12 março 2018

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10 março 2018

Lava Jato avança sobre a presidenta Dilma


Por Miguel do Rosário*
Era previsível. Ao mesmo tempo em que os processos contra tucanos vão sendo engavetados, e o governo acelera o desmonte do Estado, a Lava Jato se ocupa de ocupar os noticiários com factoides montados contra o PT e suas lideranças.
O modus operandi é sempre o mesmo: delações forjadas, combinadas, montadas em articulações com sempre os mesmos escritórios de advocacia.
Não há necessidade de provas. Um delator combina com outro. E quando a coisa aperta, a Odebrecht apresenta um dado qualquer dos sistemas “Drousys” ou “Mywebday”, comprovadamente fraudados, segundo provas periciadas trazidas por Rodrigo Tacla Duran.
A Lava Jato agora avança para cima da presidenta Dilma.
***
Leia, abaixo, a nota completa da defesa de Dilma.
A propósito da matéria “Delatores dizem que Dilma atuou na fraude de Belo Monte”, publicada na sexta, 9 de março, no site da Folha de S.Paulo, a assessoria de imprensa de Dilma Rousseff esclarece:
É descabida e absolutamente fantasiosa a versão dos delatores Emílio Odebrecht e Otávio Azevedo de que Dilma Rousseff seria a cabeça de um esquema de fraudes dentro do governo para beneficiar empreiteiras responsáveis pelas obras de Belo Monte.
Os dois delatores mentem. Como tem sido a praxe desde que ambos passaram a ser investigados. Mentem na tentativa de reduzir suas responsabilidades no envolvimento dos crimes praticados contra a administração pública.
Jamais nenhum deles – ou quaisquer representantes das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez – teve qualquer tipo de conversa com a então ministra-chefe da Casa Civil no governo Lula para tratar de fraude em concorrência pública. Ou quando ela assumiu a Presidência da República a partir de 2011.
Aliás, não seria a primeira vez que mentiras são assacadas contra a Dilma Rousseff por Otávio Azevedo que, diante das provas apresentadas pela defesa, retirou a acusação e teve de se desculpar perante o juiz. O mesmo deve se dizer das planilhas apresentadas pela Odebrecht.
Os delatores terão de fazer mais do que “apontar o dedo” para Dilma Rousseff. Ambos terão de mostrar as provas do envolvimento direto dela em quaisquer irregularidades em disputas, concorrências ou licitações públicas. É um despautério que não tem qualquer amparo na realidade. A mentira será desmascarada.
Lamentavelmente, isso ocorre porque, no Brasil, nos dias atuais, em vez de denúncias serem tratadas no âmbito do Judiciário, acusações são lançadas na imprensa, que assume o papel de tribunal, processa e condena sem provas, sem jamais admitir a presunção da inocência. É a prática do jornalismo de guerra para o assassinato de reputações.
Em toda a sua vida pública, jamais houve o envolvimento de Dilma Rousseff em qualquer ilícito ou malfeito. A verdade será reparada na Justiça.
ASSESSORIA DE IMPRENSA
DILMA ROUSSEF
*Via  O Cafezinho

09 março 2018

O OCASO DE UM VIRA-CASACA


Por Paulo Muzell*

FHC é, sem nenhuma dúvida, a maior expressão política da direita brasileira das últimas quatro décadas. Carioca, construiu sua carreira política em São Paulo, o centro do poder econômico e político do país. 

Descende de uma família de militares; seu pai, o general Leônidas Cardoso, foi um ativista, ferrenho nacionalista, eleito deputado federal pelo PTB. Sob a liderança de Monteiro Lobato e na companhia de Barbosa Lima Sobrinho e outros, Leônidas teve destacado protagonismo na campanha “O petróleo é nosso”, que resultou na criação da Petrobras por Getúlio Vargas em 1953. 

Militante de esquerda, FHC formou-se em sociologia, recebendo no início dos anos sessenta vários prêmios e reconhecimento acadêmico com a publicação “Dependência e desenvolvimento na América Latina”. Nesta etapa de sua vida ele parecia acreditar que era possível superar o crônico subdesenvolvimento do país, apostava na construção de uma nação soberana. Sua obra tinha clara e forte influência de pensadores da Cepal, especialmente de Celso Furtado e de Raul Prebisch. 

O golpe militar de 1964 obrigou-o a exilar-se primeiro no Chile e depois na Franca. Retornou em 1968 e, em 1974, filiou-se ao MDB.

Em 1983 FHC assumiu uma cadeira no Senado por São Paulo substituindo o titular, Franco Montoro que se elegeu governador. Em 1988 deixou o PMDB, integrando um grupo de dissidentes que fundou o PSDB. Se o ano de 1983 marca a entrada de FHC no cenário político nacional, 1988 foi o que poderíamos chamar de o ano da “virada”. FHC afirmou que o PSDB seria um partido com um olhar do centro com viés à esquerda, o que, logo se viu, nada tinha a ver com a realidade. O PSDB logo mostrou a que veio, se consolidou como um dos pilares do neoliberalismo. Arrocho fiscal, desregulamentação do setor financeiro, do comércio, terceirização, leia-se precarização do trabalho, estado mínimo, privatizações, abertura ao capital estrangeiro. No seu discurso o livre mercado, a garantia à livre concorrência resultaria, inevitavelmente, no avanço tecnológico e no aumento da renda e da riqueza. Uma nova UDN, versão pós-moderna. Na prática a gente sentiu na pele o que realmente aconteceu: aumento do poder e do lucro do capital, especialmente o financeiro, redução dos salários e dos direitos dos trabalhadores, desnacionalização e mais desigualdade. FHC deu um giro de 180º graus à direita, é claro. Ao ser cobrado foi muito claro, afirmou: “esqueçam tudo o que eu escrevi”. 

Desde o final dos anos setenta os ventos do neoliberalismo sopravam com intensidade crescente na Europa, Nos Estados Unidos e, aqui na América Latina, no Chile. FHC viu que defender os interesses patronais e servir a nossa atrasada e entreguista oligarquia era o caminho mais fácil para chegar ao poder. No PSDB, sua carreira política decolou. Apoiou Collor contra Lula no segundo turno das eleições de 1990. Collor renunciou, Itamar Franco assumiu a presidência e nomeou FHC ministro de Relações Exteriores e depois da Fazenda. O cargo de ministro da Fazenda foi para ele uma loteria: surfou no sucesso do Plano Real e se elegeu presidente da república nas eleições de 1994. Ficou oito anos no poder, de 1995 a 2002. 

Seu governo acabou com o monopólio da exploração do petróleo da Petrobras, escancarando as portas para as petrolíferas estrangeiras. Seu pai, o general Leônidas Cardoso cinquenta anos atrás afirmara que “o petróleo é nosso”. FHC, retrucou e anunciou para o capital estrangeiro: “o petróleo é vosso”. Mudou o conceito de empresa nacional, criando facilidades para a entrada de capitais internacionais. Abriu a navegação de cabotagem às empresas estrangeiras e num programa de grandes investimentos em gás canalizado facilitou a entrada de capitais externos ao proibir a participação da Petrobras. O entreguismo foi uma marca registrada do seu governo. 

Implementou um grande programa de privatizações marcado por denúncias de corrupção. O jornalista Amaury Junior no seu livro “A privataria tucana” apontou desvios bilionários, solidamente documentados, ocorridos nas privatizações da Vale, da Telebras e dos bancos estatais, dentre outras. O próprio FHC, seu filho Paulo Henrique, Gustavo Franco, José Serra, Tasso Jereissati, dentre muitos e muitos outros integrantes do seu governo foram denunciados. Através de contas CC5 mais de 20 bilhões de dólares – resultados das pilhagens - foram irregularmente transferidos através de paraísos fiscais para o exterior. Ilicitudes na SUDAM e na SUDENE desviaram dos cofres públicos mais de 2,4 bilhões de reais, montante expressos a preços da época. Nenhuma denúncia teve qualquer consequência: além de blindado pela Globo e demais veículos da grande mídia, FHC colocou na Procuradoria de República Geraldo Brindeiro, que ficou conhecido como o “Engavetador Geral da República”. 

FHC deixou um péssimo legado. Seu sucessor assumiu um país com alto desemprego, elevada dívida pública interna e externa, reservas cambiais zeradas e uma inflação num patamar alarmante, ameaçando disparar. Um melancólico final de governo. 

Ele completara 71 anos quando transmitiu o cargo a Luiz Inácio em janeiro de 2003. De lá para cá, ao longo desses quinze anos viveu das glórias passadas e de novas honrarias que delas decorreram. Virou presidente de honra do PSDB, título que hoje não é motivo de muito orgulho: o partido tem um Aécio Neves na presidência. Recebeu vinte e nove títulos de “Doutor Honoris Causa” e é membro de dezenas de conselhos consultivos de institutos e de clubes nacionais e internacionais. Tem colunas nos grandes jornalões – Globo, Estado de São Paulo -, e fartos espaços na grande mídia que o mima, até demais. Espaços que anos após ano evidenciam o aumento de sua decadência, de sua decrepitude intelectual. Recentemente traiu até seu próprio partido, o PSDB, ao tornar público seu apoio à candidatura de Luciano Huck, um apresentador da Globo, um neófito na política, cuja biografia evidencia que não tem as mínimas condições para assumir uma presidência da república. Eleger Huck seria entregar o poder diretamente à Globo, desempregando os intermediários. Huck é hoje chamado, com razão, de o “tiririca dos ricos”. 

FHC não conseguiu digerir as amargas derrotas em quatro eleições presidenciais sucessivas. Inveja a liderança, a popularidade e o carisma de Lula. Odeia o PT. Foi um crime o seu apoio ao ridículo e desastroso golpe de 2016, que está levando o país ao caos. Sua ambição desenfreada fez que trocasse de lado, virasse uma figura bufa, caricata. Ele abandonou a luta e a esperança de construir uma grande nação. Próximo dos 87 anos, FHC é um vira-casaca no ocaso.

*Paulo Muzell (foto) é Economista e articulista.

08 março 2018

A direita, no Brasil, é a mídia e sua criada, a Justiça

aromidia
Para quem viveu a redemocratização do país, nos anos 80, e chega agora ao fim inglório da democracia no Brasil, arruinada nas mãos de uma classe dominante rastaquera, sem projeto de país, de governantes infames e – este é o dado mais novo e decisivo – de um Judiciário que perdeu toda a formalidade – sem ter perdido a pompa – fica buscando, perplexo, onde foi o ponto onde nos perdemos.
Tenho cá comigo um palpite, e creio que o ponto de virada da pré-ditadura que vivemos hoje – quem sabe um Elio Gaspari póstero a “biografe” como o título de “A ditadura esculhambada” – se deu em 2009/2010, quando ainda vivíamos a euforia do progresso que encantava o país. A frase da então presidente da Associação Nacional dos Jornais, Judith Brito. dizendo que os “meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada” é o marco para um jogo de pressão da mídia que, progressivamente, encampou o judiciário como o instrumento de seu poder.
Houve, a partir daí, um progressivo adonamento, pela mídia, da condução do processo político e, até mesmo, a submissão da própria agenda do Governo eleito: o julgamento do “mensalão”, a “faxina” no Governo, as “jornadas de junho” escancaradamente transformadas (e se transformando) em movimentos massivos e, por fim, a Lava Jato.
A disputa política com a “oposição profundamente fragilizada” foi, progressivamente, substituída pela disputa com a mídia (ou nem tanto, pois frequentemente ela era aceita como reitora), e encarnada por elementos da Justiça, como Sérgio Moro e Rodrigo Janot, que adquiriram poderes impensáveis numa democracia.
Agora, o ciclo que se iniciou há oito anos terá seu desfecho nas eleições de outubro, do qual aquela antiga oposição fragilizada elegerá um presidente igualmente frágil, resultado da frustração da vontade eleitoral evidente da população, ao fim e ao cabo a razão de todo este processo de destruição da democracia.
Ou, contra tudo e contra todos, a eleição de um candidato que consiga encarnar esta vontade castrada e que, no Governo, terá de valer-se – e logo, com a flamante legitimidade das urnas – do enfrentamento com a direita real deste país: a mídia e o Judiciário que está posto a seu reboque.
*Jornalista, Editor do Tijolaço (fonte desta postagem)

Pelo que lutam mulheres que ocuparam as ruas neste 8 de março?

Assembleia de mulheres foi realizada na Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre | Foto: Guilherme Santos/Sul21
Luís Eduardo Gomes, no Sul21*
“Se eu pensar, desde a minha infância eu sou uma feminista. Eu ouvia de uma das minhas avós o questionamento de o porquê que ela ia botar os filhos a arrumar a casa se ela tinha filhas mulheres. Eu passei a minha questionando porque a minha outra avó trabalhava da manhã à noite em casa para o meu avô chegar e assistir televisão. Sempre fiz essas perguntas nos momentos de convívio social. Era tachada como uma menina que tinha problemas, quando, na verdade, eu tinha soluções. Problemas tinham eles”.
Arlene Barcellos | Foto: Guilherme Santos/Sul21
A aposentada Arlene Barcellos é uma das mulheres que participaram, na tarde desta quinta-feira, 8 de março, Dia Internacional de Mulher, de uma assembleia de mulheres na Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre. No evento, tiveram a oportunidade de falar sobre o que significava o feminismo para elas, quais eram as suas lutas, o que as motivava a estar na rua lutando por direitos.
Em muitas das falas, aparecia a necessidade de enfrentamento da violência contra a mulher. “Eu morro 22 vezes no dia. Eu sofro agressão física 40 mil vezes”, diz Arlene, citando estatísticas presentes no panfleto entregue no ato. “É como se eu fosse agredida e morta todos os dias porque cada mulher que é agredida agride a minha condição”.
Jocelaine Santos da Silva | Foto: Guilherme Santos/Sul21
A luta de Jocelaine Santos da Silva também é contra a violência, o que inclui a violência que assola a sua comunidade, o bairro Cascata. “A minha luta diária mais importante é referente à violência que está acontecendo na minha comunidade, a falta de policiamento”, diz. “Violência essa que afeta áreas como a educação. “A gente lutou muito para ter EJA, segundo grau na nossa escola, e agora estão pensando em fechar por causa da violência. Tem um adolescente que eu conheço que não quer estudar de noite por medo, porque não tem policiamento, tem briga de gangues. A escola está com medo de abrir. A minha luta é pela segurança. A minha luta é pelo EJA, para que pessoas as possam recomeçar”, complementa Jocelaine, que faz parte do Outras Amélias, movimento que faz um trabalho de ir a comunidades periféricas para estimular que mais mulheres lutem pelos seus direitos.
Gleci Madruga Mendes | Foto: Guilherme Santos/Sul21
Vinda de Santana do Livramento, onde trabalha com movimentos sociais, Gleci Madruga Mendes disse que uma das suas lutas é contra o racismo, mas não só isso. “Nós temos que lutar porque, de primeira, as mulheres ficavam encolhidas dentro de casa, só os homens falavam. Hoje, a mulher estuda, trabalha, pode fazer uma faculdade, a mulher pode chegar mais alto que o homem e isso eles não aceitam. Então, eu acho que a gente tem que se unir”, disse, sem antes também acrescentar que é preciso lutar contra os governos de Michel Temer e José Ivo Sartori. “Esse nosso presidente é uma vergonha, o governador nem se fala, quer tirar o nosso IPE”.
Foto: Guilherme Santos/Sul21
Para a aposentada Cinara de Souza Machado, o 8 de março também é um dia das mulheres no mundo inteiro se unirem para lutar pela igualdade. “No mundo inteiro existe essa desigualdade, principalmente as mulheres mais carentes, de baixa renda, as negras, sofrem ainda mais discriminação em relação aos outros. O 8 de março é contra as injustiças que as mulheres carregam mais fortemente que os homens. É um marco nesse sentido, das mulheres do mundo inteiro se rebelarem contra essa injustiça. E aí, claro que cada país, cada local tem a sua especificidade. Nós aqui somos mulheres que lutamos contra o golpe quando a Dilma foi tirada do governo, que para nós representa um grande atraso nos avanços que as mulheres conquistaram”, diz.
Eduarda Vitória | Foto: Guilherme Santos/Sul21
Já para a estudante secundarista Eduarda Vitória, de Viamão, o 8 de março é um dia de emoções mistas. “Eu acho um pouco triste ter um dia para homenagear aqueles mulheres que foram mortas por querer o direito delas. Eu acho legal, mas ao mesmo tempo é muito triste. Tiveram que morrer mais de cem mulheres para poder terem voz, para serem lembradas. E depois de muito tempo que a gente teve esse dia para nos homenagear, eu acho legal, mas ao mesmo tempo é muito triste”, diz Eduardo Vitória, lembrando o incêndio que matou 125 mulheres em uma fábrica de Nova York em 25 de março de 1911, e que é uma das datas relacionadas à origem do Dia Internacional da Mulher.
Para ela, a luta das mulheres é só pela igualdade, pelos mesmos direitos, para poderem escolher qualquer roupa para sair de casa sem se preocupar se vão ou não ouvir coisas como “Oi, psiu. Vem aqui”. “A gente quer poder ser livre para fazer qualquer coisa. Igualdade e só. É muito ridículo a gente ter que lutar para poder ter igualdade”.
Eduarda Webber | Foto: Guilherme Santos/Sul21
Outra Eduarda, a Webber, estudante de Direito, além do machismo, sofre com a lesbofobia. “Pelo fato de eu ser lésbica, sempre ouço piadas desagradáveis quando namoro ou coisa do gênero. Mas em âmbito de trabalho, as mulheres sofrem muito com a desigualdade salarial, prestando o mesmo serviço que o homem, recebendo 30% a menos. Já conseguimos muitas vitórias, mas não estamos nem perto de conseguir a equidade ainda”, diz.
Para ela, a luta das mulheres, não pode ser só no 8 de março, mas sim diária, porque todos os dias sofrem com o machismo e a misoginia. “O dia 8 representa isso, mas tinha que ter mais visibilidade durante todo o ano para não ocorrer tudo que acontece, não só no Brasil, mas em vários outros países onde a gente vê crimes bárbaros relacionados à violência contra a mulher”.
Naiara Malavolta | Foto: Guilherme Santos/Sul21
Uma das organizadoras do ato, Naiara Malavolta, do Fórum Estadual de Mulheres e da Marcha Mundial das Mulheres, avalia que a importância do 8 de março é a busca pela unidade das mulheres ao redor do mundo. “A gente entra um pouco nas pautas do RS, de Porto Alegre, mas a gente entende que existe hoje um sistema machista e misógino que oprime as mulheres de uma forma ou de outra no mundo inteiro. Se tu pegar os países ricos, a gente vê as mesmas formas de opressão que vemos nos países mais pobres. As mulheres têm mais anos de estudo e ganham menos, não ocupam os espaços de chefia, quando ocupam é porque se comportam como homens, tentando reproduzir um comportamento que não é o natural das mulheres”.
Um dia que é sim para passar “um pouquinho” a ideologia feminista uma para a outra. “A gente fala em feminismo e a propaganda é tão grande contra, que as pessoas dizem assim: ‘se tu é feminista, porque eu não posso ser machista?’ Como se uma coisa fosse o contrário da outra, e não é. O feminismo luta pela emancipação das mulheres, enquanto o machismo luta pela submissão. A luta das mulheres é a luta de cada uma, daquelas que compreendem isso e daquelas que não compreendem”.
Naiara ainda critica o fato de que, mesmo em um dia como o 8 de março, a imagem da mulher ainda é trabalhada sob a ótica da sexualidade. “A gente estava aqui dividindo o espaço com uma outra atividade em que eles estavam distribuindo lingeries para as mulheres na rua. Por quê? Esse é o artigo mais importante que a mulher tem para usar? É a beleza da mulher o mais importante? Tem muita coisa para gente alterar e vir para a rua é parte desse processo”.
Ela diz que, nesse trabalho de conscientização para a emancipação, costuma brincar com algumas mulheres perguntando qual o machismo que sofreram hoje. “Elas tem um pouquinho de dificuldade de entender. Eu disse assim para uma: ‘tu saiu com o teu marido, quem dirigiu o carro?’ ‘É ele, mas é porque ele gosta mais’. ‘Mas ele te perguntou se tu gosta de dirigir?’ Então, existem pequenos gestos que a gente precisa desconstruir”.
Já Arlene direciona uma pergunta semelhante para os homens: “Qual a atitude machista que a partir de hoje vocês não irão mais adotar definitivamente?”
*Fonte: Sul21

06 março 2018

STJ “perde oportunidade de evoluir” ao negar habeas corpus, diz advogado de Lula


Sepúlveda Pertence: “tribunal preferiu manter-se na posição punitivista em grande voga no país” (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Por Felipe Pontes – Agência Brasil*

O advogado e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Sepúlveda Pertence, que representa Luiz Inácio Lula da Silva, disse hoje (6) que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) perdeu a oportunidade de “evoluir” ao negar, por unanimidade, um habeas corpus preventivo contra a prisão do ex-presidente da República.

“Foi um resultado unânime no qual o tribunal preferiu manter-se na posição punitivista em grande voga no país e perdeu a oportunidade de evoluir e voltar a dar à garantia constitucional da presunção da inocência o seu devido valor”, disse Pertence ao fim do julgamento.

A Quinta Turma do STJ decidiu nesta terça-feira (6), por 5 votos a 0, negar um pedido de Lula para que fosse suspensa uma determinação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), segunda a qual o ex-presidente deve ser preso após esgotadas as possibilidades de recursos em segunda instância contra sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro.

Pertence disse esperar agora que o Supremo Tribunal Federal (STF) julgue duas ações que devem assentar definitivamente se condenados em segunda instância devem cumprir pena de imediato ou somente após o chamado trânsito em julgado, quando se esgotam todas as apelações também nas cortes superiores.

“A situação hoje do Supremo não pode permanecer com essa divisão, na qual a concessão ou não de habeas corpus depende do sorteio do relator”, disse Pertence. “Vamos lutar lá, esperando que o Supremo Tribunal se defina a respeito dessa dramática divisão”, acrescentou o ex-ministro do STF, referindo-se a decisões conflitantes sobre assunto proferidas por ministros do Supremo nos últimos anos.

Um outro habeas corpus preventivo de Lula ainda deve ser julgado pelo STF, após ter sido enviado ao plenário da Corte pelo relator, ministro Edson Fachin.

*Via Sul21

Mensagem de Lula para Guilherme Boulos

05 março 2018

Jair Bolsonaro era agressivo e tinha "excessiva ambição, além de não apresentar lógica, racionalidade e equilíbrio em seus argumentos", diz ficha militar


*A propósito da campanha antecipada e com utilização de outdoors (duplamente ilegal) que os apoiadores (quem patrocina, mesmo?!!!) do ex-capitão Jair Bolsonaro (acusado de, entre outras barbaridades, articular plano terrorista, conforme relatório secreto do Centro de Inteligência do Exército (CIE), nº 394, de 1990) vem realizando em alguns municípios brasileiros (Santiago/RS, lamentavelmente, foi 'contemplada' no último sábado com um deles), destaco aqui matéria veiculada no site do advogado e jornalista terrunho Júlio Prates:

"Conforme o Tribunal Superior Eleitoral, a utilização de outdoor e outros materiais fora do tamanho físico determinados é crime. “É vedada a propaganda eleitoral mediante outdoors, sujeitando-se a empresa responsável, os partidos, coligações e candidatos à imediata retirada da propaganda irregular e ao pagamento de multa no valor de 5.000 (cinco mil) a 15.000 (quinze mil) UFIRs.”, prescreve o artigo artigo 39, § 8º da Lei nº 9.504/97, com a redação dada pela Lei nº 11.300/2006."

- Com a palavra, portanto, o MP e a Justiça Eleitoral.

-Para conhecer um pouco mais sobre a vida pregressa do pré-candidato Bolsonaro (PSC/RJ), clique Aqui.

-Ainda: Do jornal Folha de São Paulo: "Jair Bolsonaro era agressivo e tinha "excessiva ambição, além de não apresentar lógica, racionalidade e equilíbrio em seus argumentos, diz ficha militar". (...) Clique Aqui para ler na íntegra.

02 março 2018

DAP: Formar comitês pela democracia e pelo direito de Lula ser candidato

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DAP no Ato dos 38 anos do PT em São Paulo

O Diálogo e Ação Petista assumiu como tarefa ajudar na constituição dos comitês pela democracia e pelo direito de Lula ser candidato. Em vários estados, o DAP tem tomado a iniciativa de construir esses comitês, por bairro ou por categoria.

Os comitês promovem reuniões, debatem com a população, fazem pichações e panfletagens. Agrupando militantes de diversas origens políticas, os comitês explicitam o vínculo entre a perseguição a Lula e ao PT e as medidas dos golpistas contra os trabalhadores e o povo. Nossos correspondentes informam sobre algumas dessas iniciativas:

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Rita fala sobre a construção dos Comitês

Pelos bairros de Fortaleza (CE)

Rita Sá, do Diálogo e Ação Petista, integra o Comitê Popular Tô com Lula pela Democracia do Bairro do Rodolfo Teófilo (Fortaleza – CE). O Comitê tem promovido ações dirigidas aos moradores do bairro, apoiando as iniciativas de defesa dos direitos sociais, pela democracia e pelo direito de Lula ser candidato. Nossa página ouviu Rita Sá.
DAP – Qual a importância dos Comitês Populares?
Rita – Os Comitês Populares têm o objetivo de organizar a classe trabalhadora e oprimida na defesa dos direitos sociais e democráticos ameaçados com o golpe que levou ao impeachment da presidente Dilma e que agora condena Lula e avança contra a soberania nacional. O Comitê agrupa movimentos populares e sindicais de diferentes orientações políticas.
DAP – Qual a relação que o Comitê vê entre a luta pelos direitos sociais e democráticos e a defesa do direito de Lula ser candidato?
Rita – O golpe que retirou Dilma Rousseff do governo tinha um alvo: os direitos sociais. A condenação de Lula nos revela qual o rumo que irão tomar as eleições neste ano caso não consigamos derrotar o golpe.
DAP – Quais as tarefas imediatas dos Comitês Populares?
Rita – Derrotar o golpe. Isso significa de largada impedir a prisão de Lula. Precisamos unificar os comitês populares e sindicais em defesa dos direitos ameaçados. Os comitês devem avançar afirmando Lula Presidente para revogar as ações golpistas e avançar nas verdadeiras reformas que a Nação necessita.
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Depois de participar do Carnaval (acima) DAP de Recife organiza comitês

Em Recife (PE): Construindo Comitês e organizando o DAP

O DAP do Recife, reunido em 16 de fevereiro, decidiu impulsionar a construção de comitês populares pela democracia e em defesa do direito de Lula ser candidato.
Foram priorizados quatro comitês: o da Universidade Federal de Pernambuco (já criado), dos bancários, professores e do Judiciário. A ideia é lançar os comitês em atos-debate no início de março. Discutiu-se também questões organizativas, como as finanças, com a arrecadação do cafezinho e a venda de bottons.
O grupo de base Fé e Política, do DAP de Recife, em reunião dia 15 de fevereiro, decidiu formar um comitê em defesa do direito de Lula ser candidato que deverá ser lançado em um ato público.
Diante de entendimentos promovidos por dirigentes do PT com o PSB, decidiu-se fazer uma carta ao PT, defendendo a resolução do 6º Congresso com relação à aliança com partidos golpistas.

fdesantana

Feira de Santana (BA) lança Comitê

Dia 6 fevereiro ficará marcado na história de Feira de Santana. Mais de 260 pessoas participaram do lançamento do Comitê em defesa da democracia e pelo direito de Lula ser candidato.

PT, PCdoB, PCO, CUT, CTB, MOC, Consulta, Reitor da UEFS, sindicatos, movimentos populares, candidatos a deputados, estudantes, jovens, organizações de mulheres, entre outras, demonstraram a mais ampla unidade na construção deste comitê que será o polo aglutinador e mobilizador de iniciativas comuns no próximo período na luta para defender os direitos do povo trabalhador e garantir a candidatura e eleição de Lula no 1º turno.

As diversas falas destacaram que não há outra prioridade no próximo período que não seja a organização e impulsão de comitês em toda a cidade e região. (...)

A entrevista de Lula na íntegra, com muitos trechos que você não leu na Folha



O DCM* teve acesso à íntegra da entrevista de Lula à Folha de São Paulo.

Lula: Querida, deixa eu te falar, eu estou pronto. Deixa eu só te falar uma coisa, Mônica, já que está gravando aí vamos fazer o seguinte, nesta entrevista, a senhora pode perguntar tudo que vossa excelência quiser perguntar. Não tem pergunta que não tenha resposta, a não ser que eu não saiba, se eu não souber, vou dizer não sei e você vai perguntar para um candidato que sabe.

Jornalista: Presidente, eu tenho um roteirinho que eu queria que a gente fosse conversando e aí vamos mudando e o senhor vai introduzindo temas que o senhor quer. E o que eu queria começar perguntando é sobre o quadro atual eleitoral, político, do qual o senhor é o protagonista. Recentemente, há poucos dias, o Ciro Gomes falou em voz alta, o que eu acho que muita gente murmura, né, e pensa, que ninguém no Brasil acredita que a senhora vai poder ser candidato até o fim. Bom, diante disso, o senhor tem o direito de ir até o fim, se inscrever e esticar isso, e o senhor ao mesmo tempo enquanto o senhor for candidato, quer dizer, fica muito difícil a discussão de uma alternativa e de se viabilizar que se torne viável uma alternativa. Então qual é a hora de se começar a conversar sobre esse famoso plano B.

Lula: Ô Mônica, se eu não acreditasse na possibilidade de que a justiça pode rever o crime cometido contra mim pelo Moro e pelo TRF4, a mentira contada sobre mim, eu não precisaria fazer política. Ou quem sabe eu virasse um moleque de 16 anos e fosse dizer que só tem solução na luta armada. Não, eu acredito na democracia, eu acredito na justiça e acredito que o que foi feito, tanto no TRF4, quanto no Moro, essas pessoas mereciam ser exoneradas a bem do serviço público. Porque houve mentira na denuncia da imprensa, houve mentira no inquérito da policia federal, houve a mentira na acusação do ministério público, houve a mentira na sentença do Moro e houve a mentira na confirmação do TRF4. Então o que que eu espero, eu espero que o Supremo Tribunal Federal cumprindo aquilo que é o seu papel constitucional analise os autos do processo, veja os depoimentos, veja as provas e tome uma decisão. Por isso eu tenho a crença de que eu vou ser candidato a presidente da República.

Jornalista: Mas eles não vão conseguir entrar no mérito, presidente. Não vai ter tempo de se acontecer isso.

Lula: A segunda coisa…deixa eu te falar uma coisa, eu só posso confiar num julgamento que se entre no mérito. Eu só posso.

Jornalista: Mas você acha que vai ter tempo?

Lula: Mas veja, é preciso ter tempo. A justiça não tem tempo, não é um tempo certo, a justiça não é uma coisa que você dá 24 horas, 24 dias ou 24 meses. A justiça ela tem o tempo necessário de fazer a investigação correta no processo e punir quem está errado. Neste caso quem deveria ser punido era o Moro, o Ministério Público, era a Policia Federal e os quatro juízes que fizeram a sentença lá. Então eu tenho essa crença. (...)

CLIQUE AQUI para ler na íntegra (*via Diário do Centro do Mundo)

-Com o Portal O Boqueirão Online