10 março 2009

Recados?!!
















Os recados de Veja


*Por Luiz Carlos Azenha

Quando a revista Veja fala que o delegado Protógenes Queiroz teria investigado a vida pessoal da ministra Dilma -- o que ele nega --, qual seria a mensagem embutida nisso?

Quando a revista Veja fala que conseguiu abrir todos os supostos arquivos encontrados em um computador do delegado, menos os nomeados "tucanos", "FHC" e "Serra", qual seria a mensagem embutida nisso?

As perguntas pressupõem que a investigação aconteceu, que os arquivos existem e contém informação cabeluda sobre os investigados. Repito: o delegado nega.

O arquivo nomeado "FHC", por exemplo, teria informações relativas ao filho que o ex-presidente da República tem com a jornalista da Globo?

Paulo Henrique Amorim especula que o frentão Serra-FHC-Globo-Gilmar Mendes-Daniel Dantas busca enfiar o filho do presidente Lula no inquérito que apura os vazamentos dos quais é acusado o delegado Protógenes Queiroz.

Com a CPI dos Grampos reanimada, seria a chance de finalmente criar o clima para derrubar Lula -- ou pelo menos enfraquecê-lo às vésperas das eleições de 2010, exatamente como aconteceu em 2006.

Qual a diferença entre 2006 e 2010? A crise econômica. Naquela época a economia ia de vento em popa e os brasileiros, ficou provado, nem deram bola para as três CPIs que exploravam o "mar de lama". Agora, no entanto, é diferente. Para contribuir com o clima de terra arrasada, temos a justa preocupação de que o Brasil está entregue, outra vez, à dupla Sarney-Collor.

Eu, por mim, teria o máximo prazer de assistir à revelação dos arquivos completos do delegado Protógenes, se eles de fato existem. E, mais ainda, me interesso muito pelo conteúdo dos HDs do Opportunity que foram mandados para a perícia nos Estados Unidos.

*Luiz Carlos Azenha é jornalista, idealizador do sítio coletivo SIVUCA e editor do blog Vi o Mundo

**Pescado do Blog Vi o Mundo

AL/RS




Veto de Yeda: Servidores realizam assembleia e vigília

Nesta terça-feira (10), os servidores públicos do Rio Grande do Sul realizam uma assembleia unificada e, em seguida, uma vigília para acompanhar a votação do veto da governadora ao projeto que abona as faltas de quem participou de greves ou de dias de paralisação no ano passado. No interior do estado serão instalados telões em locais públicos para que os servidores acompanhem o posicionamento dos parlamentares.

Os servidores começarão a chegar em Porto Alegre pela manhã. Organizada pelo Fórum dos Servidores Públicos do RS, a assembleia unificada acontece a partir das 10 horas, no Centro de Eventos do Parque Harmonia. O Fórum é composto por CPERS/Sindicato, Sindsepe, Ugeirm/Sindicato, Simpe, Sindicaixa, Semapi, Sindiágua, Sindjus, Sindet e Federação dos Bancários do RS.

(Por CPERS/Sindicato)

09 março 2009

'Veja é bandida e irresponsável'






Protógenes chama Veja de mentirosa

A seguir, o blog reproduz alguns trechos da manifestação do delegado Protógenes Queiroz (foto), da Polícia Federal, a respeito de reportagem da revista Veja, edição nº 2103, datada de 11/03/2009, mas que circulou neste final de semana, que traz como manchete principal "A tenebrosa máquina de Espionagem do Dr. Protógenes". Confira:

"Não é a primeira vez que estamos diante de fatos semelhantes publicados de forma bandida e irresponsável envolvendo situação anterior que provocou o desmantelamento do Sistema Brasileiro de Inteligência - SISBIN ( Gabinete de Segurança Institucional, Agência Brasileira de Inteligência; Inteligência das três forças militares - Marinha-Exército-Aeronáutica; Inteligência da Polícia Federal, e outros ). E aqui fica uma pergunta: A quem interessou tal fato ? Hoje vivemos num clima mercantilista corrupto em que a credibiliade de um órgão de imprensa que no passado teve sua importãncia histórica, hoje lamentávelmente constitui parte dessa engenharia política e comercial sórdida disponíveis a serviço de um poder até então não identificado, mas que possivelmente ultrapassam as nossas fronteiras."
...
"É importante afirmar que em minha residência no Rio de Janeiro não foi apreendido nenhum documento ou material, nem tampouco computador contendo dados da operação Satiagraha, conforme se comprova no auto de busca e apreensão na ocasião da diligência."
...
"Os dados cobertos pelo sigilo coletados com autorização judicial e de conhecimento do Ministério Público Federal, em nenhum momento incluiu ou revelou a participação da Exma. Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff, do ex-ministro José Dirceu, do Chefe de gabinete da Presidência da República Gilberto Carvalho, do Senador Heráclito Fortes, do Senador ACM Jr., do Ministro Roberto Mangabeira Unger na investigação da Satiagraha."
...

Por fim, o delegado Protógenes Queiroz informa que vai "...ingressar com as medidas judiciais adequadas para corrigir os excessos da referida matéria mentirosa travestida de reportagem."

*Leia mais nos blogs
http://blogdoprotogenes.com.br/ (Blog do Protógenes) e http://www.paulohenriqueamorim.com.br/ (Conversa Afiada)

08 março 2009

8 de Março




No Dia Internacional da Mulher: pelo direito ao aborto, contra o obscurantismo

*Por Emir Sader

O direito jurídico à igualdade veio do direito ao voto das mulheres. Mas os passos decisivos para a emancipação feminina vieram com o divórcio, a pílula e o direito ao aborto. No seu conjunto contribuíram a que as mulheres possam dispor do seu próprio corpo e, em parte, da sua vida. Nada mais era fatal e eterno: nem o casamento, nem a gravidez, a sexualidade se separava da reprodução.

A reação conservadora teve seu epicentro nos EUA – no governo Reagan – com a criminalização do aborto. Conseguiram reverter, na opinião pública – a imagem positiva do direito ao aborto – o direito da mulher dispor do seu próprio corpo – buscando transformá-la em algo negativo: a morte do feto, com as intermináveis discussões sobre se o feto continha uma alma e colocava o movimento feminista na defensiva, tendo que se justificar. Bandos violentos passaram a atacar a médicos que faziam o aborto.

A Igreja teve papel importante e os cristãos de esquerda foram submetidos a dilemas: como religiosos, teriam que se opor ao aborto. Como militantes de esquerda – seja pelo direito da mulher, seja pelas razões sociais, de que a grande maioria os abortos são realizados por mulheres pobres, em condições que afetam perigosamente sua saúde.

A atitude da grande maioria das pessoas de esquerda foi a de separar sua fé cristã da política social e pronunciar-se pelo direito ao aborto. Até porque quem não quiser apelar para ele, tem todo o direito de não fazê-lo. O que não é possível, em um Estado democrático e laico, é cercear a todos de um direito, porque os religiosos o vetam.

Além de que ninguém, em sã consciência, recomenda que alguém faça um aborto, uma experiência inegavelmente dolorosa. Porém do que se trata é de aprovar o direito. Um direito não é um dever. Acolhe-se a ele, quem quiser. O que não pode seguir acontecendo é o cinismo de que realizam-se diariamente milhões de abortos, que é uma realidade inquestionável. Porém as mulheres de classe média e da burguesia, fazem com cuidados médicos, pagando, protegendo-se, enquanto as outras são submetidas a condições de risco grave, que costumam deixar seqüelas muito profundas.

No Brasil existe uma lei que aceita o aborto legal em alguns casos particulares. Seria necessário universalizar esse direito.

O absurdo do tema retornou nesse caso assustador, em que uma menina de 9 anos ficou grávida pela violação do seu pai, foi submetida a um aborto e a equipe médica foi excomungada pela Igreja. Uma atitude obscurantista, que nenhuma pessoa civilizada pode aceitar. Uma instituição medieval, machista, em que as mulheres são consideradas seres inferiores, quer impor seus critérios sobre o conjunto da sociedade. Os religiosos, que acreditam que devam submeter-se disciplinadamente aos ditames dessa instituição, que o façam.

A separação da Igreja do Estado é uma conquista irreversível da democracia. As razões religiosas podem orientar decisões privadas das pessoas, mas nunca definir critérios para a cidadania em sociedades democráticas e republicanas.

Que o Dia Internacional da Mulher sirva para a condenação dessa atitude obscurantista da Igreja e reforce a luta pelo direito da mulher de decidir sobre seu corpo e sobre sua vida.

*Emir Sader
é sociólogo, professor universitario, escritor, militante de esquerda
Fonte: Carta Maior

07 março 2009

Repúdio ao PIG



















'Como é que um jornal pode se dizer compromissado com os seus leitores se esconde deles parte de sua própria História?'

O Ato Público de repúdio ao editorial safado da Folha aconteceu hoje de manhã, conforme estava previsto, em frente à sede do jornal, em São Paulo. Segundo nos informa o jornalista Luiz Carlos Azenha, do blogue Vi o Mundo: "Eu diria que o protesto do Movimento dos Sem Mídia hoje de manhã, diante do prédio da Folha de S. Paulo, na rua Barão de Limeira, foi pequeno -- porém, representativo. A Polícia Militar disse que eram 65 pessoas. Eu, pessoalmente, contei 200. O Eduardo Guimarães, presidente do MSM, diz que havia 300 nomes na lista de presença e acredita que 400 pessoas compareceram.Estavam lá representantes da UNE, da UBES, de vários grupos ligados aos direitos humanos, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, sindicalistas, parentes de vítimas da ditadura militar, integrantes de partidos políticos, do coletivo Intervozes e de várias outras entidades. O Emerson Luis, do blog Nas Retinas, montou um mini-centro de imprensa num bar das redondezas para blogar. Várias pessoas com as quais conversei viram no encontro o embrião de um movimento que pode se tornar mais abrangente, contra o revisionismo histórico que pretende definir a ditadura militar brasileira como "ditabranda" e por maior acesso público aos meios de comunicação.

Um dos melhores discursos foi feito por Ivan Seixas, ex-preso político que foi torturado ao mesmo tempo que o pai dentro da Operação Bandeirantes, o órgão formado depois de uma parceria entre empresários, policiais e o Exército. Ivan tinha 16 anos de idade quando foi preso e saiu da cadeia aos 21. O pai dele foi morto sob tortura. Ivan lembrou o que todos sabemos: que a família Frias colocou um de seus jornais -- a Folha da Tarde -- a serviço da OBAN e emprestou veículos para o transporte de presos e torturados. Ivan lembrou que Otávio Frias, o patriarca, chegou a morar no prédio do jornal uma temporada por temer represálias dos grupos de esquerda, que sabiam do envolvimento do jornal com a repressão.

Essas informações a Folha de S. Paulo nunca dividiu com os seus leitores. São esqueletos no armário de uma empresa que pretende cobrar transparência de orgãos federais, estaduais e municipais. Como é que um jornal pode se dizer compromissado com os seus leitores se esconde deles parte de sua própria História? Se não aceita responsabilidade pelo seu passado? Como é que um jornal pode dar apoio material a uma ditadura militar e se dizer defensor da democracia? Ivan sugeriu um pedido formal de desculpas da Folha àqueles que sofreram consequências diretas da aliança entre a empresa e a ditadura militar.

Egmar José de Oliveira, conselheiro da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, informou aos presentes que em breve deverá ser iniciada uma pesquisa nos arquivos para identificar os empresários-financiadores da Operação Bandeirantes, cuja implantação completa 40 anos em julho próximo. A OBAN serviu de modelo para a posterior implantação dos DOI-CODI, os centros de tortura do regime". (...)

* Mais informações nos blogues Vi o Mundo, Cidadania.com, Nas Retinas e Dialógico, que realizaram excelente cobertura - em tempo real - do Ato realizado hoje em São Paulo.

**PIG: Partido da Imprensa Golpista

06 março 2009

'Chegou a hora da verdade'...









Presidente Lula defende fortalecimento do Estado

O presidente Lula defendeu ontem, durante seminário sobre a crise internacional no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o fortalecimento do Estado, a regulamentação do sistema financeiro e os investimentos sociais como ferramentas para a recuperação econômica dos países. "Chegou a hora da verdade e da política. Não tem contemporização. Agora é hora de a gente aproveitar a crise e fazer o que não tivemos coragem de fazer nos últimos 20 anos", afirmou.

Lula defendeu a política social do governo e disse que programas como o Bolsa Família e o Luz para Todos, entre outros, contribuíram para o aumento, no mercado interno, do poder aquisitivo das classes mais pobres da população. A uma platéia formada por empresários, ministros e economistas do exterior, Lula disse que a teoria do Estado mínimo e do Estado como estorvo ao desenvolvimento não se confirmou. "Estou convencido de que a saída para esta crise só acontecerá se os governantes do mundo assumirem o papel de governantes de seus países", disse.

O presidente criticou o receituário neoliberal de gestões anteriores e que, mesmo após o fracasso dessa visão, ainda é defendido como saída por setores da oposição e da mídia. "Muitos chegaram até a falar em choque de gestão. Mas aqui no Brasil, no nosso governo, nunca falamos em choque de gestão. E ainda assim, a dívida líquida do setor público caiu de 57% para 36% do PIB", afirmou Lula.

O presidente disse ainda que instituições federais de crédito do País aumentaram os volumes para o financiamento. Dados apresentados pelo presidente mostram que a Caixa Econômica Federal, nos dois primeiros meses deste ano, disponibilizou um total de crédito de R$ 1,9 bilhão e, no mesmo período do ano passado, o valor foi de cerca de R$ 1 bilhão.

O presidente ressaltou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em seu governo, voltou a ser um banco direcionado para o desenvolvimento. Para 2009, de acordo com ele, o banco de fomento disponibilizará R$ 100 bilhões para garantir o crédito para o capital de giro das empresas que estão fazendo investimentos em infraestrutura. (Ag. Informes)

O PIG NÃO TEM JEITO...






Tarso:’Manchete do jornal é arbitrária e manipuladora’

Saiu no Blog do Mello: De que jornal será que o ministro Tarso Genro está falando? Dou-lhe uma, dou-lhe duas...Ninguém precisa consultar os universitários, Silvio, todo mundo sabe que só pode ser O Globo, o jornal que é golpista há mais de 50 anos:

Logo após a divulgação do suicídio de Getúlio, há quase 55 anos, “caminhões de entrega do jornal oposicionista O Globo foram queimados pela multidão enfurecida” (“Brasil: de Getúlio a Castelo”, Thomas Skidmore, pg.180).

E qual era a manchete a que o ministro se referia no título desta postagem? Esta aqui reproduzida ao lado, que mostra a primeira página de O Globo do dia 3 de março, anteontem. “Lula ataca MST por mortes; Tarso diz que foi só ‘arrojo’”. Era a manchete do dia. E mentirosa, como afirmou o ministro e O Globo teve que engolir.
Ontem, escondidinho na página 12, sem destaque, o jornal publicou o desmentido, sob o seguinte título: “Tarso Genro alega que não falou sobre crimes”.

Como assim, “alega”? Quem alega está na defensiva, se explica, se justifica, e o ministro não alegou nada, o ministro desmentiu a manchete e a reportagem e afirmou o seguinte, em nota:

“Informo que em nenhum momento, por nenhum jornalista, me foi perguntado sobre homicídios que teriam sido cometidos por integrantes do MST em Pernambuco, cuja elucidação e julgamento são de esfera estadual. A vinculação feita pela manchete do jornal é arbitrária e manipuladora, visto que as perguntas que me foram formuladas pela imprensa versavam sobre a atuação dos movimentos sociais no Brasil e sobre a reforma agrária e, ainda, sobre o uso da Força Nacional de Segurança em casos como o de Pernambuco”.

É por isso que não me conformo quando certos jornalistas afirmam que o PIG é uma invenção da blogosfera, coisa de gente sem imaginação – ou com imaginação demais. A mídia é golpista, sim, e não é de hoje. Houve a pressão que levou ao suicídio de Getúlio, ao golpe de 1964, houve a eleição de Collor, a manipulação das eleições de 2006, com o caso dos aloprados, o “caos aéreo”, a “epidemia de febre amarela”... Precisa mais?

A onda agora é a ditabranda, que ainda não foi comprada por toda a mídia. Mas é questão de tempo, se não ficarmos atentos, se não cobrarmos e desmascararmos essa tentativa de fraude histórica que se está desenhando.

Fonte: Blog do Mello http://blogdomello.blogspot.com/

05 março 2009

As provas, digo, 'os filmes'...
















*Charge do KAYSER

'Mulheres Fazendo Arte'








CONVITE

O gabinete da deputada Stela Farias (PT) está realizando desde o dia 02 de março, das 8h30min às 18h30min, a exposição "Mulheres Fazendo Arte" no Hall da Assembléia Legislativa (Praça Marechal Deodoro, 101). A atividade é alusiva ao Dia Internacional da Mulher – 8 de março.

A exposição reúne o trabalho das artistas de Montenegro, Cíntia Freitas, Rosemar Campos, Simone Schäffer e Suzete Garcez, produzido a partir da temática da autonomia feminina. As obras foram realizadas no atelier Oficina do Artesanato, que reúne as artistas. Foram utilizadas técnicas de textura sobre tela, pintura em porongo e madeira, modelagem em papel machê, decoupage e colagem sobre tecido.

A mostra retrata mulheres que fizeram história, como Frida Kahlo, Simone de Beauvoir, Pagu, Lila Ripoll, Camille Claudel, Lélia Gonzalez, Felipa de Souza entre outras personalidades femininas. (Assessoria de Imprensa)

04 março 2009

Em defesa do povo trabalhador




Propostas para enfrentar a crise

A bancada petista apresentou as suas 22 sugestões em defesa do povo e da economia do Rio Grande à Central Única de Trabalhadores e a federações de trabalhadores na manhã desta terça-feira (3), durante café da manhã, na sede da CUT, em Porto Alegre. As entidades consideram positiva a iniciativa da bancada petista, se comprometeram a aprofundar o debate sobre o colapso do capitalismo e revelaram que se engajarão nas agendas da Assembléia Legislativa. Às 17h, o PT levará suas propostas aos dirigentes da Federasul. A idéia é ampliar a discussão em todo o estado. As sugestões foram lançadas em 18 de fevereiro e, no dia seguinte, repassadas ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ivar Pavan, que elegeu o tema como prioridade das ações do Parlamento.

“O governo estadual não apresentou nenhuma medida concreta para enfrentar o reflexo da crise financeira mundial no Rio Grande do Sul. Apenas requentou anúncios já feitos”, pontuou Elvino Bohn Gass. Ele salienta que os R$ 700 milhões para obras em rodovias integram o orçamento para 2009 e foram aprovados pela Assembleia no ano passado. Além disso, observou que o reajuste anunciado pelo Executivo não se trata de aumento para a Brigada Militar. “Ocorreu apenas um reajuste para evitar ingresso na justiça por parte destes servidores”, esclareceu.

O presidente da CUT, Celso Woyciechowski, disse que socializará com os trabalhadores as 22 medidas do PT, buscando alinhavar um projeto consistente de alternativas já que o governo estadual não tem propostas concretas e se limita a investir em publicidade para minimizar os efeitos da crise. “A partir destas sugestões, os trabalhadores pressionarão o governo Yeda Crusius para agir de fato e preservar a economia gaúcha”, adiantou. A CUT fará uma cartilha que analisará com maior rigor a crise do capitalismo e quer saber quanto a governadora gastará na campanha de publicidade.

Representando o presidente do Parlamento Estadual, o superintendente-geral da Casa, João Motta, disse que o debate será levado à Expofeira, em Não-me-Toque. Também haverá reuniões em Caxias do Sul e em Pelotas. Além disso, está prevista uma audiência pública em Porto Alegre com a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Para o deputado Adão Villaverde, a governadora não propôs nenhuma ação estruturante para rebater as finanças públicas que ela mesma desmonta. Ele considera fundamental a construção conjunta de soluções. Já o deputado Raul Pont defende que, simultaneamente à divulgação das 22 medidas, seja feito um debate de maior fôlego sobre o sistema capitalista. O deputado Dionilso Marcon esteve representado no encontro pelo seu chefe de gabinete. CUT e PT voltam a discutir o tema em 30 dias.

Propostas do PT

Em seu Plano, o PT propõe retomar o Simples gaúcho com redução das alíquotas das pequenas empresas no mesmo patamar vigente até junho de 2007; manter os benefícios fiscais para a agropecuária até 31 de dezembro de 2009 e conceder benefícios temporários para os setores mais atingidos pela crise e comprometidos com a manutenção dos empregos. Também constam da proposta a liberação de créditos de exportação e a dilatação do prazo de recolhimento do ICMS.

O PT quer ainda que o governo tucano antecipe o reembolso do ICMS pago na compra de máquinas e equipamentos para a produção e ainda suspenda o Fundopem das empresas que estão demitindo trabalhadores. “Isto é fundamental. O governo concede recursos públicos a empresas que desrespeitam os contratos e demitem”, diz o líder da bancada, deputado Elvino Bohn Gass. E como condição para prorrogar o Fundopem, o PT propõe a geração de novos empregos e a ampliação da produção. E mais, exige do governo estadual transparência nos contratos e nos benefícios usufruídos pelas empresas.

Conceder programas especiais de créditos a médias, pequenas e micro empresas e cooperativas são ações que integram o Plano dos petistas. A exemplo do governo Lula, que aquece a construção civil com a construção de um milhão de moradias, os deputados petistas sugerem ao governo tucano a adoção de linhas especiais para financiamento da habitação popular. Também defendem o apoio à safra de trigo 2009/2010 para duplicar a área de plantio, gerar 66 mil novos empregos e injetar mais de R$ 1 bilhão na economia gaúcha.

Devido ao êxito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a bancada do PT estimula a criação de um PAC estadual e está convencida da importância de antecipar o reajuste do piso regional para fevereiro. Bohn Gass cita os reflexos positivos na economia brasileira decorrentes da antecipação do pagamento do salário mínimo nacional e de seu aumento acima da inflação. Os petistas também defendem um programa que garanta renda e proteja o trabalho.

Seca

“Além da crise, tem o problema da seca”, observou Bohn Gass. Os petistas têm propostas para combater os efeitos da estiagem que castiga o solo gaúcho e cobram do governo estadual a execução de recursos. Segundo o líder, em 2008, apenas 2,5% dos recursos orçamentários para a irrigação foram executados. Por considerar insuficiente o programa de irrigação, a bancada do PT quer a ampliação da construção de açudes e de cisternas. Defende também a criação de linha de financiamento para equipamentos de irrigação e a implantação do troca-troca de sementes de forrageiras. O objetivo é recuperar a bacia leiteira. Os petistas também consideram fundamental tornar obrigatório o seguro agrícola estadual, vinculado ao troca-troca de sementes de milho. Conforme estimativas do líder da bancada, esta medida beneficiaria 150 mil famílias.(Por Stella Máris Valenzuela, do sítio PT/Sul).

03 março 2009

Resposta à Folha








'Quem é atrelado a quem, caras-pálidas?'


*Por William Mendes

A Folha de São Paulo estampa neste domingo em sua capa crítica ao movimento sindical, destacando que há despreparo dos representantes dos trabalhadores e atrelamento da CUT ao governo. É engraçado! Quem é atrelado a quem?

A CUT e seus sindicatos não aceitam esse conhecido estratagema da elite mancomunada com os empresários da mídia para tentar alienar a classe trabalhadora sobre quem representa quem nos dois lados do embate entre capital e trabalho.

Chega de mentiras e ilações plantadas pela direita, pelos empresários e seus asseclas da grande imprensa.

Quem é a Folha de São Paulo para falar de movimento sindical, principalmente da CUT? Quem essa família Frias pensa que é?

Por acaso, esse jornalão de empresários paulistas é o mesmo que dias atrás abriu a maior polêmica com os movimentos de direitos humanos e pessoas de bem do país ao querer reescrever a história recente do Brasil e chamar a ditadura militar de "ditabranda".

Com certeza, nenhum parente ou agregado da família Frias foi vítima da "ditabranda" que "matou menos" que as outras. Aliás, no período da ditadura militar brasileira, a Folha fez foi crescer. Estranho, não?

Existe uma luta de classes em andamento, como sempre houve.

Mais que isso, existe uma disputa de projeto de hegemonia para o Brasil e a América Latina, que se dará daqui a 18 meses, quando teremos eleições presidenciais no país, que hoje é referência para o "primeiro" mundo, em crise muito mais grave que a nossa.

A grande mídia dos empresários está indignada pelo fato de a CUT não ter cedido à ladainha bem orquestrada de redução de salários, pautada insistentemente por Globo, Editora Abril e jornalões. Apoiada, infelizmente, pela Força Sindical, criada no início da década de 90 para isso mesmo.

É evidente que em momentos de crise as diferenças de princípios afloram entre os diversos matizes do movimento sindical.

A CUT chamou a classe trabalhadora à unidade desde sua criação e não foi diferente durante os últimos anos, em que avançamos em diversas conquistas para o povo brasileiro como a política de aumento do salário mínimo, que é uma das grandes responsáveis pelo aumento da renda do trabalho e pelo crescimento interno brasileiro, que fez com que o Brasil sentisse de forma menos intensa a crise financeira internacional que está levando vários países à bancarrota.

Quando a Força Sindical aceitou de cara a redução de salários proposta pelos capitalistas, a CUT se apresentou dizendo não e mudando a pauta até então imposta pela grande imprensa. E organizou os trabalhadores para o enfrentamento, além de cobrar sim dos governos que exigissem contrapartidas sociais aos setores beneficiados pelos pacotes anticrises e benefícios fiscais.

A CUT e seus sindicatos seguirão lutando pela manutenção do emprego e do salário e por aumento real, porque foi essa política que distribuiu renda e fez com que o Brasil crescesse nos últimos seis anos, inclusive o setor empresarial, que não enxerga um palmo à frente do nariz, pois cortar emprego e salário é cortar consumo e cortar consumo é reduzir os ganhos das empresas e o ciclo da renda produtiva no país.

Agora, quanto a quem está atrelado a quem, basta ver alguns fatos não muito divulgados para perceber. Leia um pouco sobre o PSDB e José Serra enchendo os cofres da Editora Abril com dinheiro público em blogs do Paulo Henrique Amorim e Luís Nassif, http://www.paulohenriqueamorim.com.br/e http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/.

É evidente que as publicações da Abril, como Revista Veja, e outras tranqueiras não vão falar mal e contra o que pensa esses senhores feudais paulistas. O que dizer então do Estadão, que foi favorável ao golpe militar em 64? Alguém da classe trabalhadora pode se basear em informações da Folha "ditabranda"?E a Rede Marinhos Globo e William Bonner, que diz ser o povo brasileiro um monte de Homer Simpson, o simplório e simpático cidadão cabeça-vazia?

Trabalhadores e povo brasileiro, uni-vos contra os falsos formadores de opinião, paus-mandados do capital!

*William Mendes
é secretário de Imprensa da Contraf-CUT (Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro)

** Do sítio da CUT/Nacional - http://www.cut.org.br/

02 março 2009

'A estupidez da FSP'










'Ditabranda' para quem?

*Por Maria Victoria Benevides

Quase ninguém lê editorial de jornais, mas quase todos leem a seção de cartas. E foi assim que tudo começou. Os fatos: a Folha de S.Paulo, em editorial de 17/2, aplica a expressão “ditabranda” ao regime militar que prendeu, torturou, estuprou e assassinou. O primeiro leitor que escreve protestando recebe uma resposta pífia; a partir daí, multiplicam-se as cartas: as dos indignados e as dos que ainda defendem a ditadura. Normal.

Mas eis que chegam a carta do professor Fábio Konder Comparato e a minha: “Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de ‘ditabranda’? Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar ‘importâncias’ e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi ‘doce’ se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala – que horror!” (esta escriba). “O leitor Sérgio Pinheiro Lopes tem carradas de razão. O autor do vergonhoso editorial de 17/2, bem como o diretor que o aprovou, deveria ser condenado a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada. Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa humana” (Prof. Fábio).

As cartas são publicadas acompanhadas da seguinte Nota da Redação – “A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua ‘indignação’ é obviamente ‘cínica e mentirosa’.”

Pronto. Como disseram vários comentaristas, a Folha mostrou a sua cara e acabou dando um tiro no pé. Choveram cartas para o ombudsman do jornal – que se limitou a escrever, quase clandestino, que a resposta pecara por falta de “cordialidade”. Um manifesto de repúdio ao jornal e de solidariedade, organizado pelo professor Caio Navarro de Toledo, da Unicamp – com a primeira adesão de Antonio Candido, Margarida Genevois e Goffredo da Silva Telles – passa imediatamente a circular na internet e, apesar do carnaval, conta com mais de 3 mil assinaturas. Neste, depoimentos veementes de acadêmicos, jornalistas (inclusive nota do sindicato paulista), artistas, estudantes, professores do ensino fundamental e médio, além de blogs. Vítimas da repressão escrevem relatos de suas experiências e até enviam fotos terríveis. A maioria lembra, também, o papel da empresa Folha da Manhã na colaboração com a famigerada Oban.

O que explica essa inacreditável estupidez da Folha?

A meu ver, três pontos devem ser levantados: 1. A combativa atuação do advogado Comparato para impedir que os torturadores permaneçam “anistiados” (atenção: o caso será julgado em breve no STF!). 2. O insidioso revisionismo histórico, com certos acadêmicos, políticos e jornalistas, a quem não interessa a campanha pelo “Direito à Memória e à Verdade”. 3. A possível derrota eleitoral do esquema PSDB-DEM, em 2010. (Um quarto ponto fica para “divã de analista”: os termos da nota – não assinada – revelam raiva e rancor, extrapolando a mais elementar ética jornalística.)

Dessa experiência, para mim inédita, ficou uma reflexão dolorosa, provocada pela jornalista Elaine Tavares, do blog cearense Bodega Cultural, que reclama: “Sempre me causou espécie ver a intelectualidade de esquerda render-se ao feitiço da Folha, que insistia em dizer que era o ‘mais democrático’ ou que ‘pelo menos abria um espaço para a diferença’. Ora, o jornal dos Frias pode ser comparado à velha historinha do lobo que estudou na França e voltou querendo ser amigo das ovelhas. Tanto insistiu que elas foram visitá-lo. Então, já dentro da casa do lobo ele as comeu. Uma delas, moribunda, lamentou: ‘Mas você disse que tinha mudado’... E ele, sincero: ‘Eu mudei, mas não há como mudar os hábitos alimentares’. E assim é com a Folha (...). São os hábitos alimentares”.

O que fazer? Muito. Há a imprensa independente, como esta CartaCapital. Há a internet. Há todo um movimento pela democratização da informação e da comunicação. Há a luta – que sabemos constante – pela justiça, pela verdade, pela república, pela democracia. Onde quer que estejamos.

*Maria Victoria Benevides (foto) é socióloga com especialização em Ciências Políticas e professora titular da Faculdade de Educação da USP

** Artigo escrito originalmente na revista Carta Capital

01 março 2009

4 Poemas de Augusto dos Anjos








A máscara

Eu sei que há muito pranto na existência,
Dores que ferem corações de pedra,
E onde a vida borbulha e o sangue medra,
Aí existe a mágoa em sua essência.

No delírio, porém, da febre ardente
Da ventura fugaz e transitória
O peito rompe a capa tormentória
Para sorrindo palpitar contente.

Assim a turba inconsciente passa,
Muitos que esgotam do prazer a taça
Sentem no peito a dor indefinida.

E entre a mágoa que masc’ra eterna apouca
A humanidade ri-se e ri-se louca
No carnaval intérmino da vida.

...

A dança da psiquê

A dança dos encéfalos acesos
Começa. A carne é fogo. A alma arde. A espaços
As cabeças, as mãos, os pés e os braços
Tombara, cedendo à ação de ignotos pesos!

É então que a vaga dos instintos presos
— Mãe de esterilidades e cansaços —
Atira os pensamentos mais devassos
Contra os ossos cranianos indefesos.

Subitamente a cerebral coréa
Pára. O cosmos sintético da Idéa
Surge. Emoções extraordinárias sinto...

Arranco do meu crânio as nebulosas.
E acho um feixe de forças prodigiosas
Sustentando dois monstros: a alma e o instinto!

...

Vítima do dualismo

Ser miserável dentre os miseráveis
— Carrego em minhas células sombrias
Antagonismos irreconciliáveis
E as mais opostas idiosincrasias!

Muito mais cedo do que o imagináveis
Eis-vos, minha alma, enfim, dada às bravias
Cóleras dos dualismos implacáveis
E à gula negra das antinomias!

Psiquê biforme, o Céu e o Inferno absorvo...
Criação a um tempo escura e cor-de-rosa,
Feita dos mais variáveis elementos,

Ceva-se em minha carne, como um corvo,
A simultaneidade ultramonstruosa
De todos os contrastes famulentos!

...

A esperança

A Esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença.
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança.

Muita gente infeliz assim não pensa;
No entanto o mundo é uma ilusão completa,
E não é a Esperança por sentença
Este laço que ao mundo nos manieta?

Mocidade, portanto, ergue o teu grito,
Sirva-te a crença de fanal bendito,
Salve-te a glória no futuro - avança!

E eu, que vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da morte a me bradar: descansa!

Augusto dos Anjos

*Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (1884/1914), poeta brasileiro simbolista, nasceu no engenho Pau d'Arco, no município de Cruz do Espírito Santo, estado da Paraíba. Foi professor e bacharel em Direito. É também considerado por muitos críticos como um poeta 'pré-moderno'.

28 fevereiro 2009

PIG entrega o jogo



















* A Folha de São Paulo entregando o jogo, segundo Eugênio Neves

** PIG: Partido da Imprensa Golpista

Coluna




















Crítica & Autocrítica – nº 51



* O PT completou 29 anos dia 10 de fevereiro último. A propósito da data, o vereador Adeli Sell, meu companheiro de fundação e um dos primeiros dirigentes da sigla no RS, faz importantes reflexões sobre o momento atual e sobre as perspectivas do partido, em contundente artigo amplamente divulgado na mídia estadual. Elenco a seguir algumas dessas reflexões:
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* "Ao completar 29 anos, o PT gaúcho necessita urgente de uma reflexão capaz de sinalizar sobre o seu futuro político no Rio Grande do Sul. (...) Há centenas de filiados parados, ausentes, descontentes. A repetição de nomes em nossos diretórios, normalmente ligados a bases parlamentares e detentores de cargos de confiança, cada vez mais distanciados dos movimentos sociais, deixa pouco ou nenhum espaço para militantes independentes, para quem está fora das estruturas institucionais. De nossas direções esperamos mais ousadia, ações propositivas, mais diálogo com a base. Precisamos voltar a ser um partido de vanguarda, que age na sociedade, nas comunidades, nas entidades. Queremos ter uma forte atuação nos executivos, retomando o vigor que tínhamos ao chegar às prefeituras em 89. Sem perder de vista, é claro, nossa atividade parlamentar, que deve ser menos demarcatória, mais propositiva”.

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* Enfatiza o vereador do PT de Porto Alegre que ”é notório e urgente o desafio de superarmos de vez as disputas das tendências e correntes, salutares no passado, porque se estruturavam em teses que formataram o ideário petista ao longo dos anos, construindo o modo petista de legislar e governar. Teses que ajudaram a construir uma nova e efetiva forma de participação popular nos executivos, de modo especial o Orçamento Participativo”.

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* Continua Adeli Sell: “O Partido dos Trabalhadores se fez massivo, amplo, democrático. Mas, de algum tempo para cá, tudo gira em torno de interesses imediatos de lideranças, parlamentares e nomes sagrados do partido. O debate deu lugar ao embate. As idéias cederam espaço aos cargos e posições. O "internismo" está sufocando a energia que o PT usou para vitalizar a política brasileira. Hoje, o trato que nos damos de "companheiro" é mera formalidade burocrática. Fomos e ainda somos importantes para o país. Afinal de contas, o governo de Lula demarcou a política em um antes e um depois. Estamos no espelho do mundo. Mas tudo que é sólido pode se desmanchar no ar, já nos ensinaram. Desaprendemos a dar um passo atrás para poder dar dois à frente depois. Sou daqueles que crêem na reinvenção, na renovação, na utopia, nos sonhos, nas buscas, na solidariedade, nas virtudes que não desapareceram, mas certamente estão submersas num emaranhado que ao chegarmos aos 29 anos saberemos desvendar”.
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* Sem dúvida, o companheiro Adeli Sell está literalmente ‘colocando o dedo na ferida’. Temos muitas coisas a acertar no partido (enquanto é tempo!), no RS e nacionalmente, se quisermos que o mesmo continue sendo a ferramenta de luta dos trabalhadores e da juventude que tão coerente, combativo e necessário foi ao longo das últimas três décadas da vida nacional.

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* Com relação às tendências internas do partido, também compartilho da preocupação do Adeli. Hoje faço parte das fileiras dos chamados ‘independentes’, que estão, mais ou menos - e sem exagero - no ‘limbo partidário’. Não por acaso, em janeiro passado encaminhei à atual direção da Esquerda Democrática meu pedido de desligamento dessa tendência que ajudei a fundar e da qual fui, com muita honra, membro de sua direção por vários anos consecutivos.

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* Dentre as razões que determinaram minha saída da ED, destaquei os seguintes componentes, extensivos hoje também ao conjunto do PT: (... ) “A falta de solidariedade, de companheirismo e de compromisso com a democracia interna da corrente”. Enfatizei ainda, ao final da Carta que entreguei ao coordenador-geral da tendência, companheiro Alessandro Barcellos, que minha decisão não foi um raio num dia de céu claro; não foi uma atitude isolada, intempestiva. Pelo contrário, foi uma decisão tomada após muita reflexão e questionamentos - e com uma ponta de tristeza e bastante sofrimento - ao longo destes últimos 12 meses, pelo menos. Disse então, dentre outras coisas que (...) "Aproveito ainda para externar que também compactuo e sou solidário com as críticas recentemente encaminhadas a essa direção pelo companheiro Flávio Koutzii, fundador e referência histórica dessa corrente, que também se desligou da Esquerda Democrática no final do ano passado”. Por fim, manifestei que “continuo onde sempre estive: na esquerda, ao lado dos trabalhadores e do nosso sofrido povo. E na luta!”.

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* Mudando de assunto: as gravíssimas denúncias encaminhadas pelo PSOL revelando a existência de uma verdadeira máquina de corrupção incrustada no governo do RS e a forma lacônica com que as mesmas (não) foram respondidas (?!!), mostram que o governo Yeda está numa enorme enrascada, o que pode ocasionar, uma vez materializando-se as provas, e no frigir dos ovos, no seu impedimento. Como diz o ditado popular, ‘se correr, o bicho come; se ficar, o bicho pega’.

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* Resumindo, o 'novo jeito de governar' de Yeda está numa verdadeira 'sinuca de bico'.

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* Durante o Seminário Nacional pela Campanha do Limite da Propriedade da Terra, dirigentes de 47 entidades, entre as quais o MST, a CUT e a CPT divulgaram manifesto de repúdio ao presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, que recentemente classificou como "ilegal" e "ilegítimo" o repasse de recursos públicos para movimentos sociais que "cometem ilícito", referindo-se à ocupação de terras promovidas pelo MST na luta pela Reforma Agrária. "Ele é o guardião da Constituição, um símbolo que deveria preservar o direito que está estabelecido, não se colocar ao lado de uma classe, como está fazendo com os latifundiários, ao tentar criminalizar os movimentos sociais de luta pela terra. Essa tentativa é inaceitável, um ataque ao Estado Democrático de Direito”, criticou o secretário-executivo do FNRA, Gilberto Fortes, ligado à Comissão Pastoral da Terra (CPT).

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* O manifesto denuncia também que "nunca a sociedade brasileira ouviu do ministro uma condenação aos grupos de latifundiários armados no campo ou a concessão de financiamentos públicos aos grandes grupos econômicos, que têm provocado o trabalho escravo, chacinas contra populações tradicionais e crimes ambientais". De acordo com a sugestão do seminário, cada proprietário poderia dispor de, no máximo, 35 módulos de terra (2.450 hectares ou 2,5 mil campos de futebol). Segundo Gilberto Fortes "é um absurdo que uma empresa consiga reunir 4 milhões de hectares de terra enquanto há 250 mil trabalhadores rurais sem terra no Brasil". (...) - (Por Júlio Garcia, especial para 'O Boqueirão)
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**Crítica & Autocrítica: coluna que mantenho
(i)regularmente no Blog 'O Boqueirão' http://oboqueirao.zip.net

27 fevereiro 2009

Mobilização contra o veto de Yeda










RS: Retomada mobilização para derrubar o veto da governadora e manter o abono

Lideranças de professores e de servidores públicos reuniram-se, na manhã desta quinta-feira (26), com deputados para tratar do veto da governadora Yeda Crusius ao abono das faltas do magistério e dos servidores de escola, do Murialdo e da Polícia Civil. A falta de quorum na Comissão de Serviços Públicos impediu que o parecer da deputada Stela Farias (PT) contrário ao veto fosse apreciado nesta manhã, como previsto. A partir do dia cinco de março, este instrumento punitivo da gestora estadual passa a trancar a pauta e deve ser votado em plenário no dia 10 de março, conforme acordo no Colégio de Líderes. Para esta data, o Cpers-sindicato anuncia uma paralisação a fim de possibilitar aos professores assistirem a votação em telões instalados nas escolas públicas estaduais.

Os servidores não vêem motivos para punição já que os dias paralisados foram compensados e os serviços essenciais mantidos sem prejuízo à população. Neiva Lazzarotto, da direção do Cpers-sindicato, observou que um terço das férias também teve desconto proporcional aos dias paralisados. “Confio que os deputados ouvirão a nossa voz. Não é justo os professores terem seus salários descontados mesmo tendo recuperado os dias parados, os servidores do Murialdo serem punidos por lutar por melhores condições de trabalho e a segurança por reivindicar um crédito de um ano de horas-extras”.

Cláudio Augustin, do Fórum de Entidades de Servidores Públicos e presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do RS, disse que as categorias estão mobilizadas para garantir a derrubada do veto. “Já inauguramos um painel com o voto dos deputados e vamos dar continuidade a esta publicidade. O voto dos parlamentares terá repercussão junto aos servidores”, alertou.

Para o deputado Raul Pont (PT), ao invés de o Estado negociar com as categorias, resolve puni-las pela greve. Já a deputada Stela Farias (PT) disse que o governo Yeda tem a necessidade de manter o veto como um símbolo da queda-de-braço com os servidores e também quer intimidar as categorias. Para ela, este fato transcende a questão corporativa. “Ligada à política de déficit zero, este é o governo que menos investe no custeio da máquina pública, precariza os serviços públicos e as condições de trabalho dos servidores, gerando uma dívida social com os gaúchos”.

Para entender o caso

Em 16 de dezembro, a Assembléia Legislativa manteve o direito ao abono dos dias paralisados dos servidores públicos e o governo Yeda saiu derrotado na tentativa de impor o corte da efetividade aos grevistas. Naquela oportunidade, o projeto do abono aos servidores recebeu quatro emendas e foi aprovado por 41 votos favoráveis e nenhum contrário.

A proposta original do Executivo Estadual previa a efetividade apenas nos dias 16 de setembro e 16 de outubro, ocasião em que professores e servidores de escolas promoveram movimentos reivindicatórios. Após esta data, o governo estadual pretendia fazer valer o seu decreto punitivo, que corta o ponto dos grevistas. No entanto, as quatro emendas apresentadas pela oposição e até mesmo por governistas, asseguraram o abono dos dias paralisados para o magistério, para a polícia civil, para servidores do Murialdo e para todos os servidores públicos estaduais grevistas.

Conforme Stela e Pont, o decreto da governadora, publicado em 28 de outubro, corta a efetividade dos grevistas e prejudica a vida profissional dos servidores. Para eles, é uma afronta à norma federal, que trata dos direitos de greve e da construção de acordos coletivos. Além disso, os parlamentares lembram que o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) reconhece o direito de greve dos servidores públicos em todos os níveis. A bancada do PT trabalha para derrubar o veto da governadora. (Por Stella Máris Valenzuela, do sítio PTSul)

26 fevereiro 2009

Fora da casinha...

















*Charge do KAYSER

'Resgatar a credibilidade'





Emília Fernandes tomou posse na Câmara dos Deputados

Brasília/DF - A deputada Emília Fernandes (PT-RS) assumiu no último dia 16/02 a vaga deixada pelo ex-deputado Adão Pretto, que faleceu no último dia 5 de fevereiro. Ao tomar posse, a ex-senadora afirmou que o momento é de trabalhar para resgatar a credibilidade do Parlamento.

"Acreditamos que o Brasil vive um novo momento, e o Parlamento busca retomar, inclusive, sua credibilidade. Já estivemos no Congresso por oito anos como senadora e conhecemos esta Casa. Sabemos da expectativa do povo brasileiro em relação à classe política. E este é o grande momento dos poderes constituídos, de resgatar a credibilidade, a confiança que o povo deposita nos seus representantes", disse Emília Fernandes. "Vou olhar com muito cuidado e atenção para as bandeiras históricas de Adão Pretto. A morte dele gerou uma situação irreparável. Ele era a própria essência do movimento pela terra, da defesa dos pequenos agricultores e da luta das mulheres trabalhadoras", afirmou.

Filiada ao PT desde 1999, Emília Fernandes tornou-se no partido, a primeira mulher a presidir uma Comissão Permanente do Senado, a de Infra-Estrutura, entre 1999 e 2000. Foi vice-líder do partido no Senado, coordenou a bancada gaúcha do PT e foi uma das coordenadoras da Bancada Feminina do Congresso Nacional, além de presidir o Conselho Parlamentar para o Diploma Mulher Cidadã Bertha Lutz.

Em 2003, no governo Lula, assumiu a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, com status de ministra. Atualmente, é presidente do Capítulo Brasil do Fórum de Mulheres do Mercosul. (com a Agência Informes)

25 fevereiro 2009

'Catão'

















Jarbas, o Catão de Pindorama

*Por Luiz Antonio Magalhães

A já polêmica entrevista do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) às páginas amarelas da revista Veja da semana passada revela muito além da "mediocridade" da política brasileira. Jarbas atira para todos os lados, mas bate mais forte em seus correligionários, especialmente José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL). Diz com todas as letras que o PMDB "é um partido sem bandeiras, sem propostas, sem um norte" e acusa seus companheiros de corruptos: "boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção".
A melhor parte da entrevista, porém, não é o arrazoado moralista do experiente político pernambucano que almeja ser vice na chapa de José Serra (PSDB) em 2010, mas a singela resposta para a pergunta que não queria calar após tanta crítica ao seu próprio partido: por que raios Jarbas Vasconcelos permanece no PMDB?
"Se eu sair daqui irei para onde? É melhor ficar como dissidente, lutando por uma reforma política para fazer um partido novo, ao lado das poucas pessoas sérias que ainda existem hoje na política", afirmou o candidato a novo Catão da República brasileira.
Da resposta do ex-governador pernambucano é possível concluir que ele se sente mais à vontade convivendo ao lado dos corruptos que denuncia do que longe de tais companhias. É evidente que a resposta não explica a permanência de Jarbas no PMDB, até porque o nobre senador poderia inclusive optar pela desfiliação simples, abrindo mão das benesses partidárias por algum tempo, até descobrir uma legenda melhor ou fundar um novo partido. Fernando Gabeira, quando se desencantou com o PT, fez isto até retornar ao PV.
Ora, o tom das críticas de Jarbas combinam bastante com a pregação neo-udenista da vereadora Heloísa Helena e este colunista ficou curioso para saber que tipo de restrição o senador pernambucano teria em relação ao PSOL.
Sim, a entrevista deu o que falar. Jarbas conseguiu criar um fato político, mas mostrou algumas fragilidades em sua, digamos assim, argumentação. A principal delas é a sua permanência no antro de corruptos que denunciou. Talvez não demore muito para o senador deixar a legenda e resta saber se ele conseguirá, fora do PMDB, manter acesa a chama da sua luta pela reedificação da moral e dos bons costumes nacionais. O povo brasileiro, comovido, torce para que Jarbas Vasconcelos continue firme na luta...

*Luiz Antonio Magalhães é editor-adjunto do Observatório da Imprensa, onde este texto foi originalmente publicado.

**Fonte: Correio da Cidadania

21 fevereiro 2009

Sinuca de bico










*As gravíssimas denúncias encaminhadas pelo PSOL revelando a existência de uma verdadeira máquina de corrupção incrustrada no governo do RS e a forma lacônica com que as mesmas (não) foram respondidas (?!!), mostram que o governo Yeda está numa enorme enrascada, o que pode ocasionar, uma vez materializando-se as provas, e no frigir dos ovos, no seu impedimento.

Resumindo, o 'novo jeito de governar' de Yeda está numa verdadeira 'sinuca de bico'.