"Se o PT e a campanha de Dilma não
enfrentarem os meios de comunicação e mirarem apenas no tucano, ele sairá
vitorioso. O que a TV Globo fez ontem no Jornal Nacional e o que alguns jornais
fizeram hoje, além dos portais durante todo o dia de ontem, é algo vergonhoso.
Transformaram a denúncia de um bandido que está falando para tentar se livrar
da cadeia em algo absolutamente crível. E vazaram um áudio de um depoimento
dado em segredo de justiça que é criptografado para não prejudicar o processo.
Algo absolutamente absurdo e que
demonstra como o Estado brasileiro não é aparelhado pelo PT, mas por aqueles
que o governaram por 500 anos. Eles têm gente que colabora para os seus
interesses em todas as áreas: na justiça, no Ministério Público, na Polícia
Federal etc. E os meios de comunicação que deveriam acompanhar esses fatos com
um mínimo de responsabilidade, usam essas relações para influenciar na eleição."
Não há mais a menor sombra de
dúvida de que esta eleição presidencial de 2014 é a mais emocionante e cheia de
alternativas desde 1989. Isso se deve não só à queda do avião que levava
Eduardo Campos em Santos, como também a erros do governo e a fragilidade da
oposição. O eleitorado tem muitas dúvidas sobre que caminho seguir porque seu
nível de exigências hoje é maior do que lhe é oferecido. Tanto por um lado,
quanto pelo outro.
Marina Silva não durou uma
primavera. No final de agosto e começo de setembro já havia gente dando como
favas contadas sua vitória. Ela parecia ser a encarnação dos desejos do
eleitor. Alguém com história limpa, discurso baseado na esperança de uma
mudança ancorado num mundo mais justo e sustentável e descolada da política
tradicional. Mas na hora que ela teve de enfrentar as questões do debate real,
sobre programa de governo e opções a fazer, a candidata se mostrou frágil. Em
uma hora apontava para um lado, na seguinte, para o outro. E, por incrível que
pareça, foi num tema polêmico e onde o outro lado é ainda maioria, a questão do
casamento igualitário, que Marina perdeu seu glamour. Quando anunciou mudança
de posição depois de quatro tuítes do Pastor Malafaia, viu escorrer pelos dedos
boa parte do seu capital simbólico. Ali Marina começou a deixar a eleição de
2014.
O quadro começou a se indefinir
no final de setembro em relação ao segundo turno e de repente Aécio a
ultrapassou nas urnas de forma surpreendente. E já no dia 5 de outubro à noite
virou favorito para muitos. Este blogueiro escreveu que ele deveria aparecer à
frente nas primeiras pesquisas de segundo turno, mas também disse que mesmo
assim Dilma mantinha ligeiro favoritismo. (...)
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Um comentário:
Por trás do quadro atual, paira a estagnação da economia. Além disso, questões que definem um avanço da democracia real seguem a passo-de-tartaruga, como uma maior transparência da administração pública, por exemplo, ou uma reforma política que coíba vícios históricos, ou uma restrição do oligopólio da comunicação - onde o governo Dilma até regrediu em relação ao governo
Lula.
Então, mesmo após 12 anos de relativo sucesso, o "lulismo" paga o preço da sua governabilidade e dos não-enfrentamentos estratégicos, inserido que está num mundo capitalista globalizado e quase que permanentemente em crise.
Mas a vitória contra o retrocesso, agora, ainda é possível, pois contamos com os agentes sociais populares e a história recente e presente dos neoliberais... vamos à luta e é Dilma na cabeça!!!
Luís
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