“Nos direitos e conquistas sociais não se mexe”
O que há em comum entre a votação das Medidas Provisórias (MP’s) 664 e 665 do Plano Levy e a impactante greve dos professores do Paraná contra o roubo da sua previdência?
A primeira coisa é que tanto a repressão da mobilização assim como a cooptação e desmoralização das organizações são meios que diferentes governos dispõem para impor o “ajuste” e, assim, tentar salvar o sistema capitalista em crise. É o que se pode ver agora também no Brasil, jogado no turbilhão mundial.
A segunda coisa em comum é que as votações reacionárias na Câmara dos Deputados de Eduardo Cunha (na MP 665) e na Assembleia Legislativa do Paraná (no PL 252) indicam o aprofundamento do fosso entre as instituições e o povo, entre a representação e os representados, fosso revelado nas manifestações de junho de 2013.
A terceira coisa em comum, a mais importante é que, apesar de uma certa confusão, a questão não acabou, pois, a força da mudança está na luta do povo trabalhador nas ruas, buscando apropriar-se nas suas organizações.
A exemplar agenda da CUT com outras organizações e movimentos populares está aí mesmo para mostrar: no histórico 1o de maio de 2015, convocou uma Paralisação no próximo dia 29 contra as MPs 664-665 e o PL 4330 “rumo à greve geral”. A CUT tem razão de convocar esse movimento.
É essa a força que pode enfrentar e vencer o “ajuste” de Levy! É essa força que está por trás da crise na bancada do PT na questão das MPs, onde finalmente 15% dos deputados não acompanharam o vergonhoso voto da maioria da bancada na MP 665.
É essa força que, no próximo Congresso do PT, em junho, pode incidir e abrir uma perspectiva para o PT, hoje desorganizado pela própria política de sua direção e ameaçado de “extinção” pelos inimigos de classe.
Finalmente, é também essa força que pode abrir uma saída alternativa ao suicídio político do próprio governo Dilma que, ou busca nela o único e verdadeiro apoio que pode ter e muda a sua política econômica, ou continua e terminará lamentavelmente cedendo em todos os terrenos às exigências dos golpistas.
Desde já, os instrumentos dos golpistas estão, de um modo, no PSDB e, de outro, no “aliado” PMDB. Seja para a contrarreforma política, seja para a revisão do regime de partilha do Pré-sal, seja para a aprovação do PL 4330 e, ao fim e ao cabo, para apoiar o Plano Levy.
Nada disso é aceitável, nada disso é negociável! Nos direitos e conquistas sociais e nacionais não se mexe!
Por todas essas razões, como sabem os professores do Paraná que enfrentaram e abriram uma crise no governo Richa, a continuação da mobilização independente é o único caminho para defender os direitos e avançar.
Do mesmo modo, no plano nacional, o êxito da paralisação do dia 29 de maio será da maior importância. Uma questão da sobrevivência da classe trabalhadora que começa a ser atingida pela recessão do Plano Levy.
Desde já, O Trabalho, junto com os companheiros do Diálogo e Ação Petista, assim como fizemos no 1o de maio, nos engajamos sem titubear no sucesso da paralisação contra as Medidas Provisórias 664 e665, o PL 4330 e o fator previdenciário.
Junte-se a nós."
(Editorial do Jornal 'O Trabalho', Edição nº 765 de 8/5/2015)
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