renda, o fim da lógica fiscalista no orçamento da União, impulsionar uma campanha nacional por uma reforma política (incluindo a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte), retomar os esforços para a integração política e econômica da América Latina –, no quadro dos crescentes ataques do governo norte-americano aos povos do continente.

Viva o PT! Salve a combativa militância do PT! Virar à esquerda é a saída!

*Milton Alves é jornalista e sociólogo. Fonte: Brasil247

45 ANOS DO PT - Humberto Costa: 'O PT é um partido de esquerda e deve continuar onde está'

Senador por Pernambuco e 2º vice-presidente do Senado Federal, ele se filiou ao partido no mesmo ano de sua fundação

Senador Humberto Costa (PT-PE) durante o seminário "A Realidade Brasileira e os Desafios do Partido dos Trabalhadores" em dezembro de 2024 - Alessandro Dantas/PT no Senado

Em 1980, mesmo ano de fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), o jovem líder estudantil nascido em Campinas (SP), mas criado em Recife (PE), Humberto Costa, de 67 anos, assinava sua ficha de filiação, dando início a uma longa jornada de construção da agremiação política no estado de Pernambuco. Em 1990, foi eleito pela primeira vez a um cargo público, como deputado estadual e, cinco anos depois, elegeu-se deputado federal.  

Entre 2003 e 2005, foi ministro da Saúde do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e desde 2011 exerce o cargo de senador por Pernambuco, ocupando hoje a 2ª vice-presidência do Senado Federal. Membro da direção nacional do PT, Costa falou ao Brasil de Fato sobre os 45 anos do partido, os desafios, o enfrentamento à extrema direita, e o futuro da agremiação que fará eleições internas no próximo mês de julho. (...) 

*Confira a íntegra da entrevista concedida por Humberto Costa ao jornalista Leonardo Fernandes, do BdF, clicando AQUI

10 fevereiro 2025

PARTIDO DOS TRABALHADORES - PT COMEMORA HOJE 45 ANOS DE SUA FUNDAÇÃO

"O Partido dos Trabalhadores surge da necessidade sentida por milhões de brasileiros de intervir na vida social e política do país para transformá-la. A mais importante lição que o trabalhador brasileiro aprendeu em suas lutas é a de que a democracia é uma conquista que, finalmente, ou se constrói pelas suas mãos ou não virá." (...) Do Manifesto de Fundação do PT


HISTÓRIA EM MOVIMENTO


Há 45 anos nascia o PT para “lutar por democracia, pluralidade, solidariedade, transformações políticas, sociais, institucionais, econômicas, jurídicas e culturais, destinadas a eliminar a exploração, a dominação, a opressão, a desigualdade, a injustiça e a miséria, com o objetivo de construir o socialismo democrático.” (*) Portanto, a construção do socialismo é princípio fundante do PT e seu objetivo estratégico.

O período era de ascensão das lutas populares, de mobilização da classe trabalhadora (a CUT seria fundada três anos depois) e ampla mobilização social pela (re)democratização do Brasil após penosos anos de ditadura civil-militar. Nestes 45 anos, houve grandes mudanças na conjuntura e no contexto nacional e mundial que tornaram a tarefa muito mais complexa e desafiadora. Ao mesmo tempo, muito mais urgente e necessária.

Por isso, nosso horizonte socialista passa pelo fortalecimento da esfera pública, onde nosso governo – mesmo no contexto de um parlamentarismo disfarçado e rebaixado – procura responder às demandas do povo brasileiro. Passa pela solidez da democracia que combate a opressão, a desigualdade e a injustiça. Passa pela defesa da soberania e combate às ameaças de dominação econômica, cultural e ideológica do capitalismo neoliberal com seus matizes fascistas. Passa, necessariamente, pelo fortalecimento do PT e das esquerdas, cujo papel é o de provocar movimentos contra-hegemônicos de mudança.

Juçara Dutra Vieira
Presidenta do PT / RS

-Leia também: PT chega aos 45 anos com cinco eleições presidenciais e o desafio de se renovar

(*) Estatuto do PT- **Com o site do PT/RS - Edição final deste Editor