Lá,
sim, precisamos
*Por
Valter Pomar
O
Foro de São Paulo estabeleceu, entre seus objetivos, atuar junto à população de
origem latino-americana e caribenha, residente nos Estados Unidos e na
Europa.
Essa
população apresenta características muito variadas: país de origem, motivo da
migração, tempo de permanência no país, grau de integração à sociedade local,
padrão de vida, vínculos com o país de origem etc. Mas a maioria migrou por
razões econômicas e constitui uma fração muito explorada do proletariado local,
submetida a duras condições de trabalho, reduzidos direitos sociais e
políticos, além de vítima de preconceito e perseguições.
Quais
os objetivos do Foro? Em primeiro lugar, estimular a população de origem
latino-caribenha a organizar-se, socialmente, sindicalmente, politicamente,
incorporando-se a organizações locais, instituições, movimentos e partidos
políticos da esquerda europeia. Conquistar direitos sociais e políticos, tanto
no país de moradia quanto no de origem. Em segundo lugar, fazer com que essa
população, de origem latino-caribenha, apoie os processos de transformação que
estão em curso em nossa região.
Com
esse propósito, o Foro constituiu duas novas secretarias regionais: a
Secretaria Europa e a Secretaria Estados Unidos, cada uma integrada pelos
partidos políticos de nossa região que possuem militância organizada nos EUA e
na União Europeia. O PT, por exemplo, possui núcleos que atuam tanto nos
Estados Unidos quanto em diversos países europeus, como Portugal, Espanha,
França, Inglaterra e Bélgica.
Ainda
estamos em fase de implantação, mas está evidente que se trata de uma atividade
estratégica. Fortalecer a esquerda na Europa e nos Estados Unidos reduz a
pressão sobre cada um de nossos países e sobre o conjunto de nossa região.
Principalmente nos Estados Unidos, os latino-americanos e caribenhos constituem
um segmento cada vez mais importante da população e do eleitorado, tendo
provavelmente contribuído de maneira significativa para a vitória de Obama nas
últimas eleições presidenciais.
Isso
nos remete a um terceiro motivo pelo qual organizar os latino-americanos e
caribenhos se trata de uma atividade estratégica. A direita europeia e
norte-americana desenvolve um trabalho político-ideológico permanente na
América Latina e Caribe, contribuindo inclusive financeiramente para
organizações sociais e políticas vinculadas a seus interesses. De nossa parte,
devemos também “atuar na retaguarda”, por exemplo, estimular os
latino-americanos e caribenhos residentes nos Estados Unidos a organizar um
partido político de esquerda, de massas, democrático e socialista, que quebre a
hegemonia de democratas e republicanos. Lá, sim, precisamos de uma terceira
via.
*Valter
Pomar é membro do Diretório Nacional do PT e secretário executivo do Foro de
São Paulo.
**Fonte:
http://www.teoriaedebate.org.br/
Foto: http://pagina13.org.br
***Edição
final e grifos deste Blog
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